Mostrar mensagens com a etiqueta Frederico Lourenço. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Frederico Lourenço. Mostrar todas as mensagens

domingo, dezembro 18, 2016

Como apalpar mamas
- escreveu uma pessoa a quem o motor de busca enviou para mim.
E eu, que tento ser simpática, vou ver se consigo responder à altura.
(Mas só depois de um insignificante intróito sobre a Margarida Rebelo Pinto na Caras, o Frederico Lourenço no Expresso e mais não sei o quê)




Este sábado perdi a cabeça. 

O que se passou de tarde não conto. Estive para aqui a proscrastinar e ver se contava, se não contava, mas acho que acabo por não contar. Dois momentos marcantes, cada um à sua maneira, e de um não quero falar porque talvez me emocionasse e não gosto de alimentar o meu sentimentalismo nem de estimular o alheio e do outro também não, não vá dar-se o caso de a pessoa de quem ia falar calhar ler-me -- e não ia gostar de ler até porque, de certeza, ao vivo ficou com a ideia oposta da que eu, aqui, confessaria.

A seu tempo -- que eu, coisas assim, como já no outro dia contei, gosto de as deixar assentar e, tempos depois, quando já não haja grandes probabilidades de alguém relacionar o escrito com a circunstância, deixar que saiam à cena.

A minha vida é uma vidinha. Normal, sem que ninguém testemunhe em mim grandes tiradas metafísicas (sou mesmo militante na ignorância), sem viagens de arromba para descrever, sem neuroses ou pancadas dignas de registo -- sei bem que dar conta do que vou fazendo não dá empolgadura a vivalma. Se por aqui, volta  meia, me deixo embalar num registo mais diarístico é por falta de melhor assunto, preguiça ou, sei lá, talvez como possível recordatório.


Hoje, do que vivi de tarde, acho eu que iria gostar de dar conta e, se me detivesse nos pormenores, a mim ia agradar e talvez a alguns dos Leitores também. Sendo normais os meus momentos, contudo, quando vistos à luz do meu micro cosmos, são diversos e, também dessa diversidade, se alimenta o meu prazer em viver e relatar esta minha pacata existência. Contudo, não o farei e pode até acontecer que me esqueça e nunca o relato de dois momentos tão especiais venha a ver a luz do dia. Parece que, de vez em quando, me bate um certo receio de, relatando eu factos reais, quem neles também participou calhar ler e se reconhecer, e se sentir melindrado.

Já aconteceu, de resto. Recebi um mail tocante, que me deixou quase sem pingo de sange, de uma pessoa que se reconheceu no que eu tinha escrito. Por mil anos que viva não me esquecerei desse mail nem me esquecerei no peso tremendo que as palavras podem ter.

Por isso, adiante.


Dizia eu, no início que este sábado perdi a cabeça. Já de noite, regressando de casa dos meus pais, parámos na estação de serviço para abastecimento de combustível. Como levou mais de 30 litros, deu direito a uma revista. Enquanto o meu marido se ocupava da viatura, fui entrando. E, como sempre, fui ver o escaparate das revistas. Fofocas de um lado, decoração com motívios natalícios do outro, futebol, carros -- o costume. E um sítio com os sacos do Expresso. Como trazia um artigo sobre Frederico Lourenço, vá lá eu saber explicar porquê, apeteceu-me trazer. Depois fui à caixa levantar a dita revista. Caras ou Visão? - perguntou a senhora. Pensei: se já levo o Expresso, então, se é para ser para a desgraça, que venha daí a Caras. E, portanto, regressei ao carro com o Expresso e com a Caras. O meu marido ficou incomodado, claro está. De vez em quando confronta-se com a inconsistência da sua mulherzinha. 

Agora já se foi deitar porque, segundo ele, pratica horários de pessoa normal mas, até há bocado, esteve aqui ao meu lado, eu a ler toda esta variegada literatura e ele incapaz de folhear ou de querer ouvir-me comentar o que quer que fosse do que ia lendo.

