quinta-feira, setembro 24, 2020

Sobre a pulhice que a Joana Mortágua fez à Inês de Medeiros a propósito da maravilhosa vista dos bairros sociais de Almada.
E, ainda. o que dizem as velhas aos jovens que aos trinta e tal anos se portam como se tivessem mais de noventa

 


Ontem à noite a minha filha enviou-me o vídeo no qual a Inês de Medeiros gabava a boa vista dos bairros sociais de Almada. Não percebi porque mo mandava. Sem se pronunciar sobre o que ali estava, limitou-se a dizer que as redes sociais não falavam de outra coisa. Respondi que não conseguia formar ideia sobre 29" descontextualizados. E não liguei patavina.

Para meu espanto, hoje não se falava noutra coisa, até a televisão para lá foi, meio mundo a querer armar a barraca sobre tal solo. 

Li que foi a Joana Mortágua que o divulgou. E isso, do que li e ouvi, foi a única coisa que me pareceu mal. A deslealdade, a coscuvilhice, o mau carácter que a mana Mortágua aqui revela é que me parece repelente. Que mal tem dizer a verdade? É verdade que os bairros sociais de Almada, nomeadamente aqueles a que Inês se refere, têm uma vista espectacular. Porque não o poderia dizer? 

Algumas vezes já eu própria o referi: sorte a das pessoas que aqui vivem, a de terem uma vista destas. Claro que quem ali mora terá uma vida difícil, claro que as suas casas não são palácios. Em Almada nem em qualquer outro lugar do mundo. Mas têm uma vista extraordinária. É a mais pura das verdades. Acresce que, segundo leio, Inês de Medeiros, na intervenção da qual a intriguista mana Mortágua extraíu os 29" com os quais pretendeu apunhalar Inês de Medeiros pelas costas, garantiu que no concelho da Margem Sul não existe “um sistema de guetização”, estando o Executivo focado em lançar uma política “em sentido contrário”, com mistura de diferentes grupos sociais. Mas isso a menina Mortágua já não disse. Claro que não. Se tivesse divulgado o teor do que Inês de Medeiros defendeu, estragava o efeito da bomba que pretendeu largar. 

E o que tem a aprovação de um hotel em Porto Brandão a ver com aquilo? Sonsa, esta mana Mortágua, sonsa e enviesada, escalena. Tantas vezes eu também lamentei que lugares que são dos mais lindos do mundo não fossem de conhecimento alargado, não fossem divulgados, não fossem aproveitados para um turismo de qualidade. Quantas vezes andei ali pelo meio a fotografar aqueles navios abandonados, aquela vista fabulosa. Muito inteligente o ter-se aprovado a construção de um hotel de qualidade em Porto Brandão.

Estas  pretensas moralistas, estas intriguistas que se alimentam disto, revelam a toda a hora aquilo de que são capazes. Dantes, quando eu assistia a gestos destes, sentia o desprezo que ainda hoje sinto mas acreditava que, tal como eu, toda a gente as iria também desprezar pois, julgava eu, aquela velha máxima de que Roma não paga a traidores prevaleceria. Mas hoje já não fico tão tranquila pois o que constato é que as vilezas de que as meninas do BE são capazes colhem mais do que as ortodoxias do PCP. Se a nível legislativo não me apanham a votar nem num nem noutro, a verdade é que o PCP, sendo gente frequentemente facciosa e pouco aberta à mudança, é, na maioria, gente séria, leal, gente de carácter, gente de quem se pode dizer que what you see is what you get.

E sobre a sacanice da Joana Mortágua não digo mais nada, não me apetece. Sempre que estou perante gente que se põe em bicos de pés para exibir a sua veia populista, só me apetece virar-lhes costas, ignorá-las, votá-las ao mais absoluto desprezo, deixando-os a falar sozinhos.

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E passo a um outro tema que, se calhar, não tem nada a ver. Se calhar.

