Dá vontade de classificar como palhaçada, como se estivessem armados em bons. Ou melhor: em maus. Como se quisessem que a malta se acagace com eles.
Ele é o que se sabe, tem a mania que é o maior, o melhor, o único. E ela, pelos vistos, não lhe quer ficar atrás.
Parece que querem que a malta pense que, lá porque eles querem parecer sinistros, o melhor é fazer-se tudo o que querem sem que ninguém solte um pio.
Tenho lido ou ouvido que a Melania está elegante e que quer mostrar-se empoderada. Sobre a elegância não me pronuncio mas sobre o empoderamento o que tenho a dizer é que detesto a palavra, detesto quem a usa, detesto tudo o que a rodeia. E seja isto a propósito de mulheres ou de homens.
O que vejo nas fotografias é gente fechada sobre si própria, fechada aos outros. Melhor dizendo: cagando-se para os outros.
Mesmo que, na realidade, nem um nem outro façam pessoalmente mal a uma mosca -- por exemplo, não deem murros na cabeça de crianças, não estrangulem velhinhos, não torçam o pescoço a pássaros, não andem ao pontapé a cães velhos que já não consigam morder de volta -- a verdade é que fazem muito mal ao mundo. Poluem o mundo, poluem o planeta, agridem o género humano, atentam contra a dignidade e a inteligência do ser humano, desprezam os mais frágeis.
De gente assim, devemos guardar distância.
Mas quando acontece o impensável e milhões de pessoas votam neles e que, quando o veem a dar ordens estúpidas ou maldosas, ainda os aplaudem, então fica a dúvida: o que podem os outros fazer? Os que não se reveem em nada disto, os que não gostam disto, os que acham que ter gente assim na Casa Branca é um assustador retrocesso civilizacional -- o que podem fazer?
Creio que uma única coisa: não ter medo, não vergar, não ceder.
A história avança aos soluços, umas para cima, outras para baixo, um passo para a frente, dois para trás, um para o lado, outro para a frente. Analisando a coisa, vê-se que a longo, longo prazo, não se avança muito. Se calhar... até se recua. Mas como se vai para o lado, se calhar, sendo a rota outra, talvez não seja tão dramático assim. Não sei (ou melhor, esforço-me para não ser pessimista)
Sei é que se agora estamos num torvelinho, o mundo aos coices e às patadas, um dia destes a malta vai perceber a asneira que é votar nos porcos que, lá por andarem em duas patas e se vestirem de fato e gravata se acham tão bons ou melhores que os homens, é um barrete dos valentes.
Por isso, há que suster um bocado a respiração porque este mau bocado há-de passar.
2 comentários:
Se a foto da Sr.ª Melania é "empoderadora", vou ali e já venho. Primeiro, está a imitar a personagem de ficção Claire Underwood, o que já por si só é um bocado pateta, seria igualmente pateta se fosse um homem a imitar uma personagem de ficção masculina, e depois o detalhe do Monumento a Washington na retaguarda, um dos mais conhecidos exemplos de arquitetura fálica... Como que a dizer por trás de uma grande mulher está sempre uma grande... Enfim, tudo ridículo e, assim como quem não quer a coisa, na fronteira entre a insanidade e o narcisismo.
Mas eu acho que é assim que eles se veem, como personagens de ficção a protagonizar uma história de sucesso imparável e inegável, e os restantes, pobres de nós, como meros figurantes-ajudantes-assistentes. Fruta da época, portanto. Tenho para mim que esta nova vaga fascista é constituída maioritariamente, mas não exclusivamente (há os psicopatas, como Putin, Le Pen e afiliados, que não se importavam de extinguir metade da humanidade, pessoas inteligentíssimas que conseguem e têm meios para manipular as massas com facilidade - será Musk um destes?) por pessoas que querem fama acima de tudo, que não suportam não estar no centro das atenções. O nosso Ventura é bem disso exemplo. Se a política lhe correr mal, ainda o vamos ver num qualquer Big Brother (não sem antes tentar um regresso ao mundo do futebol).
Psicopata ou psicopateta, é quem sendo supostamente culto e tendo a obrigação de estar bem informado, compara ou mete no mesmo saco Putin e Le Pen.
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