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segunda-feira, setembro 09, 2024

Quando as mulheres divorciadas soltam a franga

 

Se calhar é porque ainda me sinto a modos que na silly season. Não digo que não. Mas são tantas as cenas. Por exemplo, agora acabei de ouvir o Marques Mendes a confessar que aprendeu uma palavra nova no Campus da Liberdade da IL: genuflexório. Pareceu-me que estava a falar a sério. E não sei se foi com vergonha de parecer menos totó que ele mas a Clara de Sousa disse que também não sabia. Eu que não tenho ideia de alguma vez me ter ajoelhado numa igreja claro que conhecia o nome da coisa. Caraças. Mais vale desistir já da ideia de se candidatar. E não é por ser frouxo a nível de vocabulário, é por ser tão parvinho que ainda vem gabar-se disso. 

Mas o tema de hoje não é o défice vocabular do putativo candidato a PR nem a falta de esperteza dos entrevistadores que não são capazes de perguntar aos directores da polícia, ao director dos guardas e aos próprios guardas porque é que não se lembraram de olhar para as imagens das câmaras (agarram-se àquilo de não haver gente nas torres de vigilância e não percebem que seria mais fácil se estivesse alguém com atenção a olhar para os ecrãs onde passam as imagens captadas pelas câmaras): o tema hoje são as mulheres divorciadas que, mal se apanham solteiras, livres e boas raparigas, soltam as amarras que existiam dentro delas.

Veja-se a Catarina Furtado. Desdobra-se em entrevistas, que a culpa também foi dela, que agora já vai ser melhor namorada e mais não sei o quê. E diz que está numa fase toda xpto, mais picante e tal e coisa. E faz sessões fotográficas em que se mostra mais sexy, nomeadamente nua na banheira, com arzinho de atrevidota e coiso.

Catarina Furtado mostra-se nua na banheira

É como a Jennifer Lopez. Desde que se separou do Ben Affleck que se mostra mais poderosa que nunca. Agora apareceu de uma maneira que toda a gente a abençoou. Um vestido que vai lá, vai. Quase que poderia parecer um aventalinho mas está bem, está. Não sei se nas costas tem um letreiro a dizer: 'desfaz-me os lacinhos, se faz favor' ou se 'ora chupa, ó Ben Totó'

Jennifer Lopez em vestido Tamara Ralph na passadeira encarnada do Festival International du Film de Toronto, no dia 6 setembro 2024. SPUS / SPUS/ABACA

E até poderia recuar aos tempos em que a malograda Lady Di usou o chamado 'vestido da vingança' ao aparecer pela primeira vez em público após o marido ter admitido publicamente ter um caso extra-conjugal.

Uma lição sobre o dress code para enfrentar o mundo depois de um marido anunciar que afinal há mesmo outra

Acho muito bem. 

Mais. Que isto nos sirva de ensinamento. Por exemplo, mero exemplo, se um dia virmos a Santa Isabel Jonet, a ilustre Madama Cavaca ou mesmo a Senhora Dona Esposa de Marques Mendes ou qualquer outra senhora do género aparecerem descascadonas, a anunciarem-se picantezonas, já sabemos: o sagrado matrimónio foi à vida.

Tirando isso, pode falar-se de quê? Não sei. 

Só se for sobre o facto do Montenegro ainda não ter capturado, ele próprio em missão, os 5 foragidos. Mas isso não é notícia. Ninguém estaria à espera de tal proeza. Na volta deve andar a ver se angaria, ele mesmo, professores para preencher as vagas nas escolas. E riam-se, riam-se. Julgam que estou a brincar? Olhem que não, olhem que não... Sei de fonte segura que é menino para se ocupar com coisas do género (embora não necessária ou não exclusivamente com professores -- e não me peçam detalhes pois tenho por hábito proteger as minhas fontes). 