Na Caras uma entrevista com Margarida Rebelo Pinto no Brasil. Fala do amor da sua vida, que já se foi, e das exigências que faz quanto a um próximo. E Clara de Sousa com o seu novo livro de culinária. E talvez mais notícias de gente gira mas de que agora não me recordo. No Expresso, um artigo da autoria do Pde. Tolentino de Mendonça e uma entrevista ao Prémio Pessoa deste ano. Li. Mas não achei nada de especial. Falta ali leveza, sentido de humor, desprendimento. Parece que tudo o que ambos ali dizem (e escrevem) e pensam tem monotonia em cima. Nas crónicas que escreve, Frederico Lourenço tem graça mas, tirando isso, parece um técnico a falar do seu mister ou, insipidamente, do que rodeia a sua actividade. 

Note-se que não estou a falar da leveza tipo Caras ou humor tipo RAP. Nada disso. Se nos recordarmos que a inteligência maior está em conseguir encontrar a essência no seio da complexidade e, portanto, conseguir, simplificar as coisas e que suprema prova de sabedoria é conseguir não se levar especialmente a sério, dado que há a noção da perspectiva geral e, portanto, a compreensão do muito que ainda há por conhecer, talvez se perceba melhor o que quero dizer.
E li mais coisas. Como sempre, tento ler quase tudo mas o quase tudo pelo qual passsei os olhos não imprime marcas na minha consciência. Nem na inconsciência. Ali é sempre tudo muito quadradinho, muito dispensável.


Portanto, resolvi que ia mas era ficar sossegada e, em vez de maçar consecutivamente os meus pobres Leitores, ia mas é continuar um trabalhinho que aqui tenho em mãos.

Eis senão quando vou espreitar as palavras que as estatísticas do blogger mostram como tendo trazido leitores novos até mim. São geralmente surpreendentes. Naquele preciso momento, justamente, estas: 'como apalpar mamas'. Fiquei espantada. Alguém teve curiosidade em saber como apalpar mamas e o algoritmo da google achou que deveria vir aprender comigo.


Muito bem. Faça-se a vontade do algoritmo.

Claro está que, para poder satisfazer cabalmente a curiosidade desse leitor/a deveria saber qual a finalidade da palpação.


Se o objectivo é saber como tentar despistar possíveis formações estranhas no interior dos seios pois não sou grande mestra. Como já aqui o referi sou uma maricas com isso. Não procuro, com medo de encontrar. Mas o melhor é verem um post que escrevi sobre o tema e do qual consta um vídeo elucidativo e com piada.

Se o objectivo é querer saber como se apalpam mamas alheias numa perspectiva de prazer -- e partindo do princípio que as ditas mamas pertencem a uma mulher --, pois então direi que, presumo eu (eu que nunca apalpei as mamas a nenhuma mulher e que apenas intuo que a coisa deva ser adequada ao tamanho das ditas e à sensibilidade da dona), deve ser um movimento holístico, à mão cheia (presumindo que a mama enche a mão que a apalpa), gradualmente da periferia para o centro, com gentileza, sem pressas. E que a evolução da pressão e do movimento deve ser ajustada ao prazer que a mulher vá revelando. Mal se sinta que ela se retrai, logo se deve suspender o avanço. A souplesse é a palavra de ordem e a inteligência e a sensibilidade devem ser os motores que guiam a mão que apalpa.


¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

Não sei se esclareci mas, por ora e de forma sucinta, é o que se me oferece dizer. 

Isto sobre mamas. Sobre nádegas já me pronunciei no post abaixo. 1001 Nádegas

As fotografias que aqui usei foram feitas este sábado de manhã e mostram as Tágides do Cutileiro a banhos num lago junto ao Tejo.

Aquela música lá de cima tem Richie Kotzen a interpretar 'You can't save me' num vídeo de Steven Lyon e, porque mostra muitas maminhas, pareceu-me adequado.


¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

sábado, dezembro 10, 2016

Frederico Lourenço, Prémio Pessoa 2016
+
livros que comprei hoje na Festa dos Livros da Gulbenkian
+
The Wonder Of You
+
cogumelos everywhere


Cheguei agora da praia. São quase onze da noite. O mar estava negro e ruidoso e a lua, ainda em fase crescente, não tinha luz que chegasse para o iluminar. Mas não estava muito frio e é bom andar na praia à noite.

