segunda-feira, maio 06, 2019

Por favor, encontrem o Professor Marcelo -
- ouçam o ansioso apelo do marido da UJM


  • As esquerdas & direitas encostadas -- e às cavalitas do Mário Nogueira -- armaram um caldinho, 
  • a pimenta chegou ao nariz do Costa, 
  • passou o fim de semana -- com o Relvas e o Marques Mendes a desancarem no Rio e o Pires de Lima a desancar na Cristas 
  • e tudo o que é correligionário dos PàFs a tentar perceber o que tinha acontecido para o Rio e a Cristas aparecerem de braço dado com o Jerónimo, a Catarina e o Nogueira, 
  • e, então, despassarados, com as calças na mão, sem saberem de outra forma de descalçar a bota, as direiras fizeram novo flic-flac e, pimbas, recuaram, 
  • vieram confessar que aquilo tinha sido uma coisa na base do faz de conta, 
  • percebeu-se que, afinal, ninguém tinha querido, estavam todos a contar que os outros chumbassem -- e todos, sonsos, não chumbaram -- e portanto, por azar, aquilo passou 
  • e que mais valia era fazer de conta que não tinha acontecido, 
  • e os comentadores ao rubro a apontarem o dedo a um e a outro e tudo aparvalhado com a falta de tino daquela coligação negativa, 
  • e...
... e, no meio disto, Marcelo na moita. Silêncio. Nem uma palavra, nem uma linha. Silêncio. Não há eléctrico que descarrile, não há desacato que aconteça, não há unha que se parta que o Professor Marcelo não apareça logo a averiguar, a consolar, a dar um beijinho e a fazer uma selfie. E com isto tudo... nada. Nada. Ter-se-á evaporado? Terá fugido a sete pés? Ter-se-á fartado da piolheira? Achou que isto não é tema à sua altura? What?

Não se percebe.

Depois de todo o santo dia ouvir o meu marido a perguntar por ele, resolvi gravar o seu apelo. Aqui está:


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E já cá volto para falar de sindicalismo e etc.

4 comentários:

Anónimo disse...

Cara UJM, o PR, e muito bem, não tem de se pronunciar, publicamente, sobre esta crise artificial, inventada pelo Sr. Costa. O seu dever é manter-se “recatado” e, quando – e se – o momento político assim o exigir, então sim, dar a conhecer o que pensa e o que irá decidir. A última coisa que se espera de um PR é adicionar lenha à fogueira. Costa fez um teatro. Bom, é lá com ele. A Oposição de Direita ridicularizou-se, é lá com ela. Rio queimou qualquer hipótese de futuro entendimento com o dito Costa, é lá com eles. O BE e o PCP sempre mantiveram as suas posições, embora discutíveis, é lá com eles. Haja, todavia, alguma transparência para com o eleitorado, nas próximas Legislativas. Nos vários temas que estarão em cima da mesa. Não creio, porém, que vá existir. Nem da parte deste PM (expectável), nem da Oposição (expectável, igualmente). É o País que temos. Ou melhor, que temos vindo a permitir. A propósito do que escreve neste Post, ocorreu-me ir repescar o que Daniel Oliveira disse, sobre esta Crise política artificial. Cito:” «De repente, fez-se luz. Percebeu-se o que pretendia António Costa com a mudança radical e repentina na proposta do Governo para a Lei de Bases da Saúde, que tinha resultado de uma negociação em que ele próprio participara. Havia pressões e Costa aproveitou a oportunidade. Precisava de criar o ambiente político para a campanha que tem na cabeça. Ele quer o melhor de dois mundos. Depois de ter as vantagens do apoio da esquerda, quer as vantagens de não o ter. Depois de uma maioria sem maioria, quer recuperar o voto útil que morreu quando mostrou que era possível governar com os votos do BE e do PCP sem ficar em primeiro. Um bom final de mandato da ‘geringonça’ impedia a dramatização. Com o cenário montado, era preciso fazer esquecer a lealdade por vezes dolorosa com que os “irresponsáveis” do Bloco e do PCP aprovaram quatro orçamentos que foram além das exigências europeias. E para a dinamitação da ‘geringonça’ teve de remover Pedro Nuno Santos do lugar de pivô. /…/ Apesar de BE e PCP o terem deixado governar quase sem sobressaltos estes quatro anos, o velho PS quer rédea solta. Só que António Costa não vai ter maio¬ria absoluta. Vai governar com quem depois deste truque de última hora a pensar, como é seu hábito, apenas nos próximos meses? Esta é a pergunta dramática que nos vai fazer na campanha para nos sacar o voto. Em nome de uma ambição pessoal demasiado pequena para as circunstâncias, Costa montou uma encenação que atira por terra uma mudança histórica na política portuguesa, que a esquerda europeia via como exemplo. Este seria o único legado decente de uma geração falhada de políticos à esquerda. Porque, infelizmente, tudo em António Costa é tática, nada em António Costa é convicção. Isso é coisa que toda a gente de dentro do PS me avisa há anos. Foi a ‘geringonça’ que salvou o PS do destino dos restantes partidos socialistas europeus. Terá de ser uma nova geração de políticos a impedir que o calculismo continue a deitar tudo a perder. Ao apostar todas as fichas num fim triste para a ‘geringonça’, Costa semeia a desilusão e o desalento nos que apoiaram esta solução política. Mesmo que consiga vitórias circunstanciais, a derrota é brutal. E é por isso que, esta semana, António Costa se juntou à tralha do passado.»

Daniel Oliveira)"

P.Rufino

PS: Desejos de uma boa semana!

Um Jeito Manso disse...

P. Rufino,

Como lhe disse, o Daniel Oliveira ficou passado com o apoio da direita, com o qual não contavam. Contavam que aquilo não passasse para depois aparecerem como os amigos dos professores que não puderam fazer a benfeitoria porque a direita os impediu. Azar. A direita juntou-se a eles e estragou-lhes a narrativa. Ficaram, portanto, sem saber o que dizer.

E, não podendo dizer muito, viraram-se contra o Costa, não se percebe bem porquê. Podiam ter-se virado contra o mau tempo, contra os ventos do deserto, contra as marés vivas demais para a época do ano, contra o excesso de turistas. Qualquer coisa. Mas, falhando o alvo, viraram-se contra o Costa que foi o que soube manter-se responsáve e falar de forma clara e inteligente, merecendo o apoio generalizado do país.

Daniel Oliveira está a fazer uma leitura errada dos acontecimentos. Desde que o conheço já o vi enganar-se muitas vezes. A inteligência emocional turva-se-lhe muito, impedindo-o de fazer uma leitura correcta das coisas.

Tantas vezes já ele se alinhou e desalinhou com movimentos políticos e com ideais que uma coisa já os seus seguidores deveriam ter percebido: o Daniel Oliveira não é propriamente o melhor guia que se pode ter.

Uma boa semana, P. Rufino

Francisco de Sousa Rodrigues disse...

Por muita simpatia que tenha, em geral, pelo Daniel Oliveira, a UJM tem toda a razão em referir que ele por vezes segue por caminhos tortuosos e quiçá muito movediços.

O Salazar deve rir-se lá onde estiver ao ver que o joio do corporativismo vingou e não há quem o erradique.

Quanto ao Professor Marcelo, não sei o que será mais indicado, botar ou não botar faladura...

Uma bela semana.

Francisco de Sousa Rodrigues disse...

O seu marido está demais!!
Que máximo!!

Um abraço.