Ah... que bom que é andar às compras nas vésperas de Natal...
Hoje sinto-me verdadeiramente esgotada. Os dias não têm sido fáceis. Por vezes, parece que há quem espere pelo fim do ano para levantar problemas que estiveram dormentes durante séculos, a outros parece que se lhes dá a pica toda e que ou é agora ou é agora e os outros que corram para não ficarem para trás. Ou seja, estamos quase no natal e, de repente, parece que se concentram assuntos que há muito já podiam ter vindo para cima da mesa e outros que bem podiam ficar para o ano que vem.
Mas eu tinha resolvido que desta quinta-feira não podia passar sob pena de poder chegar à véspera e ao dia e não ter presentes nem comida para pôr na mesa. Decretei dia de férias. Proleta que é proleta tem direito a férias, ora essa.
Mas férias, férias-férias, não foram bem. Com telefonemas, mails e assuntos para tratar não consegui sair cedo. Já passava das onze quando pus rodas a caminho.
Fui a um sítio, depois a outro, depois a outro, depois a outro. Vacinada contra os calores do outro dia, fui vestida de levezinho mas não sei se é por andar carregada ou se aquilo está tudo quente demais, o que sei é que voltei a andar cheia de calor. Uma pessoa com pressa, com calor, carregada como o diabo a quatro e, mais tarde, esfomeada é alguém em sofrimento. Sofrimento. Fico desidratada, impaciente, saturada, a sentir-me incapaz e infeliz, desejando chegar a casa, descalçar-me, beber água, comer, estender-me.
Ainda por cima, assim como assim, a ter que passar por isto, prefiro fazer estas compras com o meu marido para ir ouvindo a opinião dele e, confesso..., para me ajudar a carregar as coisas. Mas ele não ia meter um dia de férias para fazer o que não gosta. E não gostar é uma forma de dizer. Na verdade, odeia. Entra numa loja e em dez segundos quer sair dizendo que não tem nada que interesse. Outras vezes, aponta para a primeira coisa, mesmo que feia e inadequada, e diz que compre eu aquilo. Acabamos sempre mal dispostos um com o outro. Portanto, hoje não me acompanhou.
Ou seja, foi barra pesada.
E que não fique a ideia de que não gosto de oferecer presentes. Gosto. Não gosto é de ter que ir comprá-los. Como não me agradam as compras online pois a ver é que a gente percebe a qualidade das coisas, tenho mesmo que ir para o terreno. E isso é que é para a desgraça, ainda por cima em época de enchentes.
Agora está tudo num granel à espera que eu acasale presentes com talões de oferta, que faça conjuntos por quem os vi receber, que coloque em envelopes ou sacos. Ou seja, um saco.
Ao fim da tarde foi supermercado e, aí, já fomos juntos. Depois arrumar as coisas.
Foi um dia de calor, de estafa, de fome.
Sei que mandam as boas práticas que se comece com antecedência para, paulatinamente, ir escolhendo, organizando. Não consigo. Não sou de fazer listas. Não sou de sentir espírito natalício quando ainda está calor ou enquanto puder evitá-lo. Fazer compras é para mim, cada vez mais, um castigo. Meter-me em barafundas, um suplício.
Já aqui contei que, nos meus primeiros anos de casada, fazia peças bordadas ou em crochet para oferecer. Tanto quanto me recordo, era presentes para o casal, para a casa. Gostava de fazer e de oferecer. Era uma coisa muito pessoal. Mas sentia sempre que isso era recebido com estranheza: 'Ui... que prendada que a menina é...'. Deixei-me disso. Rendi-me ao consumismo. Mas não sei se, com o tempo, não vou voltar a esse trilho. Fazer compotas. Fazer bombons. Frasquinhos com sal perfumado com ervas aromáticas. Coisinhas assim, preparadas por mim.
Claro que para os miúdos não poderia ser isso mas alguma me haveria de ocorrer.
Enfim.
A ver se amanhã vou lá ao fundo, à horta, a ver se apanho umas pontinhas de azevinho para uns arranjos natalinhos. Se tivesse spray dourado, alindava umas pinhas. Mas não tenho. Se calhar enfeito é com aquela grinalda de pontinhos de luz.
E, pronto, nada mais. Acho que vou dormir porque esta sexta também vou ter que acordar cedo. Caneco.
Não consigo responder e agradecer os comentários porque, acreditem, estou KO. As minhas desculpas. E sei que tenho mails em atraso. Tentarei arranjar tempo e energia durante esta sexta ou, senão, tentativamente no sábado. Está complicado, isto.
A Paz do Natal é praticamente correria e trabalho, não é? Ainda mais para quem trabalha com horários muito preenchidos. Depois da estafa, vem a alegria de ter todos e de os ver felizes. Desejo lhe um Grande e alegre Natal para si e para os seus. Maria 🎄🎁
No meu caso, está a coincidir com um afluxo de situações que não me permite ter tempo para mim. Depois dá ideia que depois dos tempos de confinamento as pessoas foram possuídas por um furioso ímpeto consumista.
Sinceramente sinto uma certa vontade de simplificar bastante estas festividades mas depois penso que quem recebe gosta de receber e eu, na verdade, também gosto de oferecer coisas. Tenho que tentar resolver esta equação.
E é isso: na véspera e no dia vamos estar juntos e vai ser bom. Claro que, pelo meio, inda haverá a maratona dos cozinhados. Mas gosto de cozinhar, por isso tudo bem.
Obrigada pelos seus Votos. E retribuo: feliz Natal! Tudo de bom para si e para os seus.
Muito obrigada pela parte que me toca. O tempo passa a correr e o mundo anda meio louco mas enquanto houver quem consiga gostar de partilhar momentos e tenha possibilidade de fazê-lo já não será mau.
Agradeço os votos, a flor que não pode oferecer, a belíssima música e vídeo que nos ofereceu.
4 comentários:
A Paz do Natal é praticamente correria e trabalho, não é? Ainda mais para quem trabalha com horários muito preenchidos.
Depois da estafa, vem a alegria de ter todos e de os ver felizes.
Desejo lhe um Grande e alegre Natal para si e para os seus.
Maria 🎄🎁
Para a, UJM ,família, e Amigos, que por aqui andam, Boas Festas a todos.
Na impossibilidade, de vos dar uma flor, aqui planto, a pérola de Gabriel FAURÉ, com a arte de MONET.
Um abraço a todos, e o próximo, seja melhor para quem mais necessita, e são muitos…
https://www.youtube.com/watch?v=mpgyTl8yqbw.
Olá Maria
No meu caso, está a coincidir com um afluxo de situações que não me permite ter tempo para mim. Depois dá ideia que depois dos tempos de confinamento as pessoas foram possuídas por um furioso ímpeto consumista.
Sinceramente sinto uma certa vontade de simplificar bastante estas festividades mas depois penso que quem recebe gosta de receber e eu, na verdade, também gosto de oferecer coisas. Tenho que tentar resolver esta equação.
E é isso: na véspera e no dia vamos estar juntos e vai ser bom. Claro que, pelo meio, inda haverá a maratona dos cozinhados. Mas gosto de cozinhar, por isso tudo bem.
Obrigada pelos seus Votos. E retribuo: feliz Natal! Tudo de bom para si e para os seus.
Olá Ccastanho,
Muito obrigada pela parte que me toca. O tempo passa a correr e o mundo anda meio louco mas enquanto houver quem consiga gostar de partilhar momentos e tenha possibilidade de fazê-lo já não será mau.
Agradeço os votos, a flor que não pode oferecer, a belíssima música e vídeo que nos ofereceu.
E desejo-lhe um feliz Natal!
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