Em dia felizmente mais tranquilo. Consegui que a acalmia me tirasse um pouco do peso da inquietação que tem vindo a alojar-se em cima de mim.
Choveu que deus a deu e continuo a gostar muito de dias assim. Não apenas gosto de estar em casa a ver a torrente a cair sem parar como não desgosto de andar pelo campo enquanto ela cai.
Quem frequenta a natureza sabe como as terras estavam ressequidas e precisadas de hidratação. E as bacias hidrográficas ainda precisam de muito mais. Portanto, que venha ela que bem falta faz.
Claro que, para fazermos as nossas caminhadas, escolhemos os momentos em que ela abrandou.
Tudo molhado, a caruma ensopada, muitas poças de água, muitos líquenes, os cogumelos a rebentarem do chão. E o urso felpudo doido de alegria, a procurar as poças para passar por elas, a beber água, a cheirar tudo, de um lado para o outro, sem querer perder nada.
Fomos a meio da manhã e fomos agora ao fim da tarde, aliás já noite cerrada.
É verdade. De manhã, acordei outra vez com barulhos. Desta vez não ouvi escadas a serem desdobradas mas não consegui identificar o que era. Como durmo com as janelas do quarto abertas e uma dá mesmo para o lado do jardim em que estão as árvores, qualquer coisa que ali se passe ouve-se logo.
Portanto, levantei-me, abri a janela para averiguar. O dog, que estava na rua, pôs-se logo de pé, as patas dianteiras apoiadas no peitoril. A dar ao rabo e a rir, todo contente por ver a sua julieta a assomar ao balconete.
Afinal era o meu marido que estava a serrar os ramos mais grossos de entre o monte que ontem resultou do desbaste, para aproveitar a lenha, e a atar os ramos finos para serem levados para compostagem. Como lhe pedi encarecidamente para não se pôr a desbastar as árvores enquanto eu estivesse a dormir, fez-me a vontade. E não se apercebeu que o barulho da serra e do podão nos ramos que estavam no chão também iriam acordar-me. Enfim...
Mas, pronto, paciência. Também já eram horas de acordar.
Antes de irmos fazer as nossas caminhadas, entre duas intensas cargas de água, fomos até à árvore que está junto à vedação da entrada.
Com as ramagens a pingar, o meu marido encavalitado na escada, cortou mais um conjunto de ramos, formando mais um grande monte. E ficou outro tanto por cortar. Mas não só esta árvore é muito aberta não sendo fácil chegar aos ramos mais afastados como é difícil arranjar apoios para a escada. Temos que avaliar bem a situação.
Só que depois voltou a chover intensamente e tivemos que nos recolher.
Hoje estivemos só os dois. Os dois mais o urso cabeludo, claro.
Parte da família esteve a ver um dos jovens futebolistas a jogar (à chuva) e outra parte andou em tarefas relacionadas com arranjos em casa. Ambas as partes também com os meninos em estudos.
A minha mãe, depois da pesada crise da véspera, felizmente esteve mais descontraída o que, naturalmente, me deixa a mim mais descansada.
Do lado dos meus amigos chegaram-me notícias de estragos feitos por um cachorro ou de aventuras culinárias. Até do lado deles foi um dia muito tranquilo.
Só mais uma coisa: não sei se contei que por aqui têm aparecido umas coisas que saem da terra. Parecem bocados das raízes das árvores que aparecem à superfície. Mas, quando pisamos, sentimos que aquela matéria não é tão dura como a madeira das raízes. Se formos com uma daquelas pás pequenas e escavarmos, arrancamos e são bolas, compactas, rijas. Serão sensivelmente do tamanho de ovos mas esféricas. Suponho que sejam cogumelos mas a verdade é que não parecem nada cogumelos. Serão trufas? Não faço ideia. Mas há montes dessas bolas estranhas a rebentarem da terra.
E, por hoje, é isto. De guerras ou outros problemas não tenho cabeça ou disposição para falar...
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As fotografias foram feitas este domingo.
Lá em cima, Luísa Sonza, a bonita e talentosa jovem de cuja existência só hoje soube através da minha filha, interpreta Chico.
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Desejo-vos uma boa semana a começar já nesta segunda-feira.
Saúde. Esperança. Um milagre. Paz.
2 comentários:
Cara UJM,
Essa coisas que brotam da terra poderão ser líquenes.
Um mundo de beleza.
https://es.123rf.com/photo_11889696_fruticosos-l%C3%ADquenes.html
Olá,
O que manda são líquenes e por aqui também há muitos (fofinhos, branquinhos ou esverdeados, rendilhados).
A minha dúvida é com coisas que não têm nada a ver com isso. Quase parecem batatas redondas, castanhas e estão praticamente enterradas, só o bojo de cima é que fica de fora e quase parece um bocado de raiz de árvore a aparecer. É isso que duvido que sejam cogumelos...
Consegue descobrir o que será?
No outro dia andámos a apanhá-las não fosse o cão comê-las e não ser coisa boa mas, se vir outras, fotografo para aqui mostrar.
Obrigada!
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