terça-feira, dezembro 02, 2025

E assim se faz Portugal
-- De novo, a palavra ao meu marido --

 

Segundo o Expresso, o dono da herdade onde eram, e provavelmente são, escravizados imigrantes gabava-se de ter na mão quinze GNR, dois PSP e uma Procuradora do MP. Pelos vistos, o patrão fazia as coisas às claras, não tinha medo, tinha as "autoridades" na mão. E a coisa parece funcionar. Terá sido por mero acaso, quiçá, por manifesta falta de tempo, que a Procuradora se esqueceu de transcrever nos autos conversas esclarecedoras dos atos praticados pelos arguidos? Será que o sr. juiz não poderia ter dado algumas horas, talvez um ou dois dias, para a procuradora ir para casa e, sossegadamente, juntar ao processo a transcrição dos autos? Recordo-me que já houve detidos que estiveram uma semana presos antes de serem interrogados pelo juiz de instrução.

Será que estes actos não eram públicos e notórios e, com base nisso, o juiz não poderia ter decretado uma medida diferente para os arguidos? Será que nenhuma autoridade local conhecia esta situação ou consideraria normal que a GNR e a PSP destacassem guardas para vigiar trabalhadores como nas colónias penais dos anos 30 do século passado? Ou será que, como tudo isto se passa num meio relativamente pequeno onde a malta se conhece e o patrão é sempre patrão, estas coisas são tratadas com pesos e medidas próprias -- mas impróprias de uma sociedade democrática, justa e evoluída? 

Eu diria que é este tipo de corrupção, este fechar de olhos, que mina a sociedade portuguesa. 

E o Andrézito, sempre tão disponível para cavalgar ondas mediáticas, não diz nada? Então isto não é corrupção, Andrézito? Ou será que está calado que nem um rato porque quem pratica estes actos segue a cartilha do Andrézito, é aficionado dos tik tok do Andrézito e faz faz parte da sua base eleitoral? Aposto que sim!

A propósito qual a razão para ainda não ser público o nome do dono da herdade ou dos donos das herdades onde estes casos aconteceram e acontecem? Também gostava de conhecer o nome da relapsa Procuradora acima referida, não que esteja a supor que poderá tratar-se da senhora que o dito anónimo patrão se gaba de ter na mão mas já agora seria interessante desfazer possíveis dúvidas. 

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