O dia não foi dos piores. Aliás, deslizou sem sobressaltos e coube dentro de horários razoáveis, que é como os dias de trabalho devem ser.


À hora de almoço ouvi que Frederico Lourenço tinha sido escolhido para receber o Prémio Pessoa 2016. Ouvi a sua reacção, desorientado com o telemóvel que agora não pára e, na véspera, surpreendido com o telefonema de Balsemão. Depois Balsemão, até a voz cada vez mais esfíngica, explicando a escolha. Ouvi a notícia sem grande emoção. Melhor: sem emoção. Não é que considere o prémio injusto. Não é isso. É mais que me deixa indiferente. Algumas das crónicas de Frederico Lourenço agradam-me. Escreve com graça e desenvoltura. É culto. Li com agrado O Lugar Supraceleste. Algumas poesias suas também são bonitas. Além disso, como pessoa, é simpático. 


Contudo, aquilo por que é mais louvado e que penso que esteve na base da atribuição do prémio é a sua faceta de tradutor do grego. Ora aqui é que a porca torce o rabo -- e, como já aqui o disse, inclino-me para que o problema seja meu. Conhecendo eu a Odisseia e a Ilíada apenas pela sua tradução, confesso que o que li não me fez ficar maravilhada. Não sei sequer explicar bem porquê. Dá-me ideia que há qualquer coisa de banal que eu não esperaria encontrar em tal obra. Histórias chatas e compridas, às quais falta aquela toada e aquele maravilhamento que a poesia que me agrada tem. Não sei se o mal é de origem, se já foi ao Homero que faltou rasgo, ou se foi o Frederico Lourenço que estava sem grande inspiração e sem ouvido para a música quando as traduziu. Mas se calhar está tudo bem e eu é que cheguei às obras com as expectativas muito altas. Não sei mesmo.

Agora a Bíblia. A mesma coisa. Parece que a escrita é técnica, parece que lhe falta harmonia. Pode ser da tradução ou pode ser dos autores primevos. Não faço ideia. E, já o referi e até me custa dizer isto pois cheira-me a que é disparate do grosso: tanta anotação, tanta referência desagrada-me. Não será culpa dele e provavelmente os estudiosos acharão que nisso está parte do mérito do livro. Não eu. Como escrevi no outro dia, ao procurar a Bíblia, procuro o silêncio, o despojamento absoluto. Ora, a cada linha, encontrar números e anotações é ruído que me faz perder o interesse na obra, é uma pessoa tropeçar a cada passo que dá, uma maçada.

Portanto, não digno que o prémio seja imerecido, digo apenas que não me diz muito.


+

Contente fiquei por passar pela Gulbenkian e dar com a Festa do Livro. Estava com pouco tempo mas a tentação sobrepôs-se ao resto. 


Trouxe apenas quatro livros mas estou muito contente não apenas pelas obras em si mas também pela enorme poupança.
Elogio do Inacabado -- Agustina Bessa-Luís 
Memórias -- Rómulo de Carvalho 
Gramática da Linguagem Portuguesa -- Fernão de Oliveira 
e não é livro mas é leitura: Al Berto -- Colóquio Letras
Apenas folheei ao de leve mas estou desejando poder tê-los nas mãos por mais tempo.

Do livro de Rómulo de Carvalho, que acabei agora de espreitar, transcrevo um soneto da irmã Noémia:

A velha baronesa de Almavia,
taful, garrida, loura, e bem falante,
fora outrora a donzela mais galante,
a mais ardente e ambicionada diva.

Agora, já caduca, mas lasciva,
amava um moço esbelto e, provocante,
confessou-lhe, numgesto petulante,
o seu amor com fala ardente e viva.

Sorriu com bonomia o novo Apolo,
e olhado, dessa dama, o ossudo colo,
responde, sem mostrar maior quezília:

- Cupido vos lançou a dura seta...
Senhora! Casarei com vossa neta,
Ficamos assim todos em família.


+

E, estando eu agora, na maior indolência, ouvindo sem qualquer interesse o Expresso da Meia-Noite e laureando por aqui e por ali, dei com um vídeo de The wonder of you do Elvis Presley com uma inesperada Kate Moss e (alô, alô Bob!) deu-me logo vontade de trazer par aqui.



