quarta-feira, junho 18, 2025

Uma aventura no IKEA


No fim de semana, estávamos aqui à mesa, diz um dos meninos: 'O que eu gostava era de ir ao Ikea comer almôndegas.'. Ficámos estupefactos. Ao Ikea?! Almôndegas do Ikea?!?!?!

Toda a gente o contestou. Quem é que quer ir ao Ikea? E quem é que, ainda por cima, quer ir comer almôndegas? Dahhhh....

Mas o menino dizia que gostava mesmo de ir. Perguntei à minha filha porque é que não satisfazia o filho, se era coisa que ele queria assim tanto. Respondeu que pagava para não ir ao Ikea. E muito menos iria lá comer almôndegas.

E a conversa ficou por ali.

No dia seguinte, intrigada, perguntei à minha filha de onde conhecia ele as almôndegas do Ikea. Disse que, dantes, a sogra costumava ter em casa almôndegas congeladas e, quando apareciam os netos para almoçar, descongelava-as. Se calhar não era sempre, se calhar aconteceu algumas vezes. Mas as suficientes para o menino sentir saudades.

Acresce que está de férias e, tirando os treinos de futebol, pouco tem que fazer. Um dos primos do menino também está de férias.

Então, ocorreu-me o seguinte: 'E se fossemos buscar um e outro e fossemos com os dois  ao Ikea comer almôndegas?'

O meu marido foi categórico: não, não e não. Nem Ikea nem almôndegas. Segundo ele, um disparate sem sentido. Nem pensar em ir enfiar-se no Ikea, nem pensar ir para o restaurante do Ikea, nem pensar em almôndegas. Não e não e não. Assunto encerrado.

Fui ver o menu do restaurante e vi que há outras iguarias. Li-lhe.

E falei-lhe no prazer que daríamos ao menino que estava com saudades das almôndegas. E o primo, certamente, ficaria feliz por ir também.

Auscultei os respectivos pais. Por eles, sim. 

Mas o mano do primeiro também quis ir. E a menina, que eu pensava que estava com aulas, afinal esta terça-feira não as tinha, pelo que também estava livre e também quis ir. 

(O mais novo se calhar nem chegou a saber desta aventura... Está ainda na escola.)

Pôs-se, pois, o tema logístico. O carro só dá para cinco... 

Então fomos buscar dois, depois eu e a menina ficámos no Ikea e o meu marido e o outro menino foram buscar os primos.

Foi, pois, dia de festa. A alegria de estarem juntos num programa tão fora da caixa...

Todos contentes, com carrinhos, lá fomos buscar a comida. Comeram wraps de salmão para entrada, os rapazes comeram almôndegas, dose maxi, 12 almôndegas cada, com puré de batata, bolo, água (o mais crescido bebeu coca-cola, já se sente um rapaz crescido...). Quis que levassem salada mas disseram que não, que a alface do wrap era suficiente... Dois dos meninos levaram uma peça de fruta, os outros não quiseram. Ficaram a deitar por fora, todos contentes com o pitéu... Eu comi lombo de salmão, o meu marido e a menina comeram pernil estufado. 

Depois, surpreendentemente, na saída, entusiasmaram-se com os peluches. 

Já crescidos... mas parece que lhes deu a nostalgia dos peluches. Ela trouxe um alien, o mais crescido um pinguim que diz que é para oferecer à namorada pois estão quase a fazer 6 meses de namoro, outro trouxe um macaco e disse que era para o irmão e o menino que teve a ideia inicial das almôndegas trouxe uma bola de futebol mas ficou com pena de não ter trazido também um macaco (ficou prometido para a próxima). 

Os pais, quando viram as fotografias que lhes tirei a andarem com os peluches nem queriam acreditar. Mas eles estavam radiante. Um dos meninos disse que aquilo deveria passar a ser uma tradição, nas férias irmos todos almoçar ao Ikea (não sei se sempre almôndegas ou se a tradição admitirá variantes).

Depois um dos meninos pediu para ficar em casa dos primos, os três sozinhos em casa. Obtidas as devidas autorizações, assim foi, lá ficou. A menina ficou um pouco tristonha mas tem exames, tem que estudar, e logicamente não tinha levado os livros, tinha mesmo que ir para casa. 

Para o lanche, ainda lhes comprámos lá, ao lado do snack, umas panquecas congeladas e bolachas. Os anfitriões não queriam, que há muita comida em casa, que não, que não. Mas depois, na perspectiva das panquecas e daquelas belas bolachas, aceitaram. Disseram que poriam as panquecas no microondas e as comeriam com mel.

Soube depois que, enquanto o mais crescido estava a estudar para o exame, o menino que está de férias foi com o primo, os dois sozinhos, ao supermercado comprar nutela com o seu próprio dinheiro.

Claro que o pior foi o trânsito que depois apanhámos, uma seca das valentes. Fomos pôr a menina a casa que, imagino eu, não deveria estar com grande vontade de ir estudar... Os exames deveriam acontecer no outono ou no inverno ou no início da primavera. Agora exames no verão é um sacrifício para os jovens...

E ainda fomos comprar tinta para pintar o resto do muro e mais ácido muriático e mais uma série de coisas. Um calor dos diabos. 

Mas foi um dia muito bom. Gostei muito. E o meu marido também estava contente. Não é preciso muito para as pessoas se sentirem felizes.

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Uma boa quarta-feira

Be happy

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