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Uma boa semana a começar já nesta segunda-feira

terça-feira, abril 08, 2014

Dilemas... [Passos Coelho e os cortes de ordenados e pensões e a hipotética redução de impostos e o ficcionado aumento de salário mínimo (que afinal parece que já não é bem assim), e mais a Isabel Jonet e as redes sociais que são o maior inimigo dos desempregados - e, perante isto, a minha dúvida é: qual a forma mais eficaz de comentar tanto logro e tanta parvoíce sem parecer uma revoltada ou uma profissional da má língua?]


I

Na minha vida real, seja ela pessoal, social ou profissional há linhas que não piso. Por vezes, dizem que tenho mau feitio, outras vezes dizem-me que há anti-corpos em relação a mim. Sei disso e encaro-o com naturalidade. Não se consegue viver em consenso quando há visões distintas para a mesma coisa. Se, por exemplo a nível  profissional, eu estou na gestão com o intuito de conseguir os melhores resultados e outros estão para se darem bem na vida, marimbando-se para a empresa, não há consenso possível. Eu marro a direito e vou causar maus momentos àqueles em quem marro e não há volta a dar. Claro que, primeiro, tento levar as coisas da forma menos dolorosa para ambos, tento trazer para o meu lado aqueles que estão em campos antagónicos ao meu ou tento fechar os olhos se achar a coisa não é muito grave. Mas há a tal linha: é a linha da minha consciência.

Se eu fosse líder do PS teria a maior dificuldade em lidar com cães com pulgas. Ora falam em cortes definitivos quando antes eram provisórios, ora falam em redução de impostos ou em aumento de salário mínimo para logo de seguida envolverem a conversa numa outra roupagem, falando em rendimentos indexados à economia. Coisas sérias tratadas com os pés (já para não dizer com as patas). 

No entanto, perceberá a opinião pública todos os logros, todos os embustes, todas as manipulações que os vendilhões armam? Perceberá que aqueles biltres mentem e escamoteiam sem escrúpulos e que é impossível a alguém que preze a dignidade estabelecer consensos com eles? Não poderá a opinião pública ainda pensar que as pessoas dignas que se recusam em alinhar em embustes são radicalistas?

Se eu fosse líder do PS poderia estabelecer algum consenso com o Láparo e com todos cães com pulgas e papagaios que o rodeiam? Jamais. Mas a opinião pública perceber-me-ia ou acusar-me-ia de arrogante ou esquerdista?

Não sei.

É aquela coisa: se fugir o bicho pega, se ficar o bicho mata. Um dilema, portanto.

É o caso ilustrado aqui abaixo. Ora vejam o dilema do pobre coitado.



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II

A Dame Jonet saíu-se com mais uma de antologia e eu não disse nada. Leitora atenta estranhou o meu silêncio e protestou por mail. Percebo-a. Claro que o tema merece referência. Mas o que eu já estou cansada com tanta parvoíce, Leitora...? É que parece que ainda sou eu que corro o risco de parecer que sou picuinhas, que sou ranzinza, que estou sempre a protestar com tudo.

Mas está bem, eu digo de minha justiça.

Disse a Dame Jonet que a maior inimiga do desemprego é a praga das redes sociais. Já cá faltava mais uma das famosas boutades da Jonet: só podia ser parvoíce da grossa, claro.

No entanto, tenho que confessar que tenho alguma dificuldade em atirar-me à jugular da senhora. O trabalho dela é meritório. Consegue mobilizar milhares de pessoas e consegue fazer chegar apoios a muitos milhares de pessoas carenciadas. Louvo-a por isso. Ainda bem que ela faz o que faz porque é importante que haja este tipo de apoios.

Onde ela se espalha, mas se espalha ao comprido, é quando se mete em analista ou ideóloga do regime. A actividade dela centra-se no assistencialismo, na caridade, e a cabecinha pensadora dela não sai daí. Não vale a pena porem-lhe um microfone à frente porque ela não dá mais do que falar de bitoques em vez de bifes ou em recomendar aos desempregados que vão fazer voluntariado em vez de ficarem no facebook.

