Mostrar mensagens com a etiqueta Cristiano Ronaldo. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Cristiano Ronaldo. Mostrar todas as mensagens

sábado, julho 06, 2024

Biden, CR7

 

Não deveriam desbaratar o capital de mérito justamente adquirido ao longo de uma meritória carreira nem deveriam deixar que a sua performance, já inferior devido ao desgaste (nomeadamente o que deriva da idade), prejudique o todo no qual estão envolvidos.

-----------------------------

President Joe Biden sits down with ABC News for first TV interview since debate


quarta-feira, janeiro 04, 2023

Cristiano Ronaldo, o novo caga-milhões, e a sua Georgina do rabo alçado foram apresentados aos adeptos do Al Nassr e o CR7 teve oportunidade de explicar ao mundo que é único pelo que não o espanta que o contrato tenha sido único.
Muito bem.

 

Não sou de futebóis pelo que não faço ideia se o Ronaldo ainda joga alguma coisa, se tem a mania que é um astro e, qual eucalipto, seca tudo à sua volta, se quê. Não sei. 

Mas sei, do que se lê, que tem um fortuna imensa, milhões e milhões, casas de luxo por todo o lado, dezenas de carros topíssimo de gama, luxo absoluto sobre rodas, hotéis... etc. Uma fortuníssima que chega para ele, para a Georgina, para os filhos, para as manas Katia e Elma Aveiro, para o mano Hugo, para mamãe Dolores, respectiv@s companheir@s e demais família e que, se bem gerida, dará para as próximas dez gerações. 

E os rendimentos não são apenas os do futebol. São os contratos de publicidade, é o merchandising, são os direitos de imagem, são as receitas das suas empresas, são os rendimentos das aplicações e sei lá que mais.

Quem tem tanto não sei se precisa de mais. Não sei. Diria que não. Mas quem sou eu para saber coisas desta? Também não sei, em particular, se precisa de ir viver e trabalhar na Arábia Saudita, um país como a Arábia Saudita (e escuso-me de falar nos hábitos e nas práticas sociais deste país). Não sei mesmo.

O que sei é que, depois de se ter portado como um prima donna nos últimos tempos, eis que vai ganhar mais umas centenas de milhões para um lugar como aqueles. 

[Muito sinceramente, não sei se o dinheiro justifica tudo, em especial para quem já o tem de sobra -- mas a minha realidade está nos antípodas dele pelo que não poderia esperar que nos regêssemos pelos mesmos princípios e prioridades).

Há dias, a mulher ofereceu-lhe um Rolls-Royce que vale umas centenas de milhões de euros. Mais um.

Vinha com laço, o carro, e todos se fizeram fotografar ao lado do natalício presente para que o mundo pudesse ver a generosidade da Georgina.

A mesma Georgina que se fez fotografar numa cama redonda quase king size com a filha Alana. 

Nada de mais não fora a coisa dar-se dentro do jacto privado do marido. Tal como foi noutro spot do jactinho que se fez fotografar de gorro, ténis, casaco de pele, joia ao pescoço e carteira igualmente topo de gama, tudo marcas que representa.

E isto para dizer que, em minha opinião, quer Cristiano Ronaldo, quer Georgina já não são eles, são um mero mostruário de marcas, despersonalizaram-me, são, na verdade, a mais pura encarnação da ambição desmedida por mais dinheiro. 

Agora, sendo isto verdade (e não creio que possa ser negado), qual a razão para a comunicação social portuguesa fazer tamanha cobertura dos passos do CR7, pôr tantos comentadores a debater as suas razões, os seus estados de alma? 

Ganhou muitos prémios, é certo, é (ou foi) um grande jogador -- disso não há dúvida. Mas as suas birras, a forma algo descompensada como agiu no último campeonato, a gabarolice que agora parece exibir ao declarar-se como 'único' e como veículo de uma mudança de imagem da Arábia Saudita, a ostentação quase obscena que alardeia e a maneira como quer acabar a sua carreira, sobrevalorizando os milhões de que parece doentiamente sedento, deixam muito a desejar. 

E creio que a comunicação social melhor faria se percebesse o ridículo de que se cobre ao continuar a endeusar a marca CR7.

domingo, dezembro 11, 2022

Fim de ciclo para Cristiano Ronaldo? Fim de ciclo para Fernando Santos? Qual o verdadeiro significado das palavras da Georgina? A culpa foi do árbitro argentino ou da falta de estratégia do Engenheiro?

 

Pois, não sei. Deixo as prementes dúvidas para os entendidos que, neste momento, enxameiam os balcões televisivos onde se serve comentário a copo. 

A única coisa que posso acrescentar é que almocei durante a primeira parte pelo que não estive concentrada e, durante a segunda, lamentavelmente adormeci.

Acordei em plena revoada comentadeira, meio mundo babando perante a possibilidade do fim do CR7 e do palestrante e autoproclamado católico Engenheiro e o outro meio em torno das bocas do georgino rabo falante. Perante isso, batatas.

terça-feira, novembro 15, 2022

WTF...?

 

Só mesmo isto hoje para me arrebitar. Que coisa insólita. Nem sei que diga. 

(Refiro-me ao vídeo que abaixo poderão ver.)

E falo em arrebitar-me porque uma reunião de mais de cinco horas corridas é daquelas para as quais já me é necessário algum fôlego. E quando acaba às oito da noite... e quando eu estava convencida que lá para as cinco estava despachada... caneco... Acabei mesmo estafada. Ainda por cima, estava na reunião e a receber mensagens e telefonemas. Por isso, sabia que depois dela ainda tinha chamadas para fazer. Enfim. Acabei de jantar às dez e tal. 

É certo que a bolinha azul flutuando aí pelos ares está cada vez mais carregada de bicheza humana, parece que já vai em mais de oito mil milhões, uma cambada que tende a dar cabo de tudo em que toca. E nuns sítios a maltinha parece que brota dos poros uns dos outros e noutros é quase tudo já malta entrada e crianças é só na base do lá vai um. E nuns lugares chove que deus a dá e há vendavais que levam tudo pelos ares e noutros passam-se temporadas em que não cai uma pinga de água e onde tudo arde que é uma tristeza. Mas hoje não estou com fôlego para me afoitar por ecologias, antropologias, geografias ou outras coisias acabadas em ias.

E é também certo que o Cristiano Ronaldo, uma figura quase tão importante no nosso país como a Nossa Senhora aparecida sobre a azinheira, deu uma entrevista em que se queixou de tudo e mais alguma coisa, desde o treinador ao jacuzzi. Mas, tenho que confessar, não vi, não li sobre e nem sequer sei se Marcelo já se pronunciou. Nem sei o que as manas Cátia & Elma e mamãe Dolores tiveram a opinar. Portanto, embora reconheça a galáctica importância do tema, vou ter que deixar passar.