+

E apeteceu-me intercalar aqui fotografias dos cogumelos que rebentam de todo o lado in heaven

Para que a coisa ficasse ainda mais alucinada, puxei-lhe pelas cores até quase ao ponto de saturação. Claro que não têm a ver com nada do que aqui está mas, para dizer a verdade, também nada tem a ver com nada e assim é que a mim me parece bem.  Problema meu. Provavelmente, culpa dos cogumelos.


____________

E, para já, é isto. 

E façam o favor de perdoarem a minha heresia: sei que o coro de apologistas de Frederico Lourenço vai ser uníssono e a minha voz dissonante pode soar a blasfémia. Mas se é o que eu penso, a que propósito ia eu dizer o contrário....?

Regressarei com um post sensação. Me aguardem.

......................

sábado, maio 16, 2015

Kam'astro: saiba qual a posição sexual adequada ao seu signo - instrutivo para mulheres e para homens que queiram agradar às mulheres. E, para começar bem, com as minhas desculpas ao próprio, na cama de Frederico Lourenço.


No post abaixo já mostrei um vídeo que ilustra bem o que é o desgraçado desgoverno deste láparo que, por pouca sorte (ou culpa nossa) nos saíu na rifa. Não deixem de ver e, por favor, divulguem. Se fosse coisa que eu pudesse imprimir aos milhares (com animação e tudo) e colar nas árvores todas do País, como quando se perde um gato ou um cão, fá-lo-ia. Podia ser que, na próxima sondagem, já aparecesse a malfadada coligação com uns míseros 3% nas intenções de voto.

Mas adiante que isso é no post seguinte. Aqui, agora, a conversa ginga para o lado, twista a toda a força, quase faz um cavalinho.


Um Kama Sutra astrológico 

ou, uma vez mais, Um Jeito Manso em registo de serviço público




Turn me on, se faz favor



Mas, para que os meus Leitores mais severos, atilados ou dados à filosofia não me rifem de imediato, vou socorrer-me de Frederico Lourenço (que, coitado, se ele soubesse que estava a ser chamado para aqui, era ele que me rifava a toda a força...) para introduzir um toque de seriedade nisto. A vossa atenção que o assunto não é para brincadeiras.

Bom, mas se há coisa que toda a gente sabe é que, no fundo, as questões de hardware não são determinantes. O que decide tudo é a química. Esqueça-se de uma vez por todas a banha da cobra sobre se o tamanho conta, porque toda a gente que tenha alguma experiência no terreno sabe perfeitamente que só há um factor que, na cama, decide o êxito ou o fracasso: o grau em que gostamos da pessoa com quem estamos. Se gostamos muito - mas mesmo muito - tudo o resto é irrelevante. Até esquecemos que alguma vez tínhamos afirmado termos um 'género' ('ele não é o meu género...'), porque, por muito que gostemos teoricamente de olhos azuis ou de peitorais esculpidos ou de seja o que for, na pessoa amada gostamos simplesmente de tudo. O amor é, felizmente, muito mais forte do que quaisquer preconceitos atinentes à atracção física. (...)
O que é que interessa, então? É tão difícil explicar. Será a pele, será o cheiro, serão os gestos que sentimos a dialogar com os nossos gestos? A cama é também um acto de leitura, no sentido em que temos de saber ler o que o outro nos está a dizer sem que sejam utilizadas as tão anafrodisíacas palavras. (...) A expressão inglesa the proof of the pudding is in the eating aplica-se ao amor na esfera da continuidade. Ir para a cama com alguém uma vez - mesmo que dê certo a 100% - em si mesmo não é nada. O que vai decidir tudo serão as próximas vezes. Em rigor, o que vai decidir tudo não é a cama. São tantas coisas. Que acontecem, todas elas, fora dos lençóis. (...)

Ora bem. Vejam o que leram como um disclaimer. Não quero que se pense que uma boa posição é garantia de uma relação feliz. Não é. Mas, enfim, ajuda.

E, as ressalvas transmitidas, sigamos então para bingo.


