sábado, maio 13, 2023

Como são bons os banhos de floresta

 



Não sei se no outro dia contei que estava na cozinha, a tratar do almoço ou a lavar a louça, não me lembro, e, ao olhar para o pinheiro lá mais ao fundo, vi um esquilo, com o seu mega cauda felpuda, a salta de um ramo para outro. Senti uma onda de felicidade. Se alguma vez, quando a terra à volta da casa era só pedras e mato rasteiro e eu sonhava com um pequeno bosque, eu podia sonhar que os pinheirinhos que o meu pai trouxe, ainda pequeninos, agora estariam tão altos e que neles eu haveria de ver um esquilo a brincar...

Não quis desviar o olhar pelo que não fui buscar o telemóvel para fotografar. Ao ver o bichinho verifiquei que apenas o vi porque ele estava a salta de um ramo para outro. Se não o tivesse seguido com o olhar não o detectaria. 

Quando estou a caminhar, tento descobri-los mas não consigo. Mas penso que, se calhar, são eles, lá em cima que estão a ver-me a mim.

A vida é uma breve passagem e mesmo que gostemos muito de cá estar chegará o dia em que chegamos ao fim da passadeira rolante em que calhou que viéssemos parar. Mas, enquanto cá estamos, é bom que aproveitemos, que gostemos de cá estar, que façamos aquilo de que gostamos e, se possível, que deixemos, à nossa passagem, coisas boas de que os que vêm a seguir possam desfrutar.

Hoje, nos intervalos dos meus trabalhos, por aqui andei a caminhar, a respirar este ar tão puro, a banhar-me nestes verdes tão límpidos, a fazer corridinhas ao despique com o ursinho cabeludo. 

Por diversas vezes pensei que era sábado ou domingo. Ainda não assimilei que posso ter uma vida boa durante a semana. Outras vezes, quando acordo mais tarde, sobressalto-me como se estivesse a baldar-me, a abusar da minha sorte dormindo quando devia estar a trabalhar. parece que o meu corpo (ou a minha mente?) ainda não se habituou completamente à liberdade.

Trouxe para ler um livro que a minha filha me deu sobre os banhos de floresta, o bem que fazem ao corpo e à mente, o bem que sabem, as maravilhas que se escondem numa floresta ou como essas maravilhas se mostram para quem está disponível para as ver, ouvir, tocar, cheirar, sentir, respirar.

Acredito muito nos benefícios de andar na natureza, de andar ao sol, de andar à sombra sob o fresco saudável da copa das árvores, de andar em silêncio, de escutar os sons das árvores e aspirar o perfume das flores, da aragem, de sentir a macieza da terra, dos musgos, da caruma, de ver os mil tons de verde.

Para além das fotografias que fiz ao fim da tarde, partilho convosco um conjunto de vídeos que têm a ver com isso. Espero que tenham tempo e vontade de os ver e ouvir e gostava que também gostassem deles.





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Um bom sábado
Saúde. Serenidade. Paz.

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