terça-feira, maio 27, 2025

Uma dor humanamente insuportável

 

Não sei nem quero saber nem sei se alguém sabe: a dor de perder um filho é igual à dor de perder nove filhos? Se calhar, a dor de perder um filho é tão ilimitada que não se distingue da dor de perder nove filhos. Se calhar há sempre um desespero, uma aflição, uma sensação de impotência, de injustiça, uma dor que esmaga e que é tudo tão infinito que não faz diferença ser um ou serem todos ou quase todos. Não sei. Não quero saber.

Não sei o que sente a Dr Alaa al-Najjar que diariamente saía de casa para ir cuidar de crianças e que, na sexta-feira, na sequência de mais um bombardeamento israelita, perdeu nove dos dez filhos, sendo os corpos ou o que sobrou de sete deles que chegaram ao hospital. Dois corpinhos ainda estão sob os escombros e o menino que se salvou e o marido estão mal, hospitalizados. 

Não sei como se sobrevive a uma perda destas. Não sei. Não sei como é que uma mãe a quem acontece uma desgraça destas consegue sobreviver.

E não sei como consegue Netanyahu dormir depois disto. Disto e de tudo o resto que tem feito. Não sei como tem ânimo para viver o homem responsável por tanta destruição, tanto sofrimento, tanta morte, tanta maldade.

Nem consigo dizer mais nada.


In one of the most heart wrenching moments since the start of the genocidal war on Gaza, Palestinian paediatrician Dr Alaa al Najjar received the bodies of her nine children at the hospital where she works. An Israeli occupation air strike hit her family home in the Qizan al Najjar area of Khan Younis while she was on duty at Nasser Medical Complex.

The children arrived at the hospital burned and in pieces. Her husband, Dr Hamdi al Najjar, and one of their children survived the initial blast but are in critical condition. Colleagues described how Dr al Najjar collapsed in agony as she realised the victims were her own children.

(...)

em: Palestinian doctor receives bodies of her nine children after Israeli occupation strike on Khan Younis home


7 comentários:

Anónimo disse...

E FALANDO DE COISAS TRISTES
Após ver a noticia da indignação benfiquista, fui rever alguns lances do jogo.
Sem mais considerações. A INTENCIONAL por desnecessária PISADELA DA CABEÇA AO JOGADOR DO BENFICA AO 94º MINUTO DO JOGO, A UM METRO DO FISCAL DE LINHA, ERA VERMELHO DIRETO, E O RESULTADO SERIA EVENTUALMENTE OUTRO. O FISCAL NÃO VIU, O ARBITRO NÃO VIU, O VAR NÃO QUIS VER, MAS NA TV TODOS VIRAM. Eu sou do desportivo de FAFE, mas se fosse do sporting ficava triste. Não sei o que o dr. Varanda, arauto da transparencia desportiva disse sobre isto.

Um Jeito Manso disse...

Se quer que lhe diga, fico até chocada com este comentário. Parece-lhe são tristezas comparáveis?

Anónimo disse...

Não, não são comparáveis, nem era minha intenção comparar, escolhi mal o post para deixar o comentário, devia ter deixado num anterior, as minhas desculpas.

aamgvieira disse...

NETANYOU andou a reler a "Minha Luta",,,,,,,,

Um Jeito Manso disse...

Desculpas aceites. Acontece...

Um Jeito Manso disse...

De facto é o que parece.

Anónimo disse...

É um horror, puro e duro, o que se passa em Gaza. Mas sabe que me custa, e muito, que a população não se revolte contra o Hamas (finalmente, há umas semanas houve uma pequena manifestação...)... Eles próprios, perante tamanho horror, não deveriam ser os primeiros a exigir a imediata entrega dos reféns? Deviam ir buscá-los a força pelos túneis adentro se fosse preciso.... Mal por mal ao menos se morressem tinham tentado fazer alguma coisa para o evitar... Como pode um povo inteiro deixar-se trucidar sem fazer a única coisa que lhe é exigida, dando a Netanyau o pretexto que ele tanto queria e quer? (O povo israelita sempre levou a sério a regra moral "uma vida = infinitas") Por amor de Deus, não estou a falar de justificações, de o facto de não devolverem os reféns fazer com que o genocídio seja moral ou desculpável, não me interpretem de maneira tão mesquinha. É indesculpável, é horrorosamente desproprocional. Mas colocando-me na perspetiva dos palestinianos, custa-me: nem isso fazem? Eu compreendo que vivier sob um regime dominado por terroristas torna difícil tomar a mais simples das decisões, quanto mais algo assim, mas ainda assim, ainda assim... Os israelitas TAMBÉM são um estado cercado por inimigos que, desde a sua fundação até hoje, se recusam a reconhecer o direito a existir. Neste mundo atual de extremos, as pessoas quando têm MEDO tornam a votar no inaceitável, cá no Chega, lá no genocídio de uma população inteira... Com tanto voto no Chega, o que fariam os portugueses se fossem os israelitas, conseguimos dizer com segurança que seríamos "melhores"? Não há quem fale com empatia e ponderação perante "o outro lado", seja ele qual for, e por isso vivemos tempos perigosos!