A mulher Carneiro é enérgica, detesta a passividade e preza a sua independência. O ideal é uma posição que corresponda ao vosso carácter e que, ao mesmo tempo, permita ver bem o corpo do vosso parceiro. Por cima, claro está.

Touro, vocês gostam de ter tempo, gostam de capitalizar e detestam perder embalagem. Para vocês, o conselho é o de adoptarem os grandes clássicos do Kamasutra. O missionário espera por vocês. Os astros vocês vê-los-ão quanto estiverem a chegar ao sétimo céu! Olé!

Ah, as Gémeos! Vocês sabem o que dizer na altura certa, insuflar energia e bom humor à vossa volta. É por isso que as posições são de cumplicidade e de bem-estar. A posição da Amazona (vulgo, o cavalinho, upa la-la) promete romantismo, união e sorrisos ao longo da vossa vida amorosa.

As Caranguejos têm necessidade de romantismo e uma visão simples mas idealizada do amor. Por isso, precisam também de ternura na altura do sexo. Sem hesitação, a mulher Caranguejo e o seu parceiro vão envolver-se e unir-se na posição do gato, que os excitará bastante graças a um corpo-a-corpo particularmente sensual e terno. Miau.
(Lá está)

A mulher de Leão é deslumbrante e busca reconhecimento, que a empurra para a superação. Então, naturalmente, elas preferem posições que são um desafio. A posição do acrobata é perfeita para elas. Fazer a pirueta vai dar-lhes tanto prazer como o próprio acto. E sempre com ar de vencedoras! (confesso que aligeirei um pouco o texto porque, enfim, era um bocado explícito demais...)

As Virgens são discretas e organizadas. Este seu lado de controleiras fá-las querer conduzir a festa sob os lençóis. Como para tudo o resto, a Virgem gosta que os planetas estejam alinhados e é assim, bem alinhadinhos, que ela quer estar como se fosse uma via verde para o orgasmo. Sortudas!

As mulheres Balança cultivam o lado misterioso mas são extremamente justas. Preferem a posição da oferenda secreta (seja lá o que isso for). Com este movimento, a mulher Balança apreciará a mestria do seu parceiro e a destreza dos seus membros. As senhoras deste signo são apaparicadas pelo signo!

A mulher Escorpião adora o movimento! Extravasa dinamismo. Ela precisa de uma posição sexual que lhe permita aproveitar plenamente o espaço. O desenho ilustra bem uma hipótese e eu nem vou descrever os ângulos e os movimentos para não me espalhar ao comprido ou cair de costas, credo.


A mulher Sagitário é sincera, optimista e determinada. Estas qualidades fazem dela uma mulher activa que faz tudo para atingir os seus objectivos, na vida e na cama. Por isso, se ela se decidir a atingir o orgasmo nada a impedirá. Pode escolher uma posição confortável como a da tartaruga para não se distrair dos seus propósitos. Como o nome indica, esta posição pode durar eteeeernidaaaaades. 

As Capricórnios gostam de se armar em frias, altivas - mas atenção que elas são exigentes. Uma pressão para os parceiros, é o que é. Mas elas também são capazes de pedir ajuda para algumas aventuras pelo que pode haver aqui um face a face erótico que pode ser bastante gratificante. Pode até acontecer que, com o tempo, o parceiro possa vir a sentir-se menos pressionado...

Ei Aquárias! Vocês alimentam-se de liberdade, independência e confiança. O vosso amante deve respirar mistério e despertar a vossa curiosidade. A posição da conchinha sob os lençóis vai apimentar a vossa relação. Não vou falar de ângulos e tal e coiso, vou saltar por cima dessa parte do texto porque este blog é um blog de família. Mas vejo aqui gostos requintados, sim, senhoras!

A mulher Peixes é atenciosa e sonhadora. O seu sentido criativo puxa-a incessantemente para novas experiências. Por isso, propõe-se posições originais, acrobáticas, muitas requerendo verdadeiros golpes de rins. Se puder fazer de conta que é um peixe voador, tanto melhor.

____


Espero que tenham achado útil este Kam'astro, porque a mim me deu uma trabalheira fazer isto a partir do artigo da Elle francesa, trazendo as imagens, traduzindo (livremente) os textos, etc. Mas, enfim, fi-lo de gosto, a bem da felicidade ou da cultura geral de todos os meus Leitores. 

