terça-feira, dezembro 31, 2024

Olha, afinal o Três Cabelos não está afim de ir fazer não sei o quê. Esteve o Mentenegro e os seus espertos a fazerem uma lei toda xpto para acomodar o seu ordenadão e, afinal, agora ainda mais esta... Tudo trabalhinho bem feitinho...

 

Durante larga temporada a Rosa Linda, aka Três Cabelos, teve assento aqui no UJM. Nos aúreos tempos do macho alfa, Láparo de seu nome, no Governo e do zero à esquerda, Carlos Costa de seu nome, no Banco de Portugal, o Rosalino era um ilustre representante do grupo dos mais inspiradores personagens.

Saudosista como tem revelado ser, o Mentenegro, não podendo contratar nem o Láparo nem o Carlos Costa, resolveu ir desenterrar os Três Cabelos para uma função curiosa cujos contornos não se conseguem percebe bem. À pressa, às vésperas da nomeação ser conhecida, soube-se de uma lei mal parida às pressas para garantir que lhe conseguiriam pagar os confortáveis milhares de que a Rosa Linda se alimenta. A essa lei, se vingar, proponho que, doravante, se chame Lei Rosa Linda (isto por decoro, senão era mesmo a Lei dos 3 Cabelos).

E ainda hoje vi uma notícia maravilhosa, certamente daquelas coisas que saem do Governo directamente para os títulos dos noticiários, em que se dizia que, com o ordenado do Rosalino, até se ia ficar a poupar. Deu-me cá uma vontade de rir... Fez-me até lembrar uns colegas que tive, uns vivaços, que, quando tinham que gastar 1 milhão, apareciam na Administração a dizer que era coisa para valer 4 ou 5 milhões e que, graças às suas árduas negociações, tinham conseguido a pechincha de 1 milhão. Diziam eles que, no calor da barafunda e da argumentação, a malta ficava era toda contente por poupar uns quantos milhões, até se esquecendo de questionar se era mesmo preciso gastar aquilo ou se, em vez de 1 milhão, não se conseguiria fazer a festa por meia dúzia de euros. Assim esta brincadeira dos Três Cabelos. Ia Ia-se poupar, diziam eles. Ia-se, ia-se...

E eis que agora vejo que a Rosa Linda arrepiou caminho, parece que já não lhe assiste ir trabalhar para o Mentenegro com toda a gente a questionar os 15.000 de ordenado. Não está para isso.

Chatice. E eu que já me preparava para andar em cima dele, curiosa que estava para ver o que tão esperta criatura iria fazer... 

Enfim. É apenas mais uma. Barracas atrás de barracas.

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E isto há coisas. Logo que se conheceu a composição do Governo escrevi aqui que algumas pessoas que me são próximas conhecem alguns dos indigitados e que, em todos os casos, afiançavam que a competência, a experiência e, em alguns casos, as próprias características dos ditos permitiam ter a certeza que iriam fazer zero ou menos que isso.

Pois bem. Assim tem sido. E há pouco, nas notícias, vi uma dessas pessoas. Estava numa reunião e indubitavelmente estava aos papéis. Não vai fazer nada e, se calhar, é bom que nada faça pois, se fizer, será certamente pior do que se nada fizer.

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E um disclaimer: hoje também não vou responder a mails -- e já são vários, e a todos os meus queridos Leitores que me têm escrito, o meu agradecimento -- pois agora estou constipada, super encasacada, meio mole. Durante não sei quantos dias a levar com os micróbios do meu marido (que, em especial de noite, se farta de tossir) foi a minha vez de também ficar com pingo, a cabeça a modos que não sei quê (que também pode ser efeito do anti-histamínico) e só a apetecer-me dormir. Acho que não tenho febre nem me dói o corpo e tenho a sensação que, se dormir umas dez horas de seguida, acordarei fresca. Mas hoje estou a modos que KO.

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Peace and love. E saúde.

segunda-feira, dezembro 30, 2024

Dia super feliz in heaven.
E a relação entre os signos e a gastronomia.

 

Entre sexta e sábado foi limpeza a fundo: os outsides todos varridos e lavados e esfregados, nos interiores, spray de cera de abelhas nas madeiras, limpeza de vidros, tudo sacudido, limpo, lavado, spray de lixívia em uniões e juntas das casas de banho e todo um vasto etc. e etc.

Fomos também ao supermercado da vila onde têm carnes excelentes. Também costumam ter bons peixes e afins mas não tinha o que eu queria (choquinhos pequeninos para fazer com tinta). Pena o senão do vagar das empregadas que conversam com os clientes que conhecem. Uma pessoa desespera sem saber quando é que a confraternização vai acabar. Mas ninguém parece ter pressa. Olho em volta e vejo toda a gente na boa, à espera. Parece que só eu é que ainda não aprendi a aguardar serenamente.

Este domingo foi dia grande, desde cedo a maltinha toda reunida in heaven. Corte de árvores, queima. Um avanço na limpeza que foi um gosto. Tanto o trabalho que um dos jovens trabalhadores até andou, parte do tempo, em tronco nu.





E o mais pequeno já anda de bicicleta que dá gosto, por lá anda, sozinho, em caminhos estreitos, subidas, descidas, curvas. E os mais crescidos fizeram corridas de trotinete e depois todos jogaram ao Monopólio para Batoteiros, coisa que dá muita luta e que até levou à expulsão do batoteiro-mor.... 

E o almoço foi um regalo, com o meu filho, uma inesgotável força de trabalho, que, depois de serrar, carregar, queimar, se atirou ao barbecue. 

Dia maravilhoso. Frio mas, ao sol, suportável. E em casa bem.

Mas vinha eu a pensar que já o meu pai, que era caranguejo, adorava cozinhar e ter-nos lá todos em volta da mesa. E eu e o meu filho também somos assim. Claro que o meu marido e a minha filha e a minha nora também gostam tal como a minha mãe também gostava, são todos muito bons anfitriões. Mas creio que não há aquela 'coisa' muito intrínseca de queremos dar de comer aos 'outros', parece que queremos ter a certeza de que se alimentam bem e de que temos aquilo de que gostam, 'coisa' essa que esses 'outros' nem sempre compreendem ou aceitam bem. 

Pois agora, ao ver a Madame le Figaro, vejo um artigo em que se fala na relação de cada signo com a gastronomia. Transcrevo a descrição de como é o Caranguejo. Por mais surpreendente que possa parecer para alguns, supostamente existe uma ligação entre a astrologia e a gastronomia. A astróloga Amélie Weill fez dela o tema do seu primeiro livro, Astro food (Éd. Flammarion). E, segundo ela, as sete estrelas da constelação em forma de panela da Ursa Maior seriam o sinal supremo.

Caranguejo

O Caranguejo, o primeiro signo de água do zodíaco, leva-nos ao território das emoções. O que mais gosta é de unir as pessoas e fazê-las felizes. O Caranguejo preocupa-se com os outros e, para ele, a comida é cuidado. Atento, adivinha e antecipa as necessidades de todos, e até se questiona porque é que os outros não fazem o mesmo... Em suma, não se limita a cozinhar, coloca amor em tudo o que faz.