E parece que as big não sei das quantas, todas as high tech e os escambaus, está tudo a dar mostras de querer virar-se de pernas para o ar, tudo a despedir aos milhares, tudo a tremelicar: Twitter, Facebook, agora a Amazon. Certo que milhares na Amazon é coisa nenhuma e é também certo que o Bezzos anunciou que vai desfazer-se de grande parte da fortuna para apoiar isto do clima e mais não sei o quê. Mas também as crypto coisas estão a derrapar e tudo isso que estava por aí a bombar parece que se calhar tem um bocadinho de pés de barro, essas coisas que não se sabe bem a que é que correspondem na vida real, e, por isso, estou aqui ao lado a olhar para tudo isto e a pensar que não sei se é grave ou se deixá-los lá estar. E o pior é que nem pingo de fôlego para ir tentar descobrir o que se passa. Estou mais naquela: que se lixe. Que é como quem diz: que se f... QSF.

E, neste enquadramento, há um tema no qual me dá para me deter mas não para tentar perceber. Tudo naquela base.

What the f@ck? Mas que raio deu nele? Mudou de sindicato? Fartou-se do Bond que existia nele? Pois não sei. Mas que é do caraças é. 

E eu adorei. Of course, né? Tudo o que é meio amalucado me atrai.

Belvedere Presents Daniel Craig, Directed by Taika Waititi: Director’s Cut

Belvedere Vodka reveals a monumental campaign featuring critically acclaimed actor, Daniel Craig, as he has never been seen before. Directed by Academy Award-winning filmmaker Taika Waititi, the unexpected, fun and inspired collaboration, showcases Craig’s talent to surprise and innovate.

Courageous in spirit with a warmly rebellious energy, the campaign unites an exceptional community of collaborators. Craig has been skillfully and humorously choreographed by celebrated choreographer JaQuel Knight, to an original track written and performed by global superstars Rita Ora and Giggs and produced by hitmakers Invisible Men, Bandits and Hungry Man. The accompanying campaign stills were photographed by the iconic Juergen Teller, in the same suite that sets the scene of the movie’s grand finale whilst Christine Centenera, has styled the shoot with a clean, modern edge.


No time for tonic: Daniel Craig shows Bonds just wanna have fun

_______________________________

Um dia bom
Saúde. Boa onda. Paz.

sábado, agosto 07, 2021

Nestes Jogos Olímpicos, a propósito do desempenho masculino, volto àquilo do sexo bem aviado

 

Aviso: se calhar este post é politicamente pouco correcto. Podia disfarçar e, em minha defesa, dizer que isto não é de mim, que é da silly season. Mas, está bem, está, me engana que eu gosto.

Este post é o que é porque sim, sem mais explicações. Mas, ainda assim, tenho que informar que:

  • Este post não fala do Medina e do Trocos, nem sobre a indigência de o Trocos andar a copiar os cartazes do Medina nem sobre o nonsense de andar a agourar pouca sorte aos lisboetas prometendo-lhes sangue, suor e lágrimas.  

  • Também não fala da opinião de Marcelo, Professor em Infecciologia, sobre a vacina para crianças, ao antecipar-se aos estudos dos especialistas, mostrando que lhe está na massa do sangue opinar sobre tudo nem que seja na base da fezada. 

  • Nem fala das garantias que Vieira apresentou para poder ir à rua, antes tão poderoso, todos a lamberem-lhe o rabo, e agora, sozinho, a fazer contas para ver se o super-alex o deixa pôr o pé fora de casa.  

  • Também não fala na minha incompreensão sobre a marcha, um desporto que me parece quase maluqueira dos Monty Python, uma coisa que mais parece uma cena de passos amalucados a fingirem que querem mas não querem correr, agarrem-me se não eu corro.  

  • Também não fala das dietas de verão nem dos cuidados de saúde a ter em tempos de sol.  

  • E, obviamente, muito menos este post fala da pressão que dizem que os desesperados  e os brincalhões andam a fazer sobre o Rangel -- essa águia, esse leão, essa fera, esse macaco de rabo pelado, esse gato, esse galaroz, esse falcão, esse potro, esse ursinho peludo, essa coisa fofa -- para que dispute a liderança do PSD ao mangas-de-alpaca.  

  • Ná. Este post não fala de nada desses temas interessantes e politicamente aceitáveis.

Tenho a impressão que se fosse um homem a fazer um post assim, como este, toda a gente lhe cairia em cima a pés juntos. Chamá-lo-iam de machista para baixo. Para baixo ou para cima. Por isso, não sei se, ao fazer eu este post, terei direito a ser chamada de feminista. Se tiver, também está certo. Não ligo a rótulos: que ponham os que quiserem. 

A questão é que, nestes inícios de Agosto, abro os onlines e há uma coisa que me salta à vista. E isto sendo eu míope, faria se não fosse.

No outro dia estava a escrever que o título era só para chamar a atenção para a biografia e a pensar que está bem, abelha, engana quem quiseres, ó Ujota Emezinha, que a mim não me enganas tu. Se fosse sincera, o que teria escrito é que 'o título, na componente do sexo bem aviado, claro que tem a ver com a justa medalha atribuída ao Pichardo'. 

Ó Pichardo
Que a lavas no rio
Com um pé em cada margem
Salta este desafio
Carregadinho de vantagem
[Amofinado]

Talvez até acrescentasse 'curioso nome, este' ou, ainda, 'Pichardo -- what's in a name'. Mas, pronto, nesse dia contive-me. O tema era o de louvar a biografia do Cardoso Pires bem como o biógrafo e o biografado, não ia pôr-me a ser parva.

Ora hoje, já imbuída no indecente espírito do fim de semana, deixo-me de coisas e olho para o que está bem à vista. Bom... 'bem à vista' é uma maneira de dizer que também não exageremos. Aliás, aquela moda de se querer que as raparigas usem roupa bem curta e bem reveladora nos desportos de praia deveria estender-se aos homens, seja em que desporto for. Não uns bem comportados calções de lycra mas uns shorts bem shortinhos. Em tom nude, para quase parecer que o 'bem à vista' não é completamente uma metáfora.

Agora acho que, assim como assim, deveria haver um protocolo, alguma homogeneidade. É que isto de uns usarem tshirt por cima, outros a esconderem não se percebe bem onde, uns a guinarem para a direita, outros para a esquerda, é algo desestabilizador. A gente quer apreciar os dotes desportivos e, mesmo sem querer, põe-se a apreciar os dons ocultos ou, como soe dizer-se, as soft skills. Bem, não sei se tão soft assim (and, of course, the pun is intended)


_______________________________

Bem, para me redimir, vou aqui ouvir uns meninos a cantarem um belo canto gregoriano. Ouço isto e fico logo santificada. Claro que melhor seria se, em vez de estarem de vestidinho até aos pés, também estivessem com uma reveladora lycrazinha. Mas, enfim, quem nos garante que o não estão? Quiçá, mesmo, sem qualquer underware. Quem é que diz que isso é exclusivo da Sharon Stone? 


