domingo, janeiro 23, 2022

Que dizer deste sábado?

 


Há pouco, depois de jantarmos, ao sentar-me aqui, adormeci. E não estou a conseguir pôr a máquina em funcionamento. Um sono... Vou tentar mas não sei se isto vai dar a algum sítio.

Let's go. Let's see. Se não for dar a lado nenhum, por favor, relevem.

De manhã fomos buscar a minha mãe e fomos passear com ela à beira mar. Ali o piso é plano, o pavimento bom -- e isso é fundamental pois tem andado com uma dorzinha numa perna --, há sol, bom ar, boas vistas, gente com ar despreocupado, crianças a brincar. Sabe bem andar ali. 

[Isto não está fácil... Debato-me... Ao fim de semana o meu corpo pede algum descanso mas hoje não havia margem para me levantar mais tarde. Por isso, acordei com despertador e vi logo que ia passar o dia a sentir que precisava de descansar. E eu, certamente padecente de alguma debilidade mental, em vez de ir dormir, estou nisto...]

O little teddy bear fica numa alegria com a minha mãe, tal como ela o fica com ele. Amor mútuo. Tirei-lhes fotografias à beira-mar. Já lhe mandei. Agora que tem o tablet e que se habituou a receber mails, já é outra coisa. 

Enquanto passeávamos, contou-me que não tem paciência para ver debates ou o que quer que seja relacionado com a campanha. Diz que não consegue ver 'aquela gente' que, em vez de se mostrar agradecida com a forma como este governo tem conseguido gerido o país debaixo desta pandemia, nem falam nisso e só sabem é dizer mal. 'Como se eles alguma vez fossem capazes de fazer a mesma coisa...' e acrescenta com ar de desprezo: 'Estúpidos...'. Dou-lhe razão.

Depois fomos ao supermercado. Fui sozinha pois o meu marido ficou a passear no parque de estacionamento com o cabeludo que, segundo ele, ficou muito intrigado ao ver-me ir sozinha lá para dentro.

No outro dia, uma das pessoas mais entendidas nesta raça, alertou: 'Têm que ter mão nele pois é um cão áspero'. A conversa era com o meu marido e ele pediu que ela explicasse. Que é teimoso, possessivo, territorial, que quer ser o pastor, o macho alfa da matilha. Se não lhe mostrarmos que somos nós que mandamos iremos ter problemas. De facto, é isso tudo. 

Mas converso com ele e ele entende-me. No outro dia, ao caminharmos, ia só a querer arrancar a luva que o meu marido levava calçada. Punha-se de pé, dava saltos, apanhava-lhe a luva. O meu marido já estava passado com aquele desassossego. Quanto mais se zangava, mais ele o desafiava. Ia com trela curta mas tentava morder a trela. Um desacato. Eu parei e disse-lhe muito calmamente: 'Queres ir-te embora? Se não te portas bem, vais para casa. Porta-te bem. Vai no chão'. Ouviu-me atentamente, sacudiu a cabeça e, a partir daí, foi a andar tranquilamente. 

Se subo até ao piso de cima ele vem comigo e fica a ver o que vou fazer. Eu digo-lhe o que vou fazer e digo para ele esperar um bocadinho. Ele senta-se e fica à espera. Quando me despacho, digo-lhe: Vá, já está, vamos embora' e ele vem comigo para baixo. Quando apanha alguma porcaria na rua e não a quer largar, antes tentávamos e ele rosnava. Agora dizemos: 'Queres um biscoitinho?'. e ele imediatamente larga o que tem na boca. O pior mesmo é quando ao fim do dia tem um pico de energia que custa conter. Quer brincar, mordisca-me o braço para eu brincar com ele, quer saltar para o sofá para tentar arrancar-me o travessão que tenho a prender o cabelo, poe a patorra peluda no computador. É uma luta. Tenho que ter uma boa dose de biscoitinhos. Digo: 'Senta' e mostro um biscoitinho. Recua, senta-se e fica à espera. Segundos depois volta a fazer o mesmo. E eu faço o mesmo. Ao fim de umas quantas vezes já nem digo nada que ele se senta quieto só de imaginar que o vou mandar sentar.

