quinta-feira, maio 16, 2019

Não me registo no Nónio porque quero continuar a respeitar o jornalismo português.
E gostava de saber se a ERC nãp pode proibir esta ideia estúpida e aberrante.


Serei a única pessoa a ter vontade de protestar todos os dias, fazer manisfestações, greves? Ou avançar com providências cautelares para proibir esta estupidez do Nónio?

Pasmo por não ver protesto a sério. Apenas hoje ouvi a Fernanda Câncio e, juro, até fiquei com pena. Nunca tinha visto este atentado como um atentado aos jornalistas, via-o apenas como atentado aos leitores. Mas, de facto, isto é também um rude golpe no orgulho profissional dos jornalistas. Mais, isto é um golpe não apenas rude como baixo no jornalismo português.

Diz ela: É verdade que andamos, no jornalismo, que nem baratas tontas a tentar perceber como sobreviver. Mas era escusado sermos tão claros nesta cena de "se não podes vencê-los junta-te a eles."

Para que fique claro que esta porcaria do Nónio não tem nada a ver com jornalismo mas é, isso sim, uma tentativa saloia mara mimetizar o Facebook, transcrevo:
O objectivo do Nónio é a recolha de dados pessoais dos internautas, partindo das informações que o utilizador fornece no registo e recolhendo depois outros dados desde os artigos lidos ao sistema operativo usado. Com o Nónio, as empresas de media dos grupos Público, Cofina, Global Media, Renascença Multimédia, Impresa e Media Capital pretendem traçar um perfil pormenorizado de cada visitante para lhes direccionar anúncios que respondam aos seus interesses e motivações. 
Repito o que ontem escrevi: quero ser eu a escolher o que leio, o que me apetece ler, o que ver em primeiro, segundo, terceiro... e último lugar. Não quero que essa coisa do Nónio cozinhe as notícias e julgando interpretar as minhas preferências me dê a comer à boca o que entender (onde certamente se incluirão coisas do Correio da Manha, TVI Reality e outras sucatas).

Portanto, com pena minha, vejo-me forçada a não ler o trabalho dos jornalistas sérios do meu país e a ter que me informar apenas em jornais estrangeiros. 

E daqui lanço um apeço à ERC, à Ordem dos Jornalistas e ao próprio Presidente Marcelo: a bem da dignidade do jornalismo português, acabe-se com esta vergonha chamada Nónio.

9 comentários:

eduardo. gastão. ramos disse...

Mas para que serve a ERC? e a ordem dos jornalistas? não tenhamos ilusões não servem rigorosamente para nada

Paulo disse...

Essa coisa é uma palhaçada. Mas, para já, aquilo é muito fácil de contornar. Usando o Chrome ou o Firefox é só adicionar uma extensãozita tipo https://addons.mozilla.org/en-US/firefox/addon/nonioblocker/ e já está.

Um Jeito Manso disse...

Olá Eduardo Gastão Ramos,

tenho essa dúvida. Não servirão mesmo para nada?

Um Jeito Manso disse...

Olá Paulo,

Boa dica! Gracias. Quer dizer mesmo como fazer para quem não é pro como usted?

Agradeço em nome de todos quantos odeiam essa porcaria do Nonio.

Abraço, Paulo

Maria Santana disse...

Estou consigo!

Paulo Batista disse...

Boas,

Para quem usa firefox: basta abrir o link acima e clikar em "add to firefox". No Chrome o processo é semelhante, mas o endereço é este: https://chrome.google.com/webstore/detail/nonioblocker/mgjhmbdcblaeiplecddckgalpiceoiaj?hl=en-US

Uma nota:
Esta coisa do Nonio é parva, mas pelo menos sabemos mais claramente ao que vem (e a personalização de contéudos não tem de ser "má"... e para o fazer é necessário recolher dados das pessoas). Note-se no entanto que quase sempre que abrimos a internet e usamos um qualquer serviço estamos sobre a alçada de mecanismos destes, para os quais geralmente nao temos consciência (e são muito mais pervarsivos do que o NONIO). Mais: já não chegava as novas TIC tornarem o custo marginal da reprodução de notícias praticamente zero (facilitando a sua disseminação gratuita - note-se que o custo do jornal físico incorporava per si um valor para "remunerar" a produção da informação... coisa que se perde quando o suporte físico deixa de existir e assim não dá para associar esse "lucro" ao custo marginal da reprodução...), como ainda por cima os próprios orgãos de comunicação social perderam o controlo sobre a publicidade que vendem e fazem. Hoje, a gestão da publicidade nos websites dos jornais é feita recorrendo à plataforma de gestão de anúncios da google, o que implica pagar ao google por esse serviço e, ao mesmo tempo, abdicar da relação / negociação direta com o anunciante (ou seu representante). Assim, o NONIO parece ser uma iniciativa da comunicação social de criar uma plataforma que procure fazer frente ao oligopólio do Google (mas também de coisas como o Facebook, Twiter, a própria Microsoft etc), internalizando alguma dessa informação que nós já damos gratuitamente ao Google, Facebook, Microsoft etc...
É chato receber publicidade direccionada nos jornais? Pois muito bem, mas colocar o estado a regular estas coisas vale o que vale... proibir o NONIO talvez beneficie mais os métodos pervasivos da Google e afins do que defenda os leitores e os jornalistas e os cidadãos no geral... Mais, muitas vezes, a regulação do estado, quando existe, serve exatamente para proteger os grandes oligopólios e os players já instalados. É o que acontece com o facto de se tornarem ilegais certas actividades classificadas como "pirataria". Um caso paradigmático? A industria das publicações científicas e a cruzada do estado contra um serviço pirata como o Sci-hub.

Isto é tudo muito muito mais complexo do que um NONIO como a encarnação do mal.
O NONIO é sobretudo uma burrice. Primeiro: afasta leitores ao invés de captar, tornando o orgão de comunicação mais irrelevante; Segundo: é facilmente contornável...

PS: como em muitos negócios da internet aplica-se o fenómeno do "winner take all", que leva a que os grandes grupos de comunicação estrangeiros possam oferecer conteúdos gratuitos e sem grandes barreiras pelo simples facto de capturarem praticamente o mercado todo...

Abraço

soudocontra disse...

Olá, boa tarde. Descobri agora um link a falar do Nónio, como tem que ser falado, ou seja, de modo a acabar-se com este terrível sistema que controla a "vida" das pessoas que frequentam a internet, duma forma perfeitamente asquerosa. É o seguinte link - https://nonio.pt/.
E parabéns pela sua forma de esclarecer as pessoas de todos os sistemas que as possam prejudicar, não só via internet como e principalmente, pela via política!!!

Um Jeito Manso disse...

Obrigada , SoudoContra, não apenas pelas palavras simpáticas como pelo link para melhor se perceber de que é a«que a casa gasta.

Abaixo o Nónio!

E que estupidez a de terem chamado Nónio a isto, não é?

Luis disse...

Estamos todos completamente anonizados há muito, como ou sem nónio.

O facto de não sabermos, não quer dizer que não estejamos.
Se soubéssemos não seria o Admirável Mundo Novo mas sim o 1984.

E é esse que nos vence, porque é a prisão que desejamos.

Quem não queira ser escrutinado, conduzido e vendido, é simples.

Primeiro desliga-se tudo o que seja online incluindo a televisão claro.

Lê-se em papel e vê-se em DVD. Pagamentos em dinheiro só.

Telefones desligados obviamente, que a Vodafone não é a única a saber por onde ando, e se fiz boa viagem. Junte-se os GPS à Lista.

E por aí fora..