Até me assustei. Pensei: bolas, coitado, apanhou legionela, é um dos 19...
Mas, afinal, lendo a notícia, vi que não. É uma doença que ele tem mas não é legionela, é a doença de ter que estar em todas, a também chamada síndrome do emplastro. Ou seja, foi lá só para saber o que se passa. A minha alma ficou parva. Um dia destes, e deixa-me virar a minha boca para lá, mas, dizia eu, um dia destes dá-me uma dor de barriga, vou ao hospital a ver se me travam e ainda dou de caras com o Prof. Marcelo, ido lá, de propósito, para me dar um beijinho e uma palavrinha de conforto que isto, quando uma pessoa está com soltura, faz muita falta uma palavrinha de conforto.
Mas, afinal, lendo a notícia, vi que não. É uma doença que ele tem mas não é legionela, é a doença de ter que estar em todas, a também chamada síndrome do emplastro. Ou seja, foi lá só para saber o que se passa. A minha alma ficou parva. Um dia destes, e deixa-me virar a minha boca para lá, mas, dizia eu, um dia destes dá-me uma dor de barriga, vou ao hospital a ver se me travam e ainda dou de caras com o Prof. Marcelo, ido lá, de propósito, para me dar um beijinho e uma palavrinha de conforto que isto, quando uma pessoa está com soltura, faz muita falta uma palavrinha de conforto.
É que agora que já choveu, já não lhe deve dar muito jeito andar a enlamear-se nos abracinhos às vítimas dos incêndios, sejam elas humanas ou desumanas.
(recebido por mail, agradecendo eu ao simpático E. que mo enviou) |
Se for pôr-se a olhar para as barragens para nos dizer que está preocupado com a falta de água já será um déjà vu, já o vimos, já captámos a ideia. Andar pelas escolas a dizer-se apaixonado pela educação também já não desperta ondas de carinho, que paixões destas já a gente anda a ver há bué. Andar a servir refeições a sem abrigo também já não surtirá aquele tão pretendido efeito surpresa. Andar a dançar com meninos também já foi chão que deu uvas.
Andar em cenas nobres com senhores de roupas bizarras, velhas gordas de abat-jour na cabeça, e outras cerimónias como inaugurações ou galardoamentos... continua a ter que ser, noblesse oblige, mas isso, hélas, já não provoca aquele efeito tcharam.
Portanto, agora, pelos vistos, o que está a dar é andar pelos hospitais a inteirar-se do que lá se passa.
Apanharam? Já fizeram análises? E apanharam porquê? E já começaram a tratar-se? E há medicamentos que chegam? E estão a ser bem tratados? Vejam lá isso. E, olhem lá, já sabem qual o foco? E já tomaram providências? Muito bem, então já vou daqui mais descansado, uma equipa óptima, todos muito dedicados, os doentes uns amores, e força aí, e, então, dê cá um beijinho e você também -- e sai mais uma selfie.
Está certo que este hospital lhe fica ali mais ou menos em caminho mas, e agora vai daqui um conselho amigo, a ver se não lhe toma o gosto, senão ainda corre o risco de ser contagiado por alguma dessas bichezas que por lá pululam e ainda o teremos abananado com alguma virose ou outra coisa que tal (embora, é certo, isso seria um descanso para os assessores, guarda-costas e motoristas).
(No início deste ano, o so called Presidente dos Afectos numa outra iniciativa) |
Até me admirei de não o ver à porta da Urban Beach a acalmar os ânimos dos Seguranças e a dar beijinhos aos transeuntes para transmitir aquela simpatia de que o povo, segundo ele, tanto necessita. Vá lá... também já era só o que faltava...
Mas, enfim.
Finalmente -- e agora mais a sério.
O que eu lhe digo e repito, e agora dirijo-me a si, Senhor Presidente, é que veja lá mas é se consegue sossegar essa franga que anda aos saltos dentro de si, vá para casa sossegadinho, beba um chá quentinho, vista um casaquinho de malha que as noites já vão frias... e deixe lá que a malta se organiza. Os hospitais sabem gerir-se e tratar dos doentes, o governo sabe governar, as famílias enlutadas sabem reagir... e etc. Deixe-se lá estar sossegadinho. Nem que tenha que chamar as televisões para o mostrarem assim mesmo, sossegadinho.
(Na volta ainda lá foi mas já aquilo estava deserto).
Mas, enfim.
Finalmente -- e agora mais a sério.
O que eu lhe digo e repito, e agora dirijo-me a si, Senhor Presidente, é que veja lá mas é se consegue sossegar essa franga que anda aos saltos dentro de si, vá para casa sossegadinho, beba um chá quentinho, vista um casaquinho de malha que as noites já vão frias... e deixe lá que a malta se organiza. Os hospitais sabem gerir-se e tratar dos doentes, o governo sabe governar, as famílias enlutadas sabem reagir... e etc. Deixe-se lá estar sossegadinho. Nem que tenha que chamar as televisões para o mostrarem assim mesmo, sossegadinho.
Breaking News! Coisa rara e nunca vista, um feito inédito, Marcelo em casa, sem andar a moer a paciência a ninguém! Breaking News! Breaking News! Em estúdio, já de seguida, dez comentadores para traçarem cenários e discutirem hipóteses sobre o significado de tão inusitada atitude!
-- Isso, sim, seria uma novidade. E vá por mim, Mister President, a malta apreciaria.
Dispensaríamos os comentadores, claro está, mas vê-lo quieto em casa seria uma bênção. A sério.
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E agora vou escrever mais um episódio do meu novo folhetim a que ainda não dei nome. Ou daqui a nada ou de manhã sairá à cena. Até já.
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