terça-feira, abril 30, 2019

Aniston & Sandler -- uma dupla que é muito bem capaz de ser imperdível



Gosto de coisas divertidas. Quando andava no liceu, perdia-me a rir com o Maxwell Smart e a Agente 99. Corria tudo mal, era tudo disparatado. Esforçavam-se, davam o máximo, ele achava-se o supra-sumo da intelligence, era cheio de esperteza... mas o resultado era sempre hilariante. 

Agora soube desta coisa, Murder Mystery, e pelo que vejo deve ser do mesmo género. A gaita é que é Netflix. Há coisas relativamente às quais, aqui em casa, somos resistentes. Não embarcamos. Não sei. Rebanhos não são comigo e aqui com o meu camarada muito menos. Mas começo a desconfiar que isto do Netflix é capaz de não ser o Facebook dos meios audio-visuais, daqueles engodos em que se cai sem se perceber que se caíu. Claro que já poderia ter aprofundado mas nunca me deu a curiosidade. Ouço os meus colegas fanáticos por séries todos Netflix para aqui, Netflix para acolá. E eu moita. 


Mas agora este trailer deixou-me a vacilar. Imagino-me já a rir à gargalhada, a dar saltos de susto e logo a seguir a dar gritos de riso.

E, ao ver ali uma cena, lembrei-me de um sítio em que trabalhei há muitos anos, um edifício lindo, com uma vista magnífica. No último piso, requintadamente decorado, havia de um lado um restaurante privado e, do outro, uma sala de reuniões. A meio havia uma biblioteca.  Os livros eram todos encadernados, ricas encadernações de pele em preto e bordeaux com letras douradas. Só que havia um segredo que poucas pessoas conheciam: uma das estantes era falsa, era uma porta oculta que dava para uma saída secreta. E aquilo passou a ser para mim um daqueles mistérios que me apetecia explorar mas sobre o qual se abatia um silêncio que nunca percebi se era cúmplice ou simplesmente desconhecedor. Contava-se que, anos antes, num dos pisos abaixo, um piso muito reservado, volta e meia havia umas visitas igualmente muito privadas que subiam num elevador também privado. Nessa altura, fechavam-se as portas e nada se sabia do que lá se passava. Houve uma altura em que calhou ter algumas reuniões num dos gabinetes desse piso. Na verdade eram mais apartamentos do que gabinetes: cada gabinete era gigante (à distância recordo que teria uns 50 m2 se não mais) e tinha não apenas a secretária, que tinha em frente uns cadeirões e mesinhas de apoio, atrás armários, e, mais à frente, uma mesa de reuniões para umas oito pessoas; num outro recanto, um sofá de pele com mais dois maples. Para cada gabinete havia uma casa de banho completa e uma outra sala de reuniões, maior, para conversas menos reservadas. E havia ainda os aposentos da secretária com o seu gabinete, a salinha de espera e a sala de arquivo. E isto para cada um dos (creio que) cinco administradores que trabalhava naquele piso.


Gostava de saber qual a actual ocupação desse edifício e, em especial, dos três últimos pisos. Gostava de saber se quem lá agora trabalha sonha sequer qual o ambiente que ali se vivia.

Um dia que tenha tempo livre para fazer o que me der na bolha, ainda vou revisitar todos os lugares especiais em que já trabalhei. Ainda me ponho de máquina em punho e faço daqueles meus animados vídeos.

Entretanto, let's look at the trailer.

Murder Mystery



Ah, e para quem tenha nascido em tempos decentes e não seja dos pré-históricos tempos em que o Get Smart passava na televisão, aqui fica um little cheirinho:


E até já, pessoal.

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