Ámen!

__________________________________________________

Desejo-vos um dia feliz.
Saúde. Risota. Afecto.

_________________________________________________

A pedido de quem, em comentário abaixo, sugeriu que aqui tivesse o CR7 a ombrear com os supra olímpicos, aqui está ele


E o que, neste caso, posso dizer é que isto não me parece normal
(mas, neste caso, acho que o 'artista' é que deve ter um grande pénis dentro da cabeça para lhe dar para um empolamento destes)

quinta-feira, outubro 15, 2020

CR7, a Covid e a maior fraude de que Katia Aveiro ouviu falar.
[O que diz a mana, essa grande especialista em saúde pública, sobre a problenáutica]

 

Não frequento mas, hoje ao fim da tarde, ao telefone, disse-me a minha filha, indignada, que não se falava noutra coisa: Katia Aveiro teria dito que a covid é uma fraude, que está a assistir à maior fraude da vida dela, que 'andam' a fazer do mundo fantoche... e outras revelações bombásticas. As aspas são minhas pois não sei a quem ela se refere. 
Andam? Quem? A Organização Mundial de Saúde? As estatísticas? Não faço ideia. 
Segundo ela, o bom estado físico do mano comprovaria as suas teses. Nem mais. Gente esperta é assim: não têm dúvidas, sabem sempre mais do que os outros e, sem hesitação, apregoam aos sete ventos como é que é.

Ao ouvir a revelação, desvalorizei: mas quem é que quer saber do que a Katia Aveiro diz? E pensei: pelo amor da santa. Responde-me a minha filha: tem um milhão de seguidores. 

Como é óbvio, fiquei estupefacta. Um milhão de pessoas seguem 'a mensagem' da Katia Aveiro...?!? 

Ah... os seguidores, essa turba que se desloca em bando atrás de uns e outros... Ah as redes sociais, esse novo palco onde, para muita gente, a verdadeira vida se desenrola. Para essa boa gente deve ser isso a democracia: qualquer um bolsa o que lhe dá na real gana que há sempre um parvo para lamber o bolsado e aplaudir, achando que é do melhor que há. Like, like, like. Ah... tão bom receber feedback, receber afecto, tão bom ter bué de amigos, tão bom receber likes

E eu, sobre isso, passada o primeiro impacto, de espanto, só tenho a dizer que não me parece que seja grave que a Katia Aveiro diga tais baboseiras, revelando aquilo que é, uma nouvelle bronca. Uma bronca pouco mal fará à humanidade, em especial se for a única. 

A guru acredita que o corona é tipo mosca que mal não faz, quanto muito apenas chateia? Acha que isto é tudo um exagero e que mais morto, menos morto é para o lado em que dorme melhor? Acredita que a terra é plana? Um rectângulo flutuante no universo, uma espécie de tapete voador? Acredita que não houve evolução de espécies coisíssima nenhuma? Que foi deus nosso senhor que, com uma varinha mágica, foi fazendo aparecer a bicheza que existe, incluindo um adão e uma eva que, quais coelhos biónicos, povoaram a terra de lés a lés? 

Deixá-la. Coitada. Não há um de pele cor-de-laranja, lá do outro lado do oceano, que com essa mesma mentalidadezinha chegou a Potus? Pois, então.

Grave, grave é outra coisa. Grave é haver um milhão de broncos a seguirem-na. Isso sim, caraças.

Deve ser este milhão de potenciais votantes que são um perigo: podem votar em qualquer avantesma que se apresente a votos e, com esse seu voto, legitimar a subida do estafermo ao poder. São estes dez por cento da população que fazem variar o fiel da balança, ora para o lado certo ora para a desgraça, o futuro de todos sempre no fio da navalha, sempre na corda bamba. A democracia, ao depender de tanta gente bronca, é como um edifício assente em estacas em terreno de areais movediças. Um edifício frágil, muito frágil

---------------------------------------------------------------------------------------------

Mas vou ficar aqui a dissertar sobre as katias aveiros deste mundo...? É o vais...

Que entre a maltinha a bailar segundo uma coreografia de Michael Clark a ver se a gente se anima a festejar a alegria e a saudável e inofensiva insolência

________________

E um bom dia a todos!

sexta-feira, outubro 05, 2018

CR7 - O início da descida aos infernos?


Nisto do Cristiano Ronaldo com Kathryn Mayorga há várias coisas que me incomodam, muitas, e nem vou aqui pôr-me a enumerá-las. Li os artigos do Der Spiegel e fiquei com uma ideia diferente da que tinha ao ouvir as notícias resumidas das televisões e as gordas dos jornais. Tenho agora a ideia de que pode vir por aí uma descida aos infernos para o melhor do mundo, o nosso CR7. 

O ter sido retirado da homepage de um reputado site, as preocupações manifestadas pela Nike e pela organização Save the Children são talvez o mote do que está para vir. 

O mundo do mediatismo (em especial, do mediatismo como fora de negócio) é perverso, pouco contemporizador, pouco paciente, muito ingrato. Facilmente se predispõem a pagar milhões e, com a mesma facilidade, de um dia para o outro, se determinam a retirá-los. Os contratos acautelam situações como as que Cristiano Ronaldo está a viver. Com sérias acusações de violação e pagamento pelo silêncio após a alegada vítima ter apresentado queixa na justiça, CR7 não apenas vê a sua imagem afectada por pesados danos reputacionais como a sua carreira profissional enfrenta sérios riscos. CR7 pode, muito rapidamente, deixar de ser um activo apetecível para se tornar um activo tóxico. A sua não integração na lista dos seleccionados para os próximos jogos da Selecção é a parte mais visível do que pode estar para vir. Se acontecer o pedido de extradição, Cristiano Ronaldo pode, até, não poder viajar para não correr o risco de ser preso e levado a um tribunal onde o crime de violação pode implicar, até, a pena de prisão perpétua. Ora a vida de um jogador de uma equipa como a Juventus é feita de viagens.

Mas não é só o risco de perder contratos publicitários milionaríssimos ou de ver a sua carreira futobolística sofrer um sério revés. Há riscos maiores. Não deve ter sido apenas Kathryn Mayorga que participou em farras com o jovem que se sentia dono do mundo, namorando com jovens modelos internacionais, frequentando o jetset, divertindo-se em bares, discotecas, iates, hotéis e deixando à solta o seu 1% em que não era um bom rapaz (vide artigo linkado). Imaginemos que pisou a linha vermelha mais vezes. Imaginemos que, se isso aconteceu, aparecem mais queixosas. Haver uma queixa ainda pode haver e quem (não tendo lido o artigo e admirando-o incondicionalmente, ponha as mãos no fogo por ele) ache que Kathryn é uma oportunista à procura de fama e de dinheiro fácil. Mas começar-se-á a vacilar se começarem a aparecer mais queixas. Aí a coisa pode tornar-se deveras mais complicada.

