domingo, abril 21, 2019

Quem sabe este não é mesmo um lugar poderoso aqui in heaven?
E que o seu poder não chega até vós...?





Dia tranquilíssimo. Uma aragem suave, um sol ameno. Limpei a casa, pasmei com o que a casa se suja mesmo com pouco movimento. A casa tem cinco portas que dão para a rua. Destas usamos regularmente três. E como andamos sempre dentro e fora, deve entrar pó ou somos nós que o trazemos connosco. Pó, não. Terra. Folhinhas, coisinhas do campo. 

E passeei, sentindo-me de férias. Três dias de férias.

E fiz uma descoberta que me deixou maravilhada e de que falarei mais logo.

E vi, espantada, que as roseiras bravas floriram. Costumo chamar-lhes rosinhas de Maio (e se calhar é mesmo o nome delas -- não sei) e, vendo-as agora, em Abril, perfumadas e efémeras, enterneci-me.

E o gatinho cor de mel veio pôr-se no banco de pedra junto à casa, como se fosse um barão. Ou uma baronesa -- não faço ideia.

E outro, o preto e branco, andou a passear-se sobre um muro e eu, que estava noutra, só o apanhei em desfocagem.

Depois, mais à frente, apareceram dois branquinhos a correr, assustados.

E, portanto, andei pelos campos a flanar e a fotografar e, de novo, fiz vídeos.

O meu marido hoje apanhou alguns dos infinitos rebentos ladrões que despontam por todo o lado mas circunscreveu-se à parte de cima do terreno. Está com dor nas costas.
Esta nossa terra, pela morfologia e por tudo, nunca poderá ser um terreno agrícola mas de terreno seco e pedregoso virou esta terra fértil onde tudo nasce, tudo cresce. E cresce de forma descontrolada. Se um dia deixarmos de tentar conter toda esta exuberância tenho a impressão que os caminhos desaparecerão no meio de árvores e arbustos e que a própria casa se tornará mais uma gruta para animais ou outros seres dos bosques.
Depois queimou o que apanhou mas num bidão para não ter que levar tudo lá para baixo. Não sabemos se mesmo para queiminhas destas tem que haver autorização mas, por via das dúvidas, pedimos na mesma.

Um dos vídeos que fiz foi uma tentativa de repetir um que tinha feito ontem ao fim do dia e que não pude aproveitar.
Como sempre que ando muito tempo fora quando a tarde vai alta, o meu marido começou a chamar por mim. Não respondi, claro, pois estava a filmar mas, na ausência de resposta, ele foi andando e chamando e o meu nome acaba por se ouvir perfeitamente. 
Hoje repeti mas não ficou nada bem pois deu-me para fazer com a máquina o que faço quando lá estou mas, pelos vistos, a uma velocidade muito maior. Portanto, uma almariação. Uma das coisas que tenho que aprender é a pôr alguns bocados dos vídeos em slow motion. Assim, como poderão constatar, fica complicado de ver. Fechem, por favor, os olhos para, no fim do vídeo, não caírem para o lado ou então tomem antes comprimidos para o enjoo.

Mas, acreditem, a intenção é boa.

Círculo de pedras in heaven



Entretanto, vou procurar uma coisa.

Cá está. Mostro um bocadinho daquilo do livro de Feng Shui para não pensarem que é delírio meu.


Aliás, o livro tem boas ideias e a disposição das coisas e dos jardins transmite uma sensação de grande harmonia. Não sei se algo mais que isso mas serenidade e harmonia transmite.

Tenho também a dizer que, quando me ouço, percebo que a meio das frases parece que me distraio e me esqueço de conjugar o sujeito com o predicado ou outras coisas do género. Um exaspero. Não sei se isso daria para editar mas devia dar porque há casos em que é uma vergonha.

