segunda-feira, abril 22, 2019

Uma extraordinária descoberta in heaven.
E mais um vídeo onde, orgulhosa, mostro o fruto do nosso trabalhinho.




De volta à cidade e tentando manter-me agarrada ao espírito sagrado do meu heaven, agora que já tratei da lida doméstica, aterro no meu sofá para rever fotografias e vídeos.

Tal como referi no post anterior, este domingo de Páscoa fiz uma descoberta que me deixou não apenas surpreendida como mais do que encantada.

Parece que, de semana para semana, aquele meu lugar é mais habitado. Os pássaros são invisíveis mas penso que cada vez são mais. Cantam, cantam. Um despique, cantares diferentes, alto e bom som, uma alegria. E lagartixas. E gatos. E volta e meia uns cãezinhos pequenos que vêm da casa do outro lado da estrada. E penso que coelhos que sempre os lá houve embora, tal como os pássaros, sejam geralmente invisíveis. E borboletas e abelhas e formigas.


E sei lá que outros seres por lá vivem. Espreitei melhor para um dos ramais da gruta e parece-me impossível que seja desabitada. Uma rocha linda, a que está dentro da gruta. Macia, umas cores inesperadas mas suaves.


Mas, então, andava eu por lá passarinhando e fotografando e filmando quando vi, em cima de um arbusto de alecrim, uns ramos já secos de pinheiro. Depois da fase do desbaste, enquanto o meu marido anda a acabar com os rebentos no chão, eu ando a apanhar restos de ramos, pauzinhos secos.

Então, quando me debrucei para os apanhar, ouvi um barulho. Depois, uma corrida assustada por entre os arbustos. Olhei e vi que tinha saído de lá a correr um gatinho branco. De manhã já tinham saído a correr, à minha frente, dois gatinhos brancos mas isso foi perto da casa e agora, ali, estava bem longe. Espreitei. A caruma quando cai dos pinheiros, forma uma cama no chão e, quando cai em cima de arbustos, fica como que suspensa -- e eu já tinha reparado que se formam uma espécie de tocas.

E foi no fundo de uma dessas tocas que vi outro gatinho branco, já grandinho e, olhando melhor, pelo menos mais dois bebés, um todo branquinho e outro preto e branco. E eu fiquei ali a olhar para eles e o maior a olhar para mim, um olhar fluido, quase transparente.

A princípio parecia-me apenas um. Mas depois vi uma cabecinha pequenina a mexer-se.

Aproximei-me. Foquei melhor. Baixei-me. O pequenino dava às patinhas, queria mexer-se.

Depois vi que, ao lado (à esquerda na fotografia), outro serzinho se mexia. Um gatinho preto e branco

Não percebo qual o papel do que fugiu e qual o do que ficou. Não me parecem ainda adultos mas a verdade é que ali estavam dois gatinhos bebés. Talvez este maior seja um irmão mais velho dos bebés. Não sei. Ou será a mãe e o que fugiu o pai? Seja como for, uma ternura.

Que este meu espaço acolha estas vidas que aqui se reproduzem não me parece apenas maravilhoso, parece-me bem mais que isso. Sinto-o como uma bênção, uma dádiva, um presente divino, uma recompensa que me enternece, mais um laço que aqui me prende de uma forma visceral.

Depois afastei-me devagarinho, para que percebessem que sou bicho de paz, que comigo podem sentir-se tranquilos.

Fiquei foi a pensar: de que se alimentam? O meu marido diz que caçam. Mas será que o que há dá bem não apenas para os animais crescidos como também para os bebés quando forem mais crescidinhos?

Bem. A natureza é mãe, sabe o que faz. Não vou pôr-me a levar ração para tornar os gatinhos gordos e preguiçosos.


Para gordinha e preguiçosa já basto eu que, de tarde, estive deitada ao sol, no banco de pedra debaixo do pinheiro grande (aquele da primeira fotografia, lá em cima).

Mas aqui chegada devo esclarecer que resolvi voltar a fazer dieta. À vinda não pedi para o meu marido se desviar para eu ir comer o gelado de kumquat que adoro e o meu jantar foi uma barrigada de fome. A ver se não vou voltar a poder usar, nas calmas, calças 40, justinhas - ah vou, vou. Nem que jejue durante dias, nem que fique todos os dias aqui a escrever e com uma vontade danada de ir comer amêndoas, bananas, queijo.

Mas pronto, mostro-vos mais um dos vídeos feitos hoje de manhã. Por vezes, parece que está com a imagem um bocado tremida, não sei porquê. Falta de jeito minha, só pode.

O meu marido ouviu-o, há bocado, e perguntou porque é que eu, ao princípio, parecia cansada.  Pois não sei. Tinha estado a caminhar e a apanhar ramos secos e coisas assim mas nada que me fizesse ficar cansada. Na volta sou eu que, antes de começar a gravar, retenho a respiração para ver se a voz me sai com maior potência e depois, em vez de voz, sai uma expiração ofegante. Mistérios. Mistérios irrelevantes, acho eu.

Mais um passeio in heaven para mostrar como as árvores foram limpas até grande altura


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A quem aqui chegou, convido a descer por aí abaixo que há mais vídeos e fotografias in heaven e mais desta conversa solta e sem nada a ver.

[Por exemplo, nada a ver com essa ave de quem ainda há umas pequenas coisitas por descobrir, esse tal Pardal, Pedro Pardal Henriques de seu nome]

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E a todos desejo uma bela semana a começar já por esta segunda-feira.

3 comentários:

Isabel disse...

Tão lindinhos os gatinhos!

Gostei do video, está tudo muito bonito e ouvem-se perfeitamente os passarinhos no seu chilrear.
Obrigadinha pelos figuinhos:))))

Consegue fazer dieta? Eu não consigo e bem precisava. Toda a vida fui uma magra, magra sem esforço nenhum, mas sempre fiz exercício físico e caminhadas, por gosto. Nos últimos 3/4 anos parei por falta de tempo e engordei 15 quilos. Agora estabilizei nos 70. Ainda tenho alguma dificuldade em aceitar ser uma gordinha. Tenho esperança que quando voltar às caminhadas e ao exercício,volte ao que era, porque dieta...não consigo! Sou demasiado gulosa e demasiado fraca para resistir:(

Beijinhos e uma boa semana também para a UJM:)

Um Jeito Manso disse...

Olá Isabel,

Se passasse pelas mãos da nutricionista onde fui há um ano e tal, ia ver... Era à razão de uns 6kg por mês. E sem fome. Uma mudança radical nos hábitos alimentares. Ainda sigo vários.

O pior é a disciplina de se manter o peso correcto.

A primeira dieta queima os quilos a mais. E se a mantivermos desaparecemos. Ou seja, depois de estarmos no ponto, não devemos perder peso mas, sim, manter. E, com isso, aligeiramos. E, ao aligeirarmos, começamos a habituar-nos a não ser tão disciplinados. E daí até estarmos a ceder à gulodice vai um passinho. E os quilinhos vão voltando.

Uma sobremesa de vez em quando, um bolinho de quando em vez, um gelado aqui e outro ali, um risotto saboroso, etc...

Mas este fim de semana resolvi voltar a ser espartana. E vou tentar fazer uma caminhada nem que seja só de meia hora por dia.

Tem que ser.

Não quer tentar, Isabel...?

Beijinhos!

Isabel disse...

Bem...agora que vem aí o bom tempo, a ver se consigo arranjar um tempinho para caminhar...faz-me falta e faz-me bem...

Vamos a isso!