sábado, abril 21, 2018

Aula prática.
A teoria, para aqui, não é chamada






Se te disser que não venhas, obedece.

Se te disser que me desobedeças, não o faças. E o contrário também.

Se não me compreenderes, esquece.

Se achas que nada em mim faz sentido, tens razão, claro que tens.

Se achas que estou a ser sincera, não acredites.

Se te digo que me irritas, acredita que me divertes.

Se te digo que me divertes, acredita que me irritas.

Se te disser que te cales, acredita que deves falar.

Se te disser que preciso de silêncio, sabe que não deverás deixar de me segredar ao ouvido, baixinho, como se me sussurrasses palavras de amor.

Se me perguntares se te amo, esquece, vou dizer que estás louco.

Se nada me perguntares, sabe que estarás a perder a última oportunidade.

Se te disser que me esqueças, não me ouças.

Se nada te disser, procura-me.

Se não te atender, sabe que quando to permitir, deverás pôr um joelho em terra.

Se te disser que te ergas, sabe que deverás abraçar-me.

Se te disser que não sabes chegar a mim, acredita que já estás dentro de mim.

Se te disser que não sabes nada de mim, podes crer que já sabes demais.

Se te disser que tomaras tu que eu olhasse na tua direcção, sabe que tomara eu poder nunca tirar os olhos de ti.

Se te disser que és um santo, não liges, se o achasse diria o contrário.

Se te disser que nunca vi ninguém tão tonto como tu, acredita que ainda não cometeste as loucuras suficientes.

Mas se fizeres tontices a mais, lamento mas terás pisado o risco, e isso, acredita, é fatal.

E se eu te disser que pisaste a linha fatal, prepara-te porque estarei a convidar-te a entrar no perigoso labirinto em que eu e tu um dia nos enlearemos.

E se ficas louco com o que eu faço, acredita que ainda fiz foi pouco.

E, sobretudo, acredita que deverás tentar, tentar de novo, tentar mais, tentar melhor.


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