E uma rectificação. Quando estamos na cidade a preparar as coisas para virmos para cá, andamos numa azáfama, a guardar isto, aquilo e o outro, e eu arrumo umas coisas, ele arruma outras e eu pergunto-lhe se ele já guardou isto e ele diz que eu me despache, que está farto de estar à espera. Ora bem. Eu sou despassarada, faço as coisas em piloto automático e, volta e meia, no meio destes preparativos, nem me lembro bem de as ter feito. E tão habituada estou a cometer gaffes que hoje, quando constatei que, em vez do cabrito pascal, tinha vindo porco, logo assumi que tinha sido mais uma das minhas. Quando, arreliada comigo mesmo, contei ao meu marido que não iríamos sacrificar nenhum cabrito, ele saíu-se com esta: 'Mas não era o saco que estava em cima, no congelador?'. E aí percebi que não fui eu, foi ele. Mas pronto, o assado de porco, cozinhado como um cabrito, ficou quase a saber ao dito. E comeu-se. 

Fiz assim: 
Num tabuleiro de forno, coloquei uma grande cebola nova cortada grosseiramente, um bom ramo de salsa, uns dentes de alho, um bocado de casca de laranja. Por cima a peça de porco. Por cima, pouco sal, mais salsa, orégãos, alecrim. Reguei com um pouco tinto alentejano e de azeite. O forno que estava previamente aquecido, foi reduzido para receber o tabuleiro. Esteve lá cerca de duas horas em forno a 170º. De vez em quando, virava a carne. No fim, cozi batata doce e, quando cozidas, verti-as sobre o tabuleiro. Parte das batatas absorveu o molho. Por cima pus um pouco mais de orégãos e um fio de azeite. Voltou tudo ao forno para bronzear. 
E esta fotografia é para o Soliplass que talvez reconheça a silhueta que se vê ao fundo.
Boa Páscoa, Lenhador que se fez ao Mar

E, uma vez mais, boa Páscoa a todos

7 comentários:

Corvo Negro disse...

Olá UJM.
Já ontem era para lhe ter dado esta "dica" sobre vídeos, mas como hoje voltou a ter o mesmo "problema" aqui vai:
Quase todos os "smartphones" atuais possuem a funcionalidade de edição de vídeo que permite eliminar as partes que não nos interessam ou que ficaram mal gravadas.
Tenha uma boa Páscoa e um bom resto de mini-férias.
AV.

Isabel disse...

Ai Jesus, que já estou com a cabeça a andar à roda!...
É mentira!! Gostei do video e de a ouvir!

Também tenho alguns livros de Feng Shui, mas não cumpro grande coisa.

Gosto muito das suas fotos e volto a repetir: In Heaven deve ser um espaço encantador!

Beijinhos:))

Um Jeito Manso disse...

Olá Corvo Negro,

As férias já foram (sexta, sábado e domingo... apenas).

E obrigada pela dica mas eu não filmo com o telemóvel mas, sim, com a máquina fotográfica. E não sei como fazer. Deve haver programas para isso e mesmo no Youtube deve ser possível. Mas sou uma naba e, ainda por cima, uma naba sem tempo. Mas hei-de descobrir porque estes vídeos que vão para o ar sem qualquer edição são um verdadeiro 'granel' de gralhas ditas e filmadas.

Mas agradeço na mesma. É um incentivo...

Uma boa semana AV.

Um Jeito Manso disse...

Olá Isabel,

Voltei a ver o livro e voltei a gostar. Tudo o que ali se vê é agradável e bonito. também lá se diz que se as montanhas são protectoras e eu quando olho aquela bela montanha que vigia o horizonte penso nisso, que está ali para me proteger.

Quanto ao vídeo, sabe? Antes de começar penso: não posso mexer a máquina depressa, não posso falar baixinho, não posso andar contra o sol senão não vejo o que estou a filmar, etc. Quando começo, esqueço-me de todos os meus bons propósitos. Acho que não posso contar que a minha carreira cinematográfica seja muito promissora.

beijinhos, Chabeli.

Maria disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Um Jeito Manso disse...

Olá Maria,

De facto, os cromeleques assentam na mesma suposição e quando as tradições vêm de tão longe e de lugares tão distintos, talvez tenham algum fundamento.

Conheço o de Almendres e, quando lá estive, também não estava lá mais ninguém. Os portugueses não são bons a valorizar o que têm.

Dias bons para si, Maria.

soliplass disse...

Obrigado pela foto, lindíssima. Parecem-me, os troncos, de azinheira. E a silhueta da serra é claro inconfundível.

E uma boa semana para si.