A sua fantasia secreta? Vivendo numa antiga casa de pedra, rodeada por um magnífico jardim e repleta de amigos e crianças, todos se reuniam à volta de uma mesa para saborear os bolos da avó, desde mil-folhas gourmet a tarte de mirtilos acabada de sair do forno. O pequeno guilty pleasure alimenta a sua vida diária... E se não gosta do que ele lhe preparou, não lhe diga, nem use luvas de pelica. A cozinha é como uma família, não se lhe toca!

Só neste último aspecto é que não me revejo: não me importo que critiquem. Aceito bem críticas, reprimendas e sugestões. Claro que nem sempre as sigo (porque, como é óbvio, há coisas que são mais fortes que eu) mas, enfim, esforço-me e não levo nada a mal, até agradeço.

Para quem tenha curiosidade, aqui está o link para o artigo com todos os signos: Nos préférences et compatibilités culinaires signe par signe, selon une astrologue

E uma semana para todos!

domingo, dezembro 29, 2024

Doentes urgentes (que, no máximo dos máximos, podem esperar 60 minutos) esperam mais de 12 horas no Amadora-Sintra e 10 a 12 no Beatriz Ângelo.
E continua o arrastão de demissões levadas a cabo por Ana Paula Martins: Administrações das unidades de saúde do Alto Alentejo, de Leiria e da Lezíria demitidas
E o Marcelo caladinho...

 

O Governo Mentenegro, que venceu (ainda que por uma unha negra) as eleições, fez bandeira de algumas promessas. Uma delas era que em 3 meses os problemas da Saúde e da Educação estariam resolvidos. Não estão. Tal como com o embuste dos impostos, temos verificado que esta gente que nos governa chegou onde chegou com base em trapaças e que agora não fazem a mínima ideia do que fazer para cumprirem o que prometeram ou, pelo menos, não estragarem o que encontraram.

Se na Educação creio que estarão na mesma, na Saúde, pelo contrário, as coisas estão agravadas. Todos os dias as notícias dão conta do descalabro. Esta ministra que, por onde passa, semeia conflitos e espalha o caos, continua a sua sanha. Aparentemente não quer deixar pedra sobre pedra. E não é para depois reconstruir. Não, aparentemente é mesmo para dar cabo do SNS. Não apenas gasta dinheiro como se não houvesse amanhã (alguém está a auditar o impacto das autorizações que ela está levar a cabo? Read my lips: alguém que o faça enquanto é tempo) como corre com toda a gente a eito para lá meter amigos do PSD. E aqui volto a aconselhar: alguém vá ver, com olhos de ver, o CV de quem ela anda a contratar. Não quero saber da criatura para nada mas preocupo-me por temer ter grandes hospitais e unidades de saúde em geral na mão de gente que não tem qualquer competência ou experiência para o que vai fazer.

O resultado da sua inoperância salta-nos pelos olhos adentro todos os dias: ora são grávidas ou crianças encaminhadas para Urgências fechadas, ora são pessoas que estão deveras mal, em situação urgente, a terem que penar 10 ou 12 ou mesmo 14 horas na sala de espera do Hospital. Relembro que, de acordo com o Protocolo de Manchester, o paciente necessita de atendimento rápido, pois há risco de agravamento do quadro clínico se houver demora. E já nem falo das 11 pessoas que morreram quando o INEM fez greve e ninguém se lembrou de acionar Serviços Mínimos o, antes da greve, falar com os sindicatos a ver se seria possível construir uma base de entendimento que evitasse a greve (a propósito: para quando as conclusões?).

E não há nem uma palavra da Entidade Reguladora da Saúde?

Depois, leio também que mais de 40% dos procedimentos de interrupção da gravidez feitos a pedido da mulher no privado foram encaminhados pelo público. Aos poucos, grão a grão, o SNS vai encaminhando para o privado. A Entidade Reguladora da Saúde também não diz nada?

Serve para alguma coisa, esta Entidade Reguladora da Saúde?

E Marcelo Rebelo de Sousa: no meio do afã de andar a brincar à caridadezinha com os pobres e desvalidos, não arranja tempo para se pronunciar para os desastre deste Governo? Não percebe que a sua dualidade de critérios causa até vergonha alheia?

Notícias aqui:

Doentes urgentes esperam 12 horas no Amadora-Sintra e dez no Beatriz Ângelo. Noutra notícia, dão conta que no Garcia de Orta ultrapassaram as 14 horas. 

Autarquia de Portalegre foi informada na sexta-feira de que conselho de administração da ULS do Alto Alentejo “iria ser afastado”. Foram também demitidas as administrações da Lezíria e de Leiria.

sábado, dezembro 28, 2024

Para além de tudo o que temos constatado, vamos percebendo que o Mentenegro também é pouco esperto, pouco perspicaz, pouco sagaz, pouco arguto, pouco inteligente, etc

 

Montenegro lança baldes de gasolina e ateia fogo.  Quem assiste, diz: 'O tipo é um incendiário'. E Montenegro, a seguir, vem, todo Calimero, dizer que não percebe a reacção.

Não ouvi o que ele disse no Natal (e, aliás, por questões de prevenção sanitárias e/ou higiénicas, furto-me, cada vez mais, a ser incomodada pelo que ele diz) mas, a julgar pelas reacções praticamente unânimes de que me tenho apercebido, é bem provável que tenham razão.

Face ao coro generalizado de protestos, Montenegro veio dizer coisas. E, como, na realidade, pouco tinha a dizer, para parecer que tinha muito, usou uma táctica muito frequente entre os seus ministros: usa sinónimos em catadupa. Ou, se não sinónimos, expressões complementares que nada acrescentam.

Veja-se:

(...) voltou hoje ao tema para confessar que está "atónito e muito perplexo" com as reações e críticas.

Montenegro considera que são "inusitados e injustificados" os argumentos

"É incorreto, é indesejável e impróprio atirar essa pedra para cima do debate"

Expressões retiradas do artigo do Expresso "Primeiro-ministro confessa-se "atónito" com "discussão pública" sobre segurança"

Só disparates, digo eu (e aqui refiro-me às reacções do Mentenegro).

E eu daqui lhe envio uma sugestão: Senhor Mentenegro acredite no que os outros dizem de si. Acredite. Se as pessoas que o ouvem pensam que o senhor é um incendiário, que está a executar a política do Chega, que o senhor é inconsistente, incoerente, pouco amigo da verdade e da honestidade intelectual, se calhar têm razão, se calhar é porque o senhor lhes dá motivos para isso. Ouça: e mesmo que, por vezes, não tenham 100% razão, é essa a percepção que têm. E, o senhor sabe (oh se sabe, não é...?), que o que está a dar são as percepções. É ou não é?

sexta-feira, dezembro 27, 2024

Ai Marcelo, Marcelo... Quem o viu e quem o vê...
Então, com esta Ministra, a Ana Paula Martins, as coisas funcionam desgraçadamente e V. Exª, em vez de criticá-la, elogia-a por pedir inquéritos?
Está a gozar connosco, não está?

 

Abro o Expresso online e a primeira notícia que me salta é que Marcelo elogia a ministra. Em vez de desatar a mandar bocas por tudo o que é canto e esquina a dizer que os ramos mortos têm que ser cortados, anda a elogiar a criatura? A dita incompetente manda fazer inquéritos... certamente para depois vir insultar e enlamear os menos culpados da desordem que reina na Saúde... e é isso que Marcelo elogia?

A criatura correu com o director do SNS, com vários do INEM, com vários administradores de hospitais, com não sei quantas pessoas, tudo para lá meter amigos ou malta do PSD (read my lips: em que o critério é ser malta do PSD), piora tudo na Saúde... e Marcelo ainda consegue arranjar motivos para elogiá-la?

