segunda-feira, maio 05, 2025

Nem vale muito a pena falar nisto de ser Dia da Mãe. Todos os dias o são. Soa a banalidade mas é o que é.
Mas foi um feliz dia de domingo, lá isso foi.



Este domingo foi como devem ser todos os domingos: felizes. 

Entre nós dois decidimos o que seria a ementa e, como sempre, há um lado meu que puxa para a complicação. O resultado final parece simples mas a confecção é demorada. O que o meu marido fez, em contrapartida, é fácil e rápido. Com isto estive quase em contínuo das onze da manhã até às cinco da tarde a cozinhar, a preparar. Faço com gosto. 

Já agora, para não parecer que estou a fazer caixinha, digo o que fiz.

  • Canja (com carne desfiada, massinha de letrinhas e ovo)
  • Salada (com couve roxa, alface, maçã, bolinhas de mozarella)
  • Ovos recheados (foi o que o meu marido fez. Cozeu ovos, depois abriu ao meio, retirou a gema, misturou crème fraiche, sumo de limão e pickle e noutros, à gema misturou queijo cottage, filetes de salmão e sumo de limão. Com isso, voltou a encher a cavidade dos ovos)
  • Tortellini de ricotta e espinafre e de beringela e mozarela. Depois de temperado com azeite e vinagre balsâmico,  por cima, salmão fumado.
  • Cenoura à algarvia
  • Bola de carnes, segundo a minha receita mas não fiz só com frango do campo, juntei também rojões de porco, chouriço de carne e farinheira. Ficou enorme pelo que, no fim, levaram um bocado para as respectivas casas. 
  • Frutas diversas
  • Pasteis de nata (trazidos)

Depois, antes que chegassem, fui mudar de roupa, soltar o cabelo, pôr uma sombrazinha. E caí na asneira de pôr um puffzinho de perfume. O meu marido embirrou logo. Fui para a rua para arejar, a ver se não se dava muito por ela. Afinal a minha filha também se queixou. Portanto, fui mudar outra vez de roupa.

E, estando cá todos, depois de alguma convivência, passou-se à parte do repasto que é sempre uma festa, com muita conversa, muito apetite e boa disposição. Um dos meninos tinha vindo de ser apanha-bolas num jogo de futebol e ainda vinha com a pica toda. Outro tinha tido jogo de manhã. Outro tinha tido jogo no sábado à tarde. E o apanha-bolas tinha tido dois jogos no sábado de manhã. O mais novo, treino na sexta ao fim do dia. Portanto, como é bom de ver, o tema futebol está sempre muito presente. E sabem tudo o que há a saber: pontos, posições, opções do treinador, e não sei dizer mais o quê pois, quando o tema aprofunda, eu desligo.

A menina, também já mais alta que eu, não está nem aí para o futebol e trazia uns cadernos ou umas folhas ou uns moldes, uma coisa que, segundo ela, fui eu que lhe dei. Já não me lembro, já deve ter sido há bastante tempo. 

Fofos, mais lindos.

Quando se foram, eu e o meu marido fomos fazer uma pequena caminhada com o nosso cão. Ao regressarmos a casa, ele dirigiu-se imediatamente para o seu canto e foi dormir. Ele, o cão, claro.

Quanto ao meu marido, pôs-se a ver o Sporting, segundo disse o jogo era decisivo (aliás, dois dos meninos já me tinham dito isso) e eu fui para outro lado ver o debate... E, tiro e queda, ao fim de um bocado, adormeci. Depois lá consegui ir arrebitando -- intermitentemente -- mas sempre a querer deslizar para os braços do morfeu. 

Por isso, não será sério pôr-me aqui a tecer considerações sobre o desempenho dos debatentes. Do que vi melhor, gostei da frontalidade e das boas ideias do Rui Tavares e pareceu-me que o Raimundo estava invulgarmente claro e a dizer algumas acertadas. Da Mortágua não me lembro. Da Inês do PAN, do que vi, pareceu-me bem, sempre muito eficaz, sempre focada, mas se quiser aqui referir um tema apontado por ela, lamento, só me lembro da forma, não do conteúdo. Sinceramente não estou a lembrar-me da prestação do Pedro Nuno Santos nem do Montenegro. Do Rocha também nada me ficou. E, numa das vezes em que acordei, estava o Carlos Daniel à nora com o Ventura, que não se calava nem por mais uma.

Por isso, lamentavelmente perdi o único debate conjunto na televisão -- mas também não sei se me teria sido muito útil. Tudo muito chato. Falta na nossa política nacional gente com garra, gente ousada, verdadeiros líderes, gente que aponte ao longe e se atravesse por essas ideias, gente em quem a gente aposte e acredite de olhos fechados. Talvez por isso, o meu corpo aproveite para desligar o interruptor quando eles estão a falar.

