segunda-feira, janeiro 31, 2022

PS e António Costa -- a emoção de uma grande vitória

[Legislativas 2022 - Post Nº 13]

 


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Como aqui o expressei, não acreditava que o PSD fosse ganhar. Não vou em cantigas. Guio-me pela minha intuição mas, também, pela razão. Não apenas não vi que a população estivesse, de forma geral, insatisfeita com a governação socialista como não acredito que se deixe completamente manipular pela chusma de comentadores, jornalistas-comentadores e convidados-avençados nem pelos argumentos hipócritas e imaturos do Bloco nem pelos argumentos antiquados e arrevesados do PCP nem pelas arruaças da direita.

Contudo, há uma franja da população que é naturalmente mal informada e relativamente à qual nunca se sabe bem a dimensão nem para que lado pende. As televisões dos cafés e dos espaços públicos (até numa clínica já eu vi) estão sintonizadas no Correio da Manhã que é o que se sabe A linha editorial da TVI e da nova CNN sintonizam-se no mesmo comprimento de onda: o medo, o drama, o 'está tudo mal', 'isto é tudo uma pouca vergonha', 'são todos uns gulosos' e etc... E isso é sabido e consabido que é o caldo em que germina a semente do populismo, do fascismo, do racismo.

Ora, em vez de apostarem na desmontagem deste perigoso argumentário, formando uma barreira contra o Chega, o Bloco e o PCP apostaram antes em dizer mal do PS. Por outro lado, o PSD e o CDS pensaram que o bom seria mimetizarem o Chega, apostando num bota abaixo ao Costa.

Mas uma coisa é certa: se há muita gente mal informada, na sua maioria os portugueses não são parvos. O governo do PS tem sabido gerir bem este período da pandemia não apenas numa perspectiva de saúde pública mas também de atenção social e humana aos mais atingidos pela crise, tem sabido relançar a economia, tem sabido controlar o défice, tem sabido desagravar a dívida pública apesar das mil dificuldades, tem sabido controlar, e bem, o desemprego, tem sabido manter o país informado e coeso. Portanto, pela cabeça de quem passaria acreditar que os portugueses queriam acabar com esta governação? 

Acabar com o governo de António Costa para lá meter quem? O Chicão... porque dizia que ia acabar com o Acordo Ortográfico...? O Jerónimo porque tem melhor dicção que o Costa...? O Rui Tavares porque a Justiça em Portugal funciona como se sabe e há que penalizar o PS...?

Talvez algumas pessoas pensem assim e, obviamente, estão no seu direito. Mas são casos isolados. A maioria das pessoas acautela a boa governação e quer ter gente de confiança à frente dos destinos do País. 

Por isso, sempre acreditei na vitória do PS e, por isso, desejei que o resultado eleitoral garantisse alguma estabilidade.

António Costa diz, e é o que penso, que maioria absoluta não é sinónimo de poder absoluto. E temos um Presidente da República que garantirá o normal e saudável funcionamento das instituições. Portanto, a quem assusta a maioria absoluta? O que assusta é a instabilidade, o que assusta é que o Chega se unisse ao PSD, o que assusta é que o País voltasse a andar para trás.

Dito isto, penso que, agora que o Partido Socialista obteve a maioria absoluta, é tempo para se abrir ao futuro, começando a trabalhar mais energicamente numa transformação em direcção à modernidade. É preciso fazer mais, melhor, mais agilmente... e diferente.

Temos ainda uma classe dirigente a nível da gestão bastante iletrada e, logo, ineficiente e improdutiva. Temos ainda uma mentalidade muito quadrada, muito presa a ortodoxias, pouco aberta à cultura e à diversidade. É preciso criar momentos de reflexão e ter a coragem de ousar. Façam-se pilotos, testem-se modelos, inove-se. Não coisa de boca, para o papel, para inglês ver. Não: inove-se na maneira de trabalhar, na maneira de estar e, em alguns pontos, na maneira de ser.

Certamente António Costa quererá receber contributos de todos os que estão no Parlamento, ouvir ideias, receber sugestões. Por exemplo, do PAN, do Livre e, até, da IL. É gente com boa cabeça, boa vontade, boa atitude.

Em especial a nível urbano, em especial nas camadas mais jovens, a IL é ouvida com atenção. Isso não deve ser levado a brincar. Há na Iniciativa Liberal algumas ideias que merecem ser ouvidas. Mesmo que não sejam para ser lidas integralmente à letra, deve ter-se em atenção que contêm a vontade da mudança. O PS deve estar aberto a esta vontade. E não são apenas as ideias: é também a atitude. A atitude da IL é uma atitude cordata, cosmopolita, desempoeirada -- e isso é louvável.

O PS tem entre os seus militantes e simpatizantes gente muito boa e deve saber valer-se disso. Mas, ao mesmo tempo, deve fugir do aparelhismo, das soluções autocentradas e burocráticas, do facilitismo. Deve ouvir e receber com agrado sugestões que visem aproximar o País de outros países mais desenvolvidos mesmo que isso configure algumas disrupções.

Mas deve ouvir também, com atenção, as sugestões válidas que provenham do PSD, do PCP e do Bloco. Acredito que estes três partidos, com o banho que levaram nestas eleições, provavelmente com novas lideranças, venham a ter uma atitude de humildade e de lealdade perante os portugueses.

E deve ouvir também os artistas, os agentes culturais. Um país move-se tanto melhor quanto for movido a cultura. A cultura não move apenas montanhas: move oceanos, move continentes. Move e aproxima. 

Deverá haver uma atenção genuína e pragmática em relação ao conhecimento e às artes. 

Uma vez, num fórum de inovação promovido pelo Grupo a que estava ligada, sugeri que convidassem um filósofo como orador. Não quiseram. Mas acho essencial que se tragam os agentes da cultura, do saber, da investigação para o debate público nem que seja apenas para nos fazer pensar de outra maneira, para enriquecer a nossa visão com outras perspectivas.

E que se percebam os problemas de base da sociedade para que se invista onde as necessidades são mais básicas e prementes: nas creches públicas, no ensino e na saúde tendencialmente gratuitos, na formação de adultos, em residências seniores assistidas também tendencialmente gratuitas ou em redes de assistência domiciliária a idosos, no acolhimento inclusivo e de qualidade aos imigrantes, em habitação de baixo custo para os mais desfavorecidos e/ou para jovens. Etc. A baixa natalidade é uma ameaça à coesão nacional e à confiança no futuro. Por isso, tem que se investir em tudo o que comprovadamente inverta essa tendência. E o envelhecimento não tem que ser um sufoco ou um fardo para os próprios e para as famílias. O envelhecimento tem que ser digno e feliz.

Mas há muito mais: há que repensar profundamente o modo de vida a que nos habituámos. 

Por exemplo: deve incentivar-se o teletrabalho sempre e onde seja possível (de forma controlada, obviamente) e a semana com menos horas de trabalho, deve promover-se a existência de mais espaços verdes e de hábitos de vida mais saudável, deve assegurar-se o absoluto respeito pela natureza, a adopção de práticas mais sustentáveis em todos os momentos da nossa vida. Etc.

