terça-feira, fevereiro 25, 2025

O amor de um pequeno ser

 

No outro dia, quando, ao fim da tarde, dávamos o nosso passeio, o nosso cão, que odeia outros cães -- cães, género masculino; porque, se forem cadelas, desfaz-se em simpatias, cheira-as, deixa-se cheirar, andam em volta um do outro -- atiçou-se todo contra um outro, pequeno, que andava à solta.

Sendo um cãozito pequeno, não houve drama. Cães à solta são um caso sério, e, ainda mais, se não houver dono por perto para ajudar a separá-los. Já tivemos várias cenas complicadas, com cães que atacam o nosso e vice-versa, e em que nos vimos à nora para os separar. Mas com um canito, a coisa é mais tranquila pois o próprio cão pequeno acaba por ter receio e afastar-se. Mas, neste caso, o problema é que, andando à solta, não apenas poderia afastar-se da sua casa como ser atropelado.

Estava uma outra caminhante a passar e ficou igualmente sensibilizada, com receio do que pudesse acontecer-lhe.

Olhámos em volta e não vimos nenhum portão aberto. Resolvi ir até à zona mais comercial, saber se teria passado por ali algum dono a perguntar por um cão perdido. Não, ninguém sabia de nada.

Telefonei, então, para a Polícia inquirindo o que se poderia fazer. Disseram-me que só a Câmara pode mandar a brigada de resgate de animais mas que, àquela hora, já estariam fechados. Mas avisaram-me que, se o apanhassem, o levariam para o canil.

Enquanto eu tinha ido fazer as inquirições, a outra senhora ficou perto do cão para tentar impedir que ele fosse para a estrada. E o meu marido tinha-se afastado um pouco com o nosso, para não estarem a provocar-se mutuamente.

Quando cheguei ao pé da senhora, já a pensar no que faríamos, já ela andava a tocar às campainhas. 

Numa das casas apareceu um homem que reconheceu o cãozinho e disse que já no outro dia ele tinha fugido e disse qual a casa. Fomos, então, até lá.

Apareceu uma jovem, aflita, com crianças em volta. Andavam à procura dele no quintal e não o achavam. Explicou, então, que o cãozinho se escapava por entre a sebe que serve de vedação e que tem que estar fechado em casa. Mas a filha, pequena, tinha pena dele e abria-lhe a porta para ele brincar no jardim. Agarraram-se logo a ele, felizes.

E eu e o meu marido lá fomos à nossa vida, e a senhora-caminhante lá foi à vida dela.

No outro dia, eu que gosto de dormir com a janela aberta (mas, agora só a abro quando o meu marido se levanta pois ele recusa-se a dormir de janela aberta quando está frio), acordei a ouvir a voz de um homem e a voz de uma mulher a chamar 'Dula!', 'Dula!'. As vozes eram de aflição e percebia que andavam de um lado para o outro. Depois deixei de ouvir.

O meu marido contou-me que eram uns vizinhos de uma casa lá mais para a frente, na rua, que tinham ido buscar uma cadela ao canil mas que ela, nem eles tinham percebido como, se tinha escapado. Foram encontrá-la mais à frente, no quintal de outra casa.

Com este nosso, quando era pequenino, apanhámos um susto. Fugiu para a rua e corria, corria, atravessava a rua de um lado para o outro, numa brincadeira maluca. Eu e o meu marido a mandarmos parar os carros e ele, feito doido, numa brincadeira. Até que o meu marido conseguiu agarrá-lo.

E com a nossa boxer doce como mel também apanhou, ele, um susto. Tinha ido passear com ela ao jardim que havia não muito longe de casa e ela tinha conseguido escapar-se dele. Já era de noite. Ele chamou por ela, chamou, chamou, andou por ali à volta à procura dela. Quando foi para casa, inconsolável por ela se ter perdido, estava a pequena patifa à espera dele à porta de casa. 

A estima que uma pessoa desenvolve pelos animais, em especial pelos nossos, mas, também, de forma geral, por todos, é sempre tocante. É uma questão de respeito, de generosidade, de afecto -- não sei.

O vídeo abaixo é exemplo disso. A natureza é fascinante e quando sabemos respeitá-la e amá-la geralmente ela recompensa-nos.

Homem resgata um colibri preso numa teia de aranha e o que aconteceu depois foi incrível

Um homem compassivo chega a casa e descobre um pequeno colibri preso em teias de aranha no seu jardim. Neste comovente documentário sobre a natureza, testemunhamos uma bela demonstração de bondade humana enquanto ele ajuda cuidadosamente o colibri a escapar da sua sedosa prisão. A sua abordagem gentil com os animais e a sua dedicação à natureza criam um vínculo caloroso, à medida que cria um refúgio seguro para o seu pequeno amigo, com um alimentador para colibris.


Um dia feliz

Sem comentários: