Pena mesmo é ele não ter pena das pessoas que precisavam de uma cirurgia e que, por causa da greve da mão ensanguentada, ainda estão em sofrimento, à espera de vez. Ou pena das crianças que estavam em jejum e que, por causa da greve, tiveram que esperar muitas horas ou que foram enviadas para casa, sem cirurgia. Pena mesmo é ele não ter pena dos doentes que têm estado a ser sacrificados, que podem morrer ou ter morrido porque não foram operados a tempo.
É que, eu, de todas as vítimas da greve gananciosa e sectária dos enfermeiros tenho pena. Das vítimas. Dos enfermeiros que querem aumentos de 400 euros, que querem ganhar mais no SNS do que ganham no privado, que, estando em greves que podem matar ou fazer sofrer ainda mais os doentes, recebem tanto (ou mais?) do que quando estão a trabalhar, deles eu não tenho pena. Não tenho mesmo. E se tinham razão para protestar (e acredito que tinham - quem não tem?) perderam-na completamente quando assumiram, com a maior displicência, que podia acontecer que, por causa da sua greve, algumas pessoas pudessem morrer. Perderam-na quando se esqueceram da razão da sua profissão (relembro: cuidar dos doentes), sobrepondo o seu interesse egoísta ao zelo pela saúde e pela vida dos doentes a seu cargo.
Portanto, por mim, o dito Carlos Ramalho -- que até tem peso a mais -- bem pode jejuar à vontade.
9 comentários:
Este senhor e outros que tais nunca se lembraram de fazer greve no tempo do Paços Coelho quando este lhes cortou subsídios e aumentou as horas de trabalho. A quem é que esta personagem está ao serviço?Enfermeiros abram os olhos. Cuidado com este figurão.
Valha-nos São José Baptista Pinheiro de Azevedo...! Que ele é que tinha umas respostas afiadas para estas coisas.
Um belo serão para a rica UJM.
Olá Anónimo,
O Senhor dos Paços, Coelho de seu nome, Láparo de petit nom, conquistou o coração dos sindicalistas. No tempo dele, por mais que o outro reduzisse ordenados, aumentasse impostos, cortasse feriados e saltasse em cima a pés juntos, os sindicalistas ficavam caladinhos.
Mistérios.
Olá Francisco,
Tem razão. Já me ri com isso. Mas é que é mesmo o que agora vinha a calhar. Está a ver como seria bom se o Marcelo quando lhe perguntassem a opinião sobre a greve dos enfermeiros respondesse agastado: 'B....m.... para os enfermeiros!'.
E olhe, uma vez que thanks god it's friday, divirta-se e tenha um dia em cheio, Francisco!
Tenho explicação para isso, mas não vou dizê-lo porque ia ser muito mauzinho.bem haja
Antecipadamente agradeço poder utilizar o seu blog para recordar alguém que pertenceu à classe deste senhor gorducho mas que a viveu de outra forma. O meu pai foi enfermeiro durante o salazarismo. Para exercer a profissão nos Hospitais Civis teve de assinar um documento que o obrigava a renegar aquilo que fosse contra o regime. Tinha 3 filhos para criar. As condições na época eram deploráveis. Passou por situações de agressão quando estava no serviço de urgências do Hospital de S.José, por parte de marinheiros dos navios de guerra que aportavam a Lisboa. Estando de regresso a casa, depois de uma noite inteira de trabalho foi confrontado com o acidente que ocorreu na zona da Gibalta, na Linha de Cascais. Pediu boleia a quem passava (um taxi) e deslocou-se para o local para prestar assistência a quem dele precisava. Mais tarde foi louvado por isso. Meu pai dizia que ser enfermeiro era como ser missionário.
Os meus cordiais cumprimentos
D'Albano
Mas, estará de facto a jejuar? Já lá vão uns dois dias e, apesar de as televisões terem vindo a perder interesse, nas últimas imagens recebidas não lhe notei uma grama que fosse a menos, bem pelo contrário, surgiu-me pelo olhar sempre prestimoso da CM TV um sujeito arguto, lavadinho e rechonchudo, como convém a um bom leitãozinho, para não dizer a um cerdo.
Bom fim de semana.
Caro D'Albano,
De facto, o que conta sobre a dedicação do seu pai corresponde à ideia que eu tinha do brio, da vocação e da grande dignidade dos profissionais de enfermagem. Gostei de ler o que escreveu. Foram situações difíceis pelas quais passou mas que deviam ser momentos que recordava com emoção e que deixou de herança ao filho.
Parece que agora, com esta bastonária, a profissão se mercantilizou a níveis impensáveis. A vida humana passou a ser, para os que defendem aquela greve diabólica, coisa de somenos.
Obrigada pelo seu testemunho, D'Albano.
Olá Lúcio,
Essa do leitão é boa: gordo e lustroso. Tal qual. E o jejuador já interrompeu a greve. Mal recebeu um telefonema da ministra a dizer-lhe que se deixasse de funfuns e gaitinhas porque quando chegasse a hora logo iam falar, largou logo a ideia de ser herói e, cá para mim, foi enfardar uma dúzia de pastéis de belém...
Um bom fim de semana, Lúcio!
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