E nem vou imaginar o que as mulheres que deram à luz os três primeiros filhos de Ronaldo -- mulheres de quem nunca se ouviu nada -- podem lembrar-se de fazer. Nós não sabemos quem elas são mas acredito que elas saibam quem é o pai dos filhos e acompanhem o crescimento das crianças pelas revistas. Portanto, nunca se sabe o que lhes pode passar pela cabeça.

Tudo estará bem blindado, com clausulados à prova de bala. Cristiano Ronaldo paga bem a bons advogados que fazem bons contratos, tão bons que até acautelam tudo, até aos mais ínfimos pormenores, incluindo a forma como pagam o silêncio das alegadas vítimas para que as Autoridades Fiscais não desconfiem da entrada de grandes maquias de dinheiro e não resolvam ir atrás. Mas também o Lobo Xavier garantia que a justiça espanhola não tinha maneira de o apanhar na questão da fuga aos impostos e foi o que se viu. O CR 7 pagou e pagou bem e vamos ver o que ainda vem por aí.

Portanto, enquanto as revistas do coração e as redes sociais andavam entretidas com tricas domésticas que não passavam do azedume e o distanciamento entre a noivinha Georgina e a sogrona Dolores -- uma em Itália, poses de diva, e outra nos Açores, longe dos netos que ajudou a criar -- o que, na verdade, estava a acontecer era bem pior que isso.

Entretanto, apesar dos meus mixed feelings em relação a tudo isto 
(porque tenho a firme convicção de que quem viola uma mulher não tem perdão e quem usa o seu poder económico para silenciar as vítimas também não -- mas, por outro lado, não sei se as acusações são mesmo verdadeiras pois um multimionaríssimo CR7 é alvo fácil para gente oportunista e, parecendo Kathryn sincera e o parecendo o caso bem sustentado, a verdade é que não a conheço de lado nenhum e quem tem que ajuizar é a Justiça e não eu) 
vou ficar a fazer figas para que a minha intuição esteja completamente errada. 

No outro dia o meu marido comentou, em voz off, com o meu filho o que se está a passar. Pois o menino do meio, doido por futebol, ouviu e percebeu qualquer coisa e, acto contínuo, com ar aflito, pergunto: 'O Cristiano Ronaldo vai ser preso?'. E estava mesmo assustado. Desconversámos mas tanto insistiu que lá lhe disse que o CR7 tinha feito um disparate há uns anos e que uma pessoa tinha ficado zangada com ele. Ele ouviu, apreensivo. O meu filho disse: 'Vai ficar a pensar nisto'. E eu fiquei a pensar em todas as crianças para quem o CR7 é um ídolo e desejei que tudo isto fosse mentira.

________________________________________________

E hoje fico-me por aqui. Cheguei a casa tardíssimo, perto da meia-noite, e a verdade é que estou aqui só a cair para o lado, já completamente a dormir.

sábado, junho 16, 2018

Rescaldo do jogo Ronaldo-Espanha com uma anedota, duas fotografias malucas e um momento musical à laia de tremoços


Estou de volta. Já fomos jantar fora e dar um beijinho e um presente a uma aniversariante e, agora, de novo, na sala. O meu marido, como habitualmente, vê os momentos mais relevantes do jogo.

Não percebendo eu grande coisa de futebol, quando me ponho a ver, nos momentos decisivos, gosto de estar de pé a viver intensamente o momento. Assim foi há bocado, depois do 3º de Espanha, quando vi a coisa mal parada. Sofro com estas coisas. O meu marido nem se mexe, deitado no sofá, vociferando de vez em quando, mas num estado de concentração como se se estivesse a preparar para marcar um penalti. Eu, em contrapartida, de pé, a cantar 'vamos lá cambada, todos à molhada, isto é futebol total' e a vibrar e a sofrer e a saltar.


O que gostei de ver o Ronaldo a concentrar-se para a jogada que deu o 3º... Uma coisa quase sobrenatural. Todos os seus tendões, todos os seus músculos, toda a sua respiração, todo o seu corpo e alma naquele olhar cego de guerreiro que se prepara para vencer mais uma batalha. Uma coisa do além. E a precisão daquele pontapé... Uma coisa extraordinária. É preciso um fabuloso conhecimento empírico do que é o cálculo vectorial cinético e a termodinâmica do binómio pessoa-bola para fazer uma tal proeza. Fiquei vidrada na transcendência daquele momento. Acresce que, com o cabelo bem aparadinho, até perde um bocado aquele ar meio chunga que me obriga a desconcentrar-me dos seus méritos. Assim, normalzinho e bonito como agora está, consigo focar-me, por inteiro, na sua soberba sinergia entre a musculatura, a perícia e a energia instantânea. Penso que é a uma tal capacidade de total e exclusiva entrega ao momento que, por aí, se chama mindfulness.
[Bolas, bolas, bolas: a comentar assim o futebol ainda faço concorrência ao Rogério Casanova, essa intrigante criatura com que eu, não sei bem porquê, secretamente engraço]
Adiante.


Enquanto eu louvo vibrantemente aquele 3º golo do Ronaldo, o meu marido, sempre contido, põe-se a dizer que o 2º foi frango do guarda-redes espanhol. Tenho que mostrar o meu desagrado: se não achou excepcional o 2º, pois que se concentre nos que achou excepcionais. Diz-me que o Ronaldo não faz outra coisa senão jogar futebol. Tive outra vez que dizer que o Ronaldo como todos os outros, só que os outros não têm aquele superlativo grau de perícia. Diz que sim, que Ronaldo é bom. Acrescenta: muito bom. Dito por ele e neste tom de voz, confirmo: Ronaldo é, pois, mesmo muito bom já que elogios fáceis ou adjectivos entusiásticos não abundam aqui deste lado. 

...............................................................................

Entretanto, o meu marido adormeceu e eu para lá caminho. Portanto, se me permitem a preguiça, vou dar uma nova volta a mails transactos. 

..............................

Para começar, uma fotografia enviada pelo querido Eugénio que é de uma simpatia inexcedível.


................................................................

