segunda-feira, outubro 08, 2018

Reportagem vídeo feita in heaven pela grande cineasta UJM.
Uma revelação, é o que vos digo.
Sir David Attenborough teria muito a aprender aqui com a je




Inspirada pela fabulosa Gina Geia, a mais inspirada e descomplexada blogger que conheço, decidi voltar a fazer vídeos. Tinha feito uma meia dúzia deles por altura dos dois milhões de visitas ao Um Jeito Manso mas aquilo não me deve ter entusiasmado por aí além pois a verdade é nunca mais me lembrei de reincidir. Mas também, diga-se em abono da verdade, aquilo não era bem uma cena de vídeos-vídeos, era nem sei bem o quê com o telemóvel, talvez uma graça, uma diversão, uma experiência. Ou outra coisa qualquer, não faço ideia.

Mas agora andava com vontade de fazer uma espécie de reportagem. Mas já se sabe que, em coisas assim, não sou capaz de ter paciência para me aplicar a sério. Podia estudar alguma coisa, ver uns tutoriais. Mas, a sério, não me chega o tempo e a paciência para grandes apuros em matérias que prefiro de puro gozo.


O caso é que hoje de manhã peguei na máquina fotográfica e usei-a para filmar enquanto andava. Nunca antes o tinha feito com a máquina. Sempre fui de fotografar, não de filmar. Mesmo dos meus filhos em pequenos: milhares de fotografias e uma coisa que havia na altura, diapositivos, mas zero filmes. Prefiro o imobilismo dos instantes.

Mas isto a gente tem fases. Ou vipes. Whatever. Apeteceu-me. Então, fui andando e filmando. Fiz um primeiro para ver se estava a gravar o som. Depois fiz outro. Às tantas aquilo começou a apitar, uns pi-pi-pis discretos. Olhei e não vi nada de especial. Continuei. De seguida fiz mais uns quatro ou cinco, pensei: 'se ficar razoável, publico um por dia' -- e aquilo com aqueles pi-pi-pis. Quando me ocorreu ir ver se tinham ficado bem gravados, vi que o segundo tinha sido interrompido e, portanto, acabava abruptamente. E mais nenhum. Fiquei a pensar no que é que teria feito mal. Depois percebi: a pastilha tinha ficado cheia. Portanto, fiquei com o primeiro que era só uma experiência para perceber se funcionava e com o segundo que acaba sem se perceber porquê. Um desastre.

Agora à noite estive a ver a obra no computador, com o meu marido ao lado. Escuso de reproduzir os seus comentários: minimalistas, irónicos, como se isto não fosse coisa para levar a sério e, portanto, nem valesse a pena comentar. E eu concordo com ele.


Estive, então, a ver se isto dava para ajeitar, para corrigir aquelas partes imperdoáveis em que, pensando que estava a fazer uma coisa habilidosa, pus a máquina ao alto e o resultado foi a imagem a fazer o pino ou a fazer uma prancha. Ou aqueles travellings tão velozes que até dão tonturas. Mas não descobri. Portanto, não levem a mal mas vai assim mesmo. Um nonsense pegado mas, acreditem, com a melhor das intenções. Amanhã ou noutro dia mostro o segundo. Não está melhor. As minhas palavras não são melhores que as imagens. Volta e meia não bate a bota com a perdigota. Se é assim que falo habitualmente vou ali e já venho. Mas agora não posso apagar o que digo e dizer coisas inteligentes. Fica assim e, se não se importam, conto com a vossa santa benevolência.


A ideia era tentar mostrar imagens do meu bocadinho de terra, captando o canto dos pássaros ou a música da aragem nas ramagens. Mas não consegui. Se calhar teria que accionar um outro modo de captação de som. Só que o manual da máquina é um tratado gigante e eu não me apetece pôr-me a ler aquilo tudo. Com tanto livro bom que tenho para ler não vou gastar o meu ex´guo tempo a estudar manuais de máquinas fotográficas. Penso sempre que, um dia que tenha tempo, aplico-me, esmero-me, apuro-me. Mas, cá para mim, isso nunca vai acontecer porque, quando tiver tempo para mim, hei-de dedicar-me à política, a missões não sei onde ou a outra coisa qualquer e marimbo-me para me aplicar a estudar para fazer coisas bem feitinhas.
[E, enquanto escrevo estou a ver as notícias desgraçadas sobre as eleições no Brasil e, por isso, estou meio desconcentrada. Era para aqui escrever sobre um tema inspirado por um vídeo muito interessante mas acho que terá que ficar para outro dia, talvez amanhã, pois, como perceberão se virem o vídeo e querendo eu escrever sobre casos reais, tenho que medir bem as palavras -- e isso não é consentâneo com estar com um olho no burro e outro no cigano]
E pronto. Esta conversa mole toda é para protelar o momento em que vou partilhar o vídeo "Passeio in heaven com a autora do blog Um Jeito Manso" porque sei que é uma maluqueira sem explicação. E a seguir vou ver se faço outra experiência aqui na máquina, a ver se dá para fazer filmes aqui em casa.