É um brincalhão, não é, Presidente Marcelo...?

Não goze connosco, está bem?

Será do mon chéri?

 

Hoje, ao espreitar as notícias, constato que meio mundo ficou incomodado com a charla natalícia de Montenegro. Felizmente, fui poupada. Não tive ocasião mas, mesmo que tivesse, poupar-me-ia. Não sei se alguém merece levar com as incoerências e as pimbalhadas de tão inconsistente e desempática figura. Por isso, ganhei duas vezes: ao não vê-lo e ao não ficar molestada com a sua conversa.

Presumo que o Marcelo também tenha falado ao povo mas, igualmente, é coisa que não me assiste. Não me interessa. Não adianta. É só poeira, só fumo. Podia dizer 'só flores' mas não digo porque gosto de flores.

Tirando isso, hoje arrumámos a casa, demos um passeio ao pé da praia, tratámos de cenas e, a meio da tarde, quando me sentei a ler, adormeci. Quando o meu marido me disse qualquer coisa, acordei sem saber que horas seriam pois parecia-me que o sono tinha sido tanto que era bem capaz de já ser de manhã. Afinal não.

E acontece também que continuo capaz de ir já dormir. Mas não posso pois tenho outros temas entre mãos. Meto umas na cabeça e, teimosa como uma burra como sou, não desisto. E o que isto me tem consumido de tempo... E, no entanto, é disto que gosto, de me meter em coisas que não conheço, que se revestem de complexidades que não domino. Gosto de vencer obstáculos mesmo que, como é o caso, seja eu que os erga. 

Mas se calhar não estou a explicar-me bem. Não é que complique coisas de propósito para ter luta. Não. O que quero é fazer coisas que, por serem totalmente novas para mim, me impedem de andar rapidamente e a direito. Tenho que estudar, aprender, testar, ultrapassar os erros, corrigir. E vou em frente, sem desistir. Mas falta-me tempo para outras coisas, claro. Ou isso ou é o tempo que anda a encolher. 

Aliás, hoje estive todo o dia com a impressão que era sábado. E, afinal, amanhã não é domingo. 

A menos que esteja sob efeito do mon chéri. 

quinta-feira, dezembro 26, 2024

O almoço de natal - menu e receitas

 

Estou a ver se não adormeço... Vou ver se consigo manter-me acordada para contar o que foi o almoço de Natal.

Prato de peixe

Como os meninos nunca querem comer peixe no dia de Natal, nomeadamente bacalhau, lembrei-me de inventar qualquer coisa que fosse mais apelativa para eles.

Trouxas de Bacalhau:

Cozi batata doce roxa (que fica negra como breu quando coze e que é deliciosa), batata roxa normal, ovos, couve Pak Choi, bacalhau.

Depois de tudo cozido, tirei as espinhas ao bacalhau, descasquei os ovos, esmaguei tudo com garfo. Numa frigideira, fritei em azeite cebola com uma folha de louro. Quando estava frita, retirei a cebola e o louro e envolvi o puré. Depois temperei com salsa picada e pus um puco de sumo de limão. Envolvi.

Tinha massa folhada rectangular, comprada. Cortei cada rectângulo em quadrados pequenos, talvez de 10 cm de lado. Em cada quadrado pus uma colherada generosa do puré. Fechei a trouxinha. 

Num tabuleiro coloquei azeite e mel. Rebolei lá as trouxinhas. Depois polvilhei bastamente cada uma com sementes de sésamo e sementes de chia.

Rolinhos de salmão

Cozi batata doce cor de laranja, ovo, lombo de salmão. Depois esmaguei tudo e temperei com azeite e limão.

Cortei os rectângulos de massa folhada em rectângulos. Em cada pequeno rectângulo coloquei uma colherada de puré e enrolei. 

Fiz a mesma coisa que às trouxas. Envolvi-as em azeite e mel e polvilhei com as sementes de sésamo e chia.

Entretanto, tinha o forno a aquecer. Com o forno a 170º, introduzi as trouxinhas e os rolinhos. 

Quando estavam tostadinhas, estavam prontas.

Foram servidas com salada de alface e quase funcionou como uma entrada.

Prato de carne

Para carne: Perna de borrego, um peito/entrecosto de borrego, uma peça de entrecosto alto de porco. E uma morcela de arroz e uma alheira.

De véspera preparei uma marinada com cerveja, alhos, pó de pimentão doce, orégãos, tomilho, alecrim, sal, azeite. Num tabuleiro temperei a perna e num outro a peça de entrecosto de porco. Não temperei de véspera o entrecosto de borrego pois, como era baixo, poderia ficar excessivamente impregnado.

Rebolei cada peça na marinada. cada peça tinha levado uns golpes para ficar mais saboroso e para assar melhor. Tapei cada tabuleiro com papel de alumínio e coloquei no frigorífico.

Ontem quando chegámos a casa, seria uma e tal da manhã, o meu marido colocou lenha de azinho no forno de lenha. Como se levanta cedo, lá para as sete e tal, já o forno estava mais ou menos quente, colocou mais lenha para se formar mais fogo e aumentar o calor. E tirou os tabuleiros do frigorífico pois, segundo o meu filho, grande mentor destas incursões gastronómicas, a carne não deveria entrar muito fria no forno.

De manhã, escorri o caldo da marinada para que o sabor não se impusesse demasiado. Temperos puxados não são connosco. 

No tabuleiro maior, coloquei legumes: cebolas grandes, um grande alho francês cortado em bocados, uma beringela, com casca, aberta ao meio, courgettes, cenouras, abóbora em cubos, um ramo de salsa, duas couves pak choi. Ficou completamente cheio. Polvilhei com um pouco de sal. Em cima dessa fofa cama, coloquei a grande perna de borrego.

No outro tabuleiro, também a marinada escorrida, coloquei uma grelha. E a peça de entrecosto ficou alto, na grelha. Cobri ambos com papel de alumínio.

La para as dez e tal, o meu marido empurrou as brasas para o canto e colocou os tabuleiros. 

(Nestes dias é tal a azáfama que não me ocorre fotografar. E depois, quando chegam, é a confusão de sempre e a alegria das trocas de presentes. E, às tantas, já está tudo esfomeado. E, portanto, nunca consigo ter a reportagem do making of nem sequer fotografias do produto final. Por isso, coloco aqui apenas a fotografia da lareira. Lá em cima, a arvorezinha das luzinhas que está por cima. E foi porque a minha filha felizmente fotografou a troca de presentes e o ambiente e eu agora repesquei estas pois, assim como assim, sempre dão alguma cor ao post)

Continuando...

Acompanhamentos

Arroz de forno

Entretanto, numa panela cozi uma perna de frango e um osso de vaca, uma grande cebola, um alho francês, salsa. Sem sal e já explico porquê. A água era o triplo do arroz que ia fazer.

Quando estava tudo cozido, retirei o osso de vaca que era destinado ao cão, para estar entretido. 

Depois desossei a perna de frango e escorri o caldo.

No caldo acima descrito, juntei uns mini-cubinhos de bacon, uns bocadinhos de chouriço de carne alentejana e um pouco de sal. Quando ferveu, juntei o arroz. Antes que estivesse pronto, retirei, coloquei num tabuleiro, cobri com mais cubinhos de bacon e chouriço às rodelas. Um pouco antes de irmos almoçar, foi para o forno de lenha. Nessa altura, em assadores de barro, a morcela de arroz e a alheira foram também para o forno, para estarem na mesa como entrada.

