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sábado, julho 18, 2020

Jorge Jesus, Cristina Ferreira, Ferreira Fernandes - começou a época das transferências e, ao mesmo tempo, a silly season





Jorge Jesus vai e vem, faz e desfaz, salta de clube em clube, é aplaudido e vaiado, sai em ombros ou ao estalo, passa de rival em rival, atravessando a segunda circular ou o atlântico, dancing for money e cagando para o resto. Pelo caminho vai abichando uns milhões. Não há cá amor à camisola, conversa mais fajuta, há é profissionalismo. E os $$$$$ a crescerem na conta bancária (nas muitas contas bancárias) e quem o achar traidor que pense duas vezes: quem trai traidor deve ser como o ladrão que rouba ao ladrão, mil anos de perdão. E nham-nham-nham, rebenta o balão. (O balão do pastilhão, bem entendido)


Cristina Ferreira, outra caga-milhões, salta da TVI para a SIC e na SIC é recebida em ombros, deitam-se no chão para ela saltar em cima, o pastor Rodrigo fecha o noticiário com 'o país, o mundo e o bolo da mãe da Cristina Ferreira' e as engraxadoras da Arrastadeira Vermelha lambem as botas e os próprios pés da Cristina, e a Cristina guincha e escaganifa-se com risinhos escaganifobéticos e toda a gente aplaude, e vai aos globos de ouro armada em nossa senhora de fátima e toda a gente ajoelha e agora, sem mais nem ontem, a dita Cristina, santinha no altar das vaidades, caga de alto para os devotos da SIC e baldeia-se outra vez para a TVI. Cristina e Jorge Jesus, grandes profissionais do espectáculo e da carteira recheada. Diz que vai agora para accionista. Quem a venerou, babando-se enquanto a venerava, que vai agora dizer? (Pergunta retórica esta minha). 

E, provando e reprovando que abriu a época das transferências, eis que me cai o queixo ao chão. Na mesma onda dos anteriores, dou com mais uma troca-sensação. Ferreira Fernandes, ex-Público bandeou-se para o Diário de Notícias onde chegou a Director. E se eu gosto de lê-lo, caraças. Pois bem, bandeou-se outra vez para o Público. Faz sentido? Eu diria que não. Mas a minha segunda consciência diz-me: 'Define sentido'. Não sei. Dou-me uma segunda oportunidade: 'Define faz sentido'. Mas também não sei definir pelo que, na volta, isso de 'fazer sentido' não existe. Portanto, trocas e baldrocas é o que está a dar e que se fornique essa coisa do sentido. E eu, que não gostaria nada de estar a servir o FF na mesma travessa em que apresento o JJ e a CF, face às insólitas circunstâncias, vejo-me forçada a fazê-lo. Ele há coisas.

Depois disto, só falta o Durão Barroso, esse perfeito-nulo, porteiro das Lajes, nos aparecer como grande educador da classe operária, liderando o MRPP,  ou o Ventura, esse pintarolas manhoso, aparecer no PSD de braço dado com o Passos Coelho, esse grande estadista que, apesar de só ter feito merda, agora por aí anda ao colo de tudo o que é burro neste país e, para cerejar o topo do bolo, nos aparecer o Carlos Costa, essa mítica figura que esteve cega, surda e muda enquanto o sistema financeiro ruía, como gestor de offshores. 

Não sei porquê mas parece que só me apetece exclamar: Eh Lecas.

Tirando isto... que mais?

Quarenta e tal graus por aqui, uma temperatura desumana. Deve ser isso. Estas temperaturas de assar pimentos ao sol estão a virar as casacas do avesso, estão a virar frangos às cegas, estão a fazer cambalhotear as mais gradas figuras desta grande nação.

Eu própria tenho que pensar bem. Qualquer dia destes, se a coisa é pegajosa como o corona, ainda pego a pandemia e ainda vos apareço a assinar posts aí num outro blog, num daqueles que vos deixaria de cara à banda: What?! Esta aqui?!?! Não... Não é possível...

 Ah pois não, violão.

E vai daqui um beijinho para vocêzes. Com máscara, claro, que eu, noblesse oblige, com isto do corona, não facilito.


Um bom sábado. 

(E bebei água com farturinha, está bem?)

terça-feira, junho 12, 2018

Ocorre-me que algumas das cenas deste vídeo poderiam inspirar alguém na resolução do salsifré armado pelo Senhor Presidente Bruno de Carvalho


Aqui em casa há uma pessoa que se recusa a ouvir o Bruno de Carvalho quando ele resolve dar uma das suas espirituosas conferências de imprensa. E essa pessoa não sou eu.

Confesso: há uma tal tresloucura nas desatitudes do dito Senhor Despresidente que começo a querer ouvi-lo e vê-lo para tentar perceber como desfunciona aquela descabeça. Mas não consigo, não me deixam. Sportinguista de gema, o meu marido sofre com a destruição a que se está a assistir, não quer ser testemunha, zanga-se comigo, quase como se achasse que eu, por querer ver, estivesse a acobertar o maluco.

Não sei como argumentar, falham-me as razões, fico calada, só peço: 'Deixa lá ver'. Mas ele insurge-se, caça-me o comando, diz que era o que faltava.

No breve instante em que consegui espreitar a dita desconferêntica,  um jornalista fazia uma pergunta qualquer ao doido em questão e, para meu espanto, tratou-o por Senhor Presidente. E o doido percebeu que era com ele e respondeu. Se fosse eu ali, na qualidade de jornalista, iria fantasiada, endiabrada, talvez feita Paula Bobone ou José Castelo-Branco, e teria começado a pergunta com um tratamento do género: 'Sinhô Macaquinho Chinfrinateiro' ou 'Senhor Patatiti-Patatá Xiripitatatatá' ou 'Doutô Porcalhinho Roncadô' ou 'Doutô Pirilouco Xexeco' completando, então, com: '... já reparou que tem um olho cor de rosa e outro amarelo às pintinhas e um rabo de macaco pelado que aparece debaixo da sua saia rodada que tem um lagarto pintado?'. A ver como ele reagia. E se ele ficasse despreplexizado, avançaria com outra: 'O que tem a dizer do facto da pomba do Espírito Santo agora andar com a cara do Jorge Jesus e querer andar sempre aninhada no refego do seu prénis?'

