Em tempos, a minha Secretária (numa altura em que era incontornável ter uma, mas a quem subverti as funções, atribuindo-lhe outras responsabilidades) aceitou o convite de uma colega e amiga que secretariava outra Direcção, para um dia passado no veleiro do namorado. O namorado era o Director que a amiga secretariava.
Na segunda-feira seguinte entrou-me no gabinete com ar esgazeado. "Não queira saber... todos nus. Devíamos ser uma dúzia, gente que eu nunca tinha visto... Todos a dizerem para eu tirar o biquini... e eu sentia-me mal de ser a única vestida... Não imagina a minha atrapalhação... E eu, já viu?, que tenho as mamas tão grandes... Parecia que toda gente olhava para elas, só me apetecia tapá-las com as mãos... E, sabe lá..., o doutor também nu, claro. Eu de frente para ele e a fazer uma ginástica para não olhar sabe para onde... E vou-lhe contar... a Nita já me tinha falado... mas ao vivo, não imagina, é uma coisa do outro mundo... um exagero, sabe lá..."
Fartámo-nos de rir, claro.
Pois eu nunca me vi em tal situação. Na praia, topless só em praias desertas. E aí, claro, dentro de água tirava o resto. Uma maravilhosa sensação de liberdade. Mas com gente por perto, noblesse oblige, apresento-me sempre compostinha.
A experiência que abaixo partilho é o oposto: as pessoas vencem as suas vergonhas, os seus complexos e mostram-se nuas perante uma plateia, e o curioso é que, uma vez nuas, parecem felizes, dançam, saltam, riem. Há coisas curiosas. E a vida é mais leve se aceitarmos as diferenças uns dos outros -- essa é que é essa.
People Get Naked in Front of a Live Audience | Cut
Nesta poderosa experiência social, seis pessoas despem-se — literal e emocionalmente — partilhando as suas histórias mais profundas sobre imagem corporal, insegurança e autoaceitação perante uma plateia ao vivo.
Sem comentários:
Enviar um comentário