domingo, setembro 23, 2018

Extensão do pénis: a tendência mais quente na cirurgia plástica
[E, de passagem, o cogumelozinho cabeçudo de Trump, a birra de João Ribas e a estética sado-masoquista de Robert Mapplethorpe]


A descrição do pénis de Trump pela tempestuosa Stormy Daniels (e desculpem-me o pleonasmo), a ex-artista porno que teve uma perigosa liaison com o Donald e pela a qual ele pagou caro (e ainda mais caro há-de ter que pagar), num livro explosivo tem dado que falar.

Descreve-o de forma irónica. Como se imaginava, é uma pila pequenina mas, concede ela, não estupidamente pequena. O pior é a glande. Fica uma coisa estranha que ela descreve com piada, dando a entender que é um cogumelo cabeçudo com um insignificante pedúnculo. Aliás, mais vale eu transcrever:

It's “smaller than average” but “not freakishly small”.
“He knows he has an unusual penis,” Daniels writes. “It has a huge mushroom head. Like a toadstool…
“I lay there, annoyed that I was getting fucked by a guy with Yeti pubes and a dick like the mushroom character in Mario Kart... 
“It may have been the least impressive sex I’d ever had, but clearly, he didn’t share that opinion.”
Para um vaidoso compulsivo como Trumpo, imagino a dor de alma que deve sentir por ouvir e ler piadas por todo o lado sobre a sua não muito abonatória condição e desempenho -- não a nível político mas sexual. E imagino o nó no estômago que sente a mulher, a esfíngica Melania, ao saber que os relatados encontros aconteceram pouco depois de ela ter sido mãe.

Seja como for, a notícia veio relançar o célebre dilema: o tamanho importa?

Já falei disso algumas vezes e já referi que nem é só o tamanho propriamente dito: é o design. A estética é relevante em tudo e nisto também. E, claro, é o que se faz com ele. 

Mais: tenho para mim que, quem vê caras, vê pénis.

Olho um homem e, se o vejo como homem e não como uma mera criatura do sexo masculino (e devo dizer que, modéstia à parte, exigente e requintada como sou, não são frequentes as vezes em que isso acontece), consigo antever como será o seu pénis.

Isto dito, posso dizer que, sendo -- à vista desarmada -- Trump uma nulidade como homem, se me forçar a imaginá-lo como veio ao mundo, claro que era óbvio que aquilo lá nunca podia ser alguma coisa que se aproveitasse.

Mas, tendo o pénis saltado para a ribalta, logo se desmultiplicam as notícias sobre o tema. E penso que é neste contexto que o The Guardian avança com a notícia de que as intervenções para aumentar os pénis estão de vento em popa (‘I wanted a truncheon in my pants’: the rise of the penis extension). E há quem goste tanto do resultado que, como no caso das mulheres que se viciam em plásticas, também aqui há quem reincida.

Parece que a intervenção, embora não isenta de riscos, é simples e passa por injectar gordura tirada da zona abdominal. Não será só isso, claro, mas passa por aí. É rápida, coisa para uma hora e, na maior parte das vezes, parece que corre bem. Contudo, parece que o pós-operatório é muito desagradável. Recomendam que se tire baixa de uma semana, no mínimo, já que a coisa anda entrapada durante cerca de dez dias. Durante um mês não é possível ter relações. Portanto, não é propriamente uma pêra doce.

Para quem queira avaliar se precisa ou não de um boost, avanço com dados estatísticos. Dizem que, em repouso, um pénis normal mede cerca de 9.3cm e, quando erecto, atinge, em média, 13.1cm. A operação resulta, em geral, num aumento de cerca de 1,3 cm. No caso do pato Trump, não sei se seria suficiente. Na volta, parvalhão e exibicionista como é, ainda se vai submeter a várias, não se ralando de andar entrapado durante uns meses, para daqui por algum tempo, no twitter, mostrar a fera em todo o seu fulgor. Não um cogumelo anão e marreco mas um canhão ponteagudo (se é que isso existe)

E eu, perante tudo isto, nada mais tenho a dizer. Cada um sabe de si. E que a malta seja mas é feliz.


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Portanto, quando há algum tempo andava a gabar-se do tamanho dos genitais, Trump estava, uma vez mais, a exagerar




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Agora, no âmbito daquilo de que quem vê caras, vê pirilaus, uma coisa vos digo eu: no que se refere a Michael Avenatti, o interessante advogado da Stormy, já é outra loiça... (e mais não digo porque para bom entendedor uma meia palavra é mais do que suficiente). Dizem que ele pode candidatar-se a presidente dos Estados Unidos e nem é preciso a defunta Cambridge Analytics para adivinhar que a maioria das mulheres e alguns homens votariam nele. Mas, não sendo isso, também daria um belo parceiro da Stormy no ramo XXX da indústria cinematográfica. Podem crer. Nisto como noutras coisas de igual relevância, aqui a vossa Sta UJM não falha.


PS

Quanto à birra do director demissionário de Serralves, segundo consta, parece que João Ribas não apenas não tem razão como se portou como um menino mimado. Ao que consta, as duas obras que não constam da exposição são as que ele retirou e as que são mesmo hard core estão lá para quem as quiser ver, embora numa sala reservada a maiores de dezoito anos. E isto é o normal neste tipo de exposições e não é censura nenhuma, é bom senso. Robert Mapplethorpe (autor da fotografia acima) é muito cá de casa, tenho livros da obra dele desde há muito e aqui no blog são inúmeros os posts com fotografias dele. Gosto da sua estética. Gosto muito e desde há muito. Contudo, há imagens de grande agressividade sexual que é pura estupidez pôr crianças a vê-las e só quem já viu essas fotografias é que pode avaliá-lo. Portanto, estão lá para adultos -- e se houver pais que autorizem as crianças a apreciar aquela violência pois muito bem, é estranho que o façam mas é lá com eles, mas, da forma como as fotografias parecem estar resguardadas de olhares incautos, não poderão alegar que não estavam avisados.

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E disse. Vou agora pensar num tema mais erudito.

10 comentários:

Maria Antonieta disse...

Isto é que é saber falar de assuntos quentes, sempre de cabeça fria...

Venho sempre ler o que escreve, mas hoje tive de manifestar-me, com um sorriso de orelha a orelha! Força!! :))

Um Jeito Manso disse...

Olá Maria Antonieta,

Costumo vê-la noutros blogs e leio as suas opiniões que às vezes lançam baldinhos de água fria sobre o morninho das conversas. Não sabia que também me visitava. Aliás, em tempos tive uma Leitora, de quem gostava muito, que se chamava Antonieta. Deixei de saber dela e, ao ver os seus comentários nos outros blogs, ficava na dúvida se seria a mesma Antonieta.

Seja como for, fiquei contente por ler o seu comentário e gostei de sabê-la também minha visita. Opine sempre. Volte sempre. Goste ou não goste do que escrevo, opine â vontade que eu não levo a mal.

Obrigada. E um bom domingo, Maria Antonieta.

bea disse...

Como ainda não vi as tais obras...não me pronuncio. Mas algum desaguizado forte deve ter existido para acontecer uma demissão. E no entanto considero que está tudo a ferver em pouca água. Desconheço o fotógrafo, mas há nus excelentes. Porém, o nu gratuito e lascivo não faz o meu género. O que mostrou não me parece assim tão artístico ou mesmo belo. Ou, admito, serei eu que não lhe sei ver a beleza.

bea disse...

corrijo: desaguisado

Um Jeito Manso disse...

Bea,

Há nus excelentes e Mapplethorpe tem nus excelentes. E flores. E retratos. Excelentes. Mapplethorpe foi um grande fotógrafo.

Mas tem também imagens de 'bondage' e práticas sadomasoquistas explícitas, práticas que, a olhos desprevenidos, são aberrantes e, mesmo, muito chocantes especialmente por ser óbvio que envolvem dor. São essas que, do que percebo, estão abertas a um público maior de idade. E acho muito bem pois nem sei como se explica a uma criança ou a um jovem adolescente o que ali se vê.

A fotografia que aqui coloquei fez a ponte entre a polémica e o tema dos pénis. Não é chocante, nada mesmo, nem é das que ilustrarão melhor a estética de Mapplethorpo. Ilustra, sim, o seu lado de surpreender pelo insólito: um homem todo aperaltado, vestido formalmente e depois de pirilau ao léu. Mas, claro, não são fotografias destas que estão no centro da polémica, são outras de um cariz bem distinto.

PS: Estou a fazer um guisado para o almoço e não tenciono desguisá-lo... :)

De novo, um belo dia de domingo para si, Bea.

Maria Santana disse...

Subscrevo o seu post! Obrigada pela pela assertividade.

Um Jeito Manso disse...

Olá Leonor,

Obrigada eu pela assertividade do seu comentário e pelo apoio!

Abraço e uma boa semana para si



Anónimo disse...

R.M é daquelas figuras que,confesso, não me inspira qualquer tipo de interesse naquilo que expõe. Há um limite para determinadas coisas. O tipo ultrapassa esse limite. A perversidade amoral dele chateia-me, to say the least.
UJM, espanta-me que o aprecie. Enfim, há gostos para tudo.
Prefiro a ousadia de Carol Rama. Pelo menos não vai para além desses limites perversos (com menores).
Preferi deixar passar alguns dias antes de me pronunciar sobre este assunto. Nada como deixar poisar as cinzas.
P.Rufino

Um Jeito Manso disse...

Olá P. Rufino,

Não esqueça as maravilhosas fotografias de flores, flores lindas e elegantes como ninguém mais as fotografou. Ou retratos que vão até à alma dos retratados. Há outras de perversidade, de provocação. Mas há as outras que são apenas maravilhosas.

Há-de vê-las P. Rufino

Anónimo disse...

Concordo! Mas, outras...
Abraço!
P.Rufino