Não sei se ele perceberia o alcance profundo e metafísico da coisa. E de cada vez que a bestiúncula criatutura pretendesse levantar descabebelo, avançaria, inquisitorial: 'Marquês, Sinhô, Baronês, Comandante-Marinhês dizei: se os jogadores todos baterem com a porta e o Sporting ficar vazio, roído, sem folhos nem refolhos, nem cobres nem desgarantias, o que fará Vossa Luminosa Eminência?'

E completaria: 'Faz uma plástica para ficar igual à Dona Valério e passa o resto dos seus dias, nu, pintado de verde, escarranchado a cavalo no leão, a cantar o fado com a pomba Jesusa ao ombro? É isso, Sinhô Doutô Burrô Pirilouco? É isso que Vossa Porcalhota Desparda Eminência vai fazer quando o seu ex-verde clube estiver a arder? É, ó Sinhô Baboseirinhas Caloteirão?'

E tantas deste calibre lhe perguntaria que o Sinhô Presisiden Brunô haveria de fugir dali a setenta e sete despés, com medo da minha desloucucura. 

Ou isso ou, então, os senhores veneradores grandes jornalistas ensaiarem um número idêntico à cena inicial deste vídeo.

Mas atenção: eu disse 'ensaiarem'. Ou seja, coisa a fingir, claro. Não sou de incitar. Só um cheirinho de susto, mesmo na base da brincadeirinha, sustinho bobo. Como aqueles meninos do coro que foram a Alcochete só para conversarem com o saudoso Jesus.



..................................

É que, se não se atalhar a desprogressão tresloucural, na próxima conferência marada, ainda teremos o bom do Bruno a fazer um número idêntico ao do abaixo Reverendo.

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Isso é o quê, ó Senhor Presidente, é cucu duduro?

sábado, setembro 16, 2017

Alô, alô António Guerreiro! Se o Henrique Raposo é fascista, olhe lá que ele deve é ter um certo défice a nível dos ditos 'colhões'.
O meu marido e a Passadeira Vermelha.
Roupa unisexo para mulheres que gostavam de ser homens
Os cuidados a ter quando se ouve miar no telhado.
Jorge Jesus e a Pley-Steichão.
E, para terminar, um exemplo de publicidade racista

1.

O Henrique Raposo segundo o António Guerreiro





Nos tempos em que eu devia estar parva e que contrariava o meu marido, comprando o Expresso -- ele a achar que aquilo se tinha tornado um pasquim e eu, por inércia, ainda a manter o hábito de comprar o saco -- não conseguia ler aquele sujeitinho que gosta de se armar em MEC do subúrbio, escrevendo porcarias como se estivesse a escrever coisas engraçadas. Pensava: 'Este Expresso, de facto, só pode estar a virar um pasquim, para descer ao ponto de dar coluna em página de relevo a uma coisa como este Raposo'. E não lia. Por vezes tentava, forçava-me, aferia se não seria preconceito meu. Não era.

Nada do que escreve se aproveita: é um palerma encartado que, cá para mim, apenas agrada às sopeiras mentais que, para se armarem em pafiosas, se devotam a ler o Expresso.

No outro fim de semana, para ler a entrevista com a ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, voltei a arreliar o meu marido. Ele nem lhe toca (refiro-me ao jornal). Eu não, vou de cabo a raso. Contudo, por higiene intelectual, saltei algumas coisas. E, lá está, deitei o olho à coluna do dito Henrique Raposo. Mas a indigência argumentativa, o desinteresse daquela prosa rasteira, a estupidez metodológica de trazer as teorias para o beco em que a sua mente se move, avacalhando todas as ideias em que toca, tudo isso me faz fugir a sete pés. Aquela prosa agonia.

Foi, pois, com gáudio que hoje vi nos blogs que aqui tenho ao lado referência ao belo artigo de António Guerreiro no Público que, com a sua arte e acutilância, deu o nome aos bois. Como se reconhece um fascista, ensina ele.


A partir de agora não deve haver quem se dê ao trabalho de ler aquelas porcarias que o Raposo babuja sem que, de imediato, se recorde: 'Olha, cá está o fascistazinho'.

Só uma observação. Segundo António Guerreiro, os fascistas gostam de mostrar que têm -- e passo a citar -- colhões. Diz ele: O fascista “tem colhões” e gosta de os mostrar. Isto é suficiente para definir um pequeno fascista. Pois, lamento que aí António Guerreiro tenha sido um pouco ligeiro. Eles gostam de exibir o que, de facto, não têm. Pelo menos no plural. Explico. Sabe-se que, por exemplo, Hitler só tinha um testículo (para além de um pequeno pénis retorcido). Franco também só tinha um, embora aí não fosse de nascença, parece que o perdeu. Por rigor taxonómico não devo incluir o Napoleão neste naipe mas também só tinha um. Portanto, isto de se pensar que todos os que gostam de se armar em machos-alfas são muito bem fornecidos pode ser mero empolamento auto-publicitário.