Batatinhas de forno

Cozi, com pele, batatinhas das pequeninas. Quando estavam quase, escorri e coloquei num tabuleiro Temperei com bacon aos cubinhos, sempre pouco, só para dar sabor, um pouco de orégãos e alecrim e azeite. E foi para o forno, neste caso para o forno da cozinha.

Empada de galinha

(Extra)

Foi um extra de última hora. 

Tinha-me sobrado quase um rectângulo de massa folhada fresca. Então, juntei os legumes da cozedura para o caldo do arroz e a carne de galinha desossada, coloquei um pouco de sal, um pouco de hortelã, misturei tudo com um garfo. Coloquei na massa folhada e fechei o rectângulo. Pincelei também com azeite e mel e também coloquei sementes. Ficou uma empada de galinha que também foi aprecada.

Volto às carnes de forno

A meio do processo de confecção, tirámos os tabuleiros para virar a carne ao contrário, voltando a ir para lá. Pincelei com o caldo da marinada e com azeite e mel. 

O processo foi monitorizado. Estaria pronto quando o interior da carne chegasse aos 70º. E só o ficou lá para as 13:30 ou talvez um pouco mais. Ou seja, cerca de 3 horas.

Esqueci-me de falar no entrecosto de borrego. Só foi para o forno já mais para o fim. 

Devo dizer que foi tudo apreciado. 

Sobremesas

Para sobremesa, eu e o meu marido fizemos um doce de abóbora e queijo cottage mas não seguimos exactamente a receita pelo que não ficou extraordinário. Por isso, não o descrevo. Se voltarmos a fazê-lo e resultar bem, depois conto.

A minha filha trouxe um bolo de iogurte que fez com cobertura de chocolate que ficou mesmo bom, um bolo-rei dito da Versalhes (passe a publicidade) e um bolo de limão estrela de natal da Padaria Portuguesa (passe também a publicidade). A minha nora trouxe arroz-doce, sempre uma delícia, umas rabanadas muito boas que fez com a mãe e com a minha neta (mulheres de armas, que dão belas sovas na massa) e ainda bolo-rei. E tinha também doces de ovos e bombons. E, como fruta, um prato com dióspiros às rodelas em volta, com centro de uvas.

Também havia queijos mas, para dizer a verdade, nem lhes toquei...

Vinhos

Aqui receio errar pois é pelouro do meu marido e, sinceramente, não prestei bem atenção. Só bebi o tinto e era muito bom. Tenho ideia que o branco era Burmester e que o tinto era Reguengos Reserva mas se calhar devia confirmar e ser mais específica mas agora não consigo, ele já se retirou. Ainda por cima tem andado um bocado constipado e à noite fica cheio de tosse.

Para quem não bebeu vinho, também havia Pleno (creio que de chá verde e limão) e água....

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E agora já estamos a pensar no repasto para o dia de Ano Novo. E já há algumas sugestões no ar e parecem-me bem. Depois conto. 

Chateia-me um bocado fazer comida só para nós os dois mas adoro fazer comida para muita gente. A rotina maça-me. O que gosto é de confusão, de estar sob stress e de improvisar.

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Claro que, quer antes, quer agora, não consigo deixar de pensar na minha mãe que no ano passado, por esta altura, estava tão mal, internada, com os médicos a dizerem-nos que a situação era terminal, que poderia ir-se de um momento para o outro. Naquela altura, não só a aflição de vê-la tão mal como a inquietação e perturbação por termos descoberto que ela estava tão mal quando já não havia nada a fazer, deixavam-me de rastos. 

Mas a vida é assim mesmo: efémera. Chega a uma altura em que, para uns, se acaba. São lugares comuns, mas é o que é. 

Mas a vida continua para quem cá está. Os miúdos estão felizes da vida, a sua alegria preenche todos os espaços. E o ambiente é harmonioso, afável, todos numa boa onda. Neste nosso primeiro Natal sem ela, hoje não se falou na sua ausência, mas sei que todos, ou quase todos, pensámos na tristeza que foi a sua partida. Mas há que aceitar que não há nada a fazer. A vida continua. E que continue bem e que seja bondosa para todos e que nós, os que estamos cá, saibamos apreciá-la, honrá-la, e saibamos sentir-nos agradecidos por tudo o que ela nos dá. Mesmo que, por vezes, seja ingrata.

E, pronto, já chega de conversa, estou cansada, com sono.

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E dias felizes para todos

quarta-feira, dezembro 25, 2024

Bem... É que hoje é que é mesmo o dia de Natal... Por isso, se calhar hoje é que faz sentido desejar um bom dia de Natal, não é?

 

Sacos para lá, sacos para cá, belos presentes recebidos, uma parte dos presentes já entregues, a ceia de Natal já papada e bem papada, ambiente natalício a preceito, tudo bem decorado e iluminado, e já de volta a casa, daqui a nada são duas da manhã e é agora tempo de pensar no dia de Natal.

Por isso, carne para os assados de amanhã já a marinar (aliás ficou antes de sairmos para a ceia), o forno a lenha já com lenha a arder para amanhã de manhã já estar quente (está o meu marido agora a tratar disso), tudo já mais ou menos encaminhado. 

Vou pôr o despertador para garantir que não há derrapanços. Como é sabido, mal a malta começa a chegar e começa a desenvolver-se aquela dinâmica em que todos têm fome, todos perguntam quando é que se trocam os presentes, em que afinal a mesa ainda não está completamente posta, em que o cão começa a fazer disparates, e em que já nem sei bem a quantas ando, o que não está feito ou a caminho disso acaba por ficar esquecido e só dou por ela quando, ao fim do dia, volto a abrir o frigorífico ou o armário e encontro o que era tão essencial e que, no meio da confusão, passou à história.

Depois logo conto o que vai ser o menu.

E, portanto, é isto. Ainda vou ali dar uma vista de olhos nuns preparativos e depois a ver se não me deito especialmente tarde para daqui a nada estar fresca e com speed para o verdadeiro dia de festa que, para mim, sempre foi, sobretudo, o dia de Natal. 

E, aqui chegada, espero que tenham um dia feliz, se possível passado em família, rodeados de afecto, em ambiente de leveza, harmonia e alegria. E, se não for possível, pois paciência... e bola para a frente.

E, tal como ontem referi, vamo-nos encontrando por aqui, eu escrevendo e partilhando vídeos ou experiências, vocês aí, tendo a paciência de me fazer companhia e dando-me o motivo para que, religiosamente todos os dias, continue a vir dar um arzinho da minha graça.

Um dia feliz! 


Um abraço para todos

terça-feira, dezembro 24, 2024

FELIZ NATAL

 

Tenho andado tão, tão, ocupada e aqui tão absorta a fazer umas cenas que nem dei pelas lindas horas que já são. E esta véspera e este dia não vão ser moleza, já devia era estar na caminha. Nunca mais consigo ser disciplinada. E agora só dei pelas horas porque recebi uma mensagem de boas festas de uma amiga tão noctívaga quanto eu. Estranhei uma mensagem a meio da noite e, quando vi que horas eram, pensei que devia era deixar o post para amanhã. Mas como sou menina trabalhadeira, ciosa das suas responsabilidades, aqui estou. Além disso, fui ver a caixa de correio e tinha imensos mails, alguns de queridíssimos Leitores de quem não tinha notícias há séculos. Não vou conseguir responder nem agora nem esta terça, nem na quarta. Talvez só na quinta, está bem? Não levem a mal, por favor. Mas muiiiiiito obrigada. Terem-se lembrado de mim, toca-me no coração. Juro.