Pasmo muitas vezes com o conservadorismo de alguma gente nova. Tentando apresentar-se como moderninhas, causas fracturantes e o escambau, meninas muito avant garde, mostram muitas vezes que têm ideias quadradonas, que concebem estruturas de vida que não estão com nada, meninas que não têm noção do ridículo em que caem quando se armam em vizinhas e preparam insidiosas armadilhas a quem, de frente, fala sem premeditação. Meninas que se acham sábias, sabichonas, que gostam de dar lições. Não suporto. Cresceram velhas e o pior é que são mais velhas, mais descarnadas e cerebralmente mais esvaziadas do que muita velha carregada de anos biológicos mas com uma jovial leveza na alma e a cabecinha carregada de neurónios a bombar.

Olhem bem o conselho das Avós da Razão a uma jovem de 33 anos

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E um dia feliz para si

7 comentários:

Anónimo disse...

Estavas, linda Inês, posta em sossego, / De teus anos colhendo doce fruto...

Francisco de Sousa Rodrigues disse...

Não desta, mas claro, vale tudo para espurgar os próprios fantasmas, porque se há meio onde, por muito esquerdistas que se digam, existe muito boa gente incapaz de compreender o que é viver com recursos limitados é para os lados do BE, daí que se me der o espírito revolucionário a alternativa é o PCP.

Quanto aos jovens conservadores, das duas uma, ou não construíram uma identidade que os diferencie da ascendência ou a ascendência muito "avant-garde" teve grandes falhas e gerou uns botas-de-elàstico, caretões, em quem eros não tem permissão para habitar.

Um rico dia para a Riqueza!

Francisco de Sousa Rodrigues disse...

Errata: Em vez de "Não desta", leia-se "Não sabia desta (da Mortágua/Medeiros)".

Anónimo disse...

Estas manas Mortágua,são umas presunçosas de merda. Se a valia destas manas, rende-se 10% da presunção que têm, eram minimamente aceitáveis. Disparate de arrogância nestas manas.

Prosperine disse...

"Pasmo muitas vezes com o conservadorismo de alguma gente nova. Tentando apresentar-se como moderninhas, causas fracturantes e o escambau, meninas muito avant garde, mostram muitas vezes que têm ideias quadradonas, que concebem estruturas de vida que não estão com nada, meninas que não têm noção do ridículo em que caem quando se armam em vizinhas e preparam insidiosas armadilhas a quem, de frente, fala sem premeditação. Meninas que se acham sábias, sabichonas, que gostam de dar lições." - Retirando a nota política do post, (atenção, que não estou de forma alguma a critcar), subscrevo na íntegra. Ser Mulher com "M" grande, não é para todas! Só lhes resta ser insidiosas, e sar batôm, porque enfim...o que me remete de novo para Coco Chanel...ai se "elas" soubessem! :-)

Isabel Pires disse...

UJM, nem sabia que havia 'envolvimento' da Mortágua na divulgação do assunto e se soubesse era igual (dela ou de outra pessoa) para formar a minha opinião, que é a de considerar que a presidente não esteve bem ao proferir tais afirmações em discurso público. Também já as ouvi em contexto e mantenho a opinião do deslize de insensibilidade (ou falta de solidariedade) barrada de 'ingenuidade' bacoca e acho que piora quando ela remete para o contexto.
Também, esta minha opinião não tem que ver com quem a disse ou com a filiação partidária a que pertence (e eu não a tenho, nem tenho simpatias a este nível), pois consideraria inadequado dito por qualquer pessoa, em especial com responsabilidades ao nível autárquico.



Bmonteiro disse...

Hotel Porto Brandão?
Sim e se acompanhado por pequeno projecto de reabilitação na pequena zona, melhor.
A meia encosta, para W à superfície e em subterrâneo, as 'ruinas' do local de recolha de gente de navios vindos de África ou Brasil, com maleitas perigosas, assim travada de entrar em Lisboa, século XVII/XIX;
No topo da encosta W, perto de 20 hectares de terreno dos generais de Angola...
Sorte de um amigo meu ali residente e 'segurança' pela zona.