quarta-feira, julho 26, 2023

Uma maneta que gosta de ver dançar

 

Continuo quase maneta. O quase advém de que mão até tenho e de que ela até mexe. O que mal mexe é o braço pois o cotovelo continua inchado, encravado e doloroso. 

Não me apetece ir ao médico pois sei que teria que fazer rx e o escambau e que, portanto, teria que ficar nas urgências a penar. Tenho esperança que, com anti-inflamatório, analgésico, pomada, gelo e imobilização (ie, braço ao peito), isto vá ao sítio. 

[Não tenho aqui Transact mas não creio que funcione neste caso não apenas porque, sendo o cotovelo, não sei se o rectângulo adesivo funcionaria (acho que funciona melhor em superfícies lisas como as costas) mas, sobretudo, porque isto deve ter sido alguma rotura de ligamentos ou uma inflamação aguda nos tendões e creio que o Transact é para coisas mais light, tipo contracturas ou distensões. Digo eu.] 

Por isso, não apenas não consegui regar, varrer ou outras coisas básicas e essenciais no meu dia a dia, como continuo a escrever sobretudo com a canhota pois alguns inocentes movimentos de mão provocam-me incomodativas dores no cotovelo.

Portanto, com as minhas desculpas, não vou comentar os comentários (nem sequer os do Mr. Implicante que, apesar de revelar algum sentido de humor, deve ser viciado em gramática e deve padecer de um défice agudo de simpatia -- simpatia ou empatia?).

Passei o dia, pois, na maior indolência, sobretudo lendo e vendo vídeos. 

Contudo, a minha natureza puxa-me para a paródia pelo que dou por mim a ver vídeos que me fazem rir e, manhoso como é o algoritmo do youtube, às tantas só me dá é disso. Então, para ver se me cultivo, ponho-me a ver tutoriais sobre maquilhagem, sempre na vã esperança de descobrir quem me ensine como, num minuto (isto é, num único minuto), se transforma uma mulher normal, madura, numa esbelta e viçosa barbie. E, às tantas, começam a aparecer-me tutoriais de toda a espécie e feitio, uns que transformam pretas em brancas, nórdicas em gueixas, outros que transformam olheirentas e papudas em frescas e fofas, outros que transformam narigudas em narizinhas. Nada de útil face às minhas expectativas.

Tem-me também aparecido muita coisa séria como as alterações climáticas mas, por estes dias, para coisas sérias já bastam as terríveis imagens dos incêndios na Grécia ou tempestades na Suíça.

Por isso, não tenho nada de jeito que possa trazer aqui à colação. Quanto muito partilho este vídeo com dois fantásticos: Leonard Cohen interpretando o maravilhoso Dance me to the end of love e o elegante e cavalheiro Robert Redford a dar corpo à coisa. 

E, vendo-o, penso: como é que eu, no estado em que estou, poderia corresponder caso me aparecesse um Redford desta vida a convidar para dançar?


PS: Começo a convencer-me que vou ter que interiorizar que o meu corpo não é o de uma atleta sempre pronto para os desafios que se me deparem. Uma maçada, isto.

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Desejo um dia bom
Saúde. Alegria. Paz.

1 comentário:

aamgvieira disse...

Já verifiquei o mesmo com o passar dos anos....

A.Vieira

Sotavento