segunda-feira, janeiro 08, 2018

Fogo bom dentro de casa em dia de muito frio cá fora





A cozinha é grande e ao meio há uma mesa com tampo de azulejos e cadeiras em volta. É aí que geralmente tomamos as refeições. Mas quando temos cá mais gente, o ritual tem lugar na sala contígua à cozinha, uma sala ampla que tem, num canto, a lareira e zona de estar e, noutro, um grande aparador com um espelho por cima e uma mesa grande com cadeiras de assento de palma entrançada em volta.

Hoje o almoço foi cozido à portuguesa que, para não arrefecer, foi transportado nos próprios tachos para uma mesa de apoio. E, enquanto comíamos, íamos sentido o calor aconchegante de um fogo magistral que o meu filho ateou na lareira.

Estava contente, ele, dizendo que há já algum tempo que não ateava a lareira. Esmerou-se. Trouxe o tripé lá de fora, da zona de churrasco, para criar zonas de circulação de ar entre a lenha.

Os meninos ajudaram, trouxeram pinhas e troncos do alpendre e assistiram aos preparativos. Depois encantaram-se a ver o fogo crepitante, sentindo o calor que se formou quase instantaneamente.


Depois estiveram a brincar junto à mesa baixa que está na zona de estar e o bebé primeiro dormiu mas, quando acordou, esteve de pé, encostado à mesa, a brincar com os crescidos. Eu também joguei com eles e, no jogo, eu era o macaco e tinha uma cabeça de macaco em cartão posta como se fosse uma coroa. Havia também um coelho, um cavalo, um cão,... O menino que era o cavalo é muito batoteiro, odeia perder, e desperta a fúria nos adversários. Já antes de almoço, enquanto os crescidos estavam lá fora e eu a terminar o almoço e a tomar conta deles, tinham estado a brincar no tapete da sala de baixo e tinha sido uma guerra pegada. Ora era o menino-batoteiro, ora era o bebé-desestabilizador. A menina estava passada com os rapazes que não conseguem respeitar a dignidade do jogo e eu vi-me aflita para conseguir pôr a mesa, tendo que apaziguar os temperamentos exaltados e atenuar aquelas crises.

Mas depois chegaram os trabalhadores rurais (já mostro o que andaram a fazer), uns ainda foram tomar banho, a mãe do bebé foi dar-lhe o almoço, depois a comida dos restantes veio para a mesa e os ânimos aquietaram-se. E almoçámos em paz e alegria.

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Fica aqui bem, acho eu, o novo vídeo do Cine Povero com poema de Filipa Leal

Havemos de ir ao futuro


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