E ainda fui a correr gerar um cartão de boas festas especial para Vossas Senhorias. E para verem como estou despassarada, enganei-me a escrever e pedi para o ChatGPT escrever Natal 2025. Imagine-se. Só quando estava a colocá-lo aqui é que percebi que já ia adiantada de 1 ano. Lá tive que voltar a 'chateá-lo'... E a seguir 'pariu' mais uns quantos mas com as palavras mal escritas. 

Só ao fim de não sei quantas tentativas, quando eu já desesperava, é que me apareceu este, aparentemente escorreito. Cá está ele. Aqui da vossa UJM, um cartãozito de boas festas.

Para todos os que por aqui passam o meu agradecimento pela companhia aí desse lado. E o que vos desejo é que estes sejam dias felizes (e os que se seguem também). Haja saúde, alegria, gosto pela vida. E boa sorte.

Em especial para os que não estão muito bem ou a quem a solidão pesa, daqui vai o meu abraço, as minhas palavras. Estamos cá. Vocês aí desse lado e eu aqui. 

Um abraço a todos. E, uma vez mais, muito obrigada.

segunda-feira, dezembro 23, 2024

Para o Natal, pode ser a mesma coisa que ando a pedir faz tempo e que ainda não tive a sorte de ganhar...

 

Já nem vale a pena falar no consumismo que se nos entranha até à medula e que nos leva a oferecer coisas mesmo a quem não precisa de nada. Isso é mais do que sabido. 

Eu, desde há algum tempo, temo sempre receber coisas desnecessárias. E, ao escrever isto, retomo a ideia de sempre: necessidade, necessidade já não sinto de nada. 

Não quer isto dizer que, quando vou a algum lado, não arranje sempre o que comprar. Tudo o que seja bugiganga inútil, desde que com o seu quê de charme, me entusiasma. Mas já penso sempre: onde é que vou meter isto? E já só trago coisecas que quase não ocupam lugar. E roupa, para que vejam, só coisas mais do que funcionais. No outro dia, quando fui às compras com os rapazes, numa das lojas, vi uma blusinha fininha, para mim, preta, boa para vestir sob qualquer casaco, em qualquer situação. Dava-me jeito. Estava em saldos e custou 9,9€. Fiquei feliz e contente.  

E comprei no supermercado um tabuleiro de ferro fundido para levar ao forno, pesado para caraças, mas muito bonito, um belo encarnado profundo no exterior. Custou vinte e tal euros, e ainda tem uma grelha separada que vai dar jeito para pôr legumes no fundo e a carne em cima. Pensei cá para mim: olha que belo presente que me estou a oferecer. Vim mesmo contente com a beleza daquele tabuleiro. 

De resto, o que gostava mesmo era de ter sempre dias felizes, de viver rodeada de honestidade intectual e moral, de afabilidade, doçura, gestos generosos, sorrisos. Coisas assim. E o que gostaria de poder oferecer a toda a gente era isto mesmo: alegria, motivação, boa disposição, gestos bondosos, esperança em dias melhores. 

Mas, para já, boas intenções à parte, aqui fica o pedido de sempre: a quem não souber o que me oferecer e fizer questão de oferecer mesmo qualquer coisa, pode ser isto que aqui abaixo se refere. Nada de crocodilos, elefantes ou rinocerontes. Só mesmo isto: um hipopótamo.

I Want A Hippopotamus For Christmas - Postmodern Jukebox Cover ft. Lauren Tyler Scott


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Peço desculpa mas ando completamente sem tempo para agradecer pessoalmente os vossos comentários e mails. Leio-os, obviamente, e agradeço-os mas ando totalmente absorvida noutras missões.

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E viva a vida!

domingo, dezembro 22, 2024

Temos que esperar pelo menos uma hora para abusar dela -- disse o marido aos abusadores

 

Hesitei em escrever sobre isto. Nem é o ser chocante. É mesmo a impressão que me faz, uma impressão física. O que sinto é difícil de descrever. Parece que o meu corpo se retrai, se anula. 

É que nem é só o tarado do marido que drogava a mulher e aliciava outros homens para abusarem da mulher, é também os homens, 49 homens que acharam aceitável abusarem de uma mulher inconsciente e que alegaram que tinham o consentimento do marido. Estes 49 homens mais 1, o marido, acharam normal servir-se do corpo de uma mulher inconsciente, sentiram prazer nisso e, pelos vistos, não pensaram que estivessem a fazer nada de mal já que era o marido a convidá-los a servirem-se. 

Há qualquer coisa de demasiado sórdido, de abaixo de humano, de inqualificável à luz da normalidade. E, pelos vistos, eram homens normais, com vidas normais.

Nem vale a pena pregar a dizer que a sociedade está doente. Se calhar é mesmo assim, se calhar uma parte das pessoas têm em si uns genes de sordidez, de imunda e perversa animalidade e é só é preciso que apareça a oportunidade para que ela se manifeste.

Pelo que aqui se vê, há outros sites do mesmo género. Não haverá um único Pelicot. Se calhar, a coberto de uma normalidade que os protege, há mais pelicots estão entre nós.

 Ao não querer um julgamento à porta fechada, ao mostrar o seu rosto ao mundo, Gisele Pelicot teve a coragem de trazer a cobardia e a imundície do marido e dos anormais que a violaram para a luz do dia.

‘We have to wait at least one hour to abuse her’: CNN reveals shocking evidence in mass rape case

In a case that’s horrified France and shocked the world, 49 men are accused of raping Gisele Pelicot after her husband, Dominique Pelicot, allegedly drugged her repeatedly and left her unconscious. The abuse took place over nearly 10 years. CNN has gained exclusive access to a police report containing thousands of messages exchanged by Pelicot and the accused in chatrooms, on Skype and over text, revealing how the alleged crimes could have happened. While the website that Pelicot used to allegedly organize the abuse has been shut down, a CNN investigation has uncovered new forums where rape and sexual abuse are still actively discussed


O amor deles

 

Poderia ter escrito "O nosso amor" mas não quero apropriar-me de um momento tão especial, num lugar tão belo. 

E ele está um gato. Um gato já um pouco usado, dirão as más línguas. Mas há casos em que o uso se traduz numa patine que embeleza as coisas e as pessoas. É o caso. A pinta dele, a forma como se veste, o corte do cabelo... tudo tem tchanam. Até a guitarra às cores condiz com ele e com o lugar.

Giordana Angi - Il Nostro Amore com Sting


sábado, dezembro 21, 2024

Alô, alô Presidente Marcelo Rebelo de Sousa! Vai permitir que o Mentenegro e tutti quanti do mesmo calibre continuem a envergonhar os portugueses, a semear um clima de desconfiança e a enlamear a boa imagem de Portugal?

 

Ontem, pelo que devem ter percebido, não vi televisão nem li notícias. 

Pois bem, eis que hoje, ao conectar-me ao mundo, sou surpreendida com uma imagem infame: não sei quantas pessoas, uma rua inteira, de mãos contra a parede. 