Ignora a Dame Jonet que o mal tem que ser combatido na origem - e a origem de tanta pobreza é a debilidade da economia e o desvio das verbas circulantes para entidades financeiras em vez de servirem para financiar e dinamizar a economia. Os muitos milhares de milhões que foram subtraídos ao PIB traduzem-se em muito desemprego, muita emigração. Mas na cabecinha da Dame Jonet o mal não está aí, está no facebook ou nos blogues. 

Mais do que apostar na caridade (que é a política deste desgraçado Governo que primeiro empobrece a população para depois lhes atirar migalhas, migalhas essas que ainda regateia) o que tem que ser feito é pôr dinheiro a circular para que a economia arranque e crie emprego.

Redes sociais diz a Dame Jonet...? Bahhh.

Se as pessoas não arranjam trabalho devem fazer o quê? Enfiarem-se na cama? Andarem de porta em porta à esmola? Irem trabalhar para o Banco Alimentar na esperança que lhes dêem uma sopa à borla?

Está a ver, Leitora? Tenho dificuldade em pronunciar-me sobre tamanha indigência intelectual, que quer...?

No mail refere a Leitora que, de resto, é nas redes sociais que tantas vezes se arranja trabalho, especialmente no LinkedIn  [mas que, também nas redes sociais, há um risco pois há muitas empresas que, antes de entrevistarem os candidatos, varrem as redes sociais, pelo que todos os cuidados são poucos]

Este mundo anda virado do avesso, anda perigoso.

Mas, enfim, apesar de tudo ainda acho que a Dame Jonet é menos perigosa que o Láparo, o Maçães, o Portas (por onde andará o vice qualquer coisa?), a Pinókia, o Moedas, o Catroga, o Arnaut, o rei das cagarras e outros. .

Por isso, de cada vez que a Belicha Jonet diz uma enormidade (para não dizer alarvidade), eu fico num dilema. Faço de conta que não dou por nada ou digo para ela se deixar estar sossegada (e de bico calado) a fazer a sua caridadezinha?


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segunda-feira, dezembro 30, 2013

Balanço de 2013 à moda de Um Jeito Manso (coisa muito limitada, claro: Tozé, o Inseguro; Passos, o Pérfido; Portas, o do Destino Trocado; Cavaco, o Inútil; Costa, o Desencontrado; Jonet, a Naftalina ao serviço dos pobrezinhos; e mais uns quantos]


Não é altura de balanços? Fecha-se o exercício, fecham-se as contas, faz-se a demonstração de resultados, acerta-se o balanço, percebe-se qual o resultado bruto, qual o resultado líquido. Coisas assim.

Mas era o que mais me faltava pôr-me aqui a perder tempo com uma análise exaustiva ao que passou. Passou, passou, está passado.

Quanto muito, passo por cima de balanços e foco-me num ou noutro balancete.

Ora, então, vamos lá. Coisa simples com base no que se viu em 2013 neste luso rectângulo que, se isto não muda, ainda se torna pindérico. Ou de plástico, que é mais barato (O'Neill dixit).



António José Seguro - Um chato, sem alma, sem garra, sem charme. 


Li algures que se fez filmar armado em estadista a desejar um bom Natal às famílias. Típico. 

Este é daquele que antes de o ser já o era. Um velho. Um ex. 

Um chega para lá. Um pequeno Hollande. Tomara que nunca tenha a oportunidade de desiludir os eleitores como Hollande o faz todos os dias.



Pedro Passos Coelho - Uma criatura sinistra. 


