domingo, outubro 20, 2024

Sábado assim-assim.
E receita de frango a que não sei que nome dar

 

Logo de manhã tive notícia que um amigo está numa situação clínica muito complicada e, pelo que é, ficámos todos preocupados. Fiquei em estado de choque e, como eu, todos os amigos. E porque vejo os que são médicos tão preocupados ainda mais temo que a situação seja mesmo crítica. Todo o dia tenho andado com esta apreensão. Ele é daquelas pessoas de quem ninguém poderia alguma vez pensar que lhe acontecesse uma destas. Muito jovial, muito alegre, com um aspecto saudável, cheio de energia e irreverência. E, de repente, está mal.

Portanto, o meu dia ficou um pouco toldado.

Não há dúvida de que, quando estamos bem, devemos dar graças por isso, curtir a generosidade da vida, degustar a felicidade. É que, de um momento para o outro, pode haver uma guinada de pouca sorte... Portanto, que, ao menos, tenhamos sempre a sensação de que não andámos a ser parvos e a desperdiçar o que tínhamos de bom à nossa disposição e não soubemos aproveitar bem.

Enfim...

Acresce que antes de ontem dei um jeito ao pé e, na sequência, ficou dorido e, para me provar que era a sério, inchou. O peito do pé todo gordo, a sola do pé também inchada e um dos dedos também reboludo. Nem conseguia dobrar ou mexer os dedos. Nem fiz programas familiares para estar com o pé no ar e com gelo. Agora já está melhor. Esta coisa de pôr os pés ao alto e de os refrescarmos geralmente dá bom resultado. Também pus aquela pomada Diclofenac, que penso que é o genérico do Voltaren, e que também é eficaz,

Como estou assim a modos que levemente jururu, pensando no meu amigo que está tão mal, vou ficar-me por dizer o que fiz para o almoço pois ficou saboroso e creio que saudável. E é simples de fazer.

Como foi só para dois, as quantidades são inferiores às que uso quando é para o quartel.

Meio frango do campo. É relevante ser frango do campo pois a carne tem outra textura e outro sabor.

Num tacho coloquei água, um pouco de sal, uma cebola bem grande aos bocados, dois alhos franceses (apenas as partes de baixo pois comprei uma embalagem com eles sem a rama verde) também aos bocados, cenouras às rodelas e o frango cortado aos bocados (tinha pensado fazer uma canja pelo que tinha pedido no talho para o cortar assim).

Deixei cozer durante talvez uma hora ou quase. O frango do campo tem a carne mais rija. Se fosse frango normal, metade do tempo seria suficiente.

Quando vi que o frango estava já quase macio, juntei três batatas, um bocado de abóbora, uma quantidade generosa de feijões verdes, uma boa quantidade de salsa e mais umas três cenouras às rodelinhas. Temperei com um pouco de açafrão e um pouco de pimentão doce -- pouco para nem se dar por eles, mas o suficiente para ficar com um gostinho saboroso e não facilmente identificável. 

No outro dia, quando fiz os rolos de carne (ainda não disse como fiz... a ver se um dia destes o digo pois ficou bom), recheei um com maçã e farinheira de porco preto do Alentejo. Só usei meia farinheira. Por isso, sobrou metade que hoje juntei ao cozinhado.

Quando os legumes estavam cozinhados, juntei um frasco de grão de bico cozido e uns bons ramos de hortelã. Misturei tudo e desliguei.

Para quem não está tão habituado, um pormenor: quando junto as coisas, ponho o lume no máximo até ferver. Depois, cozinho tudo com o lume no mínimo.

Ficou com um caldinho bom que, depois de comermos os sólidos, apanhámos com colher.

Deu para o nosso almoço e, como estava preguiçosa, repetimos e deu para o nosso jantar. E ainda sobrou um pouco mas que já não dará para os dois.

Para sobremesa, e agora falo só por mim, comi dióspiro. Adoro dióspiro. Não comi inteiro. A cada refeição cortei meio às rodelas e em cada rodela coloquei um niquinho de queijo de cabra. Fica delicioso.

E pronto. Nada mais a reportar.

Ah, sim, tenho andado a ler o Escrever do Stephen King que, até ver, é a sua auto-biografia. Vou agora entrar na parte em que creio que vai falar, em particular, na sua actividade de escrever. Nunca tinha lido nada escrito por ele. Lê-se muito bem, é uma escrita sincera, sem rodeios, com sentido de humor. Não é uma peça de alta literatura mas também não sei se é suposto ser. E, cá para mim, aqui e ali, tem algumas pequenas arestas que presumo que resultem de uma tradução não extraordinariamente refinada. Mas, seja como for, tenho lido bem.

E é isto. Hoje não comento os comentários, estou um bocado off. Mas agradeço-os.

Um bom domingo a todos. 

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