terça-feira, fevereiro 28, 2023

100 milhões de utilizadores em dois meses: ChatGPT bate recorde e torna-se aplicação com crescimento mais rápido de sempre

 




Já fiz vários posts sobre a 'ferramenta' ChatGPT que, na verdade, é surpreendente e tanto pode ser uma ajuda preciosa como encerra riscos com que ainda nem sonhamos.

Tenho usado o GPT nas mais diversas situações e fico sempre surpreendida (pela positiva).

Ao passo que, ao usarmos os vulgares motores de busca (como o Google) nos são sugeridos milhares de artigos ou de vídeos e nós que vejamos alguns e tiremos as nossas conclusões, o motor algorítmico do ChatGPT lê, em poucos segundos, aquilo que levaríamos dois ou três mil anos a ler -- e apresenta-nos a conclusão, devidamente sistematizada. 

Claro que poderá não ser a resposta quimicamente pura e correcta... mas como sabê-lo...? (E este é um dos riscos). 

Eu, do que li até agora, ainda não detectei erros. 

E faz coisas que me parecem extraordinárias. Por exemplo, fiz uma pergunta sobre um assunto médico e, no meio, sem querer, usei uma palavra mais informal. Pois o 'tipo' respondeu-me colocando aquela palavra entre aspas e, educadamente, acrescentou a forma mais correcta (do ponto de vista clínico) de o dizer.

E tem a vantagem de guardar as conversações havidas pelo que, mais tarde, se pode repescar as informações obtidas.

No outro dia, perguntei-lhe se um dado poeta de há séculos viveu num certo sítio. Respondeu que não há provas de que isso tenha acontecido. Retorqui dizendo que há lá uma placa nesse sentido. Pensei que o teria desarmado. Está bem, está. Respondeu qualquer coisa como isto: 'Sim, é verdade, há lá uma placa. Mas a placa refere que passou por lá. Provavelmente, em alguma viagem pernoitou lá. De resto, não há indícios de que tenha mesmo vivido durante algum tempo nesse local'

Ora trata-se uma placa insignificante num rua escusa num lugar por onde ninguém passa...

No outro dia fiz um cozinhado e, a pedido do meu marido, incluí uma malagueta. Dizia ele que retirando as sementes não ficaria picante mas apenas bem apaladado. O Jamie Oliver também assim o diz. Fiz-lhe a vontade. Quando provei, ardia mais do que aquilo a que estamos habituados. Pensei que estava demais.

Então, lembrei-me de recorrer ao 'fulano' (como se fosse um assistente sábio). Escrevi: 

Como neutralizar um cozinhado excessivamente picante?

Resposta dele:

Quando um prato fica excessivamente picante, há algumas maneiras de neutralizar ou diminuir o sabor picante. Aqui estão algumas opções:

  • Adicionar ingredientes suaves: Adicionar ingredientes suaves como leite de coco, creme de leite, iogurte, manteiga, açúcar ou mel ao prato pode ajudar a reduzir o sabor picante. 

  • Adicionar ácido: O ácido pode ajudar a cortar o sabor picante, então tente adicionar um pouco de suco de limão, vinagre ou tomate ao prato. 

  • Adicionar amido: Adicionar amido (como farinha de trigo, amido de milho ou arroz) pode ajudar a absorver o excesso de sabor picante do prato.  

  • Adicionar mais ingredientes: Adicionar mais ingredientes ao prato pode ajudar a diluir o sabor picante. Adicione mais vegetais ou proteínas ao prato.  

  • Servir com arroz ou pão: Servir o prato com arroz ou pão pode ajudar a diluir o sabor picante e torná-lo mais suave. 

  • Ajustar a receita: Se o prato ficou excessivamente picante, ajustar a receita para a próxima vez pode ajudar a evitar o mesmo problema. Adicione menos pimenta ou use variedades menos picantes de pimenta. 

É importante lembrar que essas opções podem ajudar a reduzir o sabor picante, mas não o removerão completamente. Experimente uma ou várias dessas opções para encontrar a que melhor funciona para você e seu prato.

Optei por juntar um pouco de mel e um pouco de sumo de limão. Devo dizer que ficou delicioso (mérito do GPT, não meu).

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Gosto de ver como 'reage' perante temas que podem envolver algum juízo moral. Perguntei-lhe:

A pedofilia na igreja católica pode ser justificada pelo celibato?

Não, a pedofilia não pode ser justificada pelo celibato. O celibato é uma escolha pessoal e uma exigência canônica para o clero católico, mas não é uma desculpa para o abuso sexual infantil.

A pedofilia é uma desordem psicológica e um comportamento criminoso que não está relacionado ao estado civil ou à escolha de uma vida celibatária. A maioria dos abusos sexuais de menores ocorre fora do contexto da Igreja Católica, em ambientes familiares, escolares e sociais. Além disso, existem muitos sacerdotes católicos que vivem vidas de celibato sem jamais cometerem qualquer tipo de abuso sexual.