Estou certa que, com as mãos mais livres, o PS irá saber interpretar o querer e o sentir dos cidadãos, irá trazer ideias novas para melhorar a qualidade de vida de todos e não irá desbaratar o capital de confiança que recebeu dos eleitores. 

Por isso, mais do que tempos de compromisso, espero que sejam tempos de boa mudança os que aí vêm.

Portanto, boa sorte a António Costa. E, desejando muito boa sorte a António Costa, estou ao mesmo tempo a desejar muito boa sorte a todos nós.


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Hoje não são apenas rosas: 
são flores de diferentes espécies, reais ou flores abstractas, projectos em construção, ortodoxias em desconstrução. 
Há lugar para todas e para todos os que venham por bem.
São, uma vez mais, fotografias de Nick Knight
E vêm na companhia de Daniel Barenboim, Staatskapelle Berlin – Beethoven: Piano Concerto No. 5, III. Rondo. Allegro

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E queiram continuar a descer caso queiram ler o que fui escrevendo ao longo da noite eleitoral destas Legislativas 2022

O Chicão já era. Obviamente. O CDS foi levado na enxurrada. Zero deputados. Mais um líder ao fundo. Cada tiro, cada melro.

[Legislativas 2022 - Post Nº 12]

 

O Marcelo pediu mudança e os portugueses deram-lha: aplicaram uma valente tareia no PSD, no CDS, no PCP e no Bloco. Uma coisa como (quase) ninguém estava à espera. Os respectivos líderes provavelmente irão todos à vida e fazem bem se forem pois, de uma maneira ou de outra, fizeram mal ao país ao abrirem a estúpida crise política que conduziu a este processo eleitoral. Se dúvidas houvesse, os portugueses clarificaram o que queriam. O que queriam, não: o que querem. 

Foi mau para todos estes quatro partidos mas talvez o pior tenha sido o que aconteceu ao CDS: desaparece do mapa parlamentar. Na sua inocência, convencido que os portugueses vão em contrafações, o Chicão bem quis parecer-se com o Ventura. Não vão. 

E, com o vazio criado pelas fracas lideranças do CDS e do PSD e empurrados pelo PCP e pelo BE, abriu-se o espaço de que o populismo está sempre à espreita. 

Com aqueles olhinhos azuis de boneco e a fazer biquinho, o Chicão anunciou a sua inevitável demissão.

Portanto, com a sua actuação por vezes errática e, por vezes, a parecer oportunista, Marcelo conseguiu a linda proeza de provocar uma situação inédita: quatro dos principais partidos com representação parlamentar sofreram uma humilhação e vão certamente ver-se sem líderes a curto prazo. 

Mas talvez isto não seja mau. A renovação pode ser uma coisa boa -- assim haja inteligência e mão firme para fazer frente ao populismo trauliteiro do Ventura.

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E queiram, por favor, continuar a descer

Rui Rio de saída do PSD mas a caminho de se tornar explicador de alemão

[Legislativas 2022 - Post Nº 11]

 

Não posso dizer que tenha estranhado o Rui Rio. Mostrando a sua veia de contabilista mangas-de-alpaca, trouxe para o seu discurso da noite eleitoral um dado importante para o país... que o orçamento da campanha não fica prejudicado com a falta de votos... Tem sentido de oportunidade, ele. 

Honra lhe seja feita, não disfarçou a derrota nem a enfeitou com fogo de artifício. E, obviamente, disse aquilo que se esperava: que já deu para este peditório e que quem vier atrás feche a porta.

Depois, como alguém não percebeu, falou em alemão. Para ele, isto é ser engraçado. Pôs-se a falar em alemão...! A sério... Está gravado. 

Foi-se o Rangel, agora há-de ir o Rio. 

Não se imagina quem se seguirá mas só espero que apareça alguém com cabeça e com tino. A bem da democracia, precisamos de um partido social-democrata em boas mãos.

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E queiram, pf, continuar a descer

Sobre o partido da Maria Vieira pouco tenho a dizer a não ser que espero que o PCP e o Bloco de Esquerda se mobilizem no Parlamento e nas ruas para desmascarar o Ventura e para anular a influência desta porcaria do Chega.

[Legislativas 2022 - Post Nº 10]

 

O meu filho dizia-me há pouco que o Chega é o partido do Correio da Manhã e dos taxistas, da gente que só diz mal, da gente que é do contra (seja lá contra o que for). Talvez. É a demagogia, a falsidade, o populismo, a xenofobia mais primária, a conversa mais patranheira, o discurso mais despudorado. Um perigo. Uma coisa que envergonha os democratas. 

E o Ventura é daqueles furúnculos que dão nas vistas mas que, mais tarde ou mais cedo, são erradicados. A minha mãe, ao falar dele, furiosa, mostrando o asco que sente, trata-o por ranhoso. Na minha cabeça é mais um cão raivoso. Mostra ódio pelos democratas e, pior, incita os mais incautos ao ódio. 

Sinto verdadeiro desprezo pela criatura e pela agremiação que chefia. 

E só espero, mas espero mesmo, que todos os democratas deste país se unam para o derrotar.

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E queiram, por favor, continuar a descer

E Marcelo...? Não era nada disto que queria, pois não...? E agora...? Tantos recados que andou por aí a deixar....

[Legislativas 2022 - Post Nº 9]

 

Dissolveu a Assembleia quando não era necessário, andou por aí a anunciar que estava na altura de virar a página, que não queria mais do mesmo e mais não sei o quê. 

E, afinal, isto. E agora? Vai fazer o quê? 

Ainda por cima com a direita normal dizimada -- o Rio a anunciar que já não é útil ao PSD, o Chicão certamente por aí à procura de uma chucha, o Chega a trote, preparando-se para se abancar à grande e à francesa no Parlamento...

Saiu-lhe o tiro pela culatra, foi o que foi.

[Embora já estejamos quase na conclusão dos resultados ainda não vou extrair conclusões]

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E queiram, pf, continuar a descer

Catarina Martins não anunciou que se vai demitir e, por estranho que possa parecer, acabou em apoteose, sob vibrante aplauso.

[Legislativas 2022 - Post Nº 8]

 

Catarina Martins, muito sorridente, veio confirmar que as suas teorias se confirmaram. Confirmou também que aquilo que ela sempre disse se confirmou. Certamente, o Cardeal Louçã confirmará que o que ela afirmou se confirmou.

Por acaso, Catarina Martins não insistiu para António Costa comparecer à reunião que ela convocou para dia 31. Vá lá. 

[O meu marido, aqui ao meu lado, diz que se fosse ao Costa ia à reunião mas não posso contar o que ele diz que, se fosse ele, diria à Catarina]

Mas, de resto, apesar de dizer, en passant que o Bloco teve uma derrota, continuou em tom eufórico, vitorioso e, com a sua arte em mobilizar o público, acabou debaixo de um entusiástico aplauso, tudo a bater palmas e a rir, na maior felicidade.

Gente aluada, desfasada da realidade, alienados. 

[E já faltou mais para se saber como vai acabar o filme da noite.]

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E queiram, pf, continuar a descer

Apesar de tudo, quero dizer que me custa bastante que António Filipe não tenha sido eleito.