-----  2.  ----

Passadeira Vermelha na SIC Caras



Estávamos aqui num desentendimento. Nada de jeito na televisão, eu a cirandar na net, ele a ouvir comentários de futebol. Mas a dormir. Subrepticiamente, eu esticava o braço e sacava-lhe o comando. Mal sentia, acordava e agarrava o comando. E ali ficava ele a dormir e eu a ouvir os comentários de futebol. E, meus Caros, aqueles comentários são do mais surreal que se possa imaginar. Riem, zangam-se, insinuam, repetem-se. Uma coisa do além. Até que impus a minha vontade. Pus-me a fazer zapping e deixei ficar no debate. E ele, instantaneamente acordado, todo mandão, que isso é que não. E eu também sem vontade de debate mas a não querer sair derrotada. Pus-me, então, a fazer mais zapping. Se lhe parecia ver o Láparo, a Cristas ou qualquer outro desses, logo: 'Eh pá, isso é que não'. Até que passei pela SIC Caras e estava a dar um programa chamado Passadeira Vermelha. Decretei: 'Pronto. Fica aqui.'. Ele não reagiu. Pensei: 'Agora vais ver a pastilha que eu tenho que gramar...' Ficou mesmo ali. Estava o Cláudio Ramos, uma Liliana qualquer coisa, uma de quem não me lembro o nome mas que tem uma voz meio abrutalhada e cabelo cor-de-laranja e a Luisa Castel-Branco. Pelo cartaz que aqui coloquei, vejo que faltava a Ana Marques, apresentadora por quem tenho simpatia, até pela sua querida mãe. Falavam nem se sabe bem de quê. Pois bem. Dei por mim a olhar para aquilo, estupefacta. E, para meu espanto, o meu marido também acordadinho e a olhar atentamente para aquilo. Gozei: 'Olha, olha... Quem havia de dizer... Olha a atenção dele...'. Assentiu: 'Eh pá, ainda não percebi o que é isto'. Fui eu que não percebi: 'Não percebeste o quê?'. E ele: 'Eh pá, não percebo nada: não sei de que é que elas estão a falar, não percebo nada do que dizem'. E eu: 'Mas olha, vi-te todo acordado a olhar para elas. E ele: 'Eh pá, a ver se consigo perceber alguma coisa'.

De facto. Uma maluqueira sem explicação. Não se aproveita nada.


----  3.  ----

Momento publicitário: Moda unisexo. 

Roupa cor de rosa para meninas que gostam de ser meninas e roupa azul para meninas que gostavam de ser meninos


Models walk the runway at the Pam Hogg show during London Fashion Week
(The Guardian)

----  4. ----

Um gato no telhado


📞 - Alô, é dos Bombeiros?
         🚒 - É sim!
📞  - Ouço um miar debaixo do telhado. O que devo fazer?
        🚒  - É só você tirar a telha que o bichano sai.
📞  - Tá bom, obrigadinho.

(E olha o que aconteceu...)


----  5.  ----

Jorge Jesus, the only and only, explica que isso de ganhar sempre ou de haver sempre goleadas (não percebi bem) não existe, só na PlayStation. E não se preocupa em dizê-lo com sotaque shakespeareano




----  6.  ----

Publicidade politicamente incorrecta

Van Heusen, 1952. ‘The world’s smartest shirts’ -- Life

(Hoje completamente impensável)

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Brinde

Hit the road, Jack --  pelas pouco convencionais Sweet Sisters




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E, para já, é isto.

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segunda-feira, dezembro 28, 2015

Comentadores vão comentar a incomentável entrevista de Jorge Jesus no Jornal das 8 na TVI com uma Judite Sousa vestida de pomba gira. Pior que o Jesus talvez só mesmo o vira-casacas do Marques Mendes. Que agonia!


Depois do bocado que vi, sinceramente não sei o que há para comentar 
-- O vestidinho branco da Judite Sousa? A maneira esdrúxula como se apresenta de pé, sem saber bem onde pôr as pernas, as mãos e as incomentáveis toilettes que lhe arranjam?
-- O hábito insuportável que aquele enfastiado Jorge Jesus tem de tratar por tu os que estão à sua frente quando, afinal, parece que se está a referir a si próprio?
-- O dinheiro indecente que ele, tal como numa escala superior, o seu amigo 'José', ganham?
Pois não sei. Do pouco que vi, só isso chamou a minha atenção. E, mesmo assim, uma atenção mínima, incapaz de dizer uma palavra mais sobre o tema.

E cheguei a ele, foragida do golden boy Marques Mendes na SIC que agora critica o anterior governo como se, antes, não tivesse sido seu acérrimo defensor. 


Paulo Macedo, o ex-Ministro da Saúde
que os comentadores levaram ao colo
(muito competente! - incensavam os papagaios)

Se quisermos ter a personificação a la minute de um vira-casacas podemos olhar para ele. Descarado, ar ladino, sempre lampeiro, não há incómodo que o moleste. Agora todos têm que se justificar: o Passos que parece ter estado a empurrar o medonho buraco do Banif para depois das eleições, a ministra Maria Luís, incompetente mas incompetente de uma incompetência nunca vista, oito vezes chumbada por Bruxelas, o Carlos Costa que só fez porcaria desde que está no BdP, o ministro Paulo Macedo que cortou mais que devia e que não soube organizar a coordenação entre hospitais e serviços. 


Tudo varrido pelo catraio Mendes. Língua de palmo, a dele


A vizinha comentadeira não quer cá saber de misérias: apoiou essa gente? Ah, sim, talvez, mas isso foi antes, agora as circunstâncias são outras. 

Se nunca antes teve vergonha e medrou no insano panorama político português, porque haveria agora de mudar de feitio? Nada. Está tão bem assim: moldável que dá gosto, sempre pronto para uma mãozinha. 
Hoje, como quem não quer a coisa, gabou a PT, que debaixo da Altice, está a modernizar a rede e mais não sei o quê - como se ele percebesse alguma coisa disso. Devem ter-lhe soprado que dava jeito que, en passant, deixasse cair essa. E deixou. Isso para ele é canja de galinha. Diz o que for preciso.

E vir'ó milho.

E agora aqui está, na TVI 24, um painel de comentadeiros a opinar sobre o Jesus. E só não peço para mudar para outro canal porque ouvi que na TVI está a dar a final ou a semi-final da Quinta das Celebridades, coisa fina. Só tretas. Talvez na Dois esteja a dar alguma coisa que se aproveite.


