sexta-feira, junho 11, 2021

Medina-o-ex-Secreto e o estranho caso do buraco que se abriu sob os seus pés.
E outro, igualmente perigoso, em Puebla, México

 

Há coisas que me parecem tão injustificáveis e tão absurdas que me custa a falar sobre elas. 

Aparentemente era um hábito. E isso ainda mais bizarro me parece. 

Mas tenho dificuldade em falar do que não conheço, em especial de coisas tão estranhas que devem ter qualquer explicação para além da que pode ser publicamente dada.

O mundo dos serviços secretos é um mundo paralelo, subterrâneo, que se alimenta de muitos contactos inconfessáveis. Nestas matérias, a única coisa que podemos ter como certa é que o que se sabe é apenas uma ínfima, muito ínfima, parte do que há para saber.

Quem, nestes domínios, ao descobrir uma coisita, se ache o maior e se indigne, peça prestação de contas, bata o pé ou dê murros na mesa estará apena a mostrar como é ingénuo.

Ao saber da notícia, de imediato pensei: Roma não paga a traidores. E, cá para mim, ao pensar no Medina, sentenciei: Já foste. Mas depois aconselhei-me a não fazer juízos precipitados. Nem a favor, nem contra. Esperar para ver. Ou constatar que, não tarda, talvez isto passe à história. Veremos. São areias movediças e, nestas coisas, costuma ser prudente a gente não se aproximar muito. 

Por princípio, é absurdo e impensável que uma instituição pública envie informação de cidadãos que se manifestam a outros estados. Claro que é. Mas não vou além dos princípios... porque quanto aos meios e aos fins... não tenho informação que me permita acrescentar o que quer que seja. 

O que sei é que a informação que circula de forma oculta é, e sempre foi e sempre será, de uma magnitude que mais vale a gente nem pensar nisso para não dar em maluca. A começar, como tantas vezes tenho dito, toda a que reside nas redes sociais e nas plataformas de partilha de informação, tais como facebook, instagram, twitter, whtasapp e que meio mundo ciosamente auto-alimenta, sem cuidar de que isso é um maná para as agências de informação. 

Portanto, neste capítulo, o que tenho a dizer é que quem tenha barbas as ponha de molho.

Ao ouvir a notícia lembrei-me ainda de uma situação. Uma vez tive conhecimento de uma coisa que se tinha feita numa das áreas sob minha responsabilidade. Fiquei passada. Como era possível? Não queria que se fizesse aquilo. Que coisa. E como não tinha eu conhecimento de que aquilo se fazia? -- estava indignada, furiosa. O meu braço direito da altura, pessoa já de uma certa idade e com uma maturidade que impunha respeito, disse-me: 'Mas acha que sabe tudo o que se passa nas suas áreas..? Não sabe. E o melhor é não saber... ' Nunca mais me esqueci disso.

Portanto, sobre a Câmara de Lisboa e sobre os manifestantes anti-Putin, vou esperar para ver, sabendo que apenas nos darão a ver uma minúscula parcela do muito que haveria para ver. Mas há coisas que são mesmo assim. E, por muita curiosidade que tenhamos, teremos que que admitir que muito daquilo não é para o nosso bico.

Geralmente a coisa acaba com uns quantos bodes a expiarem culpas alheias. Uns funcionários serão sacrificados. Podem ser funcionários administrativos que serão transferidos para outro serviço, podem ser adidos ou gente das embaixadas que é mandada pregar para outra freguesia. E o povo dá-se por satisfeito, pensarão que a justiça foi feita... e segue o baile.

Tirando isso, o que despertou a minha atenção foi o que aconteceu perto de Puebla, México. 

Puebla, Mexico
A giant sinkhole, measuring 110 metres at its widest point, has appeared 20km north-west of Puebla
Photograph: Hector Vivas/Getty


A terra começou a esvair-se, abrindo um buraco. Tinha cerca de cinco metros de diâmetro, quando começou -- o que já era um buracão. Só que o buracão não tem parado de aumentar. Está a assumir uma forma ovalada e, à data em que a notícia foi escrita, na parte mais larga, já ia em cento e dez metros, uma enorme cratera. A terra está a ser sugada. No fundo, a vinte metros, água barracenta. 

Num dos rebordos, uma casa ainda resistia. Não sei se a esta hora ainda resiste. 

Já li várias explicações e todas devem ser plausíveis mas isso não atenua o espanto e o medo das pessoas que vivem por perto.

Mas será que é só ali que se correm riscos destes, loucos, perigosos, imprevistos? Será que estamos livres de um dia estarmos na rua e o chão sob os nossos pés se abater?

Provavelmente é isto que o Medina está a sentir. Uma lição de humildade que, diga-se em abono da verdade, também não lhe faz mal nenhum.

Mas, metáforas à parte, é bom que, a aparecerem mais buaquinhos destes, fuinhos nascidos do nada, apareçam no meio de descampados em lugares do além, sem casas ou pessoas ou carros a serem sugados para o interior da terra, lá onde os labirintos secretos atravessam o reino dos bichos secretos, dos seres mágicos, da nascente de todos os mares, da fonte de todas as lavas.

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Desejo-vos uma feliz Thanks-God-It's-Friday

Saúde. Alegria. Crença.

4 comentários:

Francisco de Sousa Rodrigues disse...

É isso mesmo, se fez asneira que venham as consequências, que infelizmente se traduzirão numa muito provável vitória de uma candidatura que não tinha hipótese e que não vejo muito competente.

Parece que vem para aí calor para o fds, já me estou a precaver para o gozar em grande (hoje está um tempo cinza chatíssimo por aqui).

Um rico dia!

Anónimo disse...

Fizeram-lhe a cama e o Medina deitou-se nela sem pestanejar.
A "cagona-louca" deitou para fora todo ódio que vai naquela cabecinha minúscula.
O seu patrãozinho deve ter dado saltinhos de satisfação e por bem empregue os patacos que lhe paga.
Ontem a CS ficou feliz com a fartura da palha podre que teve e que consome diariamente.
No dia 10 de Junho as tvs mostraram a verdadeira raça e todos os burros felizes...

Pôr do Sol disse...

Por favor não queiram que o presidente de um banco, país ou camara municipal controle tudo o que se passa desde o economato à impressa.

Se a lei em que foi baseado o erro da CML data de 1974, o que fazem os duzentos e tal deputados que ainda não propuseram a sua revisão? Só lá estão para apontar erros ao governo?

A Russia não precisou das informações que lhe enviaram para saber tudo o que quer e muito mais.

Tudo se resume à "porca da politica" em ano de eleições.

Haja paciencia!

Anónimo disse...

Estes procedimentos, segundo o Diário de Notícias, estão a cargo da secretaria-geral da CML, dirigida por Alberto Laplaine Guimarães, militante do CDS e pai do actual vice-presidente centrista, Francisco Laplaine Guimarães.