[Legislativas 2022 - Post Nº 7]

 

João Oliveira também lerpou e isso é mais do que uma lição dada à bruta. Mas a ele não me custa tanto: um jovem como ele tinha a obrigação de já se ter sabido actualizar. Pelo contrário, João Oliveira mais não faz do que repetir a conversa comunista que vem desde o 25 de Abril como se o País (e o mundo) não tivesse sofrido alterações significativas. Quando um homem de 42 anos não é capaz de trazer as preocupações emergentes para o seio da discussão política, não posso dizer que esta sua não-eleição não é merecida. Ou seja, escrevendo a frase na positiva para que não subsistam dúvidas: o ter ficado de fora foi merecido.

No entanto, custa-me que uma pessoa como António Filipe não tenha sido eleito. Sempre o achei um democrata elegante, uma pessoa sensata e aberta ao diálogo. Que um parlamentar histórico como ele tenha ficado em terra é uma pena e é um dos sinais mais impressivos da grande derrota do PCP.

Mas o percurso do PCP é assim mesmo: vai perdendo relevância, vai perdendo a simpatia do eleitorado (manterá alguma velha guarda comunista e pouco mais), vai perdendo o foco (em vez de se bater contra o populismo, a xenofobia, o racismo e a demagogia... bate-se contra os socialistas). 

Uma pena que não tenham percebido a tempo que a sua trajectória é suicidária, antes de perderem tantos deputados.

Vamos tê-los de novo na rua, certamente com as mesmas parangonas, imobilizados no tempo. Enquanto isso, o Chega vai ganhando espaço.

[E já não deve faltar muito para termos os resultados quase finais]

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E queiram, pf, continuar a descer

Um conselho a Rui Rio: antes de se demitir, faça-nos o favor de demitir Isabel Meireles.

[Legislativas 2022 - Post Nº 6]

 

Enquanto jantava, ouvi a Sô Dona Isabel Meireles (que, por vezes, se apresenta como Meirelles), ar afogueado, verdadeiramente enxofrado, a dizer que o que falhou nestas eleições foi o povo português. Nem mais. E, pensando eu que ela, ao ouvir-se, iria dizer que se tinha explicado mal, não senhor: explicou tim tim por tim tim a grande asneira que o povo português fez ao ter votado no PS.

Desde que a vejo nestas andanças, sempre a vi a apresentar-se esprimidinha, tiazinha, a falar do alto dos seus conhecimentos. Mas hoje mostrou mais: mostrou que, por vontade dela, demitia o povo por não ter dado a vitória a Rui Rio.

Portanto, se Rui Rio apresentar a demissão, acho que, por razões de respeito pelo povo e de higiene dentro do PSD, deverá correr com a madame.

[Continuo a dizer que ainda não temos resultados finais, ainda faltam os grandes centros urbanos. Por isso, conclusões só mais daqui a bocado]

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E queiram continuar a descer, pf.

E aquela reunião que a Catarina marcou para dia 31, para fazer ajoelhar o Costa...? Tenho curiosidade.

[Legislativas 2022 - Post Nº 5]

 

Já apareceu aquele pobre coitado que costuma avançar quando a coisa dá para o tordo e a Catarina e as Manas Mortáguas não sabem bem como descalçar a bota, o Pedro Filipe Soares. Disse qualquer coisa pouco relevante pois não é tão artista como elas.

Será que a Catarina agora o vai mandar ir bater à porta do Costa a ver se o Costa o atende...?

Também já ouvi a Marisa Matias e dizer que o Costa é que causou a crise política. Então o Marcelo anunciou que dissolvia a Assembleia se o Orçamento chumbasse... o Bloco juntou-se à direita e ao PCP e chumbaram... e ela ainda vem com essa conversa...? Ainda não perceberam que os portugueses não são burros e continuam a tentar fazer de conta que não fizeram o que fizeram...

[Mas, enfim, vamos com calma. A ver se temos resultados palpáveis. Por enquanto ainda estamos no domínio das sondagens]

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E queiram continuar a descer, pf

Já vi uns senhores do PCP a dizer que os portugueses não viram bem o filme, foram na conversa da bipolarização, mas que isso não corresponde à realidade. Segundo eles, mais uma vez, os portugueses enganaram-se outra vez a votar

[Legislativas 2022 - Post Nº 4]

 

O PCP costuma sempre ganhar. Desde que me lembro que anunciam sempre vitória. Estão naquela trajectória descendente que se sabe mas isso não interessa para nada: ganham sempre. Mas, ultimamente, já lhes ouço outra conversa: agora a teoria é que os portugueses votaram ao engano. E que os votos não querem dizer aquilo que querem dizer. Fazer o quê? O mais cego é o que não quer ver.

[Mas vamos com calma. Quero ver resultados]

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E queiram, pf, continuar a descer

Ups... querem lá ver que não vamos ter o Chicão como Ministro da Defesa...

[Legislativas 2022 - Post Nº 3]

 

Tadinho do puto. Se puderem ir levar-lhe uma chucha, seria simpático. O puto já por aí todo prosa a anunciar que já sabia o que ia fazer quando fosse Ministro... 

[Mas vamos com calma. Vitórias só com resultados, não com sondagens]

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E queiram, pf, continuar a descer

E uma curiosidade: os pseudo-jornalistas e comentadeiros que andam há uma ou duas semanas a explicar porque é que o Costa se tinha espalhado vão dizer o quê?

[Legislativas 2022 - Post Nº 2]

 

Todos os que andaram durante semanas a explicar porque é que o Costa ia perder as eleições e a louvar o mérito do Rio, agora vão dizer o qu~e?

Vamos vê-los a fazer flic-flacs à rectaguarda e a explicar o contrário do que andaram a dizer? Vão continuar a achar que somos burros e que podem dizer uma coisa e o seu contrário...?

Ou vão aparecer-nos como deve ser: com orelhas de burro? Com umas big orelhonas de burro?

[Quanto ao resto, vamos com calma. Não gosto de deitar foguetes só com sondagens]

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E queiram, pf, continuar a descer

Vamos com calma. Vamos deixar o Rio acabar a noite com dignidade.

[Legislativas 2022 - Post Nº 1]

 

Gosto de me pronunciar com resultados mais palpáveis do que sondagens. Mas, para já, é isto: que o conselho dele ao Costa faça ricochete.

domingo, janeiro 30, 2022

Apontamentos no dia em que o pequeno urso peludo devorou parte da história do Pina

[E, a despropósito, uma casa magnífica com várias hortas dentro]

 


A seguir ao almoço, coloquei uma pequena espreguiçadeira ao sol, no terraço. O meu marido prefere sentar-se numa cadeira normal. Estivemos ali, tranquilamente. Não estava frio, o sol reflectido nos muros estava quase dourado.

Os rapazes cuja ocupação nunca consegui perceber foram-se embora da casa ao lado. Depois da limpeza no interior, há agora pinturas e arranjos cá fora. Qualquer dia terei vizinhos novos também deste lado. 

Lá mais à frente há outra casa à venda. Hoje, quando fomos fazer a nossa caminhada, vimos um jovem casal com umas crianças pequenas a olhar para a casa. Eu ia à frente, com a pequena fera pela trela. O cabeludo desperta sempre algum olhar divertido e cumprimentaram-me como se eu fosse vizinha.

A tarde estava a pôr-se e, por isso, as casas já estavam com as luzes acesas por dentro. 

