Mudei. Não sei se para pior, se para melhor. Talvez esteja num plano, sem altos nem baixos. Sossegada da vida, sem crises. Um estado de neutralidade. Depois de um período algo tumultuoso, estava mesmo a precisar de limpar a cabeça por dentro. Melhor: esvaziar a cabeça.
Concretamente: se, depois de um dia agitado, estou agora aqui tranquilamente a fazer o meu tapete, a televisão a passar esta coisa dos casais, cheia de chatos e malucos, e eu na maior, sem fazer zapping, a sentir-me descansadinha da vida, isto só pode querer dizer que não estou igual ao que estava há um ou dois meses. Só pode.
Conto como é.
Abstraio-me de tudo e ponho-me, distraidamente, a ver aquilo. A modos que até acho que aquilo tem uma certa graça. Apesar de ter lá um sujeito sinistro. Horrível. Eu acho que é um psicopata. O meu marido diz que deve ser um gay não assumido. Não sei. Eu fugia dele a sete pés. E outro que é um compulsivo, um maluco, um chato que só apetece dar-lhe estalos. Não há pachorra. Nem que fosse um personagem de ficção seria tão exagerado. Uma coisa tipo Alf, tão maluca, tão disparatada que até dá vontade de rir. E a Graça. Uma graça. Sempre a queixar-se do pobre do José Luís, que é lavadinho mas que não funciona nem por mais uma, que é frigído. E diz isto em todo o lado, a toda a gente. E os 'terapeutas' (coloquei aspas porque não sei se são mesmo ou se são uma espécie de) recomendaram alguns truques e eles tentaram... mas output: népias, nem pó.
Conto como é.
Abstraio-me de tudo e ponho-me, distraidamente, a ver aquilo. A modos que até acho que aquilo tem uma certa graça. Apesar de ter lá um sujeito sinistro. Horrível. Eu acho que é um psicopata. O meu marido diz que deve ser um gay não assumido. Não sei. Eu fugia dele a sete pés. E outro que é um compulsivo, um maluco, um chato que só apetece dar-lhe estalos. Não há pachorra. Nem que fosse um personagem de ficção seria tão exagerado. Uma coisa tipo Alf, tão maluca, tão disparatada que até dá vontade de rir. E a Graça. Uma graça. Sempre a queixar-se do pobre do José Luís, que é lavadinho mas que não funciona nem por mais uma, que é frigído. E diz isto em todo o lado, a toda a gente. E os 'terapeutas' (coloquei aspas porque não sei se são mesmo ou se são uma espécie de) recomendaram alguns truques e eles tentaram... mas output: népias, nem pó.
E num dos resumos vi uma coisa extraordinária: o José Luís, deitado de barriga para baixo, submissozinho, por tudo, e ela, sem grande jeito, ali a a fazer de conta que lhe dava uma massagem e notoriamente com uma atitude inquisitória a ver se o pobre se arrebitava... mas nada. E, às tantas, aparece ela com ar malandreco como se fosse fazer uma coisa infalível mas... ui... com um ferro de engomar, não sei se gelado se quente... e pimbas, nas costas do pobre do Zé Luís. E ele: nada. Em vez de alavancar a coisa, nada. Nada vezes nada.
E o engraçado é que nenhum daqueles terapeutas que a ouvem a queixar-se de falta de sexo a toda a hora foi capaz de lhe explicar que por algum motivo nunca ninguém se deve ter lembrado de vender ferros de engomar como brinquedo sexual.
Ó pá, se aquilo ali é uma amostragem do que é a vida em casal, percebo que haja tantos divórcios. A minha esperança é que aquilo ali não é amostragem nenhuma já que gente muito normal não devem ser, senão não se sujeitavam a um reality show destes.
Bem. O que sei é que, a ver televisão, o meu tapetezinho vai de vento em popa.
Ah, e outra novidade: hoje, durante a nossa caminhada, passámos por uma loja de chineses. Fui perguntar se tinham uma árvore com luzinhas amarelas. O meu marido todo incomodado. Que não é preciso, que me deixe de ideias parvas, que esqueça a ideia de mais árvores de natal com luzes. Não quero saber. Tinha. Aquele chinês tem tudo o que se possa imaginar. Não dá para acreditar no que ele para ali tem. Lá foi buscar: dourada, luzinhas amarelas. Dez euros. Não foi tarde nem foi cedo. Está aqui atrás de mim, linda, a piscar. Se soubessem como há bocado fiquei comovida. Tinha deixado as luzes apagadas, só esta árvore acesa. Então, quando voltei a entrar, estava um ambiente mesmo mágico. E reflectia-se na janela. Tão lindo. Palpita-me que é mais uma que vai ficar a servir de candeeiro durante o ano todo.
A vida pode ser uma coisa simples e agradável. Mesmo que apenas durante alguns instantes ou mesmo que isso resulte de um exercício de alienação. Pois que seja. Paciência.
1 comentário:
Oh my god!
Eu já tinha desconfiado que andava a ver reality shows.
Se alguém me contasse eu não acreditaria...
E o tapete avança?
Sem gatos?
E ainda diz que vê mal...
Agora a sério, se isso a descontrai e a faz rir, why not?
Alguém me disse que a tvi vai fazer uma coisa dessas mas com as pessoas nuas. Será?
Se for, talvez eu espreite...😄
Maria
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