sábado, outubro 19, 2024

Ministro Paulo Rangel grita ofensas a general
-- Como agora se diz, é o 'Paulo Rangel a ser o Paulo Rangel

 

Ao fazer pesquisas google no telemóvel, aparecem-me notícias. Acredito que isto resulta de alguma parametrização ou ausência dela que fiz no telemóvel, mas, como não me incomoda, não tirei ainda isso a limpo. 

E, provavelmente porque clico mais numas que noutras, o algoritmo vai aferindo o meu grau de curiosidade e o que mais a desperta e vai refinando o cardápio que coloca à minha disposição.

Hoje, a notícia que me aparecia à cabeça era a que usei em epígrafe e que tem como subtítulo o seguinte: 

Cartaxo Alves, chefe da força aérea, fez Rangel saber que não era local e momento para discutir.

Abri, pois, a notícia (que constava do Correio da Manhã). Admito que, ainda assim*, seja credível tanto mais que conhecemos bem os desmandos e os arroubos da criatura que Montenegro, vá lá a gente perceber porquê, achou por bem levar a ministro dos Negócios Estrangeiros (e, volto a dizer, abstenho-me de aqui invocar a possível razão, baseada no que um amigo, antigo ministro mas de outra área, dizia ser o nome, na gíria, do ministério ao qual Rangel pelos vistos anda a arranjar problemas). 

Reza assim a dita notícia:

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, "destratou de forma ofensiva e aos gritos" o chefe da Força Aérea, general Cartaxo Alves, no dia 4 de outubro, em Figo Maduro, na chegada do voo de repatriamento de portugueses do Líbano.

A notícia foi avançada pelo ‘Tal&Qual’ e confirmada ontem ao CM por fontes que presenciaram a situação constrangedora: militares, polícias e elementos da AIMA. O ministro estava descontente com uma questão protocolar à sua chegada e "atacou o general de uma forma desequilibrada". (...)

Pensei: Ora cá está, 'o Rangel a ser Rangel'. Ou: 'pode alguém ser quem não é?'

Pode o dito, de vez em quando, fazer um esforço para ser levado a sério mas conhecemo-lo, o pé puxa-o, e muito, para o chinelo. Deve ter sido o que aconteceu. Desceu do tacão e armou peixeirada. Deve ter sido lindo. Gostava de ver o General Cartaxo Alves a tentar pô-lo em sentido enquanto, certamente, tinha era vontade de lhe aplicar um calduço.

Uma vergonha.

[* - Ainda agora, ao falar com o meu filho e ao tecer um comentário no qual mostrei algum receio por uma certa situação, ele ficou espantado e, meio incrédulo, perguntou se eu andava a ler o Correio da Manhã. E, quando eu lhe disse que às vezes sim, cedendo à tentação despertada pelo algoritmo, ficou apreensivo, incomodado, disse que eu tinha que vencer o algoritmo pois, segundo ele, ler o Correio da Manhã estupidifica. E estava verdadeiramente incomodado, às tantas já imaginando a mãe feita totó, assustada com tudo e a dizer mal de tudo, julgando que o mundo é o antro de desgraças que o Correio da Manhã pinta. Sosseguei-o: ainda não estou assim. Estou reformada mas ainda não formatada pelos alarmismos do CM. Mas, no caso em concreto que aqui hoje me trouxe, não sei se os outros jornais, ditos de referência, noticiaram o disentérico destempero do nosso despenteado desministro Rangel.]

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