De qualquer forma, acho que não tarda aqui o camarada vai ter um assomo de fúria, porque acho que ele pensa que o homem é bom treinador, mas ainda não conseguiu engoli-lo como treinador. Volta e meia acha que ouvi-lo é tratamento agressivo demais para a sua boa vontade. Ouço-o sempre a falar com desagrado dele. Dele e do Bruno de Carvalho. Também não pode com esse.  Acho que ele pensa que o Sporting, com estes dois, perdeu um bocado daquela velha mística na qual ele se revê.

Enfim: temas que não me interessam.

E, entretanto, boas notícias: já mudou de canal. Eu não disse? Foi rápido: há coisas que ele não aguenta mesmo.
....

Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma boa semana a começar já por esta segunda-feira.

Estamos na última semana do ano. Tomara que a próxima seja a primeira de muitas, muitas, muitas, mil vezes melhores do que as deste 2015 que tão desengraçado foi.

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quarta-feira, agosto 19, 2015

Mais um contributo do Um Jeito Manso para os cartazes das Legislativas 2015. Para a Coltura, Treinadores bem falantes ao poder!. PàF, PàF, PàF!


Não sei não. Quem são as maria-amélias que andam a gastar dinheiro em cartazes que não convencem ninguém? Quem é que pensam que influenciam com cartazes tão sem gracinha nenhuma? 

E olhem lá: julgarão os PàFs que alguém vai votar neles depois de andarem anos e anos a fazer porcaria? Nem pó. 

A gente vê aquelas caras (e vimo-las todas no Pontal) -- um tem cara de joker mal arraçado, outro tem cara de cão com pulgas (e que por aí ainda anda sem coleira), outra anda armada em boazona da coxa grossa, outra com uma carinha sempre franzindo o narizinho a ver se a gente a imagina de pom-pom no rabo, outro espanejando e soltando frescuras, outro todo contente com a própria burrice encartada, etc -- e pensa: mas esta gente não se enxerga? 

(Alguém com dois dedos de testa votará naquelas avantesmas...? 
Claro que não.)

Ora bem.

Conhecida marketeer que sou, deixem-me ajudar-vos, meus queridos PàFs: vamos lá mudar de linha de rumo. Vamos apostar na coltura, nas louras inteligentes, nos machões intelectuais, nos doutores do jet set. -- a ver como o panorama político se anima logo e toda a gente vai a correr votar em vós, meus fofos PàFs.

Nos três posts abaixo já divulguei outros tantos cartazes: um virado para a economia, outro para a justiça e outro para o twitter. Faltava o da cultura - digo: coltura. É este que aqui, agora, vos trago.

A coisa, neste domínio, tem andado mal amanhada, mal representada. No governo do láparo, a cultura não é ministério nem nada. Ainda por cima, foram arranjar um miró que não tem ar de gente nem de quem se sabe dar ao respeito. 

Por isso, mudemos o paradigma da coisa: a malta quer é coltura para o povo - qual museus e óperas ou quadros que ninguém percebe...? Bora mas é contratar um treinador de sucesso, um tipo com pinta de malandro, com penteado à maneira, com chiclete a ensarilhar-se-lhe na conversa, com um vocabulário de deixar de gatas muito intelectual da mula russa, e com uma gramática capaz de fazer muito dótor das artes e bagatelas dar mortais encarpados à rectaguarda.

Dirão os cépticozinhos do costume: mas ó jeitosa, onde é que os PàFs têm guita para contratar esse em quem está a pensar?
Responder-vos-ei: fácil, meus Caros, arranjamos uma troika de patrocinadores. Por exemplo, e isto é só um exemplo, atenção: Um, o marido daquela senhora das mamas grandes, o de Mendes; dois, o padrinho do menino Mendes que ofereceu uma ilha grega aos papás, CR7 de seu nome; e, três, o da voz de copofónico carvalho que tem dinheiro a jorrar-lhe do intestino (isto para usar uma região anatómica próxima da que ao próprio ocorre quando quer ser original). 
E bola para a frente!




Nota: Se a pessoa representada neste cartaz não gostar de ser ver associada à propaganda eleitoral pafiana, é só dizer-me que logo o deslargarei daqui. Usei imagens disponíveis numa conceituada base de dados que, presumo eu, terá acautelado a questão dos direitos de imagem e o escambau.

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Para verem os outros cartazes da autoria da reputada empresa de imagem e consultoria política Um Jeito Manso é só irem de escorrega aí pelo blog abaixo.

E já sabem: caso queiram contratar-me para vos tornar vencedores, é só dizerem (por exemplo: se algum de vós quiser disputar as próximas presidenciais e quiser ter a certeza que vai mesmo suceder ao Cavaco, é só dizer-me que tratarei de uma campanha ganhadora e limpinha, sem polémicas nem caganitas de cagarras nem nada)
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Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma dia muito feliz, tranquilo, cheio de esperança e boa disposição.

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quarta-feira, junho 10, 2015

Jorge Jesus ou Jorge Judas? --- E qual o casalinho de Sto António mais conhecido? --- E como correrá o primeiro treino do impagável JJ no Sportem?


Ora bem. Não sendo eu dada a futebóis, não consigo passar ao lado do fenómeno Jorge Jesus e Bruno de Carvalho. Não sei se encontro nisto uma questão de ética, de falta de vergonha, de abastardamento, de subversão do espírito desportivo, de alienação, ou de quê. Não sei sequer catalogar.

E depois - desculpem a repetição - os números são verdadeiramente escandalosos, uma afronta à gente que trabalha e uma afronta ainda maior a quem quer trabalhar e não consegue: 5 ou 6 milhões mais prémios, por ano, é muito jogo...! 

E um treinador emblemático passar de um clube para o seu mais acérrimo adversário talvez ainda seja mais. Vale tudo neste mundo cheio de bizarrias, suspeições, falta de nível, mentiras e coisas estranhas.