Nunca me enganou: as palavras que proferia antes de ganhar as eleições revelavam demagogia, populismo, ignorância, leviandade, pouco respeito pela inteligência dos outros. É o joguete útil que qualquer poderosos deseja encontrar em lugar de importância num país. O facto de não distinguir a mentira da verdade torna-o ainda mais perigoso. O facto de ser frio e vingativo é a pitada que faltava para o tornar ainda mais temível. Os portugueses deveriam fazer tudo para o afastar de qualquer função pública. Não tem feito outra coisa senão destruir o País e dar cabo da vida dos Portugueses. Os danos far-se-ão sentir por muitos anos.


Paulo Portas - Uma pessoa cuja inteligência e fulgor se desperdiçaram estupidamente ao escolher o percurso político que tem vindo a singrar. 


Poderia ser um professor brilhante, um grande jornalista, até um grande actor de teatro. Qualquer coisa. Seria sempre muito bom. Mas optou por se enfiar numa carreira que é sempre pequena demais para a sua ambição e para as suas capacidades intelectuais. Por isso transborda, é arrastado por correntes que não controla, tenta manter-se no palco, encena, efabula, é histriónico para além do razoável no que faz e diz, perde-se nos seus labirintos, perde a noção de tudo (até do ridículo). Ganharia muito se se afastasse, se conseguisse manter o recolhimento durante uns tempos, se encontrasse um outro rumo para a sua vida, se serenasse, se fizesse um uso útil e inteligente das suas capacidades. Ganharia ele, ganharia o CDS, ganharia o País.


Jerónimo de Sousa, João Semedo, Catarina Martins - Gente bem intencionada, gente generosa, gente com ideais. 


Contudo, uns por estarem presos a conservadorismos desajustados aos tempos que correm, outros por ainda não terem sabido traçar caminhos que se compreendam bem, serão sempre refúgios para grupos fechados de sonhadores, saudosistas, idealistas. 

São os guardiões de castelos nos quais haverá sempre parte da população que gostará de se acolher. Mas dificilmente atrairão novos adeptos, ou gente com real capacidade para fazer frente aos desmandos ultra-liberais.


António Costa - Um homem com um discurso tão claro como bem articuladas são as suas ideias. 


Vigoroso, lutador, um democrata, um humanista. Mas parece não chegar a tempo ao sítio onde o comboio da história passa. Tomara que um dia o seu tempo coincida com o tempo comum. 

O País tinha muito a ganhar se a sua clarividência e frontalidade pudessem traduzir-se em acções.


José Sócrates - Um homem corajoso, um lutador, um homem a quem os ventos contrários não vergam. 


A imagem perfeita do resistente e do resiliente. Um combatente.

O País ainda irá contar ele. 

Muitas pessoas como ele em posições cimeiras na UE tornariam o nosso espaço comum um lugar menos perigoso.

Contra ventos e marés, contra ameaças ou traições, contra incompreensões ou abandonos, os seus ideais não sofrem abalos.


Rui Tavares, Daniel Oliveira, Carvalho da Silva e outros - Gente bem intencionada, com visões correctas da realidade e um discurso limpo e honesto.


Mas não será através de novos partidos, movimentos, pólos ou plataformas que a direita retrógrada, revanchista, apátrida e amoral será derrotada. 

Numa altura como a que vivemos, toda a gente de bem se deve unir. Qualquer divisão de votos favorecerá a pandilha que tem vindo a arruinar o futuro deste pobre País.


Cavaco Silva - Quando foi Primeiro-Ministro comprometeu o futuro do Pais, trocando o tecido económico nacional por meia dúzia de patacas. 


Como Presidente da República faz questão em ser inútil.

Este espaço vai ficar quase vazio de propósito pois vazio é o que parece rodeá-lo.


Mário Soares - Um homem inteiro. Um leão.


E não escrevo mais pois todas as palavras seriam fracas quando comparadas com a força que tem sabido demonstrar ao longo de toda a sua vida. 

Mesmo agora, aos 89 anos, é das vozes que mais vigorosamente clama contra a devastação em curso.

De cada vez que ruge, o seu rugido abala as estruturas apodrecidas.