Portanto, o que tenho a dizer é que já aqui temos uma nova semana. Parece que ainda não é desta que vamos ter bom tempo mas, se não estiver muito frio e muita chuva, se não houver vendaval, trovoada e granizo já me darei por contente. Espero que sejam dias felizes para todos.

4 comentários:

Anónimo disse...

O domingo foi como devem ou deveriam ser, TODOS os dias, FELIZES.
O ventrulha taberneiro percebeu que a incultura popular valoriza essa postura de má educação, para não dizer mais, e os outros deixam-se cair em dialogo com essa aventesma.
Quando eu era miudo a minha avó tinha galinhas, e quando se matava alguma que tinha gemas usava-se para a canja. Para quem não tem galinhas, na mercadona, passe a PUB, há caixinhas só com gemas, para enfeitar a canja.
A tal minha canita de 30 kg, já -viuva- um dia soltei-a no sitio vedado de uma obra embargada, estava lá um gato no meio do mato e ela levou uma naifada por baixo de um olho, foi por pouco. De outra vez estava a brincar com ela e recebi uma chamada, distrai-me um pouco e ela logo encontrou um gato, ouvi sarrabulho, e vejo o gato a fugir para a estrada e ela atrás. Levou com um carro e ficou com uma perna virada ao contrario sem se queixar. Já de pé a olhar para mim só fez CAÍÍ , tipo desculpa lá que já fiz...
Na natureza os bichos não dão parte de fraco, pois se o fazem arranjam sarilhos, e eles ainda não perderam essa caracteristica, tal como a gula de comer o mais possivel sempre que a papa está disponivel. Nós também ainda não perdemos essa de comer demais, mas disfarçamos chamando-lhe degustação.
M Linho
PS. encontrei na -estatua de sal- um video com o poema de Garret ASAS BRANCAS, dedicado ao mentenegro, como gosta de videos aqui partilho
https://youtu.be/lsByG6DuKCE?feature=shared

Um Jeito Manso disse...

Olá M. Linho,

Gostei de ler o que escreveu. Gosto imenso de ovos na canja mas fico na dúvida quanto a essas gemas... serão naturais? Ainda só fui uma vez ao Mercadona mas, quando lá voltar, vou procurar. Se forem gemas legítimas, parece uma boa ideia.
Isso que conta da sua canita é comovente,em especial quando ela foi atropelada e olhou para si a pensar que se tinha portado mal. Os animais são adoráveis.
E muito obrigada pelo poema. Gosto muito de poesia.
Conte mais coisas.
Abraço

Anónimo disse...

Se as gemas não são naturais, disfarçam bem, já usei pelo menos duas vezes e gostei, embora não sejam saborosas como as das galinhas da minha avó, mas hoje também nada é como antigamente, e os frangos ou galinhas de aviário são alimentados a farinhas com grande percentagem de farinha de peixe. Quanto ao salmão, sobretudo o da Noruega, é feito no Chile, porque na UE não podem dar certos venenos aos bichos. Um dia vi num DOC no Odisseia ou outro, a falarem sobre isso, e como exemplo, um salmão selvagem com um ano tem para aí 30 ou 40 cm, de viveiro tem o dobro. O salmão come marisco, e quando começaram a criá-lo começaram a ficar esbranquiçados. Então acrescentaram cascas de camarão e mais uns pozinhos de perlimpimpim, para ganharem cor.
Eu adoro salmão fumado, mas quando compro escolho do Alaska, que é o dobro do preço e tem uma cor muito mais encarnada. Agora, pode acontecer que eles carreguem mais no corante e no preço para enganar os desconfiados como eu. Mas se não confiar em alguma coisa morro de fome. É como a agro biologica, um tipo pode ter uma horta BIO, mas se ao lado houver uma quinta daquelas de -intensidade cultural-, estamos conversados. Agora por falar de horta e se tem alguma no Paraiso, sabia que dando um NÓ na rama dos alhos, eles crescem melhor e maiores? Aprendi esta no insta, onde entre outros, há canal que gosto muito, ALICEDAMONTANHA, que vive fora da bolha e nem teve falta de luz no apagão.

Um Jeito Manso disse...

Ah, que engraçado, também sigo a AlicedaMontanha. Gosto do que ela diz e ensina mesmo que muitas coisas não sejam para (eu) aplicar. Quando tive horta, as ervas acabaram por invadi-la e os bichos comeram tudo antes de nós.
Quanto ao salmão e a tudo... agora ando mais numa de não aprofundar muito para não ficar a sentir repulsa de tudo... Senão, qualquer dia, não seria capaz de comer o que quer que fosse...
Um pouco de cada coisa para, se fizer mal, não estar atascada nisso até ao pescoço....
Tirando isso, caminhemos na natureza, apanhemos o pouco sol que tem havido...
Abraço.