Ia no carro e disse ao meu marido que, um dia que tenha tempo, gostava de ir fazer ioga. O meu marido disse que sim. Perguntei se ele queria ir comigo. Disse que podia ser. Depois perguntou: 'Sabes que aquilo é fazer posições, quieta?'. Assustei-me: 'Só isso?'. Riu-se e disse que sabia que bastava dizer que era para estar quieta que eu deixava logo de querer. Falou, então, em Body Balance, um misto de Pilates e de Ioga. Pareceu-me melhor.
Não quero coisa muito íntima, gente imóvel, ao lado uns dos outros, muito circunspectos. Acho que, quando me puser a fazer posições, seja ioga ou body balance, me hei-de desconjuntar, incapaz de fazer aquelas acrobacias, e, claro está, hei-de desatar a rir. E era o que me faltava se os outros me olhassem de lado, aborrecidos com o meu despropósito, como se ali não fosse lugar para risotas. E compreendo que, num ambiente daqueles, não haja lugar para desconchavos. Portanto, ioga já percebi que não é para mim.
Agora, como que adivinhando os meus pensamentos, o YouTube veio mostrar-me uma aula de ioga mas, sabendo-me danada para a brincadeira, com todos nus. E eu, que tinha estado a ver o Prós e Contras, só me ocorreu a ideia mais perversa e inconfessável de que há memória: é que só me metia numa aula daquelas se lá estivesse aquele professor escurinho da Nova. Não sei como se chama mas sei que tem muita pinta. Mas pronto, não devia estar aqui a confessar isto, ainda por cima depois de ouvir a monitora dizer que se algum praticante tiver uma ereção ninguém deve dizer nada porque é natural. Mas vá, não vou desenvolver mais estas ideias para não dar cabo da minha reputação.
Limito-me a mostrar a aula para inspirar os meus Leitores.
Radical Beauty: Inside a Naked Yoga Class, Baring Is Caring
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10 comentários:
Como a compreendo, sou mexido demais também para isso, mas seria um meio interessante para sua perspicácia antropológica produzir belas análises.
Um abraço!
UJM, gostar-se de uma determinada actividade, qualquer que seja, pode ajudar o desempenho e a assiduidade, mas não é fundamental. E isto vale para o lado profissional como para o de lazer.
Actualmente não vou a Pilates por uma questão de não ser viável em termos de horários. Daí que faça aulas e treinos sozinha em ambiente de ginásio ou não, mediante definição prévia de objectivos, sendo o desafio um dos principais.
Fiz Pilates durante vários anos por aconselhamento especializado e nunca gostei da modalidade essencialmente por ter uma dinâmica mais soft e incorporar um tipo de desafio que não faz parte da minha preferência. Sempre se soube que não gostava.
Quanto a este exemplo, jamais faria uma aula ou outra actividade qualquer, nua ou parcialmente nua (só com cuecas).
Não tenciono ir alguma vez a praias de nudismo ou outros sítios públicos que impliquem estar nua sem ser preciso e estar com nus que não me são nada, sem ser preciso. Porém, quando é preciso estar nua - por exemplo, em balneários - ao pé de gente que não me é nada, estou na boa, sem problemas.
E isto porque tenho muitos filtros em relação à intimidade - e gosto de os ter -, e a nudez faz parte da intimidade.
Desconfio daqueles 'discursos' que associam a questão de desnudar o corpo em situações deste tipo, a ser-se moderno.
Olá, UJM!
Mais uma vez sorri largamente com este texto bem disposto e que dispõe bem.
Não tenho nada contra a nudez...dos outros, mas seria incapaz de me desnudar para a prática deste ou de qualquer outro exercício físico, ou num campo de nudismo, vá. Não agora, que os motivos já são por demais óbvios nem quando a juventude me moldava o corpo e o tornava digno de ser visto e apreciado. :)) Também porque não vejo onde esteja a necessidade de uma pessoa se pôr nua para ter a sensação de liberdade que apazigua a alma.
Com todo essa componente brincalhona e prá frentex, típica da maneira de ser da UJM, algo me diz que também o não faria, pois não?
Um dia destes venho roubar-lhe o vídeo para o mostrar lá aos meus leitores. Só para ver se a coisa anima lá para os meus lados.
Um abraço e força aí!! :)
PS- Gostou do meu comentário ao último passeio in heaven?
Olá Francisco,
Enganou-se, não foi? Análises anatómicas, não era? Belas análises à anatomia dos colegas, era isso que queria dizer, não era...?
:)
Uma bela quarta-feira, Francisco!
