segunda-feira, setembro 22, 2025

Mariana Mortágua, ou a irresponsabilidade de acelerar o suicídio do Bloco de Esquerda

 

De cada vez que ouço falar na expedição em que a Mariana Mortágua se meteu, la flotilla, largando o partido do qual é a responsável e a única deputada, mostro-me estupefacta.

Um conjunto de 'maduros' capitaneados por Greta Thunberg meteu-se em barcos a caminho de Gaza para levar mantimentos. Não percebo sequer a lógica desta brincadeira. Certamente gente bem intencionada mas sem noção da realidade. O que levam na flotilla não deve chegar para matar a fome a uma dúzia de pessoas durante uma meia dúzia de meses. No meio da desgraça de toda a ordem e das incomensuráveis carências de que padece a população naquele lugar tão duramente chacinado, que diferença faz o que aquela malta ali leva? 

Dizem-me que nem é pelas latas de feijão que levam, que é mais para chamarem a atenção. Estupidez. Atenção?! Mas Gaza precisa de mais atenção? Não se fala noutra coisa em todo o mundo. O que faz falta é forçar Israel a parar com aquele genocídio. Tudo o resto é conversa. O efeito prático daquela expedição hippie é zero. Bola.

Que a Greta Thunberg ali vá não me admira. Que a Sofia Aparício ali vá também não me espanta. Que Miguel Duarte também lá vá parece-me normal, do que se lhe conhece tem como actividade o ser activista, passe o pleonasmo. Agora Mariana Mortágua....? Líder de um partido político? A única deputada desse partido...? Larga o partido, larga os problemas nacionais, larga os temas da actualidade portuguesa e aí vai ela, activista, kufiya ao pescoço, no veleiro a caminho de Gaza... Há não sei quanto tempo que para ali anda (e ainda não chegaram), numa expedição inútil, lírica, mais coisa de teenagers que não pensam do que de políticos responsáveis.

Supostamente, depois há de ser outro tanto tempo para regressarem. Lá para o Natal talvez esteja de volta. Todos zangados uns com os outros, malta que tem um egozinho grande e pontiagudo. A Greta já se zangou com os do barco português, na volta ensarilhou-se com a Mortágua: fez birra, marimbou-se para a coordenação da flotilla e mudou de barco, já não atinava com a malta do barco português. Qualquer dia é a Aparício que dá de frosques, também de candeias às avessas com os outros. Lindo. Coisa de teenagers, como digo. 

Li que, finalmente, a menina Mortágua decidiu ser substituída na Assembleia da República. Já não era sem tempo. Era um absurdo que, num partido com um único deputado, nem esse deputado lá pusesse os pés.

Só por curiosidade fui ver quem é. 

Andreia Galvão.

Uma jovem licenciada em Ciências da Comunicação, com especialização em Cinema e Televisão, atualmente mestranda em Teatro. Faço ideia a experiência política, a experiência de vida e o conhecimento que tem da sociedade e da economia portuguesa e europeia... 

Se Mariana Mortágua, desde que é líder do BE, tem provocado uma erosão que já levou o partido até à insignificância de um único deputado, com toda esta mais recente estupidez galopante, vai, com certeza, acabar com ele de vez.

Assim vai a esquerda à esquerda do PS. Uma verdadeira desgraça.

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