sexta-feira, abril 07, 2023

Alexandra Reis, a temível tomba todos, continua a fazer das dela

 

Continuo muito afastada da televisão. Ou estou noutra ou estou off. Nos intervalos vou apanhando salpicos do que estará por aí a passar-se. E os salpicos ora me mostram a dita Alexandra, com voz melíflua, meio-sorrisinho, óculos de fino recorte, deixando escapar uma bicada aqui, uma bicada acolá, mas parecendo sempre confortável nos seus saltos, ora mostram Ourmières-Widener, a CEO do fantástico nome, boquinha de rosa, mostrando que não está nem aí para tamanho carnaval e, igualmente, seguramente instalada nos seus saltos. 

Não sabendo que partes significtivas do enredo perdi, ouvi há pouco falar num motorista que parece que não estava vacinado contra o corona e, a seguir, já parecia que o problema não era bem esse mas, se calhar, um outro mais escuso e interessante.

Desde que me conheço, em todas as cegadas bem apimentadas aparece sempre um motorista. Pode não ter nada a ver com a história mas por qualquer desvio estrutural que parece habitar a mente da malta, é como se o interesse acabasse sempre atraído pelo motorista. Só foi pena a Alex não ter feito biquinho, não ter revirado o olhinho e, em vez de motorista, ter dito chauffeur.

E, pelo meio, também não sei bem a que propósito, apareceu o Marcelo, o nosso ubíquo Marcelo (que, na realidade, não precisa de pretexto para aparecer seja onde for), que, se bem percebi, nem tem nada a ver com a história. Mas eis que vejo um mail ou uma mensagem do bacano Hugo Mendes (tem sempre que haver um Huguinho totó em qualquer história divertida) em que não se acredita. A realidade teima, cada vez mais, em ultrapassar a toda a brida a ficção. Só faltou que em vez do emoji fofinho dos dois pontinhos e parêntesis, um smilezinho muito déjá-vu, aparecesse um atrevido com óculos escuros e língua de fora.

Daria uma boa banda desenhada, este Huguinho. Aliás, qualquer dos personagens daria uns cartoons do caneco.  Melhor: todo o enredo daria uma bonecada do caraças.

E, apesar do frisson destas cenas, não posso esquecer-me de que o Huguinho dependia do Pedro Nuno que despachava, en passant, por whatsapp. E não posso esquecer-me que a TAP e a CEO e tudo o que se relacionou com a TAP, nomeadamente a sabida e consabida felga que por lá parece que imperava  dependiam do dito Pedro Nuno. Portanto, na banda desenhada não poderia faltar o boneco do Pê-Nu, esse ganda maluco de quem alguns ainda mais malucos que ele diziam ser o sucessor do Costa. Só que não, o Pê ia Nu.

Pelo meio de tudo tenho apanhado os comentadores a opinarem sobre tudo isto, nomeadamente sobre reuniões e sobre outros ministros que vão sendo chamuscados na primeira e na segunda e na terceira derivada pela inflamável Alexandra. Mas aos comentadores, então, é que já não consigo mesmo prestar atenção, são outros dos temíveis efeitos colaterais do tufão Alex.

António Costa deve estar com a cabeça feita em água. Como não? Tendo um governo com artistas como o ex Pedro Nuno ou a jovem e irreflectida Marina e com Secretários de Estado como o ex Huguinho e outra miudagem ou bacanos que fazem ou fizeram parte da equipa governativa, ele bem pode acender velas para pedir paz a todos os santinhos. 

Uma pena. 

Compare-se a qualidade de ministros e secretários de estado dos primeiros governos após o 25 de Abril com estes de agora. Estes de agora fazem-me lembrar o que o meu pai dizia de ir à praça perto da hora em que deixavam de vender peixe, quando as bancas de pedra já só tinham o peixe que tinha sobrado, peixe espatifado, pouco fresco, coisa que já nem para os gatos prestava, só para quem anda à babugem.

E isto nem ter a ver com o PS que, mal ou bem, ainda é capaz de ser do melhorzinho que por aí se arranja. Acho que isto é mesmo uma questão de regime. A influência nefasta da comunicação social cada vez mais sensacionalista e o poder triturante das redes sociais fazem com que o populismo ganhe terreno e, numa tríade fatal, provoquem o afastamento de gente de qualidade. Fica só isto, os inexperientes, os fala barato, os que vivem do show off, os verdinhos, os totós, os restos. 

O Presidente da República bem poderia ter aqui um papel construtivo, convocando um conjunto de 'sábios' ou de gente isenta para se estudar uma forma de assegurar que a democracia consegue sobreviver, atraindo e retendo governantes e gestores públicos de qualidade, evitando que sejam destruídos na praça pública para satisfazer shares ou para gáudio da turbamulta.

Tirando isso, que agora me lembre, nada. Só se for que, com este calor, de dia só me apetece ser sereia.


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A fotografia mostra Hailey Bieber

A coreografia e a interpretação debaixo de água é de Julie Gautier

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Uma boa sexta-feira

Saúde. Cabeça fresca. Paz.

4 comentários:

Anónimo disse...

Absolutamente de acordo!!!

Anónimo disse...

Era tão bom se António Costa lesse estes seus posts!!!

ccastanho disse...

UJM

O PR nada pode contribuir com coisa nenhuma, porque destruiu tudo o que ao seu dispor tinha para influenciar a governação. O PR hoje, é um verbo de encher. Marcelo é o politico que passa pela Presidência, como o mais inseguro. Marcelo não convive com a insegurança politica porque nada governou até chegar a Presidente. Falta-lhe tarimba governativa, seja autárquica, ou governamental. Marcelo construiu uma carreira virtual criticando sempre o que os outros faziam !, e quando se habilitou, a concorrer a eleições anteriores ás presidenciais perdeu sempre, o povo nunca foi simpático com ele, foi assim nas eleições para lisboa, e para o governo, não foi capaz de levar a AD a bom caminho destruindo-a antes das eleições.

UJM, quanto a "sábios", acho que não há em parte nenhuma e muito menos independentes, porque, independência não existe, todos temos a nossa perspetiva em função da nossa sensibilidade social, politica e edeológica. Não há imparcialidade em matéria de gestão de politicas governamentais. Um ser humano apolítico, e até do ponto de vista filosófico independente politicamente, é um ser amorfo.

aamgvieira disse...

Como diria o Ferreira de Oliveira (TIN TIN) em 2923 , habituem-se !!!!!!!!!!!!!

A.Vieira