Olá Isabel,
Consegue fazer exercício sozinha? É preciso uma certa dose de persistência, não é? Eu fazer exercício sozinha não consigo, não consigo aguentar-me, ao fim de poucos minutos desisto. Mas tenho vontade de ter tempo e de descobrir uma actividade que me entusiasme. Para começar, gosto de fazer caminhadas. Não sei que outra me reterá. Se o dito body balance não fosse muito parado, talvez. Ou qualquer coisa com música.
Nudismo a fazer ioga? Não, nem isso nem nada. Na praia a fazer nudismo, sim, se não houver ninguém por perto nem nas redondezas. Idem no campo.
Mas, já viu?, não sou capaz de me pôr nua nos ginásios. Aquela irmandade de mulheres nuas comigo não funciona. Só se proporcionou quando fiz hidroginástica. No fim, todas nuas e eu, feita puritana, tomava duche com o fato de banho e ia mudar-me para um reservado.
Uma boa quarta-feira, Isabel.
Olá Janita,
Tem razão. Já o disse na resposta ao comentário da Isabel: seria incapaz de fazer ioga nua. Nem conseguia fazer vestida, rodeada de nus. Desconcentrava-me. Nuns casos talvez ficasse mesmo imóvel, a fazer a flor de lótus e a olhar com atenção alguma peça anatómica que chamasse por mim mas, na maior parte dos casos, tenho cá para mim que acabava a rebolar-me a rir.
Mas não me importava de assistir a uma aula com o pessoal nu. Se pudesse levar a máquina fotográfica, então, adoraria.
E pode usar o vídeo à vontade.
Quanto ao seu comentário, acho que concluo que talvez eu até leve jeito para o ioga mas já a Janita, a querer acção, é que não. Então acha que os meus vídeos são muito Manoel de Oliveira? Muita lentidão? E uma conversinha muito bucólica? Pois... na volta sou mesmo assim. Não me puxa para fazer vídeos à James Bond, cheios de acção. Sou mais dada a passeios a falar de passarinhos, do perfume do alecrim. Mas tem razão. Os cheiros não chegam a quem vê. (Por enquanto. Não deve faltar muito para se poder transmitir o perfume). Mas há a imaginação. Se ouvir falar em eucalipto e a imagem mostrar um eucalipto, a Janita, mesmo sem querer, não pensa no cheirinho fresco e bom do eucalipto? Eu sim. Mas pronto, fazer o quê?, gostos não se discutem. Agora uma coisa eu lhe digo: também não sei se gosto de ver. Mas de andar por ali a filmar e a falar gosto...
Abraço, Janita. Uma feliz quarta-feira!
UJM, na verdade, o fazer exercício com companhia não modifica o que se tem de fazer nem o como fazê-lo. A não ser que seja um desporto de equipa, em que estejam definidas posições para cada elemento e em que a performance de um comprometa a do outro ou dos outros participantes.
Portanto, não se tratando disso, cumprir um treino sozinha numa sala ou com mais vinte, é igual para mim. O foco é 'tratar daquele assunto' e só preciso de mim para o fazer. Mesmo no caso de competição a nível do tempo, que é o que acontece nos treinos de alta intensidade, é igual. Basta marcar o relógio, seguir o plano, assentar tempos e depois comparar.
Mas oiço bastante isso que diz e julgo que muitas vezes se trata de misturar o exercício (e a desculpa para não fazer) com 'socialização'.
Quanto ao nu no balneário, especifico que me visto e dispo à frente de quem estiver, mas as cabines de duche são individuais. Creio ser um 'pormenor' que faz muita diferença.
Se noto que estou a ser observada mais do que o normal, com demasiada curiosidade, não gosto e não disfarço que me desagrada.
Boa quarta!
Olá UJM,
Referia-me mesmo às suas excelentes capacidades de análise das pessoas, relações, dinâmicas grupais, etc.
Mas não duvido que as suas capacidades de observação e análise de questões mais anatómicas dessem para belas dissertações.
Bom serão!
Olá Isabel,
Acho graça à forma como se exprime e que está em linha com a forma como escreve no su v«blog: muito assertiva e muito focada. Eu só o sou em coisas que me caem no goto. Por exemplo na dieta e no exercício... desfoco-me facilmente.
E isso da nudez nos balneários... não sei. Não gosto. Lembro-me de quando era miúda e era uma curiosidade ver quem é que já tinha maminhas, quem é que já tinha pelinhos e eu tão menina até mais tarde, nunca mais tinha aquilo que fazia das outras já umas mulherzinhas. Se calhar, ficou-me uma recordação inquietant...
Abraço, Isabel
Sabe Francisco, eu tenho que me ter à rédea curta porque não sou de fiar...
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