Nojo.

Inaceitável.

Uma vergonha.

Acho bem que a polícia ande na rua a impedir o tráfico e o consumo de droga a céu aberto. Acho que isso deveria ser constante. Constante, repito. Mas de forma discreta. E a par com a garantia de que há lugares para que os consumidores de drogas pesadas possam ser encaminhados para salas de chuto e, desejavelmente, tratados e acompanhados.

De resto, todo o policiamento, seja pelo tráfico de droga, seja pelo furto ou ou por outras práticas indevidas deve ser proporcional às necessidades, discreto, digno, humano. 

O que as imagens demonstram é o oposto de tudo isso. O que as imagens mostram é inaceitável, é uma violência, é um ultraje.

Por ter autorizado e defendido o que se passou, Montenegro devia ser demitido de imediato. É um perigo para o País. Nas mãos desta criatura -- que parece ser excessivamente propensa a fazer coisas estúpidas, socialmente não aceites e humanamente intoleráveis --, este não é o Portugal bom, ameno, feliz, tolerante, inclusivo que conhecemos e amamos. 

Presidente Marcelo, ponho cobro a isto de imediato. 

sexta-feira, dezembro 20, 2024

Aqui a avozinha não foi atropelada por uma rena mas a verdade é que está a modos que lesionada

 

No outro dia doía-me um pé, coisa apenas de um dos lados. Tinha posto umas palmilhas de gel nos sapatos e, como andei no laré durante horas, cá para mim aquele pé estranhou os mimos e deu um ar da sua graça. Por causa dessa dor no pé, passei a andar com ele um bocado de lado. E continuei a fazer a vida normal. Em consequência de andar com o pé de lado, começou a doer-me o peito do pé. Para ver se não forçava o pé, comecei a andar com a perna a modos que esticada, para não fazer trabalhar a articulação do pé. E continuei a fazer a vida normal. Em consequência disso começou a doer-me o joelho. Tentei poupar o joelho até perceber que deveria tomar um anti-inflamatório. Tomei de manhã e deveria tomar ao jantar. Só que, distraída como sou, no fim do jantar, tendo estado na conversa, já não sabia se o tinha tomado ou não. Por via das dúvidas, achei prudente não arriscar e não tomei. Conclusão: no dia seguinte estava pior.

Ontem estive de perna para o ar. Hoje estava melhor pelo que vim cumprir o meu programa que incluiu, de tarde, uma ida às compras com os rapazes num centro comercial. Levei canadianas e estava apalavrado que, se me sentisse a piorar, pedia-se uma cadeira de rodas. Mas, andando lá, achei que não seria necessário. 

Contudo agora, ainda em casa alheia, verifico que o exercício da tarde não foi benéfico para o joelho. Ou seja, estou de novo de perna esticada. 

Isto para dizer que não sei se isto é da idade, se é porque tenho pouco cuidado e exagero em tudo o que faço (o meu marido aposta nesta), a verdade é que agora, nesta altura festiva, sempre com coisas para fazer, esta lesão não dá jeito nenhum.

Mas é o que é. E todos os males fossem estes. Não digo bola para a frente pois, no estado em que estou, acho melhor deixar os futebóis para melhores dias.

De qualquer maneira, já tenho os presentes para toda a gente. Para toda a gente... menos para o meu marido... Não sei o que há de ser, ele não dá uma única ideia, recusa as opções que me ocorrem. Quando me lamento de que não quero chegar ao dia de Natal e não ter uma única coisa para lhe oferecer, diz: 'Deixa estar, eu não mereço...'. Já estive a ver sugestões na Madame Figaro e também não vejo que nada seja adequado. Se alguém tiver alguma ideia, aceito sugestões.

Grandma Got Run Over By A Reindeer - Postmodern Jukebox ft. Sunny Holiday


Dias felizes

quinta-feira, dezembro 19, 2024

Apesar dos tremendos riscos e apesar de ainda não estarmos bem a ver o impacto que vai ter na nossa vida, há que reconhecer que isto é absolutamente extraordinário

 

O ChatGPT é uma preciosa ajuda em tudo e mais alguma coisa e está cada vez melhor. De vez em quando ainda alucina e a gente, quando desconfia ou se quer certificar, deve cruzar informação. Mas na maioria das coisas é uma coisa espantosa. Conversa como uma pessoa, é um manancial infinito e instantâneo de informação. E gera imagens (embora, neste capítulo ainda tenha uma vontade demasiado própria, desobedecendo frequentemente ao que mandamos) e faz trinta por uma linha. Mas, em geral, é precioso.

Por exemplo, agora testei a funcionalidade de o pôr a servir de motor de busca. Ainda nem tinha reparado que já dava para isso.

Perguntei: Quais os possíveis candidatos presidenciais em Portugal?
Dito pelo ChatGPT:
ChatGPT

As eleições presidenciais em Portugal estão previstas para 2026, e diversos nomes têm sido mencionados como potenciais candidatos. Embora as candidaturas oficiais ainda não tenham sido formalizadas, os seguintes indivíduos têm sido destacados:

Candidatos Declarados:

  • Tim Vieira: Empresário e investidor conhecido pela sua participação no programa de televisão "Shark Tank". Anunciou a sua candidatura a 31 de agosto de 2023.

  • Joana Amaral Dias: Psicóloga, comentadora política e ex-deputada. Recebeu o apoio do partido ADN para a sua candidatura, anunciada a 18 de dezembro de 2024.

Candidatos Prováveis ou com Interesse Manifestado:

  • André Ventura: Líder do partido CHEGA e deputado desde 2019. Indicou que poderá anunciar a sua candidatura até março de 2025.

  • Henrique Gouveia e Melo: Almirante e atual Chefe do Estado-Maior da Armada. Ganhou destaque como coordenador da task force de vacinação contra a COVID-19. É apontado como potencial candidato, com possível anúncio em março de 2025.

  • Luís Marques Mendes: Ex-líder do PSD e atual comentador político. Admitiu a possibilidade de se candidatar, com uma decisão esperada nos próximos meses.

  • Paulo Raimundo: Secretário-geral do Partido Comunista Português (PCP) desde 2022. Não descartou a possibilidade de se candidatar às eleições presidenciais.

  • José Pedro Aguiar-Branco: Presidente da Assembleia da República desde 2024 e ex-ministro. É mencionado como potencial candidato presidencial.

Outros Nomes Mencionados:

  • Pedro Passos Coelho: Ex-primeiro-ministro e ex-líder do PSD. Tem sido apontado em sondagens como um dos preferidos para a presidência, embora não tenha confirmado intenção de candidatura.

  • António Guterres: Secretário-geral das Nações Unidas e ex-primeiro-ministro. Também mencionado em sondagens como potencial candidato, sem confirmação oficial.

É importante notar que, até ao momento, as candidaturas oficiais ainda não foram formalizadas, e o panorama político poderá evoluir à medida que nos aproximamos das eleições.

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Ou seja, varre a internet e sistematiza a resposta de forma organizada. E cita a fonte.

E não é só o ChatGPT, é tudo o que por aí anda que gera conversas com a voz de pessoas, gera vídeos bastante credíveis com gente que já morreu há que anos e um dia a gente não vai saber o que é verdade ou mentira, o que é certo ou errado. Mas, pensamentos peregrinos à parte, que o tempo não está para isso, achei piada a este vídeo. É pacífico, inócuo. Mas tem graça.