Os Leitores têm-me enviado 'coisas' e eu, sem querer, descubro outras. A ver se isto hoje é o último post sobre o assunto ou se ainda tenho que voltar à vaca fria.



Jorge Jesus e Bruno de Carvalho
- um fofo casalinho de Santo António



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Antevisão do futuro à moda do pequeno bruxo de Fafe




Adepto do Benfica desesperado pela saída do Jorge Jesus para o Sporting



Porque será que as pessoas não canalizam toda esta emoção para coisas que valham a pena? - pergunto eu que não percebo nada disto

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terça-feira, junho 09, 2015

Será que Jesus consegue os milagres que a malta do outro lado da Segunda Circular precisa para se dar por convertida? Conseguirá Jesus operar tal transformação? -- Eu não sei mas aconselho que ele aprenda com o Cristo da Porta dos Fundos


Sobre a cegada disto do milionaríssimo Jorge Jesus, e do Bruno de Carvalho que tem ar de não bater lá muito bem da cabeça, e da honesta mulher de César que, muito bem lembra o José Roquette, não é a mulher de um jogador brasileiro, e do Marco Silva, e de todos os apóstolos que por aí andam a enxamear as televisões, e mais o Vieira do Benfica, e sei lá quem mais - não consigo pronunciar qualquer juízo. Nada. É assunto que me deixa bloqueada, parece um mundo paralelo, onde tudo se rege por leis e princípios diferentes do mundo habitado pelo comum dos mortais.


Por isso, passo a palavra aos meus amigos da Porta dos Fundos.

O texto que acompanha o vídeo reza assim:

Você já deve ter notado que Cristo nunca estava sozinho mas sempre rodeado de um pessoal. Afinal existe algo mais divertido que um cara que sabe contar histórias e saia por aí distribuindo milagre? Os happy hours da carpintaria sempre bombavam. Mas o problema, como sempre, é que o pessoal fica mau acostumado e começa a ficar folgado. Acredite, os enochatos não são um fenômeno recente.


Transformação - Porta dos Fundos - ou Os milagres de Jesus





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quinta-feira, junho 04, 2015

Jorge Jesus no Sporting com dinheiros do Álvaro Sobrinho...?! Mas isto é o quê? Castigo? Provocação? Um teste à paciência de chinês dos sportinguistas? -- Caraças. Uma coisa destas não se faz.


Jorge Jesus no Sporting - o horror dos horrores


É que, nisto do Jorge Jesus ir ser o treinador do Sporting, não é o cabelo em particular, nem a forma de se exprimir, nem a postura corporal, nem os raciocínios, nem o abuso dos honorários e prémios que vai ganhar (6 milhões?!?!), nem isto de haver estes dinheiros do Sobrinho à mistura: é tudo. Toda esta mistura é insuportável. Um atentado.





Cá em casa o clima é sportinguista tal como sempre o foi em casa dos meus pais. Talvez por isso, eu, que não percebo nada de futebol, dou por mim como que a pender para este lado. Já em miúda tinha simpatia pelo Vitória de Setúbal que era o segundo amor clubístico do meu pai. Contudo, lembro-me de, pequena, pequena, ainda na infantil, quando me perguntavam, eu dizer que era do Porto. Ninguém sabia onde teria eu ido buscar aquela. Perguntavam e eu não sabia explicar. Talvez fosse, na minha cabeça, o clube de uma cidade distante e bonita. Depois, com o tempo, fui secundarizando essa simpatia.

Há bocado, o meu marido, desolado com isto do Jesus, dizia que era o fim e que um dia destes ainda passava a ser adepto do Porto. Estava a gozar, acho, porque, do que tenho observado, sportinguista que é sportinguista, nasceu para sofrer. Mas caraças, é preciso espetar-lhes uma faca destas e despejar sal para a ferida?

E eu, por mim, não tenho dúvidas: não conseguirei sentir-me minimamente simpatizante de um clube que tenha um Jorge Jesus (a tecer considerações estapafúrdias) como treinador.

Nem quero acreditar que, com o tempo, a coisa ainda acaba por ser tolerada e que, aqui em casa, em que há a mania peregrina de ouvir os comentários a seguir aos jogos, ainda vou ter que gramar com aquele linguajar que nem é português nem é nada. Juro: não quero acreditar. É que, até aqui, se o Jesus aparecia nos ecrãs, a reacção era a mesma que quando aparece o Láparo ou o Portas: zapping e tirem-me este gajo da frente!

Resumindo: os sportinguistas não mereciam isto. Muito graçola vão ter que engolir, coitados.


BEST OF JORGE JESUS - O REI DAS CALINADAS


(um vídeo dos SPORTING FANS)



...

sexta-feira, maio 23, 2014

Jorge Jesus e Paula Rêgo, não sei se tás a ver, é tudo a mesma coisa. Pintores. Vocês não tão a ver mas um treinador é um tipo que é um criativo. Tu pões os jogadores a jogar assim e assado e isso exige muita conhecimento. Tu fazes as coisas e são muitas delas científicas mas ninguém percebe. Eu vi um quadro com uma que se chamava Maria e que era da Paula Rêgo e ela disse que ela tava a chorar, tás a ver, mas eu não vi lá ninguém a chorar mas ela sabia que a Maria tava a chorar, não sei se tás a ver


>>>   Monólogo de mim para mim, ao estilo do grande artista   <<<



O Jorge Jesus ganha milhões e parece que até é bom treinador. 

Tu não fazes ideia porque não percebes bóia de futebol, tás a ver, mas vês que o gajo até ganhou para aí umas coisas. 

Mas tu olhas para o cabelo dele (que agora até não tá mau de todo, não tá amarelo nem pelos ombros) e tu ouves as coisas que ele diz, e ficas passada. 

Um gajo que fala assim, trocando o género às palavras, passando pelos tempos verbais como boi por vinha vindimada, tás a ver, e ficas passada. 