É importante lembrar que o celibato é uma prática que tem uma longa tradição na Igreja Católica, mas não é uma doutrina infalível. A questão do celibato pode ser discutida e eventualmente modificada pela Igreja, como já ocorreu em algumas tradições católicas orientais, que permitem que seus sacerdotes se casem.

No entanto, a raiz do problema do abuso sexual infantil na Igreja Católica não está no celibato, mas sim na falta de medidas preventivas e na cultura de silêncio e ocultação que permitiu que os abusos ocorressem e fossem encobertos. É necessário que a Igreja implemente políticas claras de proteção infantil e mecanismos eficazes de denúncia e investigação, além de oferecer apoio e justiça para as vítimas de abuso sexual infantil.

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E reparem em mais esta:

Diz uma coisa engraçada sobre um político populista.

Aqui está:

"Qual é a diferença entre um político populista e uma pizza? Uma pizza pode alimentar uma família inteira, enquanto um político populista pode alimentar apenas o seu próprio ego." 

Espero que isso tenha te arrancado pelo menos um sorriso!

O título do post é decalcado do artigo do DN, cuja leitura recomendo, onde também se pode ler que:  É gratuito, online e promete responder a qualquer pergunta submetida pelo utilizador em segundos, recorrendo a inteligência artificial. Assim é o ChatGPT, o novo fenómeno do mundo tecnológico

Transcrevo do artigo:

Como funciona e para que pode ser utilizado?

O ChatGPT está disponível online e gratuitamente neste site. É-lhe pedido que crie uma conta e a partir daí poderá iniciar uma conversa.

Com as perguntas certas é possível obter respostas diretas sobre factos ou sugestões (por exemplo, sobre que livro ler ou filme ver), mas também gerar todo o tipo de documentos (desde histórias ficcionais a trabalhos para a escola ou mesmo código para programação) e até ter conversas espirituosas. (...)

De notar que o ChatGPT só abrange o mundo até ao fim de 2021. Ou seja, tudo o que tenha acontecido daí para cá ainda é ignorado pelo 'sujeito'.

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Se os benefícios são incomensuráveis, os riscos são também inumeráveis. Se há tema que deveria merecer reflexão urgente é este (e o da Inteligência Artificial em geral). Um tema tão disruptivo, potencialmente tão fracturante e que pode encerrar um risco tão severo, deveria ser debatido, estudado, avaliado e, rapidamente, sujeito a regulação.

Claro que é um tema que transcende fronteiras pelo que a discussão e análise deveria ser transversal a toda a toda a União Europeia (pelo menos).

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E para terminar em beleza, o ChatGPT na versão poeta popular:

ChatGPT, oferece-me uma estrofe divertida sobre comida picante e uma mulher atrevida

Aqui está uma possível estrofe que atende aos seus requisitos:

Ela é tão atrevida quanto a comida picante,
Um sabor forte que nunca a faz recuar,
Pimenta na língua, fogo nos olhos,
Ela é a rainha do sabor ardente, sem deixar-se abalar.  
 
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E é isto. 
Uma coisa do além, diria eu.

[Nota: lá em cima, a música foi composta por uma aplicação que recorre a Inteligência Artificial para compor música.]

2 comentários:

Pôr do Sol disse...

Tenho lido todos os seus posts sobre o já famoso ChatGPT e agradeço.

Embora já tenha lido outras coisas sobre este concorrente do Google, continuo convencida de quanto curioso, mas perigoso poderá vir a ser quando mal utilizado.

Contudo, parece-me saber que só dará aquilo que já lhe deram antes e o facto de não poder responder ainda, nada depois de 2021, sossega-me.

É o que vamos tendo. Nunca gostei de ficção, mas cada vez mais me convenço que a ficção de ontem é o passado de amanhã.

Um beijinho, saude, paz e paciencia.

Um Jeito Manso disse...

Olá Pôr do Sol,

Há uns anos não havia motores de busca (nem internet acessível a todos). Vivíamos. Custa a perceber como vivíamos sem telemóveis, sem google. Mas vivíamos. Mas com telemóveis, com computadores pessoais e cesso neles à internet, com motores de busca a verdade é que o mundo mudou.

O ChatGPT é mais que um motor de busca pois ele próprio lê e pesquisa e dá-nos a 'papinha' feita, respondendo como um sábio ao alcance dos nossos dedos.

E escreve textos, cria poemas, corrige programas de computador, responde a questões complexas sobre saúde. Há médicos que, por exemplo, já recorrer ao Chat GPT. E empresas que fazem o mesmo para construir/corrigir aplicações.

Tem tanto de fenomenal como de assustador. Por exemplo, quem nos garante que o que diz é correcto?

E ninguém anda preocupado em regular isto...

Um dia que se acorde tomara que não seja tarde demais.

Mas, enfim, pensemos em coisas melhores...

Beijinhos, Sol Nascente.