Já nem vale a pena falar no consumismo que se nos entranha até à medula e que nos leva a oferecer coisas mesmo a quem não precisa de nada. Isso é mais do que sabido.
Eu, desde há algum tempo, temo sempre receber coisas desnecessárias. E, ao escrever isto, retomo a ideia de sempre: necessidade, necessidade já não sinto de nada.
Não quer isto dizer que, quando vou a algum lado, não arranje sempre o que comprar. Tudo o que seja bugiganga inútil, desde que com o seu quê de charme, me entusiasma. Mas já penso sempre: onde é que vou meter isto? E já só trago coisecas que quase não ocupam lugar. E roupa, para que vejam, só coisas mais do que funcionais. No outro dia, quando fui às compras com os rapazes, numa das lojas, vi uma blusinha fininha, para mim, preta, boa para vestir sob qualquer casaco, em qualquer situação. Dava-me jeito. Estava em saldos e custou 9,9€. Fiquei feliz e contente.
E comprei no supermercado um tabuleiro de ferro fundido para levar ao forno, pesado para caraças, mas muito bonito, um belo encarnado profundo no exterior. Custou vinte e tal euros, e ainda tem uma grelha separada que vai dar jeito para pôr legumes no fundo e a carne em cima. Pensei cá para mim: olha que belo presente que me estou a oferecer. Vim mesmo contente com a beleza daquele tabuleiro.
De resto, o que gostava mesmo era de ter sempre dias felizes, de viver rodeada de honestidade intectual e moral, de afabilidade, doçura, gestos generosos, sorrisos. Coisas assim. E o que gostaria de poder oferecer a toda a gente era isto mesmo: alegria, motivação, boa disposição, gestos bondosos, esperança em dias melhores.
Mas, para já, boas intenções à parte, aqui fica o pedido de sempre: a quem não souber o que me oferecer e fizer questão de oferecer mesmo qualquer coisa, pode ser isto que aqui abaixo se refere. Nada de crocodilos, elefantes ou rinocerontes. Só mesmo isto: um hipopótamo.
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