No sábado fiz feijoada para o almoço. Deve haver mil maneiras de a fazer mas eu faço uma versão soft. Assim: num tacho, refogo ao de leve uma mega cebola. Depois junto um repolho (será que o nome correcto é couve-lombarda?), uns dentes de sal, salsa e coentros, uma folha de louro, um pouco de água, um little bit de sal e deixo cozer. Quero que a couve fique bem cozinhada para ser bem digerida. Quando está macia, junto carne de porco e vaca picadas. Deixo cozinhar um pouco. Juntei uma rodela de chouriço de carne apenas para dar alguma graça. Juntei depois um frasco de feijão encarnado cozido, com o caldo, e deixei que cozinhasse tudo junto durante uns minutos. Ficou bem saborosa. Pelo menos, nós gostámos.
Depois, quando estava quase tudo pronto, lembrei-me que parece que costuma haver arroz a acompanhar. Fiz simples, juntando apenas um pouco de salsa e coentros e uma folha de louro.
O pessoal tinha dito que não viriam no sábado mas, ao princípio da tarde, a ala benfiquista disse que passaria por cá daí a pouco.
Quando os mais novos disseram que estavam com fome, à falta de um lanche previamente estruturado, servi bolinhas de Rio Maior com feijoada. Antes aqueci levemente o pão; depois coloquei umas colheradas de feijoada, que ainda estava morna, em cada bolinha. Gostaram. E eu fiquei contente por terem gostado.
Este domingo, a ala benfiquista foi assistir ao jogo no Jamor. Mas a ala sportinguista, tirando o menino mais crescido que ficou a ver o jogo com amigos, veio cá ver o futebol com o sportinguista-mor.
Fiz bolonhesa que é coisa que sempre agrada. Embora banal, como também há mil maneiras de a fazer, conto como eu faço a minha.
Numa frigideira grande, ponho azeite, muitos dentes de alho, folhas de louro, um ramo de alecrim, e quando os alhos estão alourados, junto a carne picada (do mesmo lote do lote que usei para a feijoada, isto é, carne de porco e carne de vaca que, no talho, peço para picarem e misturar) e um pouco de sal. Deixo estar sempre no máximo e vou mexendo e virando a carne para fritar, isto é, para não cozer. Depois desligo.
Antes disso, num tacho coloco azeite, duas cebolas grandes aos bocados. Depois de refogar um pouco, juntei quatro tomates chucha bem maduros, cinco cenouras grandes aos bocados, um bom ramo de salsa e um pouco de sal. Tapo e deixo cozinhar até a cenoura estar cozida.
Depois, com a varinha mágica, trituro até ficar um molho de tomate bem macio. Não fica nada ácido pois a o doce da cenoura corta a acidez. Fica, isso sim, um shot de vitamínico.
Num tacho grande, coloco água a ferver com sal e massa fresca, agora não me lembro o nome, é daquelas fitas largas com ovo. Pouca gordura, pouco sal. Coze durante uns cinco a sete minutos. Desligo. Escorro a água. Uma parte da água, pouca, junto ao tacho do tomate. Uma parte, ainda menos, junto à carne. A água de cozer a massa engrossa os molhos, dá-lhes uma boa textura. O resto da água foi fora. Mas ainda ficou uma parte do tacho. Temperei com azeite e salpiquei com orégãos.
Volto, então, ao tacho do molho de tomate. Com a varinha mágica, trituro até ficar um molho de tomate bem macio. Não fica nada ácido pois a o doce da cenoura corta a acidez. Fica, isso sim, um shot de vitamínico.
Servimo-nos em separado: a massa, depois a carne e, por cima ou ao lado, conchas de molho de tomate. Há queijo ralado para polvilhar.
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À tarde, cá em casa, claro que os sportinguistas começaram por sofrer para, por fim, deliraram. No Jamor, claro que os benfiquistas se entusiasmaram e depois sofreram.
Como é bom de ver, nos poucos minutos que aqui estive, como sempre não consegui concentrar-me e estava para ser penalti e eu nem isso percebi. Gosto de ver as emoções de quem vibra e consigo colocar-me no lugar deles. Mas mais do que isso só consigo mesmo quando são jogos da Selecção em campeonatos importantes, como no Europeu ou no Mundial.
