terça-feira, outubro 17, 2023

Momentos de devoção em noite de ventania

 

Não me apetece falar do meu dia. Não que tenha sido mau e, à tarde, até tive uma experiência interessante sobre a qual aqui poderia falar e, em especial, fazer comparações com uma realidade antagónica que é que a que melhor conheço.

Mas não está a apetecer-me. 

Talvez esteja preguiçosa. Cheguei tarde a casa. Acabámos de jantar já passava um bom bocado das dez e meia da noite. Depois ainda estive a trocar uns dedos de prosa com alguns amigos. E ainda estive a fazer, aqui no google e chatgpt, algumas pesquisas. Por isso agora estou um pouco off. Não respondi ontem aos comentários e acho que hoje vou pelo mesmo caminho. Li-os, claro que sim, e agradeço-os mas acho que as minhas pilhas se vão extinguir no fim deste post. As minhas desculpas. Tentarei responder amanhã. 

Mas também acontece que está muito vento. E eu gosto de ouvir o vento, gosto mesmo. Apetece-me estar sem fazer nada, a cabeça encostada ao sofá, a ouvir o vento. Mais nada. Tenho o estore corrido mas a janela de vidro está a bascular. Gosto de sentir o ar fresco da noite. Por isso, ouço tão bem o vento. E quando há árvores por perto, como é aqui o meu caso, ouve-se como que uma espessa valsa, um sopro forte como se mil tigres soprassem ao mesmo tempo.

Mas isto é o lado poético do vento. Há o outro lado. Há sempre outro lado. Há pouco, começámos a ouvir barulhos não identificados. Depois percebemos que vinham do outro lado da casa. O meu marido foi ver lá fora. O estendal de pé tinha caído e um regador andava a rebolar pelo chão. 

Gosto de ouvir o vento mas sinto sempre algum temor perante os mais indefesos (sejam pessoas, animais ou árvores). Lembro-me de quando um pinheiro grande, in heaven, ajoelhou. E um cipreste caiu. E um cedro enorme tombou e, quando se quis endireitá-lo, as raízes desenterraram-se. Dias de susto para as minhas árvores.

Mas pior é para as pessoas que não têm boas casas em que possam estar abrigadas.

E, de tudo o que fui conseguindo ler, aos poucos, ao longo do dia, o que mais despertou a minha atenção foi o último post do Steve McCurry. Moments of Devotion

These are people who are capable of devotion, public devotion, to justice. 
They meant what they said and every day that passes, they mean it more.

– Wendell Berry


For the person who is religiously or spiritually inclined, 
work even becomes a vehicle for devotion, a way of utilizing one’s gifts and talents to serve others.

– Marsha Sinetar

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Quanto ao que homens loucos andam a fazer pelo mundo não consigo dizer nada. Pessoas em que não habita a bondade, a tolerância ou a compreensão são seres que me são estranhos. 

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Desejo-vos uma boa terça-feira
Saúde. Serenidade. Paz.

Paz. Paz. Paz. Paz. Paz. Paz. Paz. Paz. Paz. Paz. Paz. Paz.

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