Trump and Peanut the Squirrel SAVE THE DAY

What happens when Donald Trump befriends a squirrel and it all goes nuts? Watch as the president embarks on the greatest rescue mission of all time with the help of his elite raccoon squad and a new ally, Peanut the squirrel. From chess games in the park to high-stakes action sequences, this parody short film takes you on a wild ride filled with strategy sessions over McDonald's fries and epic teamwork. Will they restore peace to the park? You don’t want to miss this one, folks—believe me! 🐿️🍟🔥

How this content was made: Altered or synthetic content

Sound or visuals were significantly edited or digitally generated. 


Uma coisa é certa: os tipos incrivelmente maus são uma permanente fonte de inspiração

 

Já aqui não tinha o Randy Rainbow há imenso tempo. Agora, de papinho cheio, eis que cá está ele  com muito com que gozar:

quarta-feira, dezembro 18, 2024

Uma loura de 35 anos e uma morena de 52 encontram-se.
Depois tiram as meias e brincam dentro de cálices de água (espero que quentinha):
qual a mais sexy?

 

Não vos digo nem vos conto. Ando aqui numa fona que me tem ocupado de sol a sol e para além disso (ou seja, o sol põe-se -- o que não é difícil pois anoitece a meio da tarde -- e continuo até às quinhentas). Forçosamente tem-me faltado tempo para o resto. Tinha resolvido que entre domingo à noite e amanhã à noite ia estar concentrada nisso. Na quinta-feira tenho um programa compacto e, por isso, o que tenho a fazer tem que ser até amanhã. Claro que a seguir às festas ainda é dia, há mais que tempo. Mas eu sou de despachar tudo o que meto na cabeça para depois me atirar ao que se segue.

Mas, afinal, amanhã também já não vou poder estar focada no meu assunto pois o meu filho já arranjou maneira de nos meter em trabalhos. Quando perguntou o que é que nós estávamos a pensar fazer para o almoço de Natal, falei-lhe no que estava a pensar como prato de peixe e como prato de carne. Para o peixe estou a pensar inventar uma coisa, que nunca fiz, que não faço ideia se já alguém fez alguma coisa assim, e para prato de carne algo mais banal. O meu filho disse que para o prato peixe lhe parecia bem mas, para carne, achava que deveríamos fazer uma coisa mais tradicional, a saber, um assado em forno de lenha. Quer eu quer o meu marido, ao pensarmos no produto final, ficámos tentados. Mas agora estamos apreensivos. Primeiro, já vi que a lenha boa para o efeito não pode ser pinheiro que é o que temos cá. Teremos que ir comprar azinho ou carvalho ou oliveira e só espero que não tenhamos que dar a volta ao bilhar grande para descobrir. Também temos que ir ao talho encomendar o que queremos pois não podemos correr o risco de chegar à véspera e o talho não ter. Mas o que nos preocupa é que, desde que para cá viemos, nunca usámos o forno de lenha. Mesmo no campo, onde temos um forno destes, há anos que não usamos. É uma trabalheira: horas para a lenha pegar e aquecer o forno, depois horas para a carne lá cozinhar. Ora quando temos que garantir que por volta da uma ou duas da tarde tem que estar tudo bem cozinhado, a que horas teremos que nos levantar para dar início à faena? Não vou levantar-me às seis da manhã... Teria que ser o meu marido. Mas é violento. O meu filho falou em deixarmos a carne a cozinhar durante a noite. Mas na véspera só cá devemos chegar lá para a uma e tal (ou seja, já no dia 25) e se nos vamos pôr a atear a lenha, teríamos que nos levantar lá para as quatro para colocar os tabuleiros com as carnes. Também não dá. Ou seja, não estou ainda a ver como vou desembrulhar esta.

Mas isto para dizer que amanhã não vou conseguir estar o dia inteiro a estudar e a testar e a tentar aquilo que agora meti na cabeça fazer. Por isso, mal acabe de escrever isto, vou-me atirar de novo.

Não tenho conseguido responder a comentários nem responder a mails pois estes dias estão curtos demais para a dimensão da minha ignorância e da minha inexperiência. Não levem a mal mas isto é mesmo uma enorme falta de tempo.

Por isso, também não vou comentar nada sobre actualidades ou desactualidades. Estou numa de 'me dá igual'. A minha cabeça está noutro lado e só tenho uma, não consigo que ela esteja ali e aqui e acoli ao mesmo tempo.

Por isso, deixo-vos com duas beldades. Uma é loura e oura é morena. Taylor Swift e Dita Von Teese. Da segunda já não falo aqui há algum tempo mas acho-a o máximo. É a rainha do burlesco, género que makes my days

Bejeweled (Behind the Scenes with Dita Von Teese)

E aqui o produto final:

Um dia feliz a todos!

terça-feira, dezembro 17, 2024

Uma quase distopia ou nem por isso...?

 

Drones não identicados a sobrevoar os céus em 8 estados dos States, a Cristina Ferreira a fazer anúncios a tudo e mais alguma coisa, incluindo a jogo e a apostas, as televisões todas a falar do Almirante e das presidenciais quando falta mais de um ano para as eleições e a malta (a malta real, o povo), para já, se está nas tintas para isso, a ministra Ana Paula, que costuma destratar tudo e todos, na televisão com um sorriso afivelado a demonstrar que agora a amestraram para rir, perguntassem-lhe o que perguntassem, para ver se a gente se esquece de como ela é na realidade. Umas atrás de outras.

Um mundo de patas para o ar, um planeta a voar às arrecuas aí pelos universos, um mundo piroso, em que o nonsense parece estar a normalizar-se.

Por isso, com vossa licença, vou voltar para a minha vidinha.

Do melhor que há

 

José Simões, o autor do fantástico Der Terrorist, é um certeiro atirador. Não falha um alvo. Está sempre atento e, quando atira, é a matar. Não se perde, não precisa de muitas palavras, não faz rodeios nem se prende com delicadezas: não senhor, vai direito ao ponto.

E tem uma graça suplementar: ilustra o 'tiro' com imagens extraordinárias. Uma vez são imagens insólitas, muitas vezes divertidas, outras desgraçadamente tristes.

A mensagem a que hoje me refiro tem a ver com o Marques Mendes

Ontem tentei ver o dito Conselheiro de Estado, putativo candidato a menino de Belém, mas o nível de sonsice era tal que que fugi. Está cada vez mais manhoso, sempre com aquele sorriso de coisa fofa, mas sempre a manipular a conversa a favor do Governo. Diga o que disser, a conversa é sempre encaminhada para parecer que as nódoas do Governo são umas águias e que os críticos são mal intencionados. Julga ele que somos todos uns papalvos. Não somos.