O gajo até é capaz de dizer coisas com muita profundidade, comparar-se à Paula Rêgo não é pa qualquer um e, na volta, um dia destes até se compara ao Carlos Fiolhais já que já diz que é um cientista e, pá, tu ficas marada da cabeça.


Paula Rêgo - War, 2003

O gajo, o pintor, o Jorge Jesus, diz que não viu que a Maria tava a chorar, tás a ver, e tu ficas a pensar, mas o gajo não viu porque a Paula Rêgo se esqueceu de pintar as lágrimas ou porque o gajo estava com a franja para os olhos, tás a ver.


É pá e ficas a pensar, será que o cientista-pintor  não viu o quadro do láparo a reinar sobre os destroços? 

Ficas a pensar que gostavas de o ouvir a falar deste quadro. 

O que seria que o gajo veria neste quadro? 

Artista como é, ainda via nisto o ataque do Passos Coelho à população. Sabe-se lá. O gajo é criativo, capaz de ver coisas que mais ninguém vê. É que o gajo, tás a topar, vê coisas que mais ninguém vê. Ou será o contrário? Será que não vê coisas que toda a gente vê. Ó pá, não sei, é muita areia p'á minha camioneta, tás a ver.


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Paula Rego no momento em que é apresentada a Jorge Jesus

(que cara é aquela, senhores...?)
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Jorge Jesus no seu melhor

Qual a relação entre um pintor e um treinador de futebol? Jorge Jesus explica, comparando-se a Paula Rego.


Vídeo da extraordinária conferência de imprensa final da taça de Portugal 2014 



Ganda Jesus, meu. Tu vês isto e ficas sem palavras.


*

Agradeço ao generoso Leitor que me enviou este vídeo.

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segunda-feira, abril 21, 2014

Se a maioria dos portugueses é benfiquista, então já percebo porque é que o Passos Coelho e o Paulo Portas ganharam, em conjunto, as últimas eleições. [PS: E os benfiquistas inteligentes e racionais, essa escassa minoria que talvez exista, que me perdoem mas isto é o meu desabafo perante a maluquice que reina nas televisões. Benfica, Benfica, Benfica: um exagero que não se aguenta!)


Depois de abaixo ter relatado o making of do meu período pascal, venho agora aqui para protestar: mas que raio de país é este ou que raio de televisões é que temos, para serem directos e mais directos e haver uma festa nas ruas como se estivessem a chover barras de ouro? O Benfica ganhou o campeonato, é certo. Mas... e daí? 


E o que é que eu tenho a ver com isso? Em que é que tal feito contribui para a minha felicidade, alguém me explica? E que raio é isso do 33 que vejo por todo o lado? Foi a 33ª vez que o Benfica ganhou? É que nem explicam, só gritam 33. E isso é bom? Nunca nenhum clube à superfície da terra ganhou tantas vezes? Não faço ideia nem considero relevante. Fogo...! 


Como vos conto no final do post a seguir a este, hoje de tarde, antes de nos irmos dedicar à terceira idade e levar-lhes os deliciosos Pães de Deus da Padaria Portuguesa (aquele José Diogo Quintela está mesmo a sair-se bem com isto: que belos produtos, que belas lojas!), fomos dar um passeio a pé pela Baixa.


Pois não vos digo nem vos conto. Benfiquistas e mais benfiquistas, aquela raça de gente que anda de blusão encarnado, cachecol encarnado, que falam muito alto, que gritam e cantam, e outros em motos à abrir e a gritar, cachecol ao vento, palavrão de criar bicho, uma euforia tresloucada. E isto ainda antes do jogo começar.

Agora na televisão outra maluquice: entrevistam o zé dos anzóis, o zé maria pincel, o zé da gatinha, e o primo, o tio, o cunhado, o vizinho, e os apresentadores e comentadores como se fosse tivesse vindo aí o fim do mundo e uns quantos tivessem sobrevivido, uns eleitos, uns heróicos protagonistas de uma fantástica epopeia. Poupem-me.

E, em Lisboa, no Marquês de Pombal, são homens, mulheres, novos e velhos, tudo aos gritos, aos saltos, uma multidão ululante, um mar de gente de braços levantados, a saltar, a cantar, ou melhor, a berrar. 


E por ali andam os repórteres feitos baratas tontas, e toda a gente parece ter alguma coisa importante a dizer e, quando abrem a boca, ou sai parvoíce da grossa ou gritos roucos, um comportamento quase selvático, tudo numa bebedeira emocional que só visto.

E há assombrosas vistas aéreas, dá ideia que foram mobilizados todos os meios aéreos para confirmar que parece que Lisboa parece ter sido tomada de assalto, não por verdadeiros heróis mas por figurantes de um filme de gente doida em que a doidice lhes dá para se vestirem todos de encarnado, andarem aos saltos e aos berros.

Será isto normal? Num país de milhões de desempregados, em que uma quantidade enorme da população vive sem rendimentos, em que grande parte dos jovens qualificados do País emigrou ou está em vias disso, em que os pensionistas nem sabem quanto recebem ao fim do mês tantos os cortes e ameaças de cortes que recebem, em que uma população inteira viu o seu rendimento cortado por via de um brutal aumento de impostos para serem canalizados para o pagamento de juros agiotas... há um clube que vence o campeonato (como todos os anos há) e parece que todos os males desapareceram e que o que há é todas as razões possíveis e imaginárias para uma colossal alegria, para uma festa de arromba, para um espectáculo de euforia colectiva. Fico banzada com isto, palavra que fico.

Claro que aqui em casa o ambiente era negro (e ponho no passado porque agora só eu é que estou acordada e, portanto, o negrume já aliviou). O meu marido, sportinguista de nascença, nem queria a televisão ligada, que era o que lhe faltava era correr o risco de ainda ter que gramar com o Jorge Jesus (e claro que precedia o nome da figura por adjectivos que aqui não poderei reproduzir) e com todos esses gajos que nem falar sabem

Mas nem é preciso ser-se sportinguista de gema para desaderir desta alucinação colectiva. Acho que basta uma pessoa não ser completamente passada da cabeça. 

Ainda agora, arredada que tenho andado das notícias, passei pelos canais das notícias para ver se descubro se o Paulo Portas já apresentou o Guião da Reforma de Estado, se afinal a Poiazita Madura já orquestrou os ministros sobre o que hão-de dizer quando lhes perguntarem acerca do putativo imposto sobre o sal das batatas fritas, para ver se já há alguma pista que leve a perceber se a saída do protectorado (assim lhe chamou o irrevogável vice) vai ser limpa ou suja, se houve mais algum avistamento da pequena Maddie, se o Passos Coelho já inventou mais alguma expressão para a novilíngua que tem vindo a criar, se a tal senhora de quem o Henrique Neto diz que não é lá muito sã da cabeça teve mais algum descabelamento frustracional, ou para ver, ao menos isso, se a Judite de Sousa hoje, ao entrevistar o Professor Marcelo terá aparecido de mini-saia e com a sua bela perna ao léu ou se veio de capuchinho e de botas de D'Artacão.

Pois bem: inconsegui. Como disse, os canais de notícias só com multidões vermelhas, encarnadas, rubras, fumegantes. Não sei de onde veio toda aquela gente e que rifa lhes saíu na sorte para tanta esfuziante alegria. Milhares de pessoas, milhares. Nem nas maiores manifestações contra o desemprego, a fome, os roubos de todas as formas e feitios, se consegue um fenómeno destes. E, portanto, todos os canais, todos, mobilizados para cobrir o tsunami vermelho que varreu as ruas. Um exagero, um exagero.

E eu eu interrogo-me: mas que gente é esta, senhores? O que é que têm na cabeça? Alguém me explica? Há por aí algum benfiquista que seja normal e saiba explicar-me por a mais b como é possível uma coisa destas?

Seriam capazes de vir assim para a rua defender Portugal se este estivesse a ser espoliado por um bando perigoso? Sim...? Então porque é que nunca os vimos? Ou são assim só quando a luta é de brincadeirinha, coisa de meninos que andam a correr atrás de uma bolazita e o adversário é outro grupo que também não faz mais do que isso?

Não percebo a natureza humana, é o que é. Deve ser por isso que gosto tanto de pássaros, de flores, de pedras. 

Enfim. Bolas para isto. Vou-me deitar que é o que faço de melhor.

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E estou a escrever e a ver as minhas mãozitas com uma série de pequenos arranhões. Tantas reuniões que vou ter esta semana e com as mãos neste estado. Se me habituasse a fazer a lida doméstica de luvas... Mas não consigo. Só que desta vez até tenho vergonha. Enfim, dona de casa é assim. Mas, sobre isso, falo no post a seguir.

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A estas lindas horas e traumatizada com o que vejo em todas as televisões, claro que já não tenho tempo nem para a reportagem fotográfica da arte xávega nem do passeio por Lisboa. A ver se consigo amanhã. 

Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma bela semana a começar por esta segunda feira. 
E, por favor, não se esqueçam: é Abril, tempo de renascer.

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terça-feira, dezembro 21, 2010

Mark Rothko e, numa daquelas minhas crises de imodéstia, fotografias minhas e tapetes de Arraiolos meus 'a la' Rothko

Já aqui muitas vezes referi Mark Rothko, um dos meus pintores de eleição. É difícil explicar. Com frequência dou por mim sem saber defender, com argumentação lógica, porque gosto tanto destas pinturas, aparentemente tão simples. Grandes telas com manchas de duas, três, quatro cores. Mas depois olha-se e cada cor tem pequenas gradações. Mas não há a preocupação da perfeição, há apenas uma intuição, um feeling de cor.

Para quem se move em meios ligados à gestão sabe que é frequente, a propósito dos mais variados assuntos, alguém colocar a questão: "Qual é o racional?". Faço-me esta pergunta a mim própria e, de facto, não encontro. Mas olho estas manchas de cor e há uma ascese, uma pureza (ou melhor, uma depuração), uma indiferença face à opinião alheia, uma total ausência de artificialismo. É a alma sem disfarces. Não sei explicar.

Rothko fazia isto. Grandes telas cheias de cor. E depois as cores foram escurecendo. E depois eram enormes telas cinzentas, escuras, quase a ausência de cor.

E depois, quando a cor se acabou, quando a luz deixou de fazer sentido, suicidou-se. E neste percurso eu encontro um 'racional'.




E eu, que gosto de fotografar, dou por mim a tentar simplificar a imagem obtida, tentando que fique apenas uma sequência cromática simples, como as do Rothko. Sem pretensão, apenas como um exercício que me 'depura', se assim me posso expressar.

(Canteiro pintado e banco, in heaven)


(Chão de cimento, in heaven)


(Murete da vedação in heaven)


(...e até tapetes de Arraiolos a la Rothko já fiz...)
Enfim, gostos.

De qualquer forma, assunto que me interessa mais do que falar da chuva intensa que ouço cair, do Pinto da Costa, another great pretender, a elogiar o Jorge Jesus, da Ana Gomes, essa mulher feroz - mas avó extremosa - a quem andam a assaltar o correio electrónico, ou do Papa que reconhece a humilhação que é a pedofilia na Igreja.

domingo, novembro 07, 2010

Jorge Jesus e Manuel Alegre...temos pena...


5 golos cravados no peito do sempre sofredor Jorge Jesus, numa fatídica noite de cravos na Invicta.

Hoje não comento este ar de vencido da vida, este tom de voz agastado e sem energia: hoje o virador de frangos tem razão para estar tão infeliz.

Temos pena.

(Jorge Jesus, há pouco, justificando a infeliz goleada de 5-0)

Reparo na legenda em rodapé: Manuel Alegre diz que greve geral pode ser importante como alerta.