E agora uma anedota também enviada pelo Eugénio que, se ele não me levar a mal, vou enfeitar com uma fotografia que descobri da enfermeira Antonieta.
O Maneli, alentejano de gema, adormeceu na praia sob um sol escaldante e sofreu graves queimaduras nas pernas.  Foi transportado para o hospital de Beja, com a pele completamente vermelha, cheio de bolhas, e as dores eram horríveis. Qualquer coisa que lhe tocasse na pele ... era a mais completa agonia!  
O médico, um alentejano de Serpa, foi ver o Maneli e prescreveu que lhe fosse administrado soro, por via intravenosa, um sedativo leve e 3 comprimidos de Viagra de 8 em 8 horas. 
Antonieta, a enfermeira de serviço também ela alentejana, da Vidigueira, completamente boquiaberta perguntou: 
- Oh Doutori, vomecê desculpe ... mas vomecê receitou Viagra ?!!! 
Responde o médico: 
- Si senhora, recetê Viagra e muito bêm. 
A Antonieta volta a perguntar: 
- Mas atão pra que serve ao Maneli o Viagra nas condições em quele tá? 
Ao que o médico respondeu: 
- Atão nã se tá memo a vere ? É prós lençóis nã tocarem nas quêmaduras das pernas !!!
----------------------------------

E, agora, vamos lá cambada, vamos ensaiar para cantarmos, em coro, na próxima jogatana da nossa rapaziada!

Bora lá fazer coro com o José Esteves.


.................................................................................

E agora salut! À vossa!

sexta-feira, maio 25, 2018

Ronaldinho Gaúcho e as suas duas mulheres.
Donald e Kim, dois malucos arrufados.
Bruno e o leiteiro que foi mandado para junto de todos os outros


Isto para dizer que, não percebendo eu nada de futebol, os avalio, sobretudo pelo aspecto. Bem sei que não devia dizer isto. Como dizia a outra senhora, já não tenho idade nem posição social para dizer coisas destas. Mas como eu me movo numa escala temporal às avessas, quanto mais anos dizem que tenho mais eu me sinto livre e solta como um passarinho. 
Ou deveria dizer passarinha? Tanto faz. Passarinho ou passarinha aqui, no contexto, são metáforas e as metáforas são como os anjos, não têm sexo. 
Por isso, digo o que me apetece.

Portanto, o aspecto dos futebolistas. Melhor dizendo: o look

E eu sou niquenta, já se sabe. Não gosto de qualquer coisa. Aquilo de deixa lá ver o que é que ela tem no caixote do lixo, teria graça no meu. 

Cristiano Ronaldo pela certa. Não queria nem dado. Só se fosse para me lavar o carro. Diz que ele gosta de carros e diz que eu nunca lavo o meu. Portanto, era uma verdadeira união estratégica, uma relação baseado no interesse. O Rui Patrício talvez fosse elegível, tem ar de ter garra. Talvez o quisesse para me ajudar na poda (note-se: de vez em quando adiro ao acordo ortográfico e deixo cair o h)

Bem. 

Não sou de fixar nomes. Se agora quiser dar mais uns exemplos já não sei, nada mais me ocorre. Parece que os jogadores agora são todos estrangeiros ou estrangeirados. Claro que do Bruno Alves não me esqueço. Tem lugar cativo. Esse podia escolher a função: cozinheiro, jardineiro, cabeleireiro. Não quero saber que seja sarrafeiro. Tem ar de ser dotado no futebol e não só. Capaz de dar até um belo deputado. Ou o Zidane. Podre de sexy. Esse não iria parar ao meu caixote do lixo que eu haveria de lhe dar serventia. 

Mas agora o Ronaldinho Gaúcho? Por quem sois. Com aqueles dentinhos? Ná. Desculpem mas não dá. E, no entanto, com aquele arzinho de bom menino, ele parte os pratos é todos. Duas mulheres. Diz que vai casar com as duas. Casamento na base da simbologia. Da simbologia ou simbolismo? Na volta, do simbolismo. Coisa simbólica. De faz de conta. Bigamia de facto (o de jure que se dane). Dá para acreditar? Quem diria? O safadinho. Sempre de barretinho e dentinho ao léu e, afinal, todo descaradão, todo dado ao desfrute, todo feito Otelo. 

E foi esta notícia que alegrou o meu dia cinzento e todo ele carregado de compliances, consentimentos, privacidades e violações. Dia mais toldado, mais sem graça. Os da administração pública nem aí, rgpd não é coisa que os rale, e uma pessoa nisto, cheia de trabalhos e o escafandro.

Enfim. É o que é. Nada a fazer. 

Mas, dizia eu, esta notícia do Ronaldinho alegrou o meu dia. Quem diria? Aquelezinho ali? Uma mulher em cada braço, uma de cada lado da cama. Lindo. O pior é se ele, com aqueles dentinhos, resolve brincar com elas na base da dentadinha.

Mas pronto, adiante.

Aquilo de não dar para entender as macacadas do Trump e do Kim gordo a mim não me assiste. Lembrar-se-ão que não consegui alinhar no foguetório com os votos que trocaram, todos peace and love, beijinho na boca, iupi. Não acreditei. Ná. Aqueles ali só atinam se forem tratados com muito comprimido para chanfrados de alto risco. Ora aqui, neste santificado espaço, não há cá pão para malucos. Portanto, que já haja ou que já não haja cimeira ou que aquilo do nuclear tão depressa esteja acabado como à beira de se esgadanharem uns aos outros, a mim não me dá pica. Vira o disco e toca o mesmo: vai de volta, vai de volta. 

Já aquilo do Bruno de Carvalho a escaqueirar o Sporting é tema que me interessa. É literário aquilo, é ficção da boa. Aquele aspecto meio ganzado, meio transtornado, aquela voz arrastada, aquelas respostas provocadoras de quem já não as mede: é um filme.

Claro que, pensando bem, aquilo lá no Sporting parece que são escolhidos a dedo. São mais os malucos ou incapazes que por lá têm passado do que gente capaz ou, vá, séria e boa da cabeça.

Só me ocorre que alguém deveria fazer-lhes o mesmo que a senhora aqui de baixo. 


E não digam que por aqui não se aprende nada. Aprende-se e é muito. Só boas ideias. Esta de se arranjar um quartinho nos fundos lá na Academia de Alcochete para ir enfiando lá dentro, um a um, presidentes estarolas que fosse preciso pôr com dono parece-me de génio. A kind of museuzinho dos tesourinhos deprimentes feito com ex-presidentes do clube. Parece-me ideia inteligente, daquelas que um tal barreto que, não por acaso, enfia todos os barretes que lhe estendem costuma ter. If you know what I mean. 

quinta-feira, maio 17, 2018

Dolores Aveiro na passadeira vermelha de Cannes


Isto deve ser praga. Se não for praga, é sono. Alguma coisa é: tinha aqui uma incumbência para cumprir e, talvez porque intimamente estava era numa de vão-se catar, encostei a cabeça para reflectir no assunto -- e foi tiro e queda: desliguei na hora.

Portanto, agora que passa bem da meia-noite, continuo com a incumbência tal como a trouxe e, acabada de acordar, o meu estado de espírito evoluíu para faço, faço...vão mas é dar banho ao cão.

De vez em quando ainda deito um coup d'oeil à obrigação aqui pousada a meu lado mas o meu contumaz relapsismo encarrega-se de me desobrigar. E, em surdina, quiçá até tomada pelo espírito Maio de 68, penso: que se danem as obrigações.