Há uma casa de que gosto muito. É muito elegante e a cor clara em conjugação com a pedra branca torna-a muito harmoniosa. Poderia ser um templo. No jardim tem umas flores que não consigo descobrir à venda mas que são etéreas, lindíssimas. Dão à casa um aspecto ainda mais elegante e despojado. Já vi algumas vezes a proprietária. É alta, magra e tem o cabelo muito curto. Vejo-a quando está no jardim a aparar as flores e os arbustos. Tem um ar sereno. Cumprimenta-nos em português mas parece-me perceber-lhe um certo sotaque francês. Ao proprietário apenas vejo dentro de casa, sentado ao computador, numa mesa que está junto à grande porta-janela que dá para o jardim.

Hoje as luzes estavam acesas e as portadas externas abertas. Vi a decoração da casa. Minimalista, confortável, também de uma sofisticada elegância, uns grandes quadros e uns candeeiros muito bonitos. Num canto tinham a televisão ligada, grande. E o surpreendente é que estava a passar um desfile de moda, lento. 

Lembrei-me de um colega de gostos requintados e comportamento algo excêntrico que dizia que, à noite, para descansar a cabeça antes de ir para a cama, se punha na sala a ver desfiles de moda, a beber um copo, a fumar um charuto. Quando me disse isso, achei que só mesmo ele para uma coisa tão maluca. Quem é que antes de se deitar bebe whiskey, fuma um charuto e... vê desfiles de moda? Explicou que muitas vezes os desfiles aconteciam ao som de boa música, que gostava de ver mulheres bonitas a deslizar, quase a levitar, e que o sabor da bebida e do perfume do tabaco, a névoa do fumo, tudo aquilo era o quase sonho de que precisava para dormir com os anjos.


No outro dia, numa das nossas caminhadas ao fim da tarde, assisti a uma cena memorável. Há uma casa que tem um cão simpatiquíssimo. Quando nos vê a passar com o nosso, vai encostar-se à vedação a dar ao rabo e a querer interagir connosco. Paramos sempre ali para eles poderem confraternizar. Aliás, mal nos aproximamos, já o nosso começa a puxar, numa alegria. Eu digo: 'Vamos ver o amigo, vamos...?' e ele dá ao rabinho, todo contente. Naquele dia, contudo, ouvimos uma música inesperada. Música dita clássica. Talvez Schubert. E, então, vimos o dono da casa a cortar lenha. Um verdadeiro lenhador. Havia um tronco largo de madeira no chão e, em cima, ele punha as peças de lenha que, com um machado e com grande precisão, partia. Ao som de música clássica. Com o cão, tranquilo, ao pé. Há momentos imprevistos que, só por si, fazem o dia valer a pena. Pelo menos para mim... Estava espantada e disse ao meu marido: 'Que coisa mais incrível, não achas...? Acho o máximo, a rachar lenha ao som desta música...' O meu marido não mostrou qualquer interesse, continuou a andar e disse: 'Não acho nada de mais'. Sempre quero ver se, um dia destes, é ele que me surpreende com uma destas...


Mas desviei-me do assunto. Dizia eu que me sentei ao sol a ler. O mesmo livro dos últimos dias: a biografia do Manuel António Pina: 'Para quê tudo isto?'. O pequeno urso estava sentado ao meu lado. De manhã, tinha estado a penteá-lo. Dantes deixava e até gostava. Agora é uma luta, quer pegar na escova, quer tirá-la das minhas mãos para fugir com ela. Com esforço, lá consegui. Ficou com o pelo solto, macio. Estava a ler e a fazer-lhes festas, o pelo farto, fofo e macio onde sabe bem passar e enfiar a mão.

Então, tocaram à campainha. Entrámos para ver quem era pois estávamos nas traseiras da casa. Eram os homens que vieram arranjar o motor de um estore e o comando de um outro. O meu marido foi abrir a porta e eu fui pôr a fera na rua pois agora, sempre que alguém toca à campainha, vira um animal. Ladra ferozmente, vai a correr para a porta e, se o deixamos, sai e ladra alto e bom som a quem estiver do lado de fora. Depois de os homens estarem dentro de casa e a fera na rua, voltei a entrar. O meu marido estava a explicar o que estava a precisar de arranjo. Aproveitei para ir vestir um casaco. Depois ouvi que estavam a partir qualquer coisa na casa ao lado e fui ao andar de cima para, da janela, cuscar. Não vi nada. 

Ao fim de um bocado, como percebi que o arranjo estava demorado, resolvi retomar a leitura. Fui ver se o livro estava na espreguiçadeira. Não estava. Também não estava em cima da mesa. Pensei que o teria trazido para dentro quando ouvi a campainha. Mas não o encontrei. Nesta casa isto acontece-me com tudo a toda a hora. Nunca sei onde deixei o telemóvel, as chaves, o casaco. 

Passado um bocado fui ver onde andava o urso que estava tão calado.


Juro. Ia-me dando uma coisa. Estava na relva com folhas e papéis rasgados. De repente nem percebi o que era. Aproximei-me. Só não me deu uma coisa porque afinal o meu coração não deve ser tão frágil como o tentaram pintar. Pelo menos deve ser à prova de sobressaltos destes. A contracapa arrancada e despedaçada, várias folhas arrancadas e rasgadas. Sei que a violência não resolve mas foi mais forte que eu: dei-lhe mesmo um estalo. Deve ter sido ao de leve pois não se torceu nem se amolgou. Ainda ensaiou rosnar por eu estar a querer-lhe tirar a brincadeira mas eu estava tão furiosa, tão, tão furiosa, zanguei-me tanto que se levantou e se foi embora como se não tivesse nada a ver com o lindo serviço que ali estava.

Ainda vou tentar colar algumas folhas pois acho que apanhei quase todos os bocados e bocadinhos que esvoaçavam na relva. Do que me parece, para além da contracapa e das páginas das referências, deve ter danificado uma dúzia de páginas a meio.

Só visto. 

O meu marido, quando lhe mostrei a desgraça, disse: 'Não devias ter deixado o livro ao alcance dele'. Mas como? Vou andar agora a ter que esconder todos os livros dele? Impossível. Fico passada só de pensar nisto.

Mas, enfim, já é domingo, dia de eleições e vou mas é para a caminha para ver se me levanto cedo pois tenho muito que fazer na parte da manhã, nomeadamente votar. 

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Mas, antes de ir, gostava muito que vissem esta casa. Acho-a extraordinária. Tudo na casa: as proporções, a luz, a sombra, a distribuição dos espaços, o arejamento, a cortina verde... e a agricultura que ali se pratica. Quando se junta um arquitecto fantástico com uns donos especiais saem verdadeiras obras de arte.

The Planter Box House | Malaysia’s Extraordinary Homes | Award Winning Architecture | Transformation


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Fotografias (feitas no outro dia ao pôr do sol lá em casa, in heaven) na companhia de Ludovico Einaudi com Temple White 

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Desejo-vos um belo dia de domingo
Boa sorte. Boas notícias. Alegria. 

sábado, janeiro 29, 2022

E se repensássemos algumas coisas...?
As ruas, as cidades, a agricultura, a energia... (por exemplo)

 


O dia foi mais um daqueles em que tento manter a agenda relativamente aberta mas em que, sei lá como, ela se vai fechando por si. É uma reunião que se prolonga para além do expectável, é outra que é solicitada à última hora, são os telefonemas, são os documentos que não podem deixar de ser lidos e comentados. E, quando dou por ela, já é tarde e o dia passou. 

