O tempo anda-me curto.
Apesar de me ter levantado cedíssimo pois vinha cá um técnico fazer um arranjo (arranjo esse que custou uma pipa de massa mas que não resolveu o problema pois, segundo ele, o problema estará a jusante da instalação que ele reviu, coisa que escapa à competência dele), e o meu marido a essa hora vai à rua com o cão e teria que isolá-lo num recanto do jardim para o senhor poder entrar e sair sem ser devorado, o dia não me chegou para o que queria.
Não sei se estou menos produtiva ou se são muitas as interrupções mas o que se passa é que chego a esta hora sem ter conseguido fazer o que pensava que faria em três tempos e com uma perna às costas.
À tarde, quando íamos sair, pensando que parecia vir aí um agravamento de tempo e era melhor antecipar-nos, começou a cair uma bátega de água e levantou-se uma ventania dos diabos. Fui à janela. O loendro revirava-se e parecia que iria pelos ares. Um vaso caiu. No jardim da casa ao lado, o cão andava desorientado, sem saber o que fazer. O nosso estava abrigado debaixo do telheiro mas, mal o meu marido o chamou, veio logo.
Ficámos em casa.
Quando as coisas se acalmaram, fomos, então, sair.
Mais à frente, uma árvore de grande porte tinha caído, partido um muro e derrubado uns postes. A rua estava intransitável. Uma vizinha estava na rua. Disse que tinha sido o tornado. E que já tinha ligado para o INEM.
Fiquei na dúvida se o INEM deve ser avisado nestes casos.
Umas ruas mais adiante, pernadas de árvore, a rua também intransitável e pernadas partidas de outras árvores, ainda presas, mas prestes a despenhar-se lá de cima, podendo ferir pessoas ou danificar viaturas. Pensámos: não deve ser para o INEM que se liga, deve ser para a Protecção Civil. Liguei. Passado um bocado atenderam-me e disseram-me que não, que deveria ligar era para a Protecção Civil do município.
Lá procurei. Indicação de que estava fechada. Tem horário de expediente administrativo. Liguei na mesma. Ninguém, claro.
Resolvemos, então, ligar para os Bombeiros. Uma confusão, a senhora que me atendeu falava comigo ao mesmo tempo que falava com os colegas. Eu mal percebia se era a minha vez de falar ou se a senhora já se tinha esquecido de mim. Percebi que deviam ter recebido muitas solicitações e que não estava fácil distribuir tanto jogo.
Mas ficámos na dúvida: numa situação destas, para onde é que, afinal, se deve ligar?
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