Volto a um dos temas que me anda a preocupar por demais: a transição de regime nos Estados Unidos às mãos de um único homem.
Apesar de ser claro para toda a gente com dois dedos de testa que esse homem tem uma mente perturbada, a verdade é que o regime de um grande país como os Estados Unidos soçobrou em pouco tempo e que o resto do mundo assiste passivo e submisso, vergando as costas para agradar a esse narcisista maligno, psicopata, paranico, vingativo, demente, etc.
Este domingo, com as cerimónias fúnebres de Charlie Kirk, ficará na história como um dos marcos dessa perigosa viragem para um regime totalitário, obscurantista, persecutório, em que a bíblia, ou melhor, a sua interpretação desenquadrada e fundamentalista, substitui a Constituição.
Uma multidão ululante, cega, avidamente transformou em mártir um influencer racista, xenófono, reaccionário, misógino que, não se sabe ainda porquê ou por quem, foi assassinado. Obviamente condeno este homicídio pois sou visceralmente contra o uso de armas e de violência para resolver diferendos ideológicos ou outros. Portanto, acho chocante que alguém faça o que foi feito, assassinando Charlie Kirk.
Mas condenar o seu assassinato não pode levar, de modo algum, à sua transformação num mártir nem ao branqueamento do que ele disse e fez.
Contudo, tudo o que aconteceu naquela tarde -- aquele disparo, um único tiro -- está tão cheio de contradições, de inexplicações e de impossibilidades que fico espantada por tanta gente achar normal uma narrativa que se desfaz a ela própria.
Não ouso alinhar-me com nenhuma das inúmeras teorias que irrompem mas, sem mais comentários, partilho vídeos que aparecem pela mão de ferrenhos MAGA's, amigos do peito de Charlie Kirk, que têm vindo a fazer saber que Charlie KIRK, nos últimos tempos, parecia estar a afastar-se de algumas linhas traçadas por quem parece mexer todos os cordelinhos da política americana. Por exemplo, estava a demarcar-se cada vez mais frontalmente de Netanyahu. Por exemplo, estava também a manifestar-se cada vez mais claramente sobre a possibilidade de Epstein ter sido um activo da Mossad ou da CIA ou sabe-se lá de quem. Por exemplo, estava a exigir cada vez mais abertamente a divulgação integral dos ficheiros Epstein, tema que, obviamente, deixa doido não apenas Trump como todos os envolvidos.
Sendo ele o ponta de lança do MAGA no recrutamento de jovens, o principal responsável em manter viva a chama pró Trump e pró MAGA na camada universitária e junto dos jovens que vivem nas redes sociais, alguns dos mais ilustres e vocais MAGAs (Megyn Kelly, Candace Owens e Tucker Carlson, por exemplo) sugerem, embora não o explicitem, que as inúmeras ameaças que Charlie Kirk vinha recebendo poderão ter alguma coisa a ver com o seu fim.
São mundos que me são estranhos, que me assustam, que me metem medo e sobre os quais nada sei. Apenas sei que gostaria que os meus filhos e netos vivessem sempre em democracias sãs, liberais, humanistas, livres, modernas. Gostaria que nunca no meu país se vivesse uma realidade diabólica, demente, disfuncional, distópica como aquela que se vive nos Estados Unidos.
Seria bom que os portugueses e os europeus em geral conhecessem um pouco melhor o que está ali a passar-se. Talvez só assim percebam o risco que é abrir as portas a movimentos populistas, anti-democráticos.
Partilho estes vídeos apenas porque penso que devemos ter um pensamento crítico, informado, que devemos questionar as narrativas que não nos parecem lógicas, que devemos olhar para o que se passa à nossa volta, para o que se passa atrás do que nos é mostrado.
Megyn Kelly Breaks Down the Controversy Surrounding Candace Owens, Ackman, Israel, and Charlie Kirk
Megyn Kelly breaks down the controversy surrounding Israeli Prime Minister Netanyahu’s comments on Charlie Kirk’s legacy, Candace Owens’ remarks about the letter and Kirk's views on Israel, Megyn and Charlie's conversation about Israel last month, and more.
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