À hora de almoço tinha dito que, depois de almoço, iria aprender a trabalhar com a roçadora própria para aparar a relva junto aos muros e aos caminhos. À noite o meu marido provocou: 'Não era hoje que ias dedicar-te ao jardim?'. Também tínhamos combinado que faríamos uma caminhada antes de anoitecer. De facto, quando saímos ainda não era completamente noite mas, quando regressámos já era. E os dias estão maiores que é um gosto.

Agora, enquanto aqui estava, ocorreu-me que houve uma altura em que no meu gabinete se juntava uma turma animada que discutia política com um entusiasmo que, à distância, quase me enternece. Predominantemente éramos socialistas mas havia uns que não se acusavam mas que eram conservadores embora muito críticos do PSD e descrentes do CDS, dois que votavam declaradamente no CDS, um por convicção e outro porque se dizia anarquista de direita e achava que o partido mais inconsequente era o CDS. Havia um outro que também não se acusava mas que se dizia ser 'informador' dos sindicatos e muito próximo do PCP. 

Ainda me lembro de uma altura em que, por mudanças a nível dos accionistas, passei um mau bocado. Na altura recebi um telefonema de alguém que eu não conhecia mas que queria dizer-me que eu tinha a confiança da comissão de trabalhadores e que estavam ali para o que fosse preciso. Pouco depois, quiseram propor-me uma reunião. Com a intermediação desse colega, organizaram um almoço. Era um restaurante típico, acolhedor, ali para a Mouraria. Para além desse meu colega estavam uns que eu não conhecia. Vim a saber que um deles pertencia ao comité central do PCP. As coisas em que eu já me vi metida não dão para explicar.

Mas, dizia eu, eram alturas em que eu discutia política a sério, cada um esgrimindo os seus argumentos com uma vivacidade que nos vinha das entranhas. Eram tempos também em que nos juntávamos a jantar em casa uns dos outros, primos, cunhados, a miudagem toda. Em volta da mesa esperávamos as sondagens, sofríamos a ver a evolução dos resultados, era uma emoção, tantas vezes uma alegria. Lembro-me até que, uma vez, uma, que era (e é) artista, até fez um bolo com uma decoração de uma rosa. 

Enfim, outros tempos. Os miúdos cresceram, formaram família, a família desenvolveu-se, esses primos separaram-se. Desabituámo-nos disso. 

Mas, embora de forma mais restrita, iremos na mesma esperar as sondagens, a contagem dos resultados, o desfecho.

Agora o que eu acho é que não apenas estas eleições são um absurdo pois não havia razão para se ter interrompido a legislatura como a própria campanha, em vez de ser usada para se discutirem assuntos de facto relevantes, foi usada para servir de pasto à comunicação social. De tal forma as televisões com os seus infinitos comentadores têm um efeito triturador como toda a comunicação social procura a celeuma, as frases que dão títulos chamativos, o episódio caricatural. Qualquer tema mais sério ou estrutural parece descabido no meio da espuma com que a comunicação social envolve os candidatos.

E depois os próprios candidatos, salvo duas ou três honrosas excepções, são criaturas medíocres. Ventura, Chicão, Catarina, Rio, e toda essa gente que por aí andou a dizer graçolas ou a lançar dichotes não têm estatura de figuras de Estado.

E, no entanto, há tanta coisa a repensar... A sociedade que queremos deixar aos nossos descendentes é esta em que vivemos? A caminho do descalabro climático? Com pandemias recorrentes? Com desregulações onde elas são mais necessárias? Com a democracia correndo sérios riscos de vir a ser asfixiada sob o peso descontrolado das plataformas digitais onde tudo é possível? Com a tecnologia cada vez mais ubíqua e omnipotente, omnipresente e omnisciente... e totalmente à solta e à mercê de quem a quiser usar...?

Por isso, hoje também não vi televisão. Não vi O Expresso da Meia-Noite nem qualquer dos programas que hão-de ter dado em que jornalistas-entertainers e comentadores-avençados hão-de ter esgrimido fracos (e fake) argumentos sobre irrelevantes temas. 

Entretive-me, antes, a ver vídeos em que se lançam ideias, se divulgam projectos ou se repensa o futuro. Pode ser utópico, inviável -- ou o contrário. Mas interessa pensar, equacionar. De entre cem ideias lançadas, duas ou três poderão ser fantásticas. Há que abrir espaço para novas formas de pensar e de viver. Colocar as hipóteses em perspectiva, ter a mente aberta: Será que ...? Porque não...?

Alguns exemplos:

We’re using our streets all wrong | Hard Reset by Freethink

The rise of the private automobile in American life and culture has dramatically changed how cities were designed, John Frazer, a mobility futurist, wrote for Forbes. 

Emerging from World War II, automakers became economic powerhouses, employing workers who suddenly could afford their own cars — rumbling manifestations of the freedom of the American Dream.

Cities were designed around that dream. Frazer quotes University of Houston historian Martin Melosi, who said that roughly half of the space in American cities has been given over to roads, parking lots, parking spots, gas stations, traffic signals, and other things pertaining to cars. And at the same time, space for other forms of transportation — like sidewalks — were squeezed out.Even the sidewalks themselves are designed to resist change; large concrete slabs, they don’t lend themselves to being changed around. Making an infrastructure change can cost millions, a price many cities won’t or can’t pay. 

But maybe we can take those spaces back; they are public spaces, after all. We could hard reset, and make streets a place for user-generated urbanism. 

 

The Futuristic Farms That Will Feed the World 

| Freethink | Future of Food

Amidst climate change, a growing population, and people consuming more of less sustainable food, how will we feed our future world? The answer may not be increasing resources--land, water, and employees--but rather improving production efficiency to create more sustainable farming of crops. The key question: How do we increase the amount of food we produce while using the same or fewer resources? 

When it comes to scaling agricultural production sustainably, one small country has a very large impact. Bolstered by a national commitment to produce twice the amount of food with half the resources, the Netherlands has become the world’s #2 produce exporter. The close collaboration between the government, science organizations and the food industry have driven impressive innovation and an efficiency that’s unmatched anywhere else in the world. 

On a normal open-field tomato farm, one could expect 4 kilograms of yield per square meter. In a high-tech greenhouse in the Netherlands, that number shoots up to 80 kilograms of yield per square meter, with 4X less water. That’s a 20X improvement on output! And it’s not just tomatoes--the Dutch are #1 in the world on producing chilis, green peppers, and cucumbers (measured by yield per square mile). With conservation and sustainable food as two of the most important global issues, could other countries copy their approach to help save the earth?


How mirrors could power the planet... and prevent wars 

| Hard Reset by Freethink

Concentrated solar power is produced using a large amount of mirrors which are angled to reflect the sunlight onto a large solar receiver. Aside from being clean energy, one of the most promising advantages of CSP is that it can generate transportable energy for use far beyond where it was harvested. 

The idea of concentrated solar power isn’t new — the first commercial plant was developed in the 1960s. But a company called Heliogen has found a way to make the process of reflecting and storing sunlight much more accurate and efficient. And soon, it might be more cost-effective than fossil fuels.

If adopted globally, this could lead to a hard reset in the manufacturing industry, not to mention prevent wars over oil and mitigate climate change.


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Fotografias feitas in heaven e que aqui se fazem acompanhar por David Gilmour que interpreta Where We Start

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Desejo-vos um belo sábado
Tudo de bom para si que está aí desse lado.

sexta-feira, janeiro 28, 2022

Just in Time?
Ou Just in Case?
Ou... o quê?

 


Em tempos aprendi alguns conceitos e algumas técnicas que tinham cá chegado, luzindo e reluzindo com as cores da eficiência japonesa. O JIT, Just in Time, foi um deles. Não haver stock. Reduzir o capital empatado em stocks. Todas as empresas que lidavam com cadeias de abastecimento ou sistemas produtivos se mobilizaram para serem tão boas como as melhores. Os números não enganavam. Ter armazéns cheios de stocks já era. Coisa do passado. O que era preciso deveria chegar quase na hora, quase em cima do acontecimento.

Uma vez fui visitar uma fábrica de automóveis em Espanha. Era a fábrica europeia de uma grande marca mundial. Uma fábrica grande, a perder de vista. Praticamente sem pessoas. Um orgulho para a gestão da fábrica. Pessoas quase que só no controlo de qualidade, na recta final da linha de produção, o carro já praticamente pronto. A montante só robots. Tudo robotizado. E carrinhos robotizados atravessavam a fábrica para levar as peças do armazém para a linha de produção. O armazém robotizado praticamente apenas tinha as necessidades do dia. Vá: da semana. Tudo na base do just in Time. Os diferentes fornecedores abasteciam a moderna fábrica de acordo com sistemas chamados MRP, Material Requirement Planning. Tudo calculado ao dia.

Isto obviamente passou-se no século passado, numa era em que havia yuppies, executivos deslumbrados consigo próprios.

Se calhar fiz parte desse grupo mas, felizmente, nunca falei como eles, nunca me vesti como eles, nunca me deslumbrei com o que a eles os deslumbrava.

Mas, nessa vez, cheguei lá de limousine. Éramos uns cinco ou seis, nem sei bem. Para lá chegarmos, em vez de irmos em carros separados, alguém achou que o ideal seria arranjar-nos uma limousine com chauffeur. Nada de mais. Mas o carro era aparatoso, um luxo.

Hoje a indústria automóvel é daquelas que se torcem e retorcem por não terem stocks e por, de vez em quando, terem que parar as suas linhas de produção. Falta-lhes sobretudo os chips e outros componentes vindos de longe, de onde também muita coisa escasseia.

Mas se fosse apenas a indústria automóvel a debater-se com a escassez de materiais...

Querem crer que só agora, ao colocar aqui a fotografia é que vi que o prato está deitado quando deveria estar ao alto...?
Ele há coisas....

De vez em quando a malta apanha uns sustos e percebe que os modelos estratificados em que todos dependem demasiado uns dos outros apresenta muitas vulnerabilidades. E não apenas de outros mas de outros noutros países, sujeitos a dificuldades, prioridades ou necessidades que não necessariamente as mesmas que nós.

Os consultores que vendem a gestão de risco e os departamentos das empresas que se ocupam disso bem identificam os pontos de fragilidade e constroem planos de contingência. Tudo bonito para enfeitar power points. Quando os motoristas fizeram greve e as estações de serviço ficaram sem combustíveis e toda a gente, em especial nas empresas, ficou a roer os dedos a ver a vida a andar para trás, poderia ter-se aprendido alguma coisa. Mas não. Não se aprende nada. Nem aqui nem em lado nenhum. Os modelos de eficiência aplicados cegamente, ensinados nos bancos da escola como se fossem axiomas (inquestionáveis, portanto), moldaram a sociedade de cabo a raso. 

Nem sei se isto da pandemia nos mudou alguma coisa de verdade ou se foi apenas uma abanão de nada, um abanico. 

Era bom que a sociedade se mobilizasse para discutir algumas coisas, para colocar algumas ortodoxias e dados adquiridos em perspectiva. Não sei como se pode fazer isto. Era bom que voltasse a haver tertúlias, locais de discussão, fóruns abertos em que se equacionassem novas maneiras de estar na vida (e nos negócios), maneiras mais sustentáveis, mais equilibradas. Como sociedade civil temos que ser mais activos, mais participativos. Não podemos andar, passivamente, a reboque do que os 'outros' decidem por nós. Parafraseando JFK, não perguntemos o que os outros podem fazer por nós mas, antes, o que nós podemos fazer pelos outros.

Mas, em concreto no que se refere à escassez de alguns bens em alguns sectores, o vídeo que aqui partilho convosco explica o que se passa.

The global supply chain seems to be in a perpetual state of crisis. Whether its groceries, petrol or micro-chips for electric vehicles, everything just keeps running out. But why does it keep happening?

The crux of the matter lies in the way our global supply chain works, and how companies have come to rely on a unique system of efficiency, dubbed 'just in time', which developed in Japan in the late 1960s and early 70s. Josh Toussaint-Strauss explores how the prevalence of just in time supply systems are contributing to a global supply chain crisis

Just in time: why we keep running out of everything 


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As fotografias foram feitas em casa, in heaven, e fazem-se acompanhar por Maria Bethânia e Omara Portuondo interpretando Gente Humilde

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E queiram descer para uma visita a Mr. Valupi que explica porque é que "Louçã também vai a votos neste domingo"

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E a si que está aí desse lado desejo uma feliz sexta-feira

Nem mais: Louçã também vai a votos neste domingo

 

(...) Louçã revelou que não queria negociar com o PS, teria de ser o PS a negociar com o BE – isto é, os socialistas teriam de capitular, arrependerem-se, converterem-se à esquerda verdadeira. Jamais Louçã, depois da fulgurante ascensão, iria perder a possibilidade de tentar realizar o que a sua megalomania delirava. Caso os socialistas não lhe depusessem as armas capitalistas aos pés, pagariam o preço de serem derrotados as vezes que fossem precisas. E assim foi, em 2011 Louçã preferiu oferecer a Passos, Relvas e Portas a oportunidade para brincarem à reengenharia social enquanto vendiam mais empresas públicas. E, em 2021, Catarina Martins preferiu meter o País em eleições no meio de uma pandemia alegando que o Orçamento mais à esquerda de sempre não era de esquerda o suficiente – e com essa hipócrita e abstrusa opção garantindo que a extrema-direita vai crescer na Assembleia da República, quiçá ficando com força suficiente para levar a direita a governar.

(...)

Preferem o risco e prejuízos da interrupção da legislatura para ir a eleições a aceitarem negociar de forma a viabilizar o que fosse melhor para o conjunto mais alargado dos portugueses.

Donde, esta votação igualmente irá aferir quantos votos recolhe a soberba de um homem para quem a terra queimada e a aliança com a direita decadente é preferível ao bem comum.


