O Bruno a rezar à janela e a sair da cadeia da polícia um homem novo, todo ele com um apaziguado olhar, um olhar novo, nem sei se até com um andar novo. Parece que dali vai direitinho para um mosteiro. O Mustafá a sair a cuspir chispas e fúrias, dentes já afastados para a labareda ser cuspida mais a preceito. Os comentadeiros rapidamente a fazerem a agulha das toupeiras para as ratazanas. E a May a fazer o pino na ponta da penca enquanto dança o samba de um ministro só. E o iva das touradas, esse tema fracturante, determinante, decisivo para o futuro do país. E o Daniel que parece psicopata e o Hugo que parece alucinado e o José Luís que se depila e a Graça que não são conforma por ele não dar uso à pila. Um tédio. Não encontro nada que me prenda na televisão, tudo me faz ficar a modos que impaciente.
É certo que tenho andado a esforçar-me e o post abaixo, escrito sob influência do Santa, é bem prova disso. Mas ainda tenho um longo caminho a percorrer. Ainda me falta muita paciênciazinha.
Entretanto, enquanto não me atiro ao tapete, resolvi fazer zapping e, depois de novelas e futebóis e discussões sobre temas absurdos, fui parar a um programa bombástico. É na Sic Radical e uma menina alemã vai escolher um parceiro a partir da apreciação de candidatos nus. Parece-me uma boa opção. Em abstracto. Estive a olhar com atenção a ver qual é que eu escolheria. Decisivamente não um que tinha um piercing onde não lembra ao diabo.
Bem, confesso. Também não teve grande graça. Ou se depilavam ou eram esquisitos. O primeiro que ela despachou era uma coisa estranha. Na volta os outros também seriam. Ná. Nem pensar.
Portanto, fiz zapping outra vez. Expresso da Meia-Noite: jornalistas a cavaquearem com jornalistas, armados em entendidos, donos da verdade, ar superior. Mas superiores a quem, caneco? Não se enxergam. E é que nem ponta de graça. Aposto que nem piercing nem tatuagem têm. Só a Marina, ali, é que dizia coisas minimamente acertadas mas, ainda assim, tudo muito previsível, tudo déjà-vu. Uma seca. Uma tourada. Uma coisa com um i-valor acrescentado inspiracional pequenino, pequenino.
Portanto, pensando melhor, vou mas é esquecer a televisão e ou faço tapetes ou vou para as montanhas. É que farta, farta, fartinha de lérias banais e fúteis. Sou pessoa de altas filosofias, de pensamentos da fundura. Mas só me aparecem rasteirices, gentinhas, coisinhas. Fartinha disso. Tão fartinha que até as calças se me escorrem anca abaixo.
[E vou já avisando que isto pode não ficar por aqui]
E queiram fazer o favor de ir ver as boas ideias que a Santa UJM vos trouxe no post abaixo.
2 comentários:
Concordo completamente consigo! Às vezes chego a pensar se sou eu que estão tão errada e tão desfasada da realidade que acho tudo um bocado anormal, sem ética, sem valores...mas parece que as pessoas acham tudo tão normal...
Enfim...
Desejo-lhe um bom fim-de-semana:))
Subscrevo!
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