domingo, fevereiro 04, 2024

Uma carta do meu bisavô escrita à minha bisavó antes de eu nascer.
E, para animar, 50 minutos de gaffes e momentos cómicos da RTP

 

Não sei se estou muito afim de falar do meu dia de sábado. De forma breve posso dizer que teve várias facetas desde passear à beira rio até outras tarefas menos alegres.

E vou ainda acrescentar que, tendo trazido de casa dos meus pais umas pastas de uma das gavetas da escrivaninha na esperança de lá descobrir um documento de que necessito, não apenas não o descobri como fui desencantar num envelope em que, no meio de várias outras coisas, encontrei as confrontações do terreno que supostamente tenho no Algarve a meias com a minha prima mas que, na verdade, nem faço ideia de como saber se ainda o tenho ou se já alguém o ocupou, pois, a estar registado em nome de alguém será do meu avô ou da minha bisavó (ou do meu bisavô?).

E, ainda mais surpreendente, fui também desencantar uma carta, datada de Maio de 1953, escrita em espanhol, pelo meu bisavô e dirigida à minha bisavó. Custa-me imenso perceber o que lá está pois, embora a caligrafia seja elegante, não apenas o seu desenho é algo rebuscado, cheio de pernas e hastes inclinadas, como se encontra um pouco esbatida e escrita em espanhol. Ou seja, torna-se um documento dificilmente decifrável.

Tenho estado aqui às voltas e voltas e já consegui perceber que diz que não voltou a ter mulher, que a sua vida é triste, que pensa nos filhos, que tinha perdido tudo e as esperanças também, que não podia voltar a Portugal pois não tinha documentos. E que, por não ter documentos, não podia mandar a procuração que lhe pedia a Maria.

Isto deixou-me ainda mais surpreendida. Então, a filha escreveu-lhe a pedir uma procuração... Ou seja, a filha, irmã do meu avô, uma mulher austera que cheguei a conhecer, tinha conseguido descobrir onde vivia o pai.

Este foi o meu bisavô que, tendo perdido terras e gado e casas e dinheiro, creio que ao jogo, fugiu não sei se para a Argentina ou para a Venezuela (tenho que perguntar à minha prima, talvez ela saiba), deixando a mulher e os filhos na única casa que sobrou. E supostamente deixou também o tal terreno. Se calhar, era para venderem o terreno que queriam a procuração. Não sei.

Presumo que esta carta estivesse com o meu pai depois do meu avô ter morrido. Provavelmente foi a minha bisavó que deu a carta ao meu avô. Mas também não sei. Nem sei se lhe responderam ou se o ignoraram. 

Só aqui está a carta, não o envelope. Por isso, não sei de onde vem. Aliás, o meu bisavô escreve em cima, junto à data, o local mas só percebo Constancia la -----. Não percebo a terceira palavra.

Sempre ouvi falar deste bisavô com muito desprendimento, como sendo um fraco que, tendo sido de famílias abastadas, tudo tinha desbaratado e, como se isso não fosse pouco, tinha zarpado deixando a mulher com os filhos pequenos para criar. Sempre me ficou a ideia de que ninguém na família se tinha interessado por saber do seu paradeiro.

Encontrei também o registo de propriedade de um carro de que o meu pai gostava muito, um Fiat 600 amarelo, um amarelo torrado. Já nem me lembrava disso. Na altura, tinha outro carro, um carro normal, digamos assim, mas gostava de andar neste, que era pequeno e engraçado, sobretudo para ir para o trabalho. De facto, agora que me lembro, era um carro com muita piada, muita pinta. O meu pai chamava-lhe 'o bolinhas'. Tenho ideia que foi parar a um dos meus primos. 

Enfim. À medida que formos mexendo, iremos descobrindo coisas.

Para já temos vários problemas, um dos quais, bem grande, é o da grande quantidade de livros. Ninguém tem espaço para tanto livro. Por exemplo, os Eça, os Ferreira de Castro, os Aquilino, os Camilos e etc.... Eu já os tenho e os meus filhos, não os tendo a todos, também não têm onde arrumar tudo aquilo. é que quem diz esses, diz muitos, muitos outros.

Mas, pronto, é o que é. Haveremos de ir encontrando soluções. 

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São duas e meia da manhã, estou cansada. Partilho apenas um vídeo que aqui me apareceu e que, tendo espreitado, me pareceu engraçado.

RTP - 50 minutos de gaffes e momentos cómicos


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Desejo-vos um belo dia de domingo

Saúde. Ânimo. Paz.

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