Mais um grande texto do grande Valupi in Aspirina B

[Nunca tenho curiosidade em saber quem é ou como é quem escreve. Neste caso, confesso, tenho curiosidade. Quem será? Ou melhor: como será o Valupi? Tenho mesmo curiosidade. É que ele escreve aquilo que eu gostava de escrever (já o contei). E escreve bem, caraças. Gosto mesmo do que ele escreve. Escreve como se estivesse sempre numa de chutar à baliza. Não perde cá tempo com bolas de efeito ou conversa da treta. Vai straight to the point. Gosto.]

quinta-feira, janeiro 27, 2022

Eleições Legislativas 2022 - Votos e Bandidos

E umas perguntas muito concretas ao João Lisboa

 



Sobre o que escrevi ontem, recebi um mail e uma mensagem. E, com a devida autorização do estimado Leitor que me enviou o mail e pressupondo que o meu filho não se vai aborrecer que eu refira o reparo que me fez, aqui segue então, em primeiro lugar o texto do mail (que agradeço):


Votos

Bom dia UJM. Faço meus os seus votos, por mil e uma razões !

Há aproximadamente 2 anos foi diagnosticada uma doença degenerativa à minha Mulher. Durante os 2 ou 3 anos anteriores, foi seguida no Hospital da Luz por uma especialista que cobrava honorários a peso de ouro. Um dia pedi-lhe um relatório médico que me foi solicitado pelo Centro de Alcoitão, para iniciar terapia da fala. A dita médica, depois de muita insistência minha, escreveu meia dúzia de linhas manuscritas de difícil compreensão. A técnica do CRA, classificou  o dito relatório, "no comments". Ao mesmo tempo, a dita médica, recomendou a realização de um exame no HL, sendo que o mesmo teria que ser com internamento de 3 noites. Aí eu desconfiei ....

Realizámos o dito exame da Ressonância magnética num laboratório conhecido, a preço muito acessível, e decidimos recorrer aos serviços do SNS no HEM.

Tudo mudou desde então. A abordagem pluridisciplinar que se impunha, começou a funcionar em pleno. Sabemos que é uma doença progressiva, contudo, para minimizar os impactos temos contado com uma equipa excepcional  do HEM e HSFX que tem agido de forma integrada. 

Várias vezes tenho referido aos membros da equipa, a nossa gratidão. Sinto que a equipa dos médicos, também aprecia a manifestação do nosso reconhecimento.

Interrogo-me e preocupa-me o que irá acontecer com o hipotético regresso ao poder dos que propõem a privatização do SNS.

Desculpe-me não publicar este meu testemunho no espaço dos seus comentários. (...) Se achar relevante, pode transcrevê-lo.

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Do meu filho recebi um reparo, primeiro por mensagem e depois, mais tarde, por telefone. Dizia-me ele que. se António Costa conseguiu formar Governo e governar bem durante seis anos e se foram feitos alguns avanços significativos em algumas áreas, tal se deve ao apoio dos 'bandidos' a que a avó se tinha referido.

Do que lhe conheço, ao falar nos ditos bandidos, a simpatia dele vai mais para Jerónimo de Sousa. Não lhe conheço qualquer simpatia para com o Bloco. Também eu sinto respeito pelo velho moicano. E também eu, desde o minuto zero, achei bem que António Costa governasse com o apoio da esquerda. E, apesar da frequente queda da Catarina e das Mortáguas (com o Cardeal na rectaguarda) para a traição, passei por cima disso e foquei-me no importante: a defesa de políticas justas, de desenvolvimento, de salvaguarda dos direitos dos que mais precisam de apoio. Mas quando Catarina Martins, o ano passado, num gesto de arrogância, de irresponsabilidade política e de ânsia por protagonismo, chumbou o Orçamento e quando este ano, um ano tão difícil, com um Orçamento equilibradíssimo e com inúmeros pontos de convergência com as pretensões desses dois partidos, resolveu chumbar o Orçamento, juntando-se ao seu companheiro de percurso PCP e juntando-se à direita reunida, PSD, ao CDS e ao Chega, a minha posição mudou. Mudou mesmo.

O meu filho diz que em democracia devemos aceitar que os partidos se manifestem. Claro que sim. Em ditadura, quem se manifesta contrariamente aos cânones é perseguido, detido. Em democracia não: em democracia os ajustes de contas fazem-se nas urnas. E é nas urnas que desejo que quem antes votou no PCP e no Bloco agora lhes vire as costas pela irresponsabilidade e pela traição.

O Bloco e o PCP podem fazer o que quiserem, são livres de o fazer. Claro que sim. Mas ao quererem agradar aos seus militantes mais fundamentalistas esqueceram os interesses do País. E, com isso, revelaram que lhes falta o sentido de Estado.

Ao argumentar assim ao telefone com o meu filho, ele lembrou-me que, há seis anos, contra um longo historial de aversão aos socialistas por parte dos comunistas, Jerónimo de Sousa aproximou-se de António Costa e, com esse gesto, viabilizou um Governo socialista.

É verdade. Foi um gesto corajoso e digno de um verdadeiro estadista. Louvo-o por isso. Louvei-o na altura e, ainda hoje, reconheço o valor e valentia do gesto

Mas critico-o por agora ter saltado fora na votação na generalidade deste Orçamento (que, na especialidade poderia ainda ser melhorado), juntando-se à direita trauliteira e revanchista que sempre fez de tudo para denegrir a Geringonça e o Governo apoiado pela esquerda.

O meu filho recordou-me que o chumbo do Orçamento não implicaria a dissolução da Assembleia e que, aí, quem se precipitou foi o Marcelo.

Concordo. Algumas vezes aqui o tenho dito: Marcelo precipitou-se. Também ele é refém do seu forte apelo pelo auto-protagonismo.

Mas, tendo ele anunciado que, se o Orçamento chumbasse, a Assembleia seria dissolvida, já não havia recuo possível. Portanto, o PCP e o Bloco, ao votarem como votaram, sabiam a crise que iam abrir no País. 

Faltou-lhes sentido de Estado, faltou-lhes o sentido de lealdade, sobretudo lealdade perante os portugueses. E a quem faz isso (pela 2ª vez) não deve ter servida de bandeja a oportunidade de o fazer uma terceira vez.

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Entretanto, num comentário, o João, reportando-se ao que escrevi sobre as virtudes do PS e de António Costa enquanto governante, pergunta-me pelo Cabrita, pelo ministro da Educação, pela fraca intervenção cultural, pelas cativações*. Percebo-o. Tem razão. Mas, João, há soluções perfeitas? Quadros em que são todos umas sublimes, excelsas e não-pecadoras criaturas só aquelas pinturas com santinhos sobre as nuvens, uma virgem (a tal do imaculado pipi) e passarinhos iluminados por abençoados raios. 

[Eu não incluiria as cativações nos episódios menos felizes. Cativações são procedimentos normais na gestão económico-financeira. O facto de estar previsto em orçamento não tem que significar que são verbas automaticamente disponíveis para gastar pois as circunstâncias podem mudar e há que ir aferindo da oportunidade ou da necessidade de se gastar]

Na vida real, seja em que situação for, há sempre o que não é tão bom como o demais. Mas há que sopesar cada aspecto, olhar para o conjunto, avaliar alternativas. 