Isabel Jonet - Canaliza a sua capacidade empreendedora para actividades assistencialistas que são úteis mas mais úteis seriam iniciativas que evitassem a necessidade da caridade.












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E por aqui me fico para isto não ficar chato para além da conta.

Algumas imagens, como está à vista, provêm do blogue We Have kaos in the Garden. Das restantes desconheço a proveniência original.

...

Até já.

terça-feira, dezembro 14, 2010

Voluntariado sempre mas, ainda mais, em tempos de crise. Angelina Jolie, Isabel Jonet.

Era bom que só houvesse pessoas boas, generosas. Era bom que só houvesse justiça à superfície da terra. Era bom que houvesse trabalho para todos e que todos quisessem trabalhar, era bom que não houvesse pobreza, nem doença, nem roubos, nem abandono escolar. Era bom que houvesse equilíbrio entre o que se quer comprar e o que há para vender para que os preços fossem justos e equilibrados. Era bom que nascessem tantas crianças que compensassem o acréscimo de esperança de vida das pessoas. Tudo isso seria maravilhoso e já nem falo de outras coisas que também seriam boas (como, por exemplo, que só houvesse pessoas educadas, respeitadoras, inteligentes, etc).

E era bom que em cada canto estivessem, entre canteiros floridos visitados por borboletas e pássaros multicores, pessoas que, discretamente, tocassem, ao violino, suaves melodias. E que dos céus caíssem confettis brilhantes, coloridos, prlim, pim, pim, tudo na maior harmonia, paz e amor.


Mas um mundo idílico assim não há, nem nunca houve.

Gerir recursos finitos, gerir imperfeições, gerir expectativas, gerir sensibilidades, gerir imprevistos, gerir o impacto de influências externas, tudo isso é, de facto, a difícil atribuição de quem anda nesta vida. Seja qual for o papel de cada um na sociedade, ninguém pode fugir a isso, seja a nível doméstico, social, profissional, político.

Podemos também olhar apenas para dentro de nós próprios e ignorar os problemas ou, então, dizer que, se os há, sejam de que natureza forem, os outros que os resolvam, ou que o Estado que os resolva.

E o Estado seria constituído por batalhões de assalariados, governados por forças políticas, pagos com os impostos dos ‘outros’ que dariam resposta a todo o tipo de necessidades. Desde logo as usuais, educação, saúde, segurança pública, etc, mas também as outras necessidades. Quais?

Por exemplo: se há pessoas que, por uso de drogas ou por alcoolismo ou outros desnortes das vida, caem na rua, haveria funcionários públicos para lhes levar cobertores à noite, distribuir comida quente (de notar que, em grande percentagem dos casos, os sem-abrigo não querem abandonar a rua); se há crianças que se têm que tratar hospitalarmente por períodos prolongados longe da sua residência e a família não tem recursos, então haveria residências do Estado, geridas por funcionários públicos para acolher e dar apoio às famílias; se há pessoas hospitalizadas longe de casa e que não recebem visitas, haveria uma legião de funcionários públicos para visitar doentes sós; se, nas zonas carenciadas, há muitas adolescentes grávidas que são abandonadas pela família, ter-se-iam residências do Estado, em que zelosos funcionários públicos apoiariam, dariam carinho e formação às futuras meninas-mães e acolheriam depois do nascimento, as recém-mamãs com os seus bebés, garantido-lhes a subsistência e o apoio emocional.

Talvez isso fosse possível… mas seria muito complicado. Às tantas tudo seria estatal e não haveria impostos suficientes para acudir a tanta solicitação (já para não falar na ineficiência, pois quem é que geriria todos essa imensa legião de funcionários públicos? Directores-gerais, dependentes de secretários de estado escolhidos de entre o partido do poder….? […e onde é que eu já vi isto….?]).

