Ver todos aqueles cardeais, todos homens (agonia-me que as mulheres estejam excluídas de toda a sua hierarquia -- e agoniar é mesmo o verbo que melhor define o que sinto), lustrosos, paramentados, com fitas e dobras e dobrões, ornamentados a ouro, tudo aquilo me incomoda soberanamente. Apetece-me chamar-lhes parasitas, pimpões, seres anafados, instalados.
A meu ver, a fazer sentido haver uma igreja, seria para ser um local de inclusão, de ajuda a quem precisa, local despojado, apenas com o essencial, guardando tudo o que haja para distribuir pelos pobres, pelos desprotegidos, para ajudá-los a reerguer-se, a desenvolver-se. E sempre sem juízos, sem catecismos, sem aqueles moralismos que tresandam a beatice.
Simpatizava com Francisco, como pessoa, apesar de me incomodar que não fosse tão explícito quanto devia para afastar a beatagem que continua a penalizar as mulheres que praticam aborto ou a olhar de lado para os homossexuais. Mas, apesar das peias, era uma mente aberta, era bondoso, era empático e próximo.
E o facto de rejeitar aqueles ornamentos cagões em sedas encarnadas e douradas e o facto de usar uma cruz simples e não uma pesada cruz em ouro agradava-me.
Nada sei de Robert Francis nem tenho nada a dizer sobre ter escolhido ser conhecido por Leão. Olho para ele e acho que tem um sorriso simpático. Mas não gosto de tanto ornamento. E nem é não gostar, é mesmo desagradar-me.
De resto, apenas gostaria que fosse um homem corajoso que rompesse com tudo o que me desagrada... mas, não sei porquê (ou talvez saiba), acho que isso não vai acontecer.
Por isso, estou a escrever isto e o fumo que estou a deitar não é propriamente muito branco.
10 comentários:
Acredito que Francisco fosse um homem bom, mas por outro lado, vejo-o como um CEO que tem uma visão mais adaptada ao mercado.
Penso exatamente como a autora do post!!!
Às avessas pode tirar-se outra conclusão: não é possível a um católico votar em partidos que se opõem às suas convicções morais e religiosas, como é o caso do PS e dos partidos de esquerda. Só que dizer semelhante coisa significa perder aquele nicho de mercado eleitoral. Já foi maior, mas ainda assim tem clientela. E lá vem a conversa: o Papa Francisco, todos todos, amor ao próximo...e venha lá o voto.
Só o ornamento, exala a conservadorismo.Mas o que me preocupa é o servilismo das televisões quer públicas ou privadas, ainda que, nas privadas , são livres das opções tomadas, mas no público, as ratas de sacristia, que á pála do papa, têm semanas de férias em Itália á custa do pagode .Ainda há na CS toda, muito sacristão carteiros das várias tendências do catolicismo. Eu estou lá como o outro, nunca foi a Fátima, e nunca lá irá. Mas que já enjoa, enjo tanto rato de sacristia nas TVs.
Afinal sempre há quem considere o PS como NÃO sendo de esquerda. Mas as convicções ditas morais e religiosas da igreja, hoje, não são mais do que um retrocesso civilizacional. Seja como for, que eu saiba não consta do programa de nenhum partido, qualquer clausula referente a proibição ou obrigação religiosa dos seus aficionados, embora alguns dirigentes partidários, façam demonstração de autos de fé para a fotografia, e aí sim venha de lá o voto dos e das beatas.
A convicção hipócrita da moral da igreja, está retratada num livro que me emprestaram há uns bons anos, e que nunca mais vi e RECOMENDO a quem encontrar. A PAPISA JOANA. Lenda ou verdade deturpada ou suprimida, tal como agora umas alminhas querem reescrever a historia por causa da guerra na ucrania. M.L.
Obviamente que não há proibição ou obrigação religiosa por parte dos partidos. Já se alguém se sente pessoalmente confortável em votar num partido que defende aquilo que as suas convicções religiosas condenam...
Umas décadas atrás a questão não se punha. Nesses tempos a esquerda, ou esquerdas, afirmavam como propósito a defesa do trabalho. Entretanto o mundo mudou, dos trabalhadores, como diria Emmanuel Todd, ninguém quer saber, e as preocupações das novas esquerdas passaram a ser outras, ambiente, lgbti. E verdade seja, fica mais barato mudar o código civil que assegurar um salário decente.
E sim, não considero o PS um partido de esquerda. Socialmente até talvez seja mais conservador que os manos laranja. Gosta mais de Estado, só isso.
Pergunta - eram os deuses astronautas? / ERIK VON DANIKEN
Afirmação - A religião começou quando o primeiro vigarista encontrou o primeiro idiota./ autor desconhecido.
Facto - Quem está anestesiado não estrebucha.
Apenas um comentário geral: penso que a fé ou a crença não tem a ver com a orientação política. Creio, aliás, que não tem a ver com nada. Em abstracto, eu seria levada a pensar que tem a ver com a racionalidade. Mas não tem. Conheço muita gente ligada à ciência e às tecnologias, gente racional em absoluto, e que acredita em deus e frequenta a igreja. Na realidade não sei dizer porque é que umas pessoas sentem o amparo da sua fé e outras se amparam nos outros ou sentem a paz contemplando a natureza.
Por isso, não vou comentar ou responder, comentário a comentário, pois não tenho ideias formadas sobre nada destes temas. Sou agnóstica.
Agnóstico é aquele que não acredita na existência de deus ou de qualquer outra divindade, mas não nega a possibilidade de existência. Ateu é quem não crê em Deus ou em qualquer ser superior. Pois eu estou dividido, por um lado acredito em seres superiores embora não DIVINOS, mas fiquei na duvida, quando um dia sem querer ouvi uma discussão entre os meus peixes de aquário. SIC-ai deus não existe? então quem muda a nossa água todas as semanas?
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