Depois de almoço, já era tarde, comecei a cozinhar. 

Enquanto as carnes cozinhavam, fui para o jardim, para um recanto em que dá o sol. Levei o livro. O bicho foi comigo. Começou por querer festa mas eu estava a querer estar sossegada. Lá percebeu e deitou-se a roer uma pinha aos meus pés. Adoro estar assim, sentada ao sol, a ler, o meu amigo ao meu lado. Vou lendo devagar, parando em frases que me deixam encantada. Continuo a maravilhar-me com a harmonia e inteligência de algumas combinações de palavras. Vou dobrando as pontinhas das folhas que contêm qualquer coisa especial. Mas são tantas. A ver se um dia tenho energia para aqui partilhar algumas convosco.

O meu marido aproveitou para se deitar no sofá a ver qualquer coisa. Ou seja, a dormir.

A seguir fui terminar o cozinhado, levar o tabuleiro ao forno, arranjar as coisas, lavar a louça, arrumar a cozinha.

Depois, vesti-me para sair. Com o forno desligado, fomos fazer uma brevíssima, ultra-brevíssima caminhada, e regressámos.

E saímos. Já passava das sete e era de noite. Um friozinho muito cortante. À noite a temperatura cai. A casa arrefece durante a noite. Acho que a caldeira deve ficar ligada durante a noite. O meu marido não concorda. Não gosta de ir dormir e deixá-la a funcionar. 

Quanto à maltinha... nada de original. Estão todos confinados, nas respectivas casas. A Omicron está a varrer as salas de aula a uma velocidade estonteante.

Este sábado fomos a casa da minha filha. Um dos meninos está positivo. 

Este domingo iremos fazer a mesma coisa em relação ao meu filho. Um dos meninos também está positivo.

Não entramos. Eles do lado de dentro, de máscara, nós do lado de fora, de máscara. Só deixarmos umas coisas, vermo-nos. O dog doido, a puxar, quase a estrangular-se de tanto puxar. Gosta tanto deles e não o deixamos ir para a farrinha do costume. Percebo-o. Também me apetece abraçá-los, dar-lhes beijinhos. 

Estão bem. Um deles esteve como se estivesse com gripe mas já passou. O outro, nada. Os irmãos e pais parece que nada. A ver o que dão os testes. Mas felizmente, até ver (e, noc-noc-noc, já bati três vezes na madeira) estão bem. 

Mas, já agora, contenho-me. Aliás, o meu marido obriga-me a conter-me. Não apenas puxa pela trela do urso felpudo como pela minha.

Depois regressámos. 

Mais algumas coisas para fazer. Acabámos de jantar por volta das dez. 

E, ao aterrar aqui, como já o disse, adormeci profundamente. De vez em quando, a minha cabeça põe o interruptor para baixo. Off.

Acordei com frio e sem conseguir pôr os neurónios a laborar. 

Tinha fotografias do passeio de domingo passado e do campo na quinta-feira mas não consigo energia para as passar para o computador. Por isso, preguiçosamente, vou usar fotografias aqui do jardim, já feitas no outro dia.

E, como é bom de ver, não vi televisão nem faço ideia se o Rendeiro ainda está com febre, se o Rio já não está a deitar sangue pelo nariz ou se as sonsas do Bloco e os marafados do PCP continuam focados em dizer mal do PS, fazendo tudo para abrirem a porta à direita. Por isso,  sobre essas matérias, nada poderei dizer. 


O que posso dizer é que estamos já com um pé na primavera. Aliás, mais do que isso: a minha cabeça também já está na primavera. E á só me apetece é dias a ficarem grandes, sol a ficar quente e, tomara, daqui a nada o jardim e a casa a ficarem cheios de crianças, de risos e com todos à volta da mesma mesa. Só não sei é se isso será na primavera ou só no verão. Mas qualquer dia estamos lá. Na boa.

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Desejo-vos um belo dia de domingo

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