O dia que já terminou não se recomenda. Fui lá porque quis, porque sei que, no meio de muito aparato, há sempre alguma coisa que se aproveita. O pior é que o pouco que se aproveita está envolto em muita buzzword, em muito daquele jargão para o qual já não tenho muita paciência. Sinto-me bicho raro, ave em extinção no meio de muita gente muito feliz com pouca coisa. Há muita gente que gosta muito de se rever e que cultiva esse networking. Eu não. Sou bicho do mato que não encaixa no fusuê urbano, incomoda-me o burburinho, os grupinhos em que as pessoas falam muito, julgando que estão a falar a sério. não dizendo nada que me interesse.


E o pior é que, aqui chegada, muito mail profissional e muita treta me esperava. Uma pessoa com a cabeça feita em água e, em vez de poder descansá-la, tem que queimar os poucos neurónios que restam com matéria igualmente desinteressante e, por vezes, arreliadora. Uma gaita.

E foi assim que, apesar do sono e apesar de saber que daqui a nada tenho que estar a pé para mais uma dose -- e bolas para as doses servidas de madrugada, não há saco que aguente estes eficientes executivos que impõem um regime madrugador aos outros -- me deixei aqui ficar a ver e ouvir estas alegres pianadas. Escolhi alguns para que vejam se também gostam como eu. Tão bom.
Era bom era que nos lugares que frequento tivesse a sorte de haver também disto: gente a tocar piano, a dançar, a improvisar, a dar largas à vontade do corpo. Isso é que era. Mas não tenho essa sorte. Só o meu amigo algoritmo do YouTube é que me conhece bem e me aparece a desoras, a dar-me o braço para me pôr a dançar com os olhos e a sorrir com os dedos.
Era bom era que nos lugares que frequento tivesse a sorte de haver também disto: gente a tocar piano, a dançar, a improvisar, a dar largas à vontade do corpo. Isso é que era. Mas não tenho essa sorte. Só o meu amigo algoritmo do YouTube é que me conhece bem e me aparece a desoras, a dar-me o braço para me pôr a dançar com os olhos e a sorrir com os dedos.
Enfeitei o post com pinturas de Toulouse-Lautrec por algum motivo que não consigo descortinar. E lá em cima um tango nude pela Compagnia Khorakhané Danza pelas mesmas desrazões.
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E a todos desejo um dia feliz, vivido em liberdade, com boa disposição. E saúde.
😍
4 comentários:
"A realidade é aquela coisa que não se vai embora quando se deixa de acreditar nela."
Porque a sua candura é desarmante - obrigado.
Que maravilha, nada como umas belas danças.
Um rico dia!
Se um dia vir, numa rua, uma cota a dançar quase como a menina de amarelo...
sou eu
:)
GG
Bom fim-de-semana: https://youtu.be/PpukNp3eKFY
(Apesar de ser um pé de chumbo, bem que gostava de experimentar uns desses estilos do swing... Boogie, Lineu Hop, sei lá. Uma pena não haver nada disso aqui perto!)
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