Mas, dizia eu, a imagem que o Der Terrorist escolheu para ilustrar o verdadeiro artista é de gritos. Não sei como é que ele faz para as desencantar mas parece que as palavras que escolhe para as encontrar levam-no a imagens extraordinárias.

segunda-feira, dezembro 16, 2024

Uma questão de ménage

 

Vou tendo notícias dos meus amigos e vou constatando o óbvio. E só não digo o óbvio ululante porque prefiro não me esticar no vocabulário. Vou manter-me comezinha. E não é que goste particularmente de me ver aqui comezinha mas foi o que me ocorreu. E o óbvio que vou constatando é que hoje é um que tem uma coisa, depois é outro de quem andávamos sem saber e que, afinal, teve uma cena e está internado, num outro dia é uma que é operada às cataratas, e depois é alguém que conta que vai começar a fazer tratamentos. E já nem falo na tristeza que é quando a gente se lembra de alguém de quem já não sabe há algum tempo e aparece alguém que diz, com ar compungido que essa pessoa, infelizmente, já cá não está. Pois é. Não vamos todos chegar aos 120 nem vamos todos de viagem no mesmo dia. Haveremos de ir aos poucos. Mas, felizmente, a maioria ainda está na boa. Mas isto de estar na 'boa' é relativo pois a verdade é que quando não dói aqui, dói ali. Claro que há dias em que não dói nada. Ou, então, dói um bocadinho e a gente cagua nisso (calma, comezinha me mantenho: educadamente interpus um u entre o g e o a -- ah, que sopinha de letras mais gira...).

Como hoje andava a doer-me um bocado o pé, o meu filho disse que eu deveria era fazer mais exercício, que cada vez lê em mais sítios que a massa muscular é fundamental. Não tenho ido fazer deep mix pois estou cada vez mais avessa a compromissos e a horários. Mas, se calhar, tenho que fazer mais do que caminhadas. A lida da casa não é suficiente para não perder massa muscular. 

E, agora que falo em lida da casa, fico a pensar em que mais é que poderei fazer que me fortaleça os músculos. Uma das coisas que me parece que é boa para os braços é varrer. E com aquela coisa que não é ancinho mas que também não é vassoura, raspo a terra onde a relva seca, e isso requer força. E ando com regadores de água. E gosto de lavar coisas. Mas passar a ferro, que também deve dar músculo, praticamente é coisa que já não se pratica cá em casa. E limpar o pó odeio. Mas isso não deve fazer nada à massa muscular. Andar a lavar casas de banho, o chão, roupa, tudo isso é bom para mim. Mas peçam-me para limpar o pó e fico doente. É que para limpar o pó sou meticulosa, reentrância a reentrância, por baixo, por trás, as pernas das cadeiras, das mesas, as traves. Tudo, coisinha a coisinha. E, por isso, levo horas. E odeio, odeio gastar horas de vida com uma tarefa tão sem graça.

Talvez por isso, quando chego a qualquer lado, uma das coisas em que reparo é se é fácil de limpar. No verão estive na casa de uma amiga onde ainda não tinha ido. Estupidamente em vez de louvar a graça dos objectos, o ambiente acolhedor ou a beleza das pinturas, o que me saiu foi: 'Limpar esta tua casa deve ser uma trabalheira...'. Ela riu-se. Acho que nunca tinha pensado nisso. Respondeu: 'Não sei, é a minha empregada que trata de tudo. Desde que me reformei só lhe peço é que não ande com os tarecos à volta enquanto eu estiver a dormir.'

Por exemplo, ao ver a casa aqui abaixo, sem dúvida uma casa fantástica, ainda por cima principescamente decorada para esta época festiva, o que penso é que é casa em que eu não poderia viver: ou teria que andar lá sempre gente a cirandar e a limpar ou, então, aquilo deveria estar sempre carregadinho de pó.

Mas vejam. E inspirem-se.

Inside Richard E. Grant’s Georgian House at Christmas | Design Notes

Richard E. Grant welcomes us into his London home at Christmas. Filled with an abundance of treasures, Richard’s house sits within a walled garden littered with the dark foliage of evergreen topiary and ivy-clad trees, all providing an atmospheric backdrop for the attractive façade of his Georgian house.

“It looks like something that, I suppose, I have fantasised about living in since I was a little boy,” says the Saltburn actor as he sits in the drawing room of his rectory. Watch the full episode of ‘Design Notes’ as we tour Richard E. Grant’s house in Richmond, which has been given a maximalist boost of lavish Christmas decorations for the festive season.


E uma boa semana para todos

domingo, dezembro 15, 2024

O tocante e digno testemunho de uma mulher sozinha

 

Passei todo o dia num virote. 

Os meninos não dão tréguas. Em especial, ela que que é toda líder, toda voluntarista e determinada, logo que chegou anunciou que vinha tratar das decorações de Natal, dentro e fora de casa. Foi ela para a cave e foi de lá trazendo caixas e baús. 

E foi buscar o escadote e depois, claro, precisou de ajudantes.

E desencantou pais-natais de que se lembrava de, quando era pequena, ver na nossa outra casa, bonecada de que eu já nem me lembrava. 

Mas ela estava feliz pois o rever estes enfeites despertou nela uma certa nostalgia. 

E contou a toda a gente, inclusivamente por telefonema, que tinha descoberto os pais-natais da outra casa, e adorou também encontrar as bolas grandes que ultimamente não tinham saído à cena.

E agora há bolas numa árvore, fitas noutras, uma coroa natalícia num portão e um laço no outro. E há de tudo um pouco e a casa está alegre e festiva, com luzinhas que são uma graça.

E para o jantar anunciou que ia fazer cebola caramelizada para pôr por cima dos hambúrgueres e, sozinha, cortou cebola, muniu-se de ingredientes e fez o que eu não sabia que se fazia assim: com manteiga, açúcar mascavado, vinagre balsâmico. E ficou espetacular. E ajudou a rechear os hambúrgueres feitos à mão com queijo da ilha ralado. Isto com o cão a chatear e a ter que ser posto fora da cozinha.

E depois de ter tomado banho, pediu para lhe secar o cabelo, coisa que faço de gosto e que sempre acorda em mim o gosto de ser cabeleireira.

Os rapazes estiveram mais sossegados, a guardarem-se para atacar à hora das refeições.

Agora já dormem pois amanhã dois deles têm programa bem cedo. E ao almoço já cá estão de volta, desta vez também com os pais. 

E se agora conto isto é porque esta é a minha realidade, diametralmente oposta à de Jenny Jackson. 

Esta mulher já apareceu noutros vídeos desta série e sempre me espanto com a sua franqueza, com a sua incrível humildade e, ao mesmo tempo, orgulho e dignidade. Vive sozinha. Habitou-se a viver sozinha. Gosta de viver assim. Sente-se independente. Mas, ao ficar com muitas dores nas costas, agora que a idade já avançou um pouco mais, sentiu que precisava de ajuda. A forma como ela fala disso, tão sincera, tão espontânea, é tocante.

O vídeo é, em minha opinião um testemunho fantástico, e talvez nos ajude a perceber como podemos ajudar os que estão sozinhos e têm receio de perder a sua independência (ou a sua dignidade) caso peçam ajuda.

Está legendado de origem em português pelo que se vê (e ouve) lindamente.

I OWE you my LIFE

There comes a moment in every life when the weight we carry feels too great to bear alone. In these moments, a choice appears: to keep struggling in silence or to open ourselves to the strength and kindness of others.

This story is about that choice — a journey of discovering the beauty in being vulnerable, and in finding that this simple act can transform not just ourselves but those who stand ready to help.

It’s not easy to let go of the walls we build to protect our independence, but when we do, something remarkable happens. Bonds, delicate yet enduring, can be forged; a quiet, gentle exchange of giving and receiving becomes a shared act of humanity, binding us ever closer to one another and reminding us that we are not alone.

Featuring Jenny Jackson.

Filmed in Hermanus, South Africa.


This is the fifth film that we have made together with Jenny.  If you've missed the others, you can see them here: