terça-feira, dezembro 17, 2019

A coisa está complicada. É tudo o que posso dizer.




Passa da meia noite e hoje não estou mesmo com cabeça para coisa alguma. O dia foi o que foi e pode parecer mentira mas é o que é.

Pior. Fui à Fnac antes de vir para casa. No caminho aconteceu uma coisa habitual: a minha filha ligou. Mas eu, ao volante sozinha e ao telefone, imediatamente fico em piloto automático. Estacionei e fui para a Fnac. Sempre ao telefone. Um dos temas foi, de novo, dizer que é de loucos, isto, que não percebe, que isto é falta de método, que não faz qualquer sentido. E eu, de novo, que não posso estar mais de acordo mas mal passa este calvário nem mais de tal me lembro. E ela que é sempre a mesma coisa. Só quando entrei na loja é que me despedi.


Várias pessoas à minha frente e um único empregado na secção de fotografia. Explicou que não era muito entendido, que os colegas é que são, só que estão em casa -- e, pelo ar compungido, percebi que estariam doentes. Não sabia dizer qual o valor unitário, não sabia o prazo de entrega. Aconselhou a fazer impressão imediata. Quando lhe disse que eram mais de mil, disse que era melhor, então, não, que iam ser horas, que eu não poderia sair do pé da máquina, que o tinteiro poderia acabar. E tantas me disse que acabei por ter que aceitar que por ali não ia ter sorte. Saí.

Cheia de fome, comprei uma empada de galinha e, logo ali, me fui a ela. Resolvi, então, ir tentar a sorte na Worten. Encomenda para imprimir e ir buscar não aceitavam, só mesmo impressão imediata. Quando falei no número de impressões reagiu como o da Fnac, que o melhor seria dividir em pequenos lotes de cem. Mas que ia durar muito tempo, mais valia ir de manhã e ficar na loja em hora de maior expediente porque tinha que estar alguém para ir trocando os tinteiros enquanto à noite são menos, não poderia estar atento a isso pois tinha que atender na loja. 


Desanimada, fui para o carro. Sabia por onde tinha entrado mas mais do que isso não. Quando estou ao telefone nunca presto atenção ao lugar onde deixo o carro. Um desatino. Fui ao piso menos um. Andei às voltas. Não tinha ideia de onde tinha deixado a porcaria do carro, apenas que era no verde e mais ou menos por ali. Accionei o comando das luzes a ver se algum carro dava sinal. Nada. Desci mais um piso. Voltei a andar às voltas. Só dava graças por ter comido a empada. 

Finalmente, um carro piscou.

Quando cheguei a casa, apreensiva, o meu marido disse: é o que te digo, tens que reduzir o número de fotografias, passar das quinhentas para cem. Vencida, respondi: tratas tu disso

A seguir ao jantar, tarde e más horas, viemos os dois para aqui. Não foi fácil. Ao mesmo tempo estava a dar o resumo do futebol. Portanto, volta e meia a atenção dispersava-se. Mas, vá lá, ao fim de muito tempo, percorrendo cada uma das mais de quinhentas fotografias lá fomos desbastando, deixando para trás tantas fotografias em que os meninos estão tão lindos, em que estão todos tão engraçados. No fim, porque já era tarde demais e ele madruga, foi para o quarto. Contei: são agora não cem mas cento e noventa e seis. Estive, depois, a ver quantas de cada. Uma canseira. No fim estava exaurida. Resultado: seiscentas e poucas.


Não sei como resolver agora isto. Não tenho tempo para ficar horas ao lado da máquina. Amanhã tentarei de novo a Fnac a ver se está lá alguém que saiba dizer-me se as entregam a tempo se lá fizer a encomenda. Está bonito, isto.

Eu tenho uma impressora que até dá para fotografias. Foi o meu filho que, um ano, ma ofereceu na sequência desta problemática natalícia. Só que é lenta, vocacionada para gente moderada, não para gente sem limites como eu.  Fazer uma ou duas dúzias é tranquilo. Centenas é impossível, teria que tirar dois dias de férias e comprar um set de tinteiros para ficar aqui de plantão.