E foi, nesta linda e pouco recomendável disposição, que -- em vez de ir trabalhar, fazendo de conta que o dia útil tem para aí umas vinte horas -- me pus a ver fotos dos vestidos mais surpreendentes que este ano passaram por Cannes.


Para quem não saiba, em Cannes há moda, ousadia e irreverência e, sobretudo, vestidos que passeiam as donas. 
De cada vez que vejo os fantásticos desfiles, penso na decepção que senti quando vi pela primeira vez, in loco, o lugar por onde tanta diva todos os anos desfila. Imaginava um edifício enorme, imponente, uma estonteante escadaria. Qual quê. Pensei: na volta é a força do make-up que ali se concentra e o barulho das ofuscantes luzes que transforma um espaço que mais parece mixuruco numa deslumbrante mini-hollywood.  
Mas isso agora não vem ao caso até porque ilusões há-as em Cannes e em todo o lado.

O que vem ao caso é o seguinte. Conto. 

É que estava eu, euzinha, aqui nisto, avaliando se poderia usar algum daqueles modelitos da próxima vez que fosse passear à beira-rio -- e, neste tranquilo preguiçar, vendo toda a espécie de beldades, actrizes, modelos e ex-modelos, de decote à frente e atrás e de lado, perna ao léu por dentro e por fora do vestido, tecido meio transparente, totalmente transparente, de rendas, de flores ou de fresca alvura -- quando a minha boca abriu e o meu queixo caíu. 

E ainda assim permanece.


Depois racionalizei e acabei a pensar: pronto, achei. É este mesmo. Era mesmo assim que eu ia, se calhasse ter um chá dançante à beira-rio. 
Mas, calma, com sapatos de descanso ou alpercata é que não. Vestidinho assim só com sapatinho de salto alto. Tirando isso, é perfeito. 
Bem. Perfeito, perfeito... não será. É que é pena ser preto. Roupa preta aquece e sou encalorada. Mas talvez em branquinho fique mais fresquinho, pensei. O pior é que um modelo assim em branquinho não favorece, não disfarça algum pouco de pneu a mais que o preto, parecendo que não, sempre faz parecer que não é tanto. Aliás, sabido é, com um vestidinho preto nunca me comprometo. 


Porque o preto, sim, o preto ajuda. Oh la la, se ajuda. (Refiro-me ao vestido, bem entendido). Embora... Claro que, por vezes, não chega. Parece que no caso da coxa grossa não basta mas, enfim, sem o tule, na volta, sabe-se lá, capaz de ficar ainda pior. 

Portanto, não sei não. Sendo eu, não sei como optaria. Claro que a minha filha é mais conservadora que as meninas Cátia e Elma que, pelo que se sabe, são todas prá frentex. A mãe deve dizer destapo e elas devem desatar aos risocos e às selfies e a dizer: destira, destira tudo!!! A minha filha, não, a minha filha haveria de tentar que eu desousasse, que convencionasse, tentaria forçar-me a ir mais normalizada, aconselhar-me-ia a ir na base das flores, do decote tapadinho, das coxas a bom recato. Estou mesmo a ver. Coisa na base do mesmo sem gracinha nenhuma. Assim como aqui a Cate. Puxa vida, que contraste para a Dona Dolores que essa, sim, se apresentou gloriosa.


Mas, na volta, Dona Dolores, vampe de orgulhosa coxa grossa, também timidou e, à última, resolveu tentar ocultar o pernão, pôr umas leggings em transparência mas num tonzinho para que a celulite não fosse divisável e, em vez de se apresentar de fogosa de mini-saia, apareceu assim, com as pernas de sua graça meio encobertas.


Mas pronto, ia gira sim senhor. 
E, sem ironia, imagino que ia feliz da vida -- e isso é que interessa. 
As cagonas que se roam.

____________________________________________

E agora que vou pôr o despertador para daqui a nada -- porque nasci para sofrer e volta e meia há gente do piorio que me obriga a madrugar -- vou raciocinar se isto de me aparecer aqui a Dona Dolores Aveiro, de corpinho bem feito quase todo ao léu, no meio das divas e vampes que desfilaram na Croisette, é coisa normal ou se é uma das muitas derivadas do louco mundo do futebol

___________________________________

E, por falar em futebol, queiram fugir do post abaixo para não corrererm o risco de ficarem contaminados com lixo tóxico.

_____________________________

segunda-feira, julho 17, 2017

A homossexualidade é uma anomalia?
"Anomalia: O que se desvia da norma, da generalidade." (Priberam)
Portanto, sim, a homossexualidade é uma anomalia.


Da mesma forma que considero que aceitar um convite por parte do patrocinador de um espectáculo está longe, longíssimo, de ser corrupção, sendo antes um acto mais do que normal (leia-se: "Normal: Usual" in Priberam) e que um sponsor oferecer bilhetes para o espectáculo que patrocinou é o b-a-ba do marketing e da comunicação no mundo das empresas -- e não haveria prisões à superfície da terra que chegassem se oferecer ou aceitar bilhetes fosse corrupção ("Corrupção: Comportamento desonesto, fraudulento ou ilegal que implica a troca de dinheiro, valores ou serviços em proveito próprio" in Priberam) -- também me incomoda o coro de virgens ofendidas que saltou para a praça pública exigindo a decapitação do velho médico que se pronunciou a propósito da homossexualidade como sendo uma anomalia.




A maioria da população é heterossexual e felizmente que o é, a bem da propagação da espécie. Claro que a ciência, entretanto, já arranjou maneira de ultrapassar a necessidade da cópula como acto essencial para a fecundação. Mas a espécie não teria chegado até aqui se cada humano, desde a sua origem, fosse avesso ao sexo oposto.

Ora sendo a maioria hetero, por definição, os homo são uma minoria e, portanto, fora da norma.

Não quero com isto dizer que são uma aberração ou candidatos à proscrição -- apenas que não são conformes à maioria. 

Portanto, fazer um caso de histeria por uma pessoa dizer verdades de La Palice parece-me um absurdo.


O que já me parece preocupante é quando Gentil Martins diz que não aceita promover uma pessoa por ser homossexual. Isso aí já me parece grave. Uma orientação sexual não define aptidões para o trabalho e, se ele seguiu essa regra, o que espero é que ele estivesse em minoria ou seja, que as suas opções, nos lugares onde trabalhou, não fossem as normais, isto é, não fossem seguidas pela maioria dos decisores.
No entanto, a posição de Gentil Martins já eu a encontrei em ambiente profissional e já aqui a referi. Uma pessoa com quem trabalhei, inteligente, liberal nos costumes e no pensamento, um dia disse que não queria um homossexual a trabalhar com ele. Chocada, manifestei o meu desagrado. Explicou-me que, em geral, os homossexuais dissimulam a sua orientação sexual e, tanto o fazem, que se tornam dissimulados. E mais: que sempre no receio de serem confrontados com algum facto comprometedor, costumam coleccionar factos que podem comprometer outros, apenas para um just in case. E que, portanto, não são, em regra, as pessoas despreocupadas, frontais e francas que ele prefere ter nas suas equipas.
E se isso foi há uns anos, ainda há dias, numa reunião em que participei, seríamos cerca de dez pessoas, antes da ordem dos trabalhos, naquele período em que nos cumprimentamos e uns contam larachas, dizem piadas, etc, assisti a uma galhofa que nem sei como começou sobre os que não saem do armário, e quando é que alguns que todos nós muito bem sabemos quem são saem do armário e etc, etc, -- tudo na parvoíce. E até admito que estavam a falar de um colega que, por acaso (e felizmente), não estava ali. Portanto, o preconceito ainda impera mesmo nos meios supostamente mais evoluídos. Imagine-se nos meios mais fechados.

Ou seja, apesar de Gentil Martins ter demonstrado ser conservador e retrógrado, não é diferente da grande maioria das pessoas e, naquilo da anomalia, não disse nada de mais.


Quanto ao que ele disse do Cristiano Ronaldo e à sua opção de recorrer a barrigas de aluguer para ter filhos também não fico chocada já que, como aqui já o referi, também eu acho isso uma opção estranhíssima, uma coisa contranatura. Dá ideia que se as crianças pudessem ser feitas numa impressora 3D era o que ele preferia. Mas é opção lá dele e só me pronuncio a esse propósito por, sendo ele um ídolo para a miudagem, recear o mau exemplo que, com isso, esteja a dar.


Contudo, nisto das afirmações de Gentil Martins, podendo concordar numas coisas, ficar indiferente ou discordar de outras, o meu estado emocional não se altera nem me passa pela cabeça fazer precipitados julgamentos de carácter ou exigir punição para Gentil Martins. O senhor disse o que pensava e era o que faltava se o não pudesse fazer.


O que se passa neste país é que, por cada pessoa que abre a boca para exprimir a sua opinião, parece haver sempre um coro de virgens, um duplo coro de viúvas perpétuas, um triplo coro de beatas e um quadrúplo coro de mariazinhas de ambos os sexos que, se pudessem, degolavam na hora aqueles que ousam abrir a boca e dizer coisas fora do politicamente correcto. 

E eu, que também me estou nas tintas para alinhar com a carneirada, que não gosto de falar em coro ou rezar por cartilha alheia, acho que este país precisa é de uma boa polémica, de opiniões fortes, de saudáveis discussões, de uma boa agitação das acomodadas consciências. Disso e de falar e/ou fazer amor em vez de não fazer outra coisa senão julgamentos e declarações de guerra a torto e a direito.



____________

segunda-feira, junho 12, 2017

Eva e Mateo
- Cristiano Ronaldo foi às compras e, segundo dizem, a mãe foi aos States levantar a encomenda


Não tenho nada a ver com as opções de cada um desde que não tenham impacto negativo sobre mim, sobre os meus ou sobre a comunidade em geral. 


Que Cristiano Ronaldo, em vez de fazer filhos pela via normal, como qualquer homem que resolva acasalar e deixar descendência, opte por comprar o serviço de gestação a uma qualquer desconhecida, não seria nada de minha conta – e, em boa verdade, não é.


Apenas me dou ao trabalho de aqui vir falar disso (e não é a primeira vez que o faço) porque tudo isso é anunciado aos quatro ventos e porque o CR7 é ídolo de jovens de todos os credos, raças e nacionalidades e me parece que pode haver o risco de que uma prática -- que me parece aberrante, consumista e mesmo, até, confesso, algo sinistra -- ser tida como coisa normal junto dos que, em idade influenciável, o admiram.

Não há muito tempo, conhecido meu com décadas de prática e direcção num dos grandes hospitais de Lisboa e, especialmente por isso -- mas não só --, conhecedor de alguns bastidores da capital, dizia -me que, por cá, também acontece os gays com posses contratarem barrigas de aluguer nos Estados Unidos. 



Não estou a dizer que seja o caso de Cristiano Ronaldo até porque desconheço as razões que o levam a optar por esta via para concretizar a paternidade. No Expresso li que em Portugal esta opção ainda não é lícita e que este é, justamente, o próximo cavalo de batalha por parte dos homossexuais. Confesso que não tenho ideia amadurecida sobre o tema mas, intuitivamente, rejeito-a. 

Tenho para mim que, a menos que haja doença ou deficiência impossibilitante de uma gravidez normal, não faz grande sentido uma mulher recorrer a uma barriga de aluguer. E, do lado de quem aluga a barriga, apenas posso perceber se qualquer outra forma de subsistência estiver fora de alcance. E, do lado dos homossexuais, se está fora de propósito recorrer a alguém que aceite ser mãe da criança, parece-me mais ‘humano’ que se recorra à adopção de uma criança existente do que ao aluguer de uma barriga para uma produção independente. 

Ter um filho não é como comprar um boneco em que se vai à loja, se escolhe, se paga e se traz para casa.


Está fora de causa duvidar que uma avó (ou mesmo uma ama) dispense às crianças todo o carinho e cuidado de que elas necessitem. A questão é a circunstância adulterada e amputada que a criança carregará para o resto da vida: uma criança comprada, feita e gerada por uma mãe de aluguer. E, assim que parida, logo retirada do convívio e do colo da mãe. Li algures que impedem a visão das crianças para que a mãe que dá à luz nem chegue a ver as crias que lhe são, de imediato, retiradas.

Tudo contra natura. Só por isso, já me incomoda. Tal como incomoda o motivo, porventura frívolo, da opção. Não quererá Cristino Ronaldo vir a ter maçadas com mães de crianças, guardas partilhadas, pensões de alimentos e outras maçadas. E, então, preferirá pagar umas centenas de milhares de dólares e, contratualmente, resolver ab initio o tema: fica com as crianças só para si, para serem criadas no exclusivo seio do clã Aveiro e não se fala mais no assunto.



Lamborghini, Porsche, Bugatti, Maserati, Mercedes, BMW, Rolls-Royce, Bentley, etc, são alguns dos carros que o muito dinheiro de CR7 já comprou. Segundo li, possui uma garagem invejável que as revistas e sites da especialidade seguem com salivante desvelo. O menino pobre que se tornou o melhor futebolista do mundo, rico, rico, mil vezes muito rico: o sonho dos pobres, dos favelados, dos suburbanos, dos remediados. Uma espécie de pretty girl ao contrário, o sonho tornado realidade, a cinderela que veio da ilha pobre para conquistar o mundo. Omnipresente em cerimónias de atribuição de prémios, em campanhas publicitárias, em homenagens, como personagem da play station – Cristiano Ronaldo é conhecido e admirado por todo o mundo. Quando assim é e quando, em cima disso, se ganham muitos milhões e se sente ter o mundo a seus pés, pode haver a sensação da auto-suficiência e do poder absoluto. Percebe-se. O pior é o exemplo que se transmite caso o exemplo seja perverso.