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As fotografias foram feitas este fim de semana in heaven e mostram telhas e reflexos do interior na janela da sala.

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Se quiserem saber o que acho da Clara de Sousa é só descerem

8 comentários:

Gina disse...

Ora essa, o seu vídeo está espectacular.
Ah, e grata pela referência, pois claro.
Sabe que eu sempre tenho tido curiosidade de perceber in heaven em movimento, e agora já sei como é. Adorei o alto pinheiro, o caminho que os meninos percorrem nas suas bicicletas, oseu cuidado em sinalizar os rebentos de pinheiro, não fosse o marido rasá-los, e o que mais adorei foi a toca da bicharada. E olhe que a sua máquina fotográfica é muito boa, que até os mosquito se vêem quandi foca o interior da toca, e, para mais, consegue até fazer zoom sem perder pitada da cor ou nitidez.

Uma boa semana, UJM. Beijinhos.

AV disse...

Era assim que imaginava o seu Paraíso, uma beleza indomável que nos retempera.
A sua experiência com a máquina fotográfica foi um sucesso e, tem piada, o meu filho também usa muitas vezes uma máquina fotográfica para filmar.
Um abraço e boa semana, UJM!

Janita disse...

Olá, UJM...

...isto é que me saiu aqui uma cineasta prodigiosa! Adorei esta visita guiada in heaven. Ali, no seu Paraíso, perde-se a noção de todos os males que assolam o mundo. E que dizer da sua voz? Que doçura. Parece voz de criança de tão terna que é. Nem vou dizer mais nada, para que não se pense que isto é adulação! Deus me livre...:)

Já fui espreitar os outros vídeos, já ri com a conversa entre o casal e quero lá voltar com o tempo que a coisa merece e requer.

Parabéns, continue nas filmagens, UJM, pois leva jeito para a coisa, leva sim senhora.

Um abraço, boa semana. :)

Anónimo disse...

Como adoro pinheiros! Em criança, passei manhãs e tardes inteiras a apanhar pinhões e depois a parti-los. Não gostava de os tirar das pinhas, mas mesmo de apanhá-los da terra, um a um. Durante muitos anos. Era uma alegria. Queria ter um negócio de venda de pinhões sem casca. Também gostava de subir às árvores, sobretudo uns abrunheiros que havia na minha escola, altas e fortes, que davam uns frutos deliciosos, e atraves dos quais os mais corajosos conseguiam sair da escola descendo pela grade. Por isso passou a ser proibido subur às árvores. Eu e uma outra rapariga competíamos a ver quem conseguia apanhar mais frutos em menos tempo: como éramos as mais pequenas e leves, conseguíamos subir mais alto, para cima dos ramos mais finos e fracos sem os partir, e era aí que estava a maior concentração de abrunhos. Mas eu gostava mesmo era de apanhar pinhões e pô-los em frasquinhos Bonne Maman. Ainda bebé a minha mãe levava-me a passear pelo Castelo e era o que eu fazia, apanhá-los. Que rico paraíso aí tem, UJM!
Abraço,
JV

Isabel disse...

Gostei do video, mas o que mais me surpreendeu foi a voz calma e doce da UJM. Imaginava-a com uma voz "poderosa", como alguns dos textos que escreve.
Lá diz o ditado "Quem vê caras não vê corações"!

Fico curiosa à espera de novos videos:))

Uma boa semana, UJM:))

Um Jeito Manso disse...

Janita, a Isabel e a Gina,

Como comentaram o post seguinte e já lá respondi, agora, contando com a vossa compreensão para com a minha preguiça, vou apenas responder à Ana Vasconcelos e à JV.

Bjs

Um Jeito Manso disse...

Ana d'Vasconcelos,

Fico contente por gostar do meu 'heaven'. Acho que já contei muitas vezes: os vizinhos lá na terra vão com uma máquina e deixam o terreno limpinho. Eu prefiro que fique limpo apenas qb para manter o aspecto de natureza em estado tão puro quando possível.

Quanto aos vídeos... estão muito em bruto, muito sem jeito. Tenho que ver se consigo esmerar-me mais. E tenho que perceber como mostrar as árvores sem rodar a máquina e sem a mexer depressa demais.

Mas thanks pelo incentivo. É bom.

Obrigada.

E já viu como vou aperaltando o seu nome? Vai em crescendo. Vai ver.

Um abraço!

Um Jeito Manso disse...

Olá, rija menina JV,

Com que então gostava de andar aos pinhões? Também eu. Havia perto da nossa casa um pinheiro manso enorme. Eu adorava andar a catar a caruma para apanhar pinhões. Depois arranjava uma pedra e partia-os e comia-os.

Estes meus pinheiros são na maioria de Flandres e radiata e não dão pinhões comestíveis. E os mansos parece que as pinhas ainda não dão pinheiros grandes.

Agora ando é às pinhas (para pôr na lareira ou na salamandra).

E também lá tenho um abrunheiro mas dá poucos abrunhos. Mas não me escapam. Bons, bons.

Abração, JV!