No mundo imperfeito que temos – em que, infelizmente, temos crianças com cancro a precisar de longos e penosos tratamentos, em que infelizmente, temos gente que cai na rua e aí fica desamparada, em que infelizmente, temos mulheres maltratadas que têm que se esconder dos agressores, em que temos pessoas em casa com fome e vergonha de pedir ajuda, em que temos famílias sem dinheiro para comprar roupa e livros para os filhos, em que infelizmente temos jovens que pertencem a famílias carenciadas ou desagregadas sem um adulto que os apoie no processo de crescimento, em que infelizmente há reclusos renegados pela família que nunca recebem uma visita – há também pessoas abnegadas que se dão a si próprias, que dão parte do seu tempo, de forma desinteressada. São os Voluntários.

Há Voluntários de várias actividades: para ajudarem jovens, para ajudarem famílias, para ajudarem crianças, para ajudarem doentes, para recolherem alimentos, para redistribuírem alimentos, ou vestuário, ou livros, para fazerem visitas, para levarem uma comida quente, uma palavra amiga, para dar formação, para dar apoio administrativo, para transportar, enfim, para quase tudo o que for preciso.

E já nem falo nas missões fora do País, em campanhas de vacinação, alfabetização, etc.
Vidé o filme Beyond Borders ou Amor sem Fronteiras, com a Angelina Jolie (ela própria uma Voluntária, uma lutadora por nobres causas) e o Clive Owen, cujo trailer coloquei no post abaixo.


A quem quer ser Voluntário, que eu saiba, ninguém pergunta qual a religião que professa (eu, por exemplo, conheço católicos, budistas, agnósticos e, da maioria, não faço a mínima ideia), qual o partido em que vota, qual o clube de futebol. Que eu saiba, quem vier por bem, é bem vindo.

Apenas fiz uma pequena actividade de voluntariado e é recente o meu contacto com este outro mundo, pelo que ainda não me considero uma voluntária. O que sei é ainda muito pouco; por isso, frequentei uma acção de formação para me preparar para actividades futuras e tenho lido, tenho-me informado.

Sei que é uma realidade dura, difícil. Abdica-se de estar confortável em casa, com os amigos, com a família, para ir lidar com uma realidade difícil, dolorosa.

Por isso que ninguém desdenhe do trabalho dos voluntários. É uma sociedade civil silenciosa, organizada, generosa, que se movimenta geralmente na sombra, para ajudar quem precisa de ajuda.

Seria bom que todos nós percebessemos isso e nos dispuséssemos também a dar um pouco de nós para bem dos outros.


A Isabel Jonet, à frente do Banco Alimentar contra a Fome, é uma das caras mais conhecidas do voluntariado mas há milhares de outras pessoas que, com a mesma dedicação, se entregam, na medida das suas possibilidades, à ajuda desinteressada a quem, seja quem for, dela esteja a precisar (Acreditar, Ajuda de Berço, Entreajuda, Comunidade Vida e Paz, etc, são algumas instituições conhecidas mas há muitas outras).

São pessoas que dedicam parte da sua vida aos outros, que fazem de tudo para conseguir disponibilidade, recursos, para os entregar a quem mais deles necessita. E são pessoas que sabem acompanhar o seu tempo. Isabel Jonet, uma vez mais, é um exemplo: tem sabido tirar partido das novas tecnologias e assim vemos a instituição que gere já inserida no Facebook, vemos o perfil da própria Isabel Jonet no LinkedIn pretendendo com isso estimular os contactos por esta via - porque todos os meios servem; aliás não nos esqueçamos que felizmente há muitos, mas mesmo muitos, jovens voluntários que, com o conhecimento que têm das novas formas de contacto social, contribuem dessa forma para a divulgação da causa e para angariar mais voluntários, mais meios, mais donativos.

E todos nós, mesmo que felizmente ainda não tenhamos precisado ou mesmo que ainda não tenhamos a abertura de espírito ou a experiência de vida para perceber esta outra realidade, deveremos estar muito gratos a estas pessoas.