Outro vencido da vida (com o devido respeito ao Poeta). Torceu-se todo para, com um desmesurado esforço, acabar por reconhecer que o OE teria mesmo que ser aprovado. Apesar disso apoia a greve ou melhor, diz que "pode ser importante como alerta", se calhar alerta contra a política do PS....

Ou seja, uma mãozinha dada ao PS, a outra mãozinha ao BE. De bem com deus e com o diabo, sol na eira e chuva no nabal.

Mas a soma de contrários, Caro Alegre, dá zero.

Temos pena...
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quarta-feira, novembro 03, 2010

Jorge Jesus e João Pedro Pais separados à nascença?! Futebol numa hora destas? Então não se fala do OE 2011?


Temos pena, mas não há volta a dar. Daqui por uns anitos o João Pedro Pais estará igualzinho ao Jorge Jesus, o grande mestre dos frangos no churrasco.

Agora já está quase lá. Até o tom de voz, até a entoação, até os modos já são praticamente iguais: aquele ar de cansado da vida, de incompreendido disposto a vencer, aquele ar de precocemente envelhecido mas que se recusa a envelhecer, tudo, desde a expressão facial, à expressão corporal, tudo é idêntico. 

Está certo que têm uns anitos de diferença mas, à medida que o tempo passa, a diferença perde relevância (é a matemática, meus caros - o número de anos de diferença é sempre o mesmo, a idade é que vai aumentando, ou seja, o mesmo numerador para um denominador cada vez maior dá nisto: a valor percentual da diferença vai diminuindo).

A única coisa que o João Pedro Pais pode fazer, se daqui por meia dúzia de anos não quiser parecer gémeo verdadeiro do Jorge Jesus, é não pintar o cabelo de louro…

E, já agora: parabéns ao Jorge Jesus que lá virou mais um frango, desta vez um poulet lyonnais (je pense...)




PS: Aos que ficam chocados de cada vez que falo de assuntos similares, especialmente quando teço considerações sobre o spleen e outras particularidades do Jorge Jesus, quero dizer que não vejo mal nenhum. Acho, até, um tema muito mais elevado do que o festival de baixo nível e de vulgaridades políticas a que se assistiu no Parlamento na discussão do mal afamado OE 2011, com os do PS e os do PSD a portarem-se como umas autênticas vizinhas, enquanto as taxas de juro voltam a subir perigosamente.

O Sócrates com o cabelo cortado de fresco já dava gritinhos estridentes qual virgem ofendida, o Teixeira dos Santos - que eu tinha por senhor - agora a portar-se com uma deselegância confrangedora, o Aguiar Branco e o Macedo do PSD a saltarem fora de uma carruagem em que se meteram (e é verdade, mas que concentração infernal de Miguéis é aquela ali...? Ele é o Miguel Relvas, ele é o Miguel Macedo, ele é o Miguel Frasquilho da pulseirinha fatal, que coisa!)...

Com estes artistas, como é que se vai sair daqui, deste pântano?

Por isso, já estão a ver: assim como assim, fico-me pelos gémeos JPP e JJ.
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segunda-feira, setembro 13, 2010

Jorge Jesus, um "benfiquista" cheio de spleen



Volto a este homem outra vez mas é inevitável. Quem conheça benfiquistas saberá que é gente desatinada, destravadamente adepta de futebol, gente com um fundo popular, amigos de festa e de um belo barraco. Gente com indesmentível vivacidade.

Ora vi o Jorge Jesus há pouco na televisão. A imagem é, toda ela, a do anti-benfiquista.

Mexia no cabelo, ar enfastiado e sem forças, acha-se injustiçado, a arbitragem (que me parece que ele diz 'arbitagem') a prejudicá-lo, e todo ele suspira, mas suspira mesmo, já não tem ânimo para respirar normalmente, solta suspiros. Quase nem tem força para falar, deixa as palavras a meio. Infeliz, vergado pelo peso do destino que o maltrata, sem forças para o combater. Ocorreu-me a palavra spleen, tão associada aos românticos suspirantes, aos poetas infelizes.

A palavra spleen, neste sentido, refere-se a melancolia extrema, a desejo de autodestruição. Ora assim o vejo a ele, a comprazer-se com o seu próprio enfastiamento, desgastado, rendido.

Carregadinho de spleen, em suma.

(Ora está-se a ver a "malta" do Benfica com paciência para sujeitos carregadinhos de spleen...? Cá para mim, este melancólico Jorge Jesus não vai longe, não... mas eu nem sou benfiquista nem percebo nada de futebol)
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sexta-feira, agosto 06, 2010

Jorge Jesus o absoluto anti - José Mourinho


(O inconfundível Jorge Jesus numa sugestiva foto, gentileza de: http://cdn.wn.com/ph/img/ff/f7/07dbffbf3fa0681a6b9341f101e9-grande.jpg)

Agora por encarnado, o que dizer do actual treinador, o inenarrável Jorge Jesus?

Não lhe conheço os dotes como treinador. Apenas me poderei pronunciar pelo que me é dado assistir através da televisão e… é do pior que há.

Não se aproveita nada.

Aquele cabelinho… Aquela tonzinho de voz, aquela dicçãozinha...As coisas que diz… Aquele fato de treino…

Todo ele parece um daqueles pintas, tão bem descritos nas crónicas iniciais do António Lobo Antunes, aqueles homens dos subúrbios, que saem ao domingo a passear com a família, de fato de treino, cabelinho xunga pela nuca, ar pseudo-malandreco.

E toda aquela postura corporal, todo ele apoiado nos cotovelos que se apoaim na mesa, enterrado nele próprio, ar cansado, poderia ser ar blasé se soubesse o que isso é, mas não, apenas tem ar de quem está a fazer um frete e não aprendeu a disfarçar.

A total antítese do José Mourinho, bonito, bem vestido, boa atitude, negligé qb.


(O especial José Mourinho em fotografia de: http://jc3.uol.com.br/blogs/repositorio/mourinho_2.jpg)
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