Um dia, talvez esteja ao alcance dos que tudo podem encomendar a modificação genética de embriões para que sejam clones perfeitos do si próprios, ou, quem sabe, se possa mandar modelar seres humanos a façon e executá-los em impressoras 3D ou fazer com que, ao nascerem, lhes seja implantado um chip que os torne mais inteligentes, mais infalíveis, talvez até imortais. 

Tudo poderá ser possível se a todos os embates éticos formos fechando os olhos. 

No poema, Rimbaud  dizia par délicatesse j'ai perdu ma vie -- e eu espero bem que por delicadeza para com os que tudo podem não estejamos a abrir portas ao fim de espécie humana, pelo menos ao fim da espécie humana tal como a que conhecemos hoje.

Estou a empolar? A dramatizar? 
Talvez, não digo que não. Mas também admito que possa ter alguma razão.

Segundo dizem os jornais, Mateo e Eva, os recém nascidos gémeos Aveiro e novos irmãos de Cristianinho, estarão prestes a chegar a Madrid. A avó, a mediática Dolores Aveiro, estará nos Estados Unidos para trazer as crianças. Provavelmente um advogado, provavelmente contratado via agente do CR7, terá tratado de tudo de forma a que nenhuma ponta fique solta. E, provavelmente dentro de dias, Cristiano Ronaldo aparecer-nos-á com a nova namorada, Georgina Rodriguez, e com toda a prole, feliz da vida, realizado profissional e pessoalmente. 


Que as suas crianças não tenham mãe será mero pormenor.

____________


[Sobre carros de outra cilindrada e sobre o que me aconteceu com um deles, queiram, por favor, descer. A confissão não abona muito a meu respeito mas, enfim, é o que é]

____________

domingo, junho 04, 2017

Os golos de Cristiano Ronaldo na final da Champions, in heaven, por entre o caso das criancinhas desaparecidas, chilreios anónimos, um sol dourado e um ventinho fresco





Não está calor. Calor nenhum. Quando o vento sopra sente-se, mesmo, algum frio. Estou vestida com calções curtos e uma blusa fina de alças. Há pouco, enquanto andava lá por baixo a passear, pensei que devia vestir um casaco mas o ar fresco na pele soube-me bem.  

Agora estou na sala enquanto na televisão dá a final da Champions. De lá chega o som da festa do futebol. Ouço dizer que 'o gajo está sempre a fazer carinhas'. Depois 'o gajo agora está louro aos caracolinhos'. Mas a televisão está um bocado longe e não vejo bem. Grande alarido agora. Ouço 'o gajo já marcou'. Olho e vejo um vulto vestido de lilás a dar um grande salto. O gajo é o melhor jogador do mundo. 


Lá fora o sol está dourado, faz dourar as árvores e os arbustos. É como se a doçura do sossego pousasse sobre o que me rodeia.


Fotografo o que vejo enquanto aqui escrevo. A cor da cortina parece contagiada pelo ouro do sol a esta hora em que já passa das oito da tarde. Sabe-me tão bem estar aqui. 


As árvores crescem desabaladamente. A minha filha admira-se: também não choveu assim tanto que justifique um crescimento destes. Não, de facto. Mas a verdade é que a terra se modificou. De pedregosa e árida tornou-se muito fértil. 

Tudo cresce assim. Os pinheiros, cedros e eucaliptos atingem alturas incompeensíveis. Mesmo o alecrim ou a madressilva crescem de forma incomum. Tudo está florido e perfumado. 


Ao passar por um caminho rearei numas flores delicadas e cheirosas. Nunca ali as tinha visto. Penso que sejam ervilhas de cheiro. Tão bonitas. De onde vêm estas flores, eu não sei. Dá ideia que há aqui, neste lugar abençoado, um chamamento que atrai flores vindas não sei de onde. Flores e pássaros.


E os pássaros, esses invisíveis seres que enchem o ar de variadas melodias, devem ser muitos. Tão frondosas estão as árvores que nunca consigo vê-los. Estive sentada no banco que foi pintado do azul-alentejo que veio por engano e o chilreio era esfusiante. Estava imóvel a ver se descobria algum pássaro mas não, dá ideia que se disfarçam entre a folhagem. Ou, então, sou que sou mais míope do que penso. Mas não faz mal. São como eu. Querem ser apreciados pelo que cantam, apenas pelo seu canto, e não pelo que parecem ser. Também eu quero que gostem ou não gostem do que escrevo, independentemente de eu ser como sou.


Tenho estado a ler um livro que pensava que ia ser uma animação. Qundo comecei a ler ainda me ri, uma maluqueira desbragada, o Pacheco no seu melhor. Depois percebi que o disparate era uma defesa, que o que estava a ler era um dos livros mais tristes que já lera. Interrompi para escrever isto porque a escrita era dilacerante.

Ainda pensei transcrever uma parte para vos mostrar mas falta-me o ânimo para tal. Talvez depois, não agora. Não sei se todo o livro será assim, mas até onde li, Luiz Pacheco fala do período em que viveu, pobremente, nas Caldas da Rainha, tão pobremente que os filhos lhes eram retirados e dados para adopção. A forma como ele fala desse período é pungente.


Enquanto o meu marido cortava umas pernadas da figueira gigante a cuja sombra fresca e perfumada gosto de me acolher nos dias de verão, estive sentada num banco a tentar ler. Mas as solicitações eram muitas e as leituras devem ser guardadas para momentos de algum recolhimento. Acho que agora, enquanto por ali as atenções estão concentradas no futebol, vou ler um pouco do livro sobre arte. Acima, há pouco, junto aos livros, uma tigelinha onde os meninos estiveram a experimentar culinárias com bolotas, folhas variadas, bocadinhos de terra e alguma água. Brincam tanto, eles. Tudo lhes é motivo de descoberta e alegria. Como escreve o Pacheco, o facto é que conviver com as crianças nos leva a aprender muita coisa e nos rejuvenesce porque repito a novidão nos dá vida e os mais novos são os mais sábios.


E, de novo, ali do fundo da sala, um bru-ah-ah, a explosão em forma de grande festejo. Cristiano Ronaldo marca mais um golo. Imparável este rapaz. Fui ver a repetição: uma precisão e compreensão do jogo quase não-humana, uma coisa de tipo ex machina. Mesmo eu, que nada percebo de futebol, me espanto com a energia intravável com que ele se lança a caminho do golo.



E já quase anoiteceu, as janelas já foram fechadas. E ouço o vento nas árvores. Uma música maravilhosa que me chega da natureza, aqui in heaven.

_____________

Até já. 

_______________