E isto também para que percebam como, aqui chegada ao blog, a uma hora destas e depois de pincéis deste calibre, já não tenho inspiração ou energia. Não me apetece falar do Orçamento de Estado até porque ainda não o conheço, das aparentes divergências entre Costa e Centeno (repito: aparentes), das lutas intestinas no PSD, da indigência política que vai ser um Reino Unido tendencialmente desagregado e fora da União Europeia, da cegueira face aos malefícios do actual estilo de vida (em todo o lado) que não sei bem a que é que vão conduzir. Não me apetece porque, para falar destas coisas, uma pessoa tem que ter um mínimo de disponibilidade mental e, a esta hora, de todo, a tenho. Há um tema que anda a incomodar-me e desse, sim, sinto-me mal por não falar dele: o ataque cerrado a Maria Flor Pedroso e a sua demissão. Imagino o que tudo isto lhe deve custar. Há injustiças que se devem sentir na carne como lanças traiçoeiras. Só que, para aqui falar do assunto deveria documentar-me melhor e, francamente, com o trabalho durante o dia que não me dá tréguas e com esta empreitada maluca das fotografias, não consigo. E não quero correr o risco de ser injusta para a Sandra Felgueiras. Para já, tenho para mim que a Sandra não deve saber que quem com ferros mata, com ferros morre. Mas, enfim, não posso aprofundar.


É como com os comentários: provavelmente não consigo manter-me acordada até lá. Peço a vossa compreensão. Leio todos, acreditem, agradeço-os e lamento se vos desiludo por não vos responder. Pode ser que amanhã já tenha isto resolvido e tenha a cabeça mais fresca. De vez em quando, em especial quando estou enlatada no trânsito (e se esta segunda-feira ele esteve jeitoso, acidentes por todo o lado) ocorre-me falar disto ou daquilo, contar mais ou menos a conversa com aquele millennial que só pensa em ter férias e que voltou a tresmalhar-se em relação à namorada, os olhos a quererem lacrimejar, ou da outra pessoa que perdeu um familiar próximo e a cujo velório fui no outro dia à noite e que, de uma forma triste e contida, esteve a falar comigo e eu a tentar encontrar as palavras certas e ele a tentar aguentar-se. Mas, depois, chego aqui e não consigo. Há temas que precisam de silêncio em volta. Outros que precisam do oposto. Mas todos precisam de entrega -- e eu agora só se me entregar ao Morfeu.


 As fotografias foram feitas in heaven e, como é bom ver, levaram um banho de cor. 

E, com isto, me despeço.

Uma boa terça-feira a todos. Be happy.

7 comentários:

Isabel disse...

Adorei as fotos!

Isto da revelação de fotografias é um tormento adiado há anos. Queria revelar imensas, mas tempo para tudo o que isso implica? Logo se vê...

Aqui, não há reunião de família, seja em que casa for, que não tenha álbuns antigos para folhear. E as fotografias antigas são sempre motivo de risota, de saudade e de nostalgia, com os mais novos sempre com perguntas para fazer.
Não há comparação possível entre uma foto em papel e uma digital. Não é a mesma coisa!

Beijinhos e boa semana:))

Isabel disse...

Adorei as fotos feitas in Heaven!

CCF disse...

Recomendo que volte costas a essas grandes superfícies e procure uma das poucas lojas de fotografia ainda existentes nas cidades onde ainda aceitam encomendas.
~CC~

João Lisboa disse...

https://atriumsaldanha.pt/loja/lets-copy/

Um Jeito Manso disse...

Olá Isabel,

Obrigada. Fartei-me de rir com a sua fúria com o Pingo Doce e compreendi o seu cansaço para com tarefas maçadoras lá no seu trabalho. Mas calma. Se ainda faltam uns anos tem que levar na boa, não vai andar arreliada estes anos todos.

Beijinhos! E agora são as férias, descanse, passeie, descontraia. E escreva mais...

Um Jeito Manso disse...

~CC~, olá

Pois, eu percebo-a e por mail recebi também indicação de uma loja que também deveria resolver-me o problema. Mas eu saio de casa antes das lojas abrirem e regresso depois de fecharem. Portanto, durante a semana, só a correr, à hora de almoço, e para poder fazer compras e almoçar só mesmo numa grande superfície. Ou então já estou formatada para isto e não sei procurar fora deste comodismo.

Mas obrigada!

Um Jeito Manso disse...

João Lisboa, olá,

Informação preciosa, nem sabe quanto. Muito lhe agradeço.