No seu pequeno jardim, a minha mãe tem rosas. Tem sempre rosas muito perfumadas e com cores muito bonitas. Não sei onde as arranja, nunca me ocorreu perguntar-lhe.
Muitas vezes quando vou a sair, o meu marido já no carro à minha espera, ela chama a minha atenção: 'Já viste a cor daquelas rosas?' e eu olho, vou ver, vou cheirar e, muitas vezes, pasmar com a imprevista beleza daquelas flores. Agora tem umas novas. São cor de salmão, quase cor de laranja. Nunca tinha visto umas rosas daquela cor. Lindas, lindas, absolutamente femininas.
Muitas vezes quando vou a sair, o meu marido já no carro à minha espera, ela chama a minha atenção: 'Já viste a cor daquelas rosas?' e eu olho, vou ver, vou cheirar e, muitas vezes, pasmar com a imprevista beleza daquelas flores. Agora tem umas novas. São cor de salmão, quase cor de laranja. Nunca tinha visto umas rosas daquela cor. Lindas, lindas, absolutamente femininas.
Tem também rosas brancas. Rosas brancas, ou, talvez, cor de pérola -- porque brancas, brancas, elas não são -- são sempre sofisticadas. E, no centro do canteiro do meio, tem umas em cor de rosa, um cor de rosa afirmativo, quase pink. Também tem, por vezes, no canto do canteiro junto ao muro, rosas em encarnado profundo, tinto, umas rosas quase dramáticas.
Comigo, in heaven, as rosas não se dão. As rosas precisam de cuidado, não podem sofrer temperaturas extremadas, não podem sofrer a inclemência das securas ou dos ventos intensos. Sá um dia que eu esteja lá mais assiduamente e possa ter um canteiro abrigado para elas. As rosas, femininas como são, são bicho de requebros, requerem atenção, olhares devotos pousados na sua pele, alguém que aspire o seu perfume e reconheça a sua intrínseca beleza.
O que lá se dá, e eu gosto muito -- e, quando estão floridas, estou sempre a avisar que não se confunda com silvas -- são as roseiras silvestres que dão efémeras e muito perfumadas rosas em Maio. Têm aquele perfume que, para sempre associarei aos domingos de Maio em que se celebrava a primeira comunhão dos meninos da minha escola e à pequena capela decorada com gipsófila e rosinhas onde eu estava de anjinho e onde, uma vez, tomei pela primeira vez a hóstia e não fui de anjinho mas com um vestidinho de renda branca que salvo erro também usei quando fui de menina das alianças no casamento dos meus tios.
O que lá se dá, e eu gosto muito -- e, quando estão floridas, estou sempre a avisar que não se confunda com silvas -- são as roseiras silvestres que dão efémeras e muito perfumadas rosas em Maio. Têm aquele perfume que, para sempre associarei aos domingos de Maio em que se celebrava a primeira comunhão dos meninos da minha escola e à pequena capela decorada com gipsófila e rosinhas onde eu estava de anjinho e onde, uma vez, tomei pela primeira vez a hóstia e não fui de anjinho mas com um vestidinho de renda branca que salvo erro também usei quando fui de menina das alianças no casamento dos meus tios.
E mais ainda desde que, em boa hora, me contaram o milagre da rosa de Paracelso e eu, para sempre, fiquei presa a esse milagre, a essas palavras. E, nos meus pensamentos mais secretos, eu recordo essa rosa que sempre renasce, sempre, apesar de viver naquele reino misterioso em que vive um certo tigre azul que se esconde no meu coração.
Estas que aqui abaixo, no vídeo, se vêem, lindas e perfeitas, tâm a graça suplementar de crescerem no Quénia e de serem as mãos cuidadosas de mulheres como Winnie Gathonie Njonge que delas tratam com mil desvelos até que as colhem e deixam que atravessem lonjuras para ir encantar gente de terras longínquas.
Some of the best roses in the world bloom in Kenya. While the country is widely known for its scenic national parks and wildlife reserves, it’s also a major flower producer. Winnie Gathonie Njonge is the production manager at Nini Flowers, which sits on the shores of Lake Naivasha. She knows all there is about growing perfect roses and oversees the harvesting of 300,000 to 450,000 a day. “The ultimate goal of growing roses is to make other people happy,” she says. It brings her joy to know the roses she cultivates are sent to the United States, Japan and other countries, spreading love and beauty all over the world.
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Estava na dúvida: apetecia-me uma música dançável mas, ao mesmo tempo, queria que tivesse a ver com rosas. Acabei por decidir-me pelo Bécauld, 'L'important c'est la rose' que não sei se é a mais indicada. Mas, enfim, talvez seja, talvez seja boa também para dançar, uma dança feliz como devem ser todas as danças que se dançam nos braços de quem se ama. E se a mulher tiver no cabelo uma rosa tanto melhor. Ou, se o penteado a tal não se proporcionar, pois que a coloque no decote. Uma rosa bela, renascida, eterna, encostada ao coração nesta bela noite de verão.
4 comentários:
Olá, UJM
lamento desiludi-la mas esse vídeo nada tem de belo pois a produção intensiva é feita à custa de químicos, e está a destruir todo o ambiente.
Basta ler os comentários que o acompanham
Assim como o trabalho escravo dos apanhadores de rosas
Há documentários e várias reportagens nos medias a denunciar a situação
Beijos, GG
Boa tarde UJM,
Tem toda a razão, uma rosa é uma rosa é uma rosa. As da Sra, sua Mãe, sendo as aqui mostradas são as mais bonitas.
Tenho uma neta, agora com 12 anos, que desde muito pequenina elegeu a rosa como a unica flor.
Pedia-nos várias vezes que fossemos àquela roseireira para levar uma rosa à mamã.
Ainda hoje se quer oferecer flores a tias avó mãe ou pai só escolhe rosas, e curiosamente nunca brancas.
Não sabe, ou não lhe interessa, o nome das outras flores e rejeita até a existência de algumas, como as estrelicias que as compara a passaros castigados a não puderem voar.
Não tenho valorizado muito estes gostos esperando que passe, mas por vezes penso se não deveria pedir a alguem especializado que os analizasse.
Quando no jogo das palavras o tema são flores, nunca quer pois perde sempre por só se lembrar de rosas.
Um beijinho e uma boa semana.
Olá GG
Pois não fazia ideia, não li os comentários. E agora, sabendo-o, fiquei na dúvida se devia tirar o vídeo mas depois pensei que com o seu comentário fica denunciada a situação, não apenas dos químicos como dos baixos salários. Mas é sempre uma história com vários lados: por um lado dá trabalho às pessoas que, se calhar, de outra maneira, seriam mais pobres. Mas, por outro, poderia dar trabalho sem os contras. Um mundo imperfeito, não é mesmo...?
E obrigada pelo alerta, GG.
Olá Pòr do Sol,
Tem alma de poeta a sua princesinha linda. E já doze anos! O tempo passa... Mas deixe-a sonhar com rosas e com palavras... É preciso é que isso não seja sintoma de alguma tristeza. Se for, então é ver o que a preocupa para que possa pensar em rosas, em pássaros, em cores, com a despreocupação das crianças (se bem que já está é a entrar na adolescência).
Agora se a vir alegre, acho que até deve ser bom ouvi-la. É pedir-lhe que escreva poemas, letras de canções, coisas que ela goste de fazer.
E muitas rosas para si, Sol Nascente. Um beijinho de amizade.
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