Sra. Ministra da Saúde, se tem um pingo de vergonha na cara, demita-se. O que está a passar-se na Saúde em Portugal é uma vergonha, é inaceitável, é injustificável e só existem dois responsáveis políticos pelo que está a passar-se: a Ministra da Saúde e o PM que a contratou e a mantém no cargo. Será porque para o PM é preferível ter no governo alguém que distribui muitos "jobs for the boys" do que alguém que consiga gerir o ministério da saúde?
Os oito meses do Governo têm sido pautados por acontecimentos muito graves e por outros muito pouco abonatórios.
Consigo lembrar-me, sem ter que fazer um grande esforço de memória,
- do episódio rocambolesco que foi a eleição do Presidente da AR,
- do Mentenegro a desdizer tudo o que tinha dito na campanha eleitoral sobre o choque fiscal,
- dos impropérios proferidos pelo Ministro da Defesa a oficiais da Força Aérea,
- da tentativa de "reconquista" de Olivença pelo Ministro da Defesa que também propôs "trocar" penas judiciais por prestação do serviço militar,
- da fuga de cinco presos em pleno dia, da quase entrada dos bombeiros na AR quando se manifestaram,
- dos fogos cuja dimensão foi assustadora e ainda não percebemos se a resposta foi adequada,
- da violência que alastrou na região da grande Lisboa e que felizmente nunca se tinha visto em Portugal,
- da MAI afirmar de manhã que ia negociar o direito à greve com os policias e à tarde dizer exatamente o oposto,
- ...
Na área da Saúde, a Ana Paula Martins
- começou por pôr os patins, tirar o tapete e apontar a porta ao competente e reconhecido Fernando Araújo, director executivo do SNS,
- tem destratado equipas de gestão de hospitais, tem feito uma razia,
- arranjou problemas com a anterior gestão do INEM,
- dá dinheiro a médicos sem perceber que apenas está a atirar dinheiro para cima
- e, ao contrário do que Mentenegro prometeu na campanha eleitoral, não apenas não resolveu problema nenhum em 60 dias como está tudo pior:
- dezenas de grávidas já tiveram os filhos nas ambulâncias,
- inúmeras urgências têm estado fechadas,
- não têm conta as demissões nos hospitais,
- a FNAM diz que a ministra não sabe o que está a fazer
- e a Ordem afirma que a situação é gravíssima
- e, finalmente, assistem-se agora às consequências mais do que trágicas que resultaram da incapacidade de planeamento de situações que mitigassem a greve dos técnicos do INEM.
- Finalmente, agora foi preciso que numa semana morressem 7 pessoas por falta de atendimento para ter tido uma reunião (quando, segundo o Expresso, teve antes 10 dias para travar a greve e não o fez).
Quando morreu uma grávida durante uma transferência entre hospitais, Marta Temido, exemplar Ministra da Saúde do Governo Costa (um modelo de civilidade, humanismo, conhecimento, capacidade de trabalho e competência), demitiu-se.
A esta Ana Paula Martins, aconteça o que acontecer, morram as pessoas que morrerem estendidas num passeio ou seja onde for sem que apareça uma ambulância do INEM para as acudir, nada lhe pesa na consciência?
Por isso, Senhor Presidente Marcelo, é possível haver ramo mais podre do que este?
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