Serei a única pessoa a ter vontade de protestar todos os dias, fazer manisfestações, greves? Ou avançar com providências cautelares para proibir esta estupidez do Nónio?
Pasmo por não ver protesto a sério. Apenas hoje ouvi a Fernanda Câncio e, juro, até fiquei com pena. Nunca tinha visto este atentado como um atentado aos jornalistas, via-o apenas como atentado aos leitores. Mas, de facto, isto é também um rude golpe no orgulho profissional dos jornalistas. Mais, isto é um golpe não apenas rude como baixo no jornalismo português.
Diz ela: É verdade que andamos, no jornalismo, que nem baratas tontas a tentar perceber como sobreviver. Mas era escusado sermos tão claros nesta cena de "se não podes vencê-los junta-te a eles."
Para que fique claro que esta porcaria do Nónio não tem nada a ver com jornalismo mas é, isso sim, uma tentativa saloia mara mimetizar o Facebook, transcrevo:
O objectivo do Nónio é a recolha de dados pessoais dos internautas, partindo das informações que o utilizador fornece no registo e recolhendo depois outros dados desde os artigos lidos ao sistema operativo usado. Com o Nónio, as empresas de media dos grupos Público, Cofina, Global Media, Renascença Multimédia, Impresa e Media Capital pretendem traçar um perfil pormenorizado de cada visitante para lhes direccionar anúncios que respondam aos seus interesses e motivações.
Repito o que ontem escrevi: quero ser eu a escolher o que leio, o que me apetece ler, o que ver em primeiro, segundo, terceiro... e último lugar. Não quero que essa coisa do Nónio cozinhe as notícias e julgando interpretar as minhas preferências me dê a comer à boca o que entender (onde certamente se incluirão coisas do Correio da Manha, TVI Reality e outras sucatas).
Portanto, com pena minha, vejo-me forçada a não ler o trabalho dos jornalistas sérios do meu país e a ter que me informar apenas em jornais estrangeiros.
E daqui lanço um apeço à ERC, à Ordem dos Jornalistas e ao próprio Presidente Marcelo: a bem da dignidade do jornalismo português, acabe-se com esta vergonha chamada Nónio.
9 comentários:
Mas para que serve a ERC? e a ordem dos jornalistas? não tenhamos ilusões não servem rigorosamente para nada
Essa coisa é uma palhaçada. Mas, para já, aquilo é muito fácil de contornar. Usando o Chrome ou o Firefox é só adicionar uma extensãozita tipo https://addons.mozilla.org/en-US/firefox/addon/nonioblocker/ e já está.
Olá Eduardo Gastão Ramos,
tenho essa dúvida. Não servirão mesmo para nada?
Olá Paulo,
Boa dica! Gracias. Quer dizer mesmo como fazer para quem não é pro como usted?
Agradeço em nome de todos quantos odeiam essa porcaria do Nonio.
Abraço, Paulo
Estou consigo!
Boas,
Para quem usa firefox: basta abrir o link acima e clikar em "add to firefox". No Chrome o processo é semelhante, mas o endereço é este: https://chrome.google.com/webstore/detail/nonioblocker/mgjhmbdcblaeiplecddckgalpiceoiaj?hl=en-US
Uma nota:
Esta coisa do Nonio é parva, mas pelo menos sabemos mais claramente ao que vem (e a personalização de contéudos não tem de ser "má"... e para o fazer é necessário recolher dados das pessoas). Note-se no entanto que quase sempre que abrimos a internet e usamos um qualquer serviço estamos sobre a alçada de mecanismos destes, para os quais geralmente nao temos consciência (e são muito mais pervarsivos do que o NONIO). Mais: já não chegava as novas TIC tornarem o custo marginal da reprodução de notícias praticamente zero (facilitando a sua disseminação gratuita - note-se que o custo do jornal físico incorporava per si um valor para "remunerar" a produção da informação... coisa que se perde quando o suporte físico deixa de existir e assim não dá para associar esse "lucro" ao custo marginal da reprodução...), como ainda por cima os próprios orgãos de comunicação social perderam o controlo sobre a publicidade que vendem e fazem. Hoje, a gestão da publicidade nos websites dos jornais é feita recorrendo à plataforma de gestão de anúncios da google, o que implica pagar ao google por esse serviço e, ao mesmo tempo, abdicar da relação / negociação direta com o anunciante (ou seu representante). Assim, o NONIO parece ser uma iniciativa da comunicação social de criar uma plataforma que procure fazer frente ao oligopólio do Google (mas também de coisas como o Facebook, Twiter, a própria Microsoft etc), internalizando alguma dessa informação que nós já damos gratuitamente ao Google, Facebook, Microsoft etc...
É chato receber publicidade direccionada nos jornais? Pois muito bem, mas colocar o estado a regular estas coisas vale o que vale... proibir o NONIO talvez beneficie mais os métodos pervasivos da Google e afins do que defenda os leitores e os jornalistas e os cidadãos no geral... Mais, muitas vezes, a regulação do estado, quando existe, serve exatamente para proteger os grandes oligopólios e os players já instalados. É o que acontece com o facto de se tornarem ilegais certas actividades classificadas como "pirataria". Um caso paradigmático? A industria das publicações científicas e a cruzada do estado contra um serviço pirata como o Sci-hub.
Isto é tudo muito muito mais complexo do que um NONIO como a encarnação do mal.
O NONIO é sobretudo uma burrice. Primeiro: afasta leitores ao invés de captar, tornando o orgão de comunicação mais irrelevante; Segundo: é facilmente contornável...
PS: como em muitos negócios da internet aplica-se o fenómeno do "winner take all", que leva a que os grandes grupos de comunicação estrangeiros possam oferecer conteúdos gratuitos e sem grandes barreiras pelo simples facto de capturarem praticamente o mercado todo...
Abraço
Olá, boa tarde. Descobri agora um link a falar do Nónio, como tem que ser falado, ou seja, de modo a acabar-se com este terrível sistema que controla a "vida" das pessoas que frequentam a internet, duma forma perfeitamente asquerosa. É o seguinte link - https://nonio.pt/.
E parabéns pela sua forma de esclarecer as pessoas de todos os sistemas que as possam prejudicar, não só via internet como e principalmente, pela via política!!!
Obrigada , SoudoContra, não apenas pelas palavras simpáticas como pelo link para melhor se perceber de que é a«que a casa gasta.
Abaixo o Nónio!
E que estupidez a de terem chamado Nónio a isto, não é?
Estamos todos completamente anonizados há muito, como ou sem nónio.
O facto de não sabermos, não quer dizer que não estejamos.
Se soubéssemos não seria o Admirável Mundo Novo mas sim o 1984.
E é esse que nos vence, porque é a prisão que desejamos.
Quem não queira ser escrutinado, conduzido e vendido, é simples.
Primeiro desliga-se tudo o que seja online incluindo a televisão claro.
Lê-se em papel e vê-se em DVD. Pagamentos em dinheiro só.
Telefones desligados obviamente, que a Vodafone não é a única a saber por onde ando, e se fiz boa viagem. Junte-se os GPS à Lista.
E por aí fora..
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