____


O texto de Frederico Lourenço faz parte da crónica Na cama do livro O Lugar Supraceleste, um livro rigorosamente a não perder.


____

Mas, não obstante e não querendo estragar o climinha, recomendo que espreitem a perfídia do coelho do post abaixo - para estarem prevenidos, claro.

____

E desejo-vos a todos, meus Caros Leitores, um excelente fim-de-semana. 
Sejam felizes, está bem? 
Não compliquem, não exijam demais, não chateiem os outros, tudo na boa, ok?

E atenção que este sábado é a Noite dos Museus!!!!!! 

...

sexta-feira, maio 15, 2015

"Expões-te tanto", dizem-lhe como quem diz "admiro a tua coragem". Frederico Lourenço não concorda. Pergunta: "Estamos no Irão? Aí sim, seria coragem" - até porque, como se sabe (acrescento eu), no Irão não há homossexuais.


Il n’y a pas d’homosexuels en Iran (Suisse) ©Laurence Rast




Por outro lado, o que está em causa no "expões-te tanto" poderá ser acima de tudo sintoma de uma maneira muito portuguesa de entender a tarefa do escritor: o poeta deve ser um fingidor; o romancista deve ser um efabulador, alguém com um talento extraordinário para criar mundos, realidades e personagens inventadas. (Não digo que não). (...)

No meu mundo literário não é assim. Em primeiro lugar porque não tenho talento para efabulador: quem escreve deve conseguir transformar as suas fraquezas em mais-valias; é o que me esforço por fazer. Em segundo lugar, constato que este escrúpulo lusitano de apagar do texto a realidade pessoal de quem o escreveu não é dogma vigente noutros mundos literários. (...)

Porque é que escrevo sobre mim? Porque é que escrevo sobre os meus pais, sobre a música que me põe a alma a falar, sobre os meus ridículos preconceitos, sobre as minhas infindas absurdezas, sobre a forma como amei os namorados cujo amor por mim determinou em tão grande medida quem sou?(...)

Poderá nesse caso perguntar-se a este auto-exposicionista inveterado: escreves então essencialmente sobre aquilo que mexe contigo, não é? Ao que o próprio auto-exposicionista responde com outra pergunta: teria algum interesse que eu escrevesse sobre aquilo que não mexe comigo?


Il n’y a pas d’homosexuels en Iran


Uma vez perguntei a um colega meu na Faculdade de Letras de Lisboa por que razão não comprava uns óculos de sol. É que estávamos à porta da Faculdade, estava uma luz afiada e cortante como só existe em Lisboa; e eu, mesmo com óculos de sol, mal conseguia abrir os olhos. A resposta do meu antigo colega deixou-me bastante perplexo: o pai tinha-lhe dito em tempos que usar óculos de sol era "prova" de se ser paneleiro. Coisa bastante sensível para quem, como esse meu colega, não sendo de todo homossexual, toda a vida se debatera com essa fama, sem nunca ter tido o proveito (coitado).

Seja como for, se há coisa divertida são as provas "iniludíveis" que tantas pessoas pensam ter da orientação sexual de outrem.Tantas vezes tais provas não provam rigorosamente nada. Os próprios gays nem sempre têm o seu "gaydar" apurado e enganam-se redondamente ao tentar adivinhar se este ou aquele "será". 


Il n’y a pas d’homosexuels en Iran 


Pessoalmente não "escolhi" ser homossexual: sei apenas que sempre fui. Mas tenho a certeza absoluta de que, se me fosse dado escolher, escolheria ser como sou. Gosto profundamente da minha sexualidade, sempre convivi com ela de forma saudável e não levem a mal se eu transcrever aqui um grafito que, quando eu era estudante, me intrigava numa das casas de banho dos rapazes na Faculdade de Letras de Lisboa: "ser gay é genial". Suponho que quem escreveu essas palavras usou "genial" no sentido de "bacana". Ser gay é bem bacana. Ser heteressexual também (imagino). O sexo, desde que praticado entre consenting adults, é bacana e (porque não?) genial. Eu acho.

.....

(...) o Apolo que Benoît quer encontrar no mundo da noite gay é o sósia da imagem do deus, tal como imaginado por Boucher, no quadro, actualmente na Wallace Collection de Londres, The rising sun.
Neste quadro, pintado em 1753, o deus é visto nos termos habituais da corporalização da masculinidade perfeita, mas há uma nuance que tira esta imagem da categoria beefcake, ainda que não da eye candy. A nuance é dada pela veste vaporosa que salvaguarda a modéstia do deus, veste que Boucher tingiu com a cor dos dedos róseos de Aurora.
(da crónica Em demanda de Apolo)
___


* Todos os textos fazem parte do livro 'O lugar supraceleste' de Frederico Lourenço, das Edições Cotovia. Os que acima não se encontram assinalados pertencem, respectivamente, às crónicas:

  • Expor-me

  • Óculos de sol

  • Orientação sexual enquanto tema filosófico


* Lá em cima a música é Capriccio de Richard Strauss numa interpretação de Kiri Te Kanawa

Mas na ópera há também (...)  "la joie d'aimer sans vouloir le dire". E a personagem operática mais expressiva desta maneira não-verbal de amar é a Madeleine de Capriccio (...). Esta vivência, por parte de Madeleine, da alegria de amar sem querer dizê-lo não é inteiramente resultado da discrição aristocrática da personagem (uma condessa), mas sobretudo da circunstância de ela estar apaixonada por dois homens.   
Excerto da crónica O som do amor (3)

* As fotografias fazem parte de uma série do fotógrafo suíço Laurence Rasti sobre o tema tabu da homossexualidade no Irão: Il n’y a pas d’homosexuels en Iran. Ao dar-lhe visibilidade, Laurence Rasti pretende assinalar os riscos que os homossexuais iranianos ainda correm, tendo que viver a sua sexualidade às escondidas pois arriscam, inclusivamente, a pena de morte.


________


E por cá? Todos os homossexuais já vivem a sua sexualidade com naturalidade, sem serem vítimas de preconceitos? É possível falar e brincar da homossexualidade com sentido de humor e descontracção? O tema já não é tabu? O léxico, desde o mais científico ao popular ou vernáculo, já é olhado com naturalidade e não como insulto?
Pergunto.
_________


A pessoa que amamos é a metade que nos falta para nos sentirmos completos?
(...)

Quando nos apaixonamos por alguém, faz parte da sintomatologia própria da paixão percepcionarmos a pessoa amada como a peça que faltava para nos sentirmos inteiros.
(...)

Nada nos traz mais próximos de nós mesmos do que amar outra pessoa.
(...)



(Excerto da crónica O ganho de uma perda
- ou como o amor e a paixão são iguais seja na hetero seja na homossexualidade)

______



Para terminar:

É possível tocar Bach em piano com supremo bom gosto (Maria Tipo) 

- Frederico Lourenço dixit na crónica A centelha


____


Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma bela sexta-feira, com muito afecto, com muita paz.

---

segunda-feira, agosto 18, 2014

"A estas coisas permitiremos o terem sido". O tempo antes do tempo. E o agora e o futuro.


No post abaixo já vos falei de um talentoso português, Daniel Pinheiro, um excelentíssimo wildlife filmmaker. O seu Mondego dá-nos vontade de mergulhar nele, de largar tudo e partir à sua descoberta. Depois de ter visto este e os outros filmes, quase sinto que o que dá mesmo vontade é filmá-lo a ele a fazer aqueles belos filmes. Que prazer imenso ele deve sentir quando recolhe e trata imagens tão belas.

Mas isso é a seguir. Aqui, agora, a conversa é outra.

__


Talvez tenha havido um momento em que tudo começou. Uma colisão, uma explosão, um big bang. E talvez tenha havido um tempo antes disso.

Somos insignificâncias sobre um pedaço de matéria à deriva no espaço, uma aleatoriedade incompreensível.

Mas, a maior parte das vezes, em vez de nos maravilharmos com a sorte que temos por estarmos aqui e agora, estragamos tudo. Guerras, vãs ambições, mesquinhas invejas, neuras fúteis, tristes doenças de alma. 

Por quanto mais tempo terá a espécie humana o privilégio de poder andar a surfar o imenso espaço sobre este belo planeta azul, acho que ninguém sabe. Que cada momento fosse vivido em reverência e como se fosse o último é o que me pareceria inteligente.

Mas, enfim, de verdadeiramente inteligente a espécie humana não tem muito, isso já o sabemos. As flores, as pedras, os pássaros, esses sim, sabem apreciar o dom de ser e estar.

Li a entrevista concedida por Frederico Lourenço a Anabela Mota Ribeiro no Público e gostei, claro que gostei, é uma entrevista ímpar. É uma pessoa inteligente e franca, ele, despe-se sem rebuços e expõe, com clareza, o que pensa e sente. Pessoas assim às vezes tocam o limite do suportável e acabam por sofrer. Sofreu.


Gosto do que ele escreve, aprecio (na fraca medida das minhas possibilidades) a sua obra, e partilho com ele a dificuldade na compreensão da poesia de seu pai.

Contudo, diz coisas terríveis, coisas nas quais não me revejo:

É um erro fundamental as pessoas pensarem que têm direito de ser felizes. O normal é estarem a sofrer, em situações que são desafiantes, injustas, doridas. Isso é o que distingue a vida da morte

Mas revejo-me no desprendimento com que agora encara o passado:

Há um verso da Ilíada que é dos mais importantes da minha vida. Aparece duas vezes, diz o seguinte: “A estas coisas permitiremos o terem sido”... Vou aceitar que o passado existiu desta forma, não vou entrar em luta com o que foi o passado, vou centrar-me no agora e no futuro

Contudo, em minha opinião, o que Frederico Lourenço diz não deve ser lido como a apologia de que as crises existenciais, as amarguras, as insatisfações ou desajustes são a verdade essencial de que a vida é feita, ou que tudo o que é alegre ou sereno é fútil. Há uma altura em que Frederico Lourenço refere que:

O bailado dá-me uma felicidade irradiante. A arte de um modo geral tem esse condão.

Há momentos de felicidade irradiante.

Pode a vida de algumas pessoas ser mais infeliz do que a de outras - pais que não sabem amar os filhos, filhos que se ausentam deixando os pais sem razão para viver, corpos que têm desejos que outros não entendem, circunstâncias avaras, rudes golpes de infelicidade, desencontros irrecuperáveis. Pode a vida ter tudo isso. Mas a vida não é uma luta, à partida, perdida. A vida tem também momentos de magia, coincidências extraordinárias, acasos de felicidade, a sorte de podermos testemunhar uma lua branca que se esconde em dias marcados, milhões de estrelas que iluminam as nossas noites, flores e pássaros, passos de dança que transportam quem os vê, memórias e futuros, risos de crianças, palavras voando livres pelo imenso espaço, mãos generosas que se estendem através da escuridão.

Talvez existam outros universos paralelos, talvez dois universos tenham colidido em tempos e talvez muitos outros existam por aí. Não sei se algum ser fantástico está a comandar todas estas derivas. Talvez não. Talvez tudo não passe de um conjunto de acasos, de fugazes momentos de sorte, de um inexplicável devir, de um infinitamente grande conjunto de pequenos infinitos, de vidas que passam e vão para outros universos, de uma eternidade efémera. Não sei. Mas acho que temos muita sorte por podermos presenciar este maravilhoso mundo - e isso deveria ser mais forte do que tudo o resto.




Before the Big Bang: looking back in time - Parallel Universes (BBC science)



O Universo conhecido




The Known Universe takes viewers from the Himalayas through our atmosphere and the inky black of space to the afterglow of the Big Bang. Every star, planet, and quasar seen in the film is possible because of the world's most complete four-dimensional map of the universe, the Digital Universe Atlas that is maintained and updated by astrophysicists at the American Museum of Natural History. 


____


Relembro: descendo até ao post seguinte poderão ver, de perto, a maravilha que é este nosso planeta, este nosso País. Daniel Pinheiro leva-nos pela mão e mostra-nos um Portugal que existe belo, limpe e livre (apesar da seita que nos desgoverna).


___


Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma boa semana a começar já por esta segunda-feira!