O meu marido, com tudo isto, nem assimilou o que comeu. Depois de ter almoçado e jantado bem, há bocado, ao ver um anúncio às bolachas Oreo, disse que estava cheio de fome e que até bolachas oreo marchavam se as tivesse, que parece que lhe apetecia qualquer coisa doce. Ele que nunca come bolachas e que poucos doces come... Antes de ir para a cama, ouvi-o na cozinha. Deve ter ido comer qualquer coisa, não faço ideia de quê. Não há bolachas nem bolos.
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Os painéis de azulejos não têm a ver com o texto. Têm apenas a ver com o meu gosto por azulejos.
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Desejo-vos uma boa semana a começar já por esta segunda-feira
8 comentários:
CABECINHAS PENSADORAS OLÉ
A propósito de REBORNs e mentes tenebrosas.
“Hashem Al-Ghaili, cientista que trabalha na Universidade de Berlim (Alemanha), criou a solução para a natalidade através do “primeiro ventre artificial do mundo”. A solução, designada “EctoLife” consiste em 75 laboratórios separados, que conseguem acomodar 400 cápsulas de crescimento, capazes de replicar as condições do ventre de uma progenitora humana (dita, ‘mãe’; ou, do ‘género feminino’). Cada um destes laboratórios é capaz de incubar 30 mil bebés por ano, com o crescimento a poder ser monitorizado diretamente através do telemóvel dos donos destes procriados (ditos ‘pais’). Os «pais» (que estejam dispostos a pagar) poderão escolher diversos aspetos genéticos dos ditos ‘filhos’: como altura, tom de pele, inteligência, etc.” (The Next Web, 22 dezembro 2022).
Comecem a semana a pensar nisto
https://youtu.be/D_SFU79VGHI
Grande Angular - Uma boa revisão é útil e necessária
Por António Barreto
Em resultado das eleições, a revisão da Constituição transformou-se naturalmente em assunto importante e imediato. As maiorias possíveis são diferentes de tudo o que se conhecia do passado. Há hoje uma maioria de direita que dispensa os socialistas. Há também uma maioria do centro que dispensa o Chega. Isto faz com que o assunto se tenha tornado interessante, quase picante. Mas a discussão em curso limita-se aos aspectos anedóticos, às lutas de capoeira, à coreografia e ao adjectivo. O que sobressai é saber “com quem” e “quem se quer diminuir”. O que anima a conversa é saber “contra quem se faz a revisão”. É pena. A discussão deveria começar com o “quê”, antes do “com quem”. A revisão deveria fazer-se a favor dos cidadãos e do país.
A Constituição é absurdamente mal escrita, inconstante, incoerente, contraditória, exuberantemente ignorante, inutilmente complexa, demasiado longa… Todavia, foi um milagre. E salvou a democracia. Não é pouco.
Vivemos com tantas coisas estúpidas que podemos certamente viver mais uns anos com esta Constituição. Traduz concepções paternalistas, directivas, autoritárias e elitistas das sociedades, dos cidadãos, dos poderes e da democracia, mas a verdade é que nos ajudou ou permitiu viver até hoje. Nem sempre bem, muitas vezes mal, mas em paz. Já não é pouco.
Discute-se agora a nova hipótese de revisão. Não pelos bons motivos. Uns porque querem mandar ou matar o regime. Outros porque pretendem defender o estado actual. Uns porque desejam mostrar que ganharam as eleições. Outros porque não querem reconhecer que as perderam. Mas a verdade é que há boas razões para o fazer. Há muitos anos que essas razões existem.
----até bolachas oreo marchavam se as tivesse, que parece que lhe apetecia qualquer coisa doce.----
SE ele fosse meu marido, eu perguntava-lhe, estás á espera de que?
Por aqui, ao contrario de outras eras, o jogo foi visto a doios
Demasiado assustador...
Um dos Constitucionalistas concorda que haja revisão e até vai publicar um livro com propostas concretas. Também me parece que não viria mal nenhum ao mundo se fosse feita uma revisão inteligente, objectiva. E também me parece que sempre que os preconceitos imperam, o resultado não é bom. Parece que não há gente com pés e cabeça na actual política portuguesa.
Até poderia perguntar isso se o tema fosse picante ou agridoce, não doce-doce.
Olá, Pôr do Sol, também é bom... mais calminho... Um abraço, Sol Nascente.
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