Imagine, João, que não ganha o PS. Aí, vamos pensar no que acontece no dia seguinte. Ganhando o Rui Rio, vamos ver quem é que ele poria na Administração Interna. Na Defesa já sabemos que põe o Chicão. Coisa esperta, não é? Na Administração Interna, imagino que não vá repescar o Ângelo Correia. Mas vai buscar quem? O Silvano? Credo. A Mónica Quintela? O Rangel...? Susto... E na Educação? Quem? Qualquer nome que me ocorra é para ser um susto ainda maior... E na Cultura? Quem é que o PSD tem para pôr na Cultura... Aqui nem consigo imaginar. Que ideias é que o Rui Rio tem para a Cultura...? Sabemos o que foi o reinado dele na Câmara do Porto. Um desastre absoluto.  E na Economia? O José Gomes Ferreira...?

Ou seja: pensando numa equipa governativa liderada por Rui Rio, o João consegue perspectivar melhor equipa do que uma equipa que António Costa possa formar? 

Por isso é que acho que nem vale a pena a gente pensar muito. Mesmo que não se ame o PS de paixão nem se  se idolatre o Costa, há que reconhecer que, neste momento, as alternativas a um governo PS são de mal a pior, são para a desgraça. 

Portanto, mesmo que não seja por total convicção, mesmo que seja um mero voto útil (quimicamente puríssimo), qualquer pessoa que goste do País e dos portugueses e que se preocupe com o futuro, o seu e o do País, não tem grande alternativa. Por isso, espero que os hesitantes e os sonhadores e os distraídos caiam na real e vão votar. No PS.


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Desta vez as belas rosas fotografadas por Nick Knight vêm ao som de Silêncio e tanta gente de Maria Guinot

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Desejo-vos um dia muito bom

Muitas rosas e muitos sorrisos para todos

quarta-feira, janeiro 26, 2022

Um Governo chefiado por um troca-tintas, um mangas de alpaca retrógrado e preconceituoso...? Com um puto medroso, palavroso e oco como Ministro da Defesa...?
Ná... Não posso acreditar... Não pode acontecer.

E, para que se ouça, loud and clear, aqui fica explícito qual o meu voto.
E também o da minha mãe...

 



Neste sábado, ao passearmos, a minha mãe voltou a dizer que 'esta gente' que provocou a queda do Governo -- e põe no mesmo saco PCP, BE, PSD e CDS -- é uma 'cambada de irresponsáveis'. Depois entristece-se, quase como se fosse ela a ser vítima de injustiça. Diz: 'Com o que este Governo tem feito, o que tem aguentado...Não há direito...O que eles têm lutado, o que têm penado... E agora o que estes aldrabões para aí andam a dizer... Não há direito... Para que são estas eleições? Uma vergonha.'  para logo rematar, já enfurecida, naquele registo informal de quem sabe que o que diz à filha não é testemunhado por terceiros: 'Se estas bestas vêm outra vez para o poder, sempre quero ver. Já não basta o que fizeram antes... Alguma vez eles são capazes de fazer o mesmo que estes? Alguma vez...? Uma cambada! Nem quero pensar!'. 

Quando se refere ao que 'fizeram antes', penso que se refere ao Passos Coelho; mas também pode ser ao Cavaco, que ela detesta. Não fala do Rio. Para ela, o Rio é apenas uma representação dos outros. Não o reconhece sequer como ser autónomo e capaz. 

Não sonhando que as suas palavras seriam aqui reproduzidas, enfurece-se ainda mais ao falar do Bloco ou do PCP: 'Bandidos. Eles é que têm dado espaço para esse Ventura, esse porco. Nem consigo vê-los, quando aparecem mudo logo de canal. Bandidos.'.

E acrescenta: 'Desde o 25 de Abril que não estou tão preocupada com umas eleições. Vou votar logo à abertura. Estou mesmo preocupada com isto'. Pergunta-me a que horas abrem as urnas. Digo-lhe que acho que é às 8 da manhã. Diz que vai antes para votar logo que abram.

Nunca, nestes anos todos, lhe perguntei em quem votava. Nem a ela nem ao meu pai. Mas creio que, em geral, terá sido no PS. Neste caso, agora, não há dúvidas pois di-lo explicitamente. Gosta muito do António Costa tal como gosta bastante da Marta Temida.

De resto, quer a minha avó quer o meu tio, irmão dela, sempre mostraram ter o coração devidamente implantado: à esquerda. 

Um dos seus tios, irmão dessa minha avó, tio que eu ainda conheci quando era muito pequena, antes do 25 de Abril esteve preso e foi deportado creio que para São Tomé. Mais tarde, já por cá, viveu clandestinamente e lembro-me de o ver uma vez à noite em casa da minha avó e de o ter encontrado uma vez no mercado do peixe. Estava com a minha mãe e ela deu de caras com ele. Lembro-me de ter sido um encontro estranho, meio a correr e a disfarçar. Nunca se sabia por onde andava. Tenho ideia que morreu pouco antes do 25 de Abril pois a minha avó lamentava que aquele irmão não tivesse desfrutado a liberdade pela qual tanto tinha lutado.

Do lado dessa minha avó sempre foram uns resistentes e houve um primo da mãe dela que foi Presidente da República, uma pessoa da cultura.

Há pouco, ao chegar a casa, já tarde, liguei a televisão enquanto nos preparávamos para jantar (felizmente a comida estava já feita). Vi o Rio a aconselhar o Costa a acabar a sua vida política com dignidade. Senti um enjoo, um incómodo profundo. 

Os portugueses não podem ser irracionais ao ponto de trocar uns bons governantes, como os que temos tido nestes últimos anos, por gente que não lhes chega aos calcanhares. 

Nem acredito que achem que o Costa tem governado bem o País e, por qualquer enviesada razão, vão votar noutro qualquer, abrindo a porta para o Rio, para o Chicão, para o Ventura.

Não acredito. 

Só espero é que quem pense que a melhor solução para o País passa por ter um governo liderado por António Costa se chegue à frente e o afirme a plenos pulmões. E vote. No PS.

Eu, pela parte que me toca, é o que aqui estou a fazer. Vou votar no PS e creio que praticamente toda a minha família mais directa vai fazer o mesmo. Nenhum de nós é filiado. Nem somos de ir a comícios, arruadas ou coisas do género. Mas concordamos numa coisa: nenhum outro partido tem mostrado a sensatez, a abertura de espírito, a visão de futuro, preocupações humanistas e intergeracionais, espírito inclusivo, apetência cultural, capacidade de pôr o país a crescer assente num equilibrado modelo económico, no poder da educação e do desenvolvimento científico e tecnológico, sempre com sentido de Estado e pés na terra como o Partido Socialista. E reconhecemos António Costa não apenas como um competente e digno líder socialista como um excelente governante.

Espero muito sinceramente que ninguém fique em casa nem vote com os pés: vamos votar e vamos votar com a cabeça. Se não queremos a direita, votemos em quem melhor lhe consegue barrar o caminho e em quem melhor governará o país: no PS.


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As rosas foram fotografadas por Nick Knight ao som de do tema do Cinema Paraíso de Ennio Morricone na interpretação de Renaud Capuçon
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Desejo-vos uma boa quarta-feira
